Thursday, December 26, 2013

Avaliar uma alteração hematológica discreta

Avaliar uma alteração hematológica discreta

A interpretação das séries históricas é a melhor maneira de
avaliar uma alteração hematológica discreta e que não seja de aparecimento súbito.
O termo anemia, de qualquer etiologia ou mecanismo, que freqüentemente será referido, significa diminuição
do número de hemácias e/ou da hemoglobina e/ou do hematócrito em relação aos valores considerados normais. É
importante analisar, também, o volume da hemácia e a concentração da hemoglobina, classificando a anemia em
micro, normo ou macrocítica e hipo ou normocrômica. As informações quanto ao volume e a concentração da hemoglobina
na hemácia são obtidas, indiretamente, pelo cálculo do volume corpuscular médio (VCM) e da concentração da
hemoglobina corpuscular média (CHCM).

A contagem de reticulócitos, que é a forma jovem da hemácia, entre 24-36 horas após ter saído da medula,
ou índice de reticulócitos, reflete a dinâmica da eritropoese, ou seja, a capacidade da medula de renovação dos
glóbulos vermelhos circulantes. Os leucócitos devem ser analisados em números absolutos das células específicas e
não em termos globais e percentuais. O exame microscópico do esfregaço de sangue, ou hematoscopia, também
contribui para a análise morfológica das células.
O exame da medula óssea pode ser realizado por meio da análise de material obtido de aspiração e/ou
biópsia. O aspirado permite o exame morfológico das células e o estabelecimento da razão mielóide/eritróide (razão M/E).
A biópsia mostra a celularidade da amostra obtida e é particularmente útil nos casos de infiltração da medula (linfomas e
outros carcinomas) e de leucemia.
Os exames, para avaliação do sistema de coagulação, serão citados a propósito das patologias específicas,
como a púrpura e outras manifestações hemorrágicas. Alguns quadros clínicos específicos podem demandar exames
mais sofisticados, como a eletroforese de hemoglobina e as análises cromossômicas e citogenéticas.



Fonte: Doenças do Trabalho

Quadro 15 - Valores de referência de hematologia em adultos normais

Quadro 15 - Valores de referência de hematologia em adultos normais
Quadro XV
VALORES DE REFERÊNCIA DE HEMATOLOGIA EM ADULTOS NORMAIS
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

Os valores-limite das células do sangue circulante, tidos como normais na literatura internacional, além de
alguns índices de importância clínica, são apresentados no Quadro XV.
Não existe unanimidade sobre os valores considerados como normais.
A análise desses valores deve levar em conta as variações interindividuais, como idade, sexo, etnia, raça,
altitude, temperatura ambiental, condições socioeconômicas e intra-individuais,
como a hora do dia, exercício físico,
tabagismo, uso de medicamentos, entre outros fatores.
Eles apresentam uma distribuição gaussiana na população,
sendo que 2,5% dos normais estarão abaixo e acima desses limites.




Hemoglobina (g/dl)
Hematócrito (%)
Hemácias (/mm )
VCM (fl) *
CHCM (g/dl) **
Reticulócitos (%) ***
Reticulócitos (/mm )
Leucócitos (/mm3)
Neutrófilos bastonetes (/mm )
Neutrófilos segmentados (/mm )
Linfócitos (/mm )
Monócitos (/mm )
Eosinófilos (/mm )
Basófilos (/mm )
Plaquetas (/mm )

150.000-440.000 12-16 35-47 3.800.000-5.200.000 80-100
32-36 0,8-4,0 18.000-158.000 3.600-11.000
0-700 1.800-7.000 1.500-4.500 200-1.000 40-150 0-100 150.000-440.000
Mulheres Homens Exame
* VCM = volume corpuscular médio = hematócrito x 10 / hemácias (em unidades).
** CHCM = concentração da hemoglobina corpuscular média = hemoglobina x 100 / hematócrito.
*** Índice de reticulócitos = contagem de reticulócitos (em %) x ematócrito atual / hematócrito norma.
Fonte: Wintrobe, 1998.
Quadro XV
VALORES DE REFERÊNCIA DE HEMATOLOGIA EM ADULTOS NORMAISDOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO



Fonte: Doenças do Trabalho

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos

Capítulo 8
DOENÇAS DO SANGUE E DOS ÓRGÃOS HEMATOPOÉTICOS RELACIONADAS AO TRABALHO
(GRUPO III DA CID-10)
8.1 INTRODUÇÃO
O sistema hematopoético constitui um complexo formado pela medula óssea e outros órgãos
hemoformadores e pelo sangue.
Na medula óssea são produzidas, continuamente, as células sangüíneas: eritrócitos,
neutrófilos e plaquetas, sob rígido controle dos fatores de crescimento.
Para que cumpram sua função fisiológica, os
elementos celulares do sangue devem circular em número e estrutura adequados.
A capacidade produtiva da medula óssea é impressionante.
Diariamente, ela substitui 3 bilhões de eritrócitos por quilograma de peso corporal.
Os neutrófilos têm uma meia-vida de apenas 6 horas e cerca de 1,6 bilhão de
neutrófilos por quilograma de peso corporal necessitam ser produzidos a cada dia.
Uma população inteira de plaquetas deve ser substituída a cada 10 dias.
Toda essa intensa atividade torna a medula óssea muito sensível às infecções, aos
agentes químicos, aos metabólicos e aos ambientais que alteram a síntese do DNA ou a formação celular.
E, também, por isso, o exame do sangue periférico se mostra um sensível e acurado espelho
da atividade medular.
Nos seres humanos adultos, o principal órgão hematopoético localiza-se na camada medular óssea do
esterno, costelas, vértebras e ilíacos.
A medula óssea é formada por um estroma e pelas células hemoformadoras que
têm origem na célula primitiva multipotente (stem cell). Essa célula primitiva divide-se inicialmente em célula primordial
linfóide e célula primordial mielóide de três linhagens. Sob o controle de substâncias indutoras, estas células primordiais
sofrem um processo de diferenciação e proliferação, dando origem, após a formação de precursores, às células
circulantes do sangue periférico.
As substâncias indutoras apresentam especificidades para as diferentes linhagens de células. Entre as
mais conhecidas citam-se a eritropoetina, a trombopoetina e as granuloquinas (fator de crescimento de colônia de
granulócitos -CS e fator de crescimento de colônia de granulócitos-macrófagos M-CS). Algumas dessas
substâncias têm sido produzidas e testadas, sendo armas terapêuticas promissoras. A eritropoetina já tem sido utilizada
com sucesso para algumas indicações clínicas.
As células sangüíneas, após atingirem a maturidade, passam para os sinusóides da medula e alcançam a
corrente sangüínea, onde vão desempenhar suas funções. Outros órgãos hematopoéticos de importância são o timo,
os tecidos, os gânglios linfáticos e o baço, em que ocorre o desenvolvimento de linfócitos, o processamento de antígenos
e a produção de anticorpos.
Agressões ao sistema hematopoético podem ocorrer na medula óssea, afetando a célula primitiva
multipotente ou qualquer das células dela derivadas, e na corrente sangüínea, destruindo ou alterando a função de
células já formadas.
Entre os agentes hematotóxicos de interesse para a saúde do trabalhador destacam-se o benzeno e as
radiações ionizantes. Esses agentes podem lesar a célula primitiva multipotente, reduzindo seu número ou provocando
lesões citogenéticas, resultando em hipoprodução celular ou em linhagens celulares anormais.
O funcionamento do sistema hematopoético pode ser avaliado por meio da história clínica e dos resultados
dos exames físico-laboratoriais. Uma história ocupacional detalhada permite que se estabeleça o nexo de uma possível
disfunção e/ou doença com o trabalho.



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Prevenção - O controle da exposição ao óxido de etileno

Leucemias - Prevenção - O controle da exposição ao óxido de etileno

O controle da exposição ao óxido de etileno deve seguir as normas técnicas estabelecidas pela Portaria
Interministerial/MS/MTb/MPAS n.º 4/1991, relativas ao manuseio, ao cadastro, às instalações e às condições-limite de
operação e de segurança do ambiente e do pessoal em unidades de esterilização de material, pelo processo de gás
óxido de etileno ou de suas misturas com gás inerte liquefeito. O LT para a exposição ao óxido de etileno é de 1 ppm
ou de 1,8 mg/m3, de concentração no ar, para um dia normal de trabalho de oito horas.
A concentração máxima permitida da exposição no período de 15 minutos é de 10 ppm.
A Lei Federal n.º 7.802/1989 e algumas leis estaduais e municipais proíbem a utilização de agrotóxicos
organoclorados, neles incluídos os inseticidas clordane e heptaclor, não devendo, portanto, ser autorizada sua fabricação
e comercialização. Os trabalhadores expostos a agrotóxicos clorados devem ser acompanhados para detecção de
efeitos decorrentes de exposições pregressas.

A exposição a campos eletromagnéticos deve ser monitorada para detecção de sinais e sintomas
ainda não suficientemente conhecidos. Em qualquer um dos casos, devem ser realizados
estudos epidemiológicos para maior conhecimento de seus efeitos sobre a saúde.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Prevenção - A vigilância ambiental

Leucemias - Prevenção - A vigilância ambiental

5 PREVENÇÃO
A vigilância ambiental das leucemias relacionadas ao trabalho deve seguir o estabelecido na Convenção/
OIT n.º 139/1974, que trata da Prevenção e Controle de Riscos Profissionais Causados por Substâncias e Agentes
Cancerígenos, apresentada na introdução deste capítulo. O controle ambiental da exposição ao benzeno, às radiações
ionizantes, ao óxido de etileno, aos agrotóxicos clorados, entre outros agentes, pode, efetivamente, reduzir a incidência
das leucemias em trabalhadores expostos.
Os procedimentos para a vigilância de expostos às radiações ionizantes estão detalhados no protocolo
Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros, neste capítulo. Para a vigilância da exposição ao
benzeno e a normatização específica vigente no Brasil, ver o protocolo Anemia aplástica devida a outros agentes
externos (8.3.4)135, no capítulo 8.



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Tratamento de Saúde

Leucemias - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento especializado deverá ser orientado por hematologista ou oncologista. Sobre a evolução da
leucemia mielóide aguda (LMA), a mais fortemente relacionada ao trabalho, em especial à exposição ocupacional ao
benzeno, pode-se dizer que a remissão completa define o prognóstico. A remissão completa é definida da seguinte
forma:
- medula óssea contendo menos de 5% de blastos;
- normalização das contagens eritrocitárias, granulocíticas e plaquetárias;
- resolução de visceromegalias;
- volta ao desempenho normal.
Os pacientes que desenvolvem LMA após uma terapia a base de agentes citotóxicos, ou que apresentam outras
síndromes de insuficiência medular, evoluem de forma pior. Aspectos de possível prognóstico favorável incluem:
- contagem leucocitária inferior a 30.000 células/mm3;
- rápida velocidade de redução das células leucêmicas com a terapia;
- nível sérico da LDH inferior a 400 UI;
- subtipo M2 com t (8;21) nos estudos citogenéticos;
- subtipo M4 com eosinófilos anormais na medula óssea.
A sobrevida média para os pacientes que obtêm remissão completa é de 12 a 24 meses. Cerca de 15 a
25% dos pacientes que conseguem a remissão completa sobrevivem 5 anos ou mais, e muitos destes pacientes
podem estar curados. A maioria das recaídas ocorre nos primeiros 3 anos.



Fonte: Doenças do Trabalho

Na leucemia linfóide crônica LLC

Na leucemia linfóide crônica LLC

Na leucemia linfóide crônica (LLC), além do quadro clínico referido, a anemia pode ser provocada pela infiltração
linfocítica da medula óssea, pelo hiperesplenismo, por hemólise auto-imune e por outras causas. A contagem absoluta de
linfócitos varia de 10.000 a 150.000/mm3, mas pode exceder a 500.000 células por mm3.
Os linfócitos têm aspecto maduro, com citoplasma escasso.
O exame da medula óssea geralmente não é necessário para o diagnóstico em pacientes
portadores de linfocitose persistente. A medula óssea de todos os portadores de LLC contém pelo menos 40% de linfócitos.
A demonstração de linfocitose persistente em pacientes dentro da faixa etária de risco já é o bastante para estabelecer o
diagnóstico de LLC. Contagens linfocitárias que excedam a 15.000 por mm3, em pacientes com mais de 50 anos de idade,
são quase sempre resultantes de LLC.
Na leucemia mielóide crônica (LMC) o diagnóstico é, de modo geral, facilmente realizado com base numa
constelação de achados. Nenhum exame é patognomônico de LMC. O quadro clínico evolui durante uma fase crônica,
com a freqüente crise blástica de leucemia aguda. Ao hemograma, uma anemia normocítico-normocrômica discreta a
moderada é geralmente observada. As contagens de granulócitos excedem a 30.000 células por mm3 aa, podendo chegar de 100.000 a 300.000 por mm3, à época do diagnóstico.
O esfregaço de sangue periférico é dramático e representa um
desvio de células para fora de uma medula óssea supersaturada. É freqüentemente descrito como sangue periférico
que parece medula óssea. Os granulócitos são normais em aspecto e funcionalmente. Os elementos neutrófilos mais
maduros estão presentes em maior número. Os mieloblastos e os promielócitos constituem menos de 10% dos leucócitos.
Ao contrário da leucemia aguda, a descontinuidade da maturação nas séries granulocíticas não se encontra presente.
Cerca de 50% dos pacientes apresentam trombocitose, que pode exceder a 1.000.000 de plaquetas por mm3.
A medula óssea apresenta-se marcadamente hipercelular, resultante de uma maciça hiperplasia granulocítica. O cromossomo
Philadelphia é encontrado em cerca de 90% dos pacientes com LMC (sangue periférico e/ou medula óssea).



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Quadro clínico e diagnóstico

Leucemias - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

As leucemias agudas são caracterizadas por:
- aparecimento de manifestações clínicas de forma abrupta e tormentosa:
a maioria dos pacientes apresenta esse quadro nos primeiros 3 meses a partir do início
dos sintomas;
- sintomas relacionados com a depressão da função normal da medula:
fadiga devida à anemia;
febre devida à infecção decorrente da ausência de leucócitos maduros;
sangramento (petéquias, equimoses, epistaxe, sangramento gengival, etc.) secundário à trombocitopenia;
- linfadenopatia generalizada, esplenomegalia e hepatomegalia resultantes da infiltração
por células leucêmicas;
- envolvimento da medula óssea com infiltração subperiosteal, resultando em sensação de dor óssea;
- infiltração leucêmica das meninges: pode provocar cefaléia, vômitos, edema de papila, paralisia de
nervos cranianos e outras manifestações do Sistema Nervoso Central. Podem ocorrer hemorragias
intracerebrais ou subaracnóides.

Na leucemia mielóide crônica, os sintomas iniciais são inespecíficos e incluem fadiga, fraqueza, perda de
peso e anorexia. A grande esplenomegalia provoca uma sensação de plenitude. Após cerca de 3 a 4 anos,
aproximadamente 50% dos pacientes entram numa fase acelerada caracterizada pelo aumento da anemia,
trombocitopenia e transformação em leucemia aguda (crise blástica). Nos restantes 50% de pacientes, a crise blástica
ocorre abruptamente, sem a fase intermediária de aceleração.
Na leucemia linfóide crônica, freqüentemente assintomática ou sem sintomas específicos, podem aparecer
fadiga, perda de peso e anorexia. A linfadenopatia e hepatoesplenomegalia estão presentes em 50 a 60% dos pacientes.
O diagnóstico das leucemias agudas é estabelecido pelo exame da medula óssea. Os blastos devem ser
responsáveis por mais de 30% das células nucleadas, para se estabelecer o diagnóstico. A citoquímica deve ser
realizada em todos os casos de leucemia aguda. Os marcadores de superfície celulares devem ser avaliados em todos
os casos suspeitos de leucemia linfóide aguda. Nas leucemias agudas, a anemia está quase sempre presente. Em
cerca de 50% dos pacientes, a contagem de células brancas é inferior a 10.000 células por mm3
de sangue, enquanto
que cerca de 20% dos pacientes têm contagens superiores a 100.000 células por mm3. As células brancas imaturas,
incluindo as formas blasto, são encontradas no sangue circulante e na medula óssea, onde representam de 60 a 100%
de todas as células.
As contagens de plaquetas mostram-se, em 90% dos casos, deprimidas, inferiores a 50.000 por mm3



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Agentes etiológicos e fatores de risco

Leucemias - Agentes etiológicos e fatores de risco

Os seguintes agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional
devem ser considerados na investigação da etiologia de leucemia em trabalhadores:
- benzeno;
- radiações ionizantes;
- óxido de etileno;
- agentes antineoplásicos;
- campos eletromagnéticos (este é um tema controverso, existindo estudos que relacionam leucemia com
exposição aos campos eletromagnéticos e outros que negam esta relação. Não se tem conhecimento de
demonstração experimental dessa relação e não se conhece nenhum mecanismo físico capaz de mediar
uma relação entre esse agente e as modificações celulares necessárias para o aparecimento de câncer);
- agrotóxicos clorados (clordane e heptaclor).
As leucemias – principalmente a leucemia mielóide aguda – podem ser classificadas como doenças
relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco
no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal dessas neoplasias.



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Epidemiologia e Fatores de risco

Leucemias - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Inúmeros fatores etiológicos têm sido incriminados nas leucemias.
As radiações ionizantes são leucemogênicas.
Sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki têm um risco de leucemia aumentado
que cresce na ordem inversa da distância até o epicentro das explosões.
A exposição à radiação ionizante na gravidez duplica o risco de leucemia na infância.
Observa-se uma incidência aumentada de leucemia em radiologistas.
A relação causal entre radiações ionizantes e leucemias, agudas e crônicas,
seria dose-dependente para exposições acima de 50 rads (radiation absorbed dose).
Os estudos disponíveis demonstram que a ocorrência de leucemia está associada com determinadas
deficiências imunológicas e algumas síndromes raras.
Excesso de mortalidade por leucemia foi observado em indivíduos com artrite reumatóide
e com anemia perniciosa, sem que se conheça o mecanismo de ação.
Também tem sido observado risco aumentado de leucemia em pessoas que fazem tratamento
com drogas imunossupressoras, drogas citotóxicas para doenças crônicas e quimioterapia
para outras doenças malignas.
Também tem sido associada aos agentes infecciosos virais.
O papel etiológico do grupo HTLV (Vírus da Leucemia de Célula-T Humana), no Caribe e
noutros países asiáticos, como o Japão, está relativamente bem documentado.
A contribuição da ocupação, trabalho ou profissão na etiologia das leucemias está
bem estabelecida. Do ponto de vista epidemiológico, por exemplo, a exposição ao benzeno
está relacionada com a leucemia mieloblástica aguda (LMA) e com a leucemia mieloblástica
crônica (LMC).
Considera-se, também, como razoavelmente estabelecido o nexo causal entre o benzeno,
a leucemia linfoblástica crônica (LLC) e a leucemia linfoblástica aguda (LLA).

Os estudos epidemiológicos de avaliação de risco (risk assessment) conduzidos pela OSHA, nos Estados
Unidos, estimam que a exposição ao benzeno em níveis de 10 partes por milhão (ppm), durante a vida laboral, produz um
excesso de 95 mortes por leucemia, em cada 1.000 trabalhadores que foram expostos. Com a mesma metodologia, estima-
se que, em concentrações de 1 ppm, a exposição durante a vida laboral ainda provoque um excesso de 10 mortes por
leucemia em cada 1.000 trabalhadores.
Outros estudos (Rinsky e colaboradores, 1987) mostram que trabalhadores
expostos ocupacionalmente ao benzeno, a uma concentração média de 10 ppm durante 40 anos, tiveram risco aumentado
de morrer por leucemia em 154 vezes. Baixando o limite de exposição para 1 ppm, o risco seria de 1,7 vez. Em 0,1 ppm,
o risco seria virtualmente equivalente ao risco basal da população exposta.



Fonte: Doenças do Trabalho

Leucemias - Definição da Doença

Leucemias - Definição da Doença

7.6.11 LEUCEMIAS CID-10 C91- e C95.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Leucemias são neoplasias malignas das células primitivas hematopoéticas (stem cells) que surgem na
medula óssea e que se distribuem pelo sangue circulante e por outros órgãos. São classificadas, de acordo com o grau
de diferenciação das células, em agudas ou crônicas (termos não-referidos à duração da doença) e, de acordo com o
tipo predominante de células, em mielocíticas (mielóides ou mielógenas) e linfocíticas (ou linfóides).
Nas leucemias agudas, as células hematopoéticas imaturas (blastos) proliferam sem sofrer diferenciação
em células maduras normais. As células proliferantes, sejam mieloblastos ou linfoblastos, não permitem que haja
produção normal de eritrócitos, granulócitos e plaquetas pela medula óssea. Esse processo é responsável pelas principais
complicações clínicas da doença, entre elas, anemia, suscetibilidade a infecções e hemorragia. As células leucêmicas
imaturas também infiltram-se nos tecidos, provocando disfunção orgânica. As leucemias agudas são divididas em duas
grandes categorias: a leucemia linfoblástica aguda (LLA) e a leucemia mieloblástica aguda (LMA). A principal distinção
entre as duas categorias de leucemias agudas está baseada na morfologia da medula óssea, complementada pela
coloração histoquímica, os marcadores de superfície, a citogenética e a expressão oncogênica.
A leucemia linfocítica crônica (LLC) caracteriza-se pela proliferação de linfócitos imunologicamente
incompetentes. A leucemia mielóide crônica (LMC) caracteriza-se por um acúmulo desordenado de elementos da série
granulocítica que invadem os órgãos hematopoéticos.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Bexiga - Prevenção da Doença

Câncer de Bexiga - Prevenção da Doença

5 PREVENÇÃO
As medidas de controle ambiental da exposição aos agentes cancerígenos, responsáveis pela ocorrência da
neoplasia maligna da bexiga relacionada ao trabalho, entre os quais estão o alcatrão, as aminas aromáticas e as emissões
de fornos de coque, visam a eliminar a exposição ocupacional ou a reduzi-la a níveis próximos de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- normas de higiene e segurança rigorosas, medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de
higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- sistemas de ventilação exaustora local e de ventilação geral adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de poeira no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, de forma complementar às medidas de proteção coletiva adotadas.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções.
Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente, para jornadas de 48 horas semanais, para várias
substâncias químicas relacionadas com a doença. O Anexo 11 estabelece o LT de 4 ppm ou 15 mg/m3
de anilina. O
Anexo 13 estabelece a proibição de exposição ou contato, por qualquer via, com as seguintes substâncias ou processos:
4-amino difenil (p-xenilamina); produção de benzidina; beta-naftilamina e 4-nitrodifenil. Esses limites devem ser
comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do conhecimento e evidências
atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem o surgimento de danos
para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio da avaliação clínica e de exames complementares definidos a partir da natureza da exposição ocupacional.
Os IBMP para anilinas são o p-aminofenol na urina de 50 mg/g de creatinina e 5% de metahemoglobina no sangue.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Bexiga - Tratamento de Saúde

Câncer de Bexiga - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Estão indicados cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A malignidade do tumor é elevada, com alta letalidade,
em 3 a 6 meses.
O diagnóstico do câncer de bexiga, por si só, é insuficiente para dar uma idéia da gravidade, das repercussões
sobre o desempenho do paciente e, mesmo, do prognóstico, em termos de sobrevida. Tampouco está associado à
impossibilidade de o paciente levar uma vida normal, ou quase normal, no desempenho geral da vida e das atividades
profissionais. Podem ser utilizados sistemas de estagiamento que, no caso do câncer vesical, são baseados mais em
achados clínicos e menos nas informações histopatológicas obtidas na cirurgia. Quanto à evolução, observa-se que:
- pacientes não-tratados apresentam uma sobrevida de 2 anos inferior a 15%, e a sobrevida média é de
16 meses;
- os carcinomas escamosos e os adenocarcinomas apresentam prognósticos piores do que os carcinomas
de células transicionais;
- a invasão da musculatura, dos vasos linfáticos e/ou gordura perivesical está associada a um pior
prognóstico. O câncer invasivo encontra-se associado a um índice de letalidade de 50% nos primeiros
18 meses, após o diagnóstico;
- o carcinoma in situ evolui para câncer invasivo em 80% dos pacientes, nos 10 anos que se seguem ao
diagnóstico;
- o grau histológico do tumor afeta isoladamente a sobrevida de pacientes com tumores superficiais. A
sobrevida em 5 anos é de 85% nas lesões de baixo grau e de 30% nas lesões de alto grau de malignidade.
Virtualmente, todos os tumores de alto grau de malignidade, ainda que superficiais, tornam-se invasivos,
se não tratados.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Bexiga - Quadro clínico e diagnóstico

Câncer de Bexiga - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A hematúria é o principal sinal do câncer de bexiga. Cerca de 50% dos pacientes com hematúria macroscópica
e de 1,8 a 11% daqueles com hematúria microscópica possuem câncer de bexiga. Pode haver, também, polaciúria e
obstrução do trígono da bexiga, com impedimento da eliminação da urina. Os exames especializados incluem a
cistoscopia, acompanhada de biópsia; a urografia excretora; a citologia de urina e a cintilografia hepática, esplênica e
óssea, estas para pesquisa de metástases.
O diagnóstico do câncer de bexiga é feito a partir da história clínica, do exame físico geral e urológico,
incluindo o toque retal.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com muitas outras patologias que podem causar hematúria e sintomas
irritativos vesicais, tais como infecções urinárias, urolitíase, hipertrofia prostática benigna, trauma e outras neoplasias
do trato urinário.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Bexiga - Epidemiologia e Fatores de risco

Câncer de Bexiga - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre os fatores de risco relacionados à produção desses tumores incluem-se o tabagismo, que aumenta
de 2 a 3 vezes o risco de desenvolver câncer de bexiga; o consumo de café, ainda não totalmente comprovado;
infecções urinárias múltiplas; infestação vesical pelo Schistosoma hematobium; abuso do consumo de fenacetina e o
uso de drogas citotóxicas, como ciclofosfamida e clorpromazina.
A etiologia química do câncer de bexiga foi proposta em 1895, por Rehn, na Alemanha,
quando observou que trabalhadores que produziam corantes de anilinas tinham uma incidência
aumentada do tumor.
Quatro décadas mais tarde, Hueper e colaboradores induziram o câncer da bexiga em cães
expostos à beta-naftilamina pura.
Mais tarde, as observações alcançaram a benzidina e a 4-aminobifenila, em trabalhadores
da indústria da borracha. Case e colaboradores, no Reino Unido, estabeleceram, em 1954,
por meio de clássico estudo epidemiológico de coortes
históricos, a confirmação definitiva da associação causal entre câncer de bexiga e a exposição ocupacional a diversas
aminas aromáticas, até então muito utilizadas como corantes ou anilinas.
A exposição a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, decorrente do tabagismo ou ocupacional, tem sido
associada à etiologia do câncer de bexiga em alguns grupos de risco, como os trabalhadores expostos a emissões de
fornos de coque.
Os seguintes agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional devem ser considerados na
investigação da etiologia do câncer de bexiga em trabalhadores:
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias;
- aminas aromáticas e seus derivados (beta-naftilamina, 2-cloroanilina, benzidina, o-toluidina, 4-cloro
orto-toluidina);
- emissões de fornos de coque;
- óleos minerais de corte ou solúveis.
Os tumores malignos da bexiga podem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo
II da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco associado na etiologia multicausal.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da bexiga Câncer de Bexiga - Definição da Doença

Neoplasia maligna da bexiga Câncer de Bexiga - Definição da Doença

7.6.10 NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA CID-10 C67.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Câncer de bexiga engloba amplo espectro de doenças neoplásicas, que inclui tumores curáveis
com mínima intervenção, até aqueles invasivos e metastáticos que levam à morte.
Esse espectro de possibilidades é representativo da provável evolução
de um epitélio normal → epitélio atípico → carcinoma in situ → carcinoma de células transicionais
(Graus I e II) → carcinoma de células transicionais (Grau III) → carcinoma paradoxicum.

Do ponto de vista histológico, cerca de 90% dos cânceres de bexiga são carcinomas de células transicionais
(uroteliais) e cerca de 8% são dos subtipos de carcinomas de células escamosas.
Os adenocarcinomas, sarcomas, linfomas e tumores carcinóides são muito raros.
Do ponto de vista clínico e citoscópico, os tipos de câncer de bexiga incluem os cânceres papilíferos
solitários, os mais comuns e menos prováveis de mostrar infiltração,
os carcinomas papilíferos difusos, os tumores
sésseis e o carcinoma in situ.

DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO



Fonte: Doenças do Trabalho

A Proibição do Asbesto Amianto no Brasil

A Proibição do Asbesto Amianto no Brasil

No Brasil, a NR 15 estabelece, desde 1991, a proibição do uso de fibras de anfibólios
(crocidolita, amosita, tremolita), mas para as fibras respiráveis de crisotila define o LT de 2,0 fibras/cm³.
A Lei Federal n.º 9.055/1995 disciplina a extração, industrialização, utilização,
comercialização e transporte do asbesto/amianto e dos produtos que o contenham,
bem como as fibras naturais e artificiais, de qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim.
Proíbe a extração, industrialização, utilização e comercialização das variedades pertencentes
ao grupo dos anfibólios, a pulverização de todos os tipos de fibras e a venda a granel
de fibras em pó.
Define também que todas as empresas que manipularem ou utilizarem materiais contendo
asbesto/amianto da variedade crisotila ou as fibras naturais e artificiais deverão enviar
anualmente, ao SUS, listagem de seus empregados, com indicação de setor, função, cargo,
data de nascimento, de admissão e de avaliação médica periódica e diagnóstico.
Indica que os LT devem ser revisados anualmente, mantidos o mais baixo exeqüível e que o
transporte deve seguir as normas de transporte de produtos perigosos.
Os setores de vigilância do SUS deverão cobrar das empresas em seu território o cumprimento
do disposto nessa lei.

A empresa deve realizar os exames médicos periódicos dos trabalhadores, visando à detecção precoce de sinais e
sintomas e à tomada de medidas para prevenção do agravamento. Além do exame clínico completo, recomenda-se:
- utilizar instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios já validados nacional
ou internacionalmente;
- radiografia de tórax, no padrão OIT (1980), na admissão e anualmente;
- espirometria, bienalmente, segundo a técnica preconizada pela American Thoracic Society (1987).
É importante reafirmar que se esses exames podem servir para o diagnóstico precoce da asbestose, de
nada adiantam para o mesotelioma pleural, considerando seu surgimento sempre rápido e a evolução altamente letal.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Está em curso no País, acompanhando um movimento internacional, um processo de banimento do uso
do asbesto.



Fonte: Doenças do Trabalho

Mesotelioma - Prevenção da Doença

Mesotelioma - Prevenção da Doença

A prevenção do mesotelioma relacionado ao trabalho deve seguir as determinações da Convenção/OIT n.º
139/1974, mencionada na introdução deste capítulo.
O controle ambiental do asbesto (amianto) e, desejavelmente, a proibição progressiva de sua extração,
importação, industrialização e utilização (como já ocorre com os anfibólios no Brasil e também com a crisotila em vários
países) podem, efetivamente, reduzir a incidência do mesotelioma em trabalhadores expostos. As medidas de controle
ambiental visam à eliminação da exposição ou ao seu controle em níveis próximos de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, uso de pressão negativa e a
umidificação do ar;
- utilização, na indústria, de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, medidas gerais de limpeza dos ambientes de trabalho e
facilidades para higiene pessoal;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes, com monitoramento sistemático das
concentrações de fibras no ar ambiente;
- em atividades de mineração, adotar técnicas de perfuração a úmido para diminuir a concentração de
poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, de modo complementar às medidas de proteção coletiva adotadas. O uso de máscaras
ou balas para respirar (pulmão aquático) podem ser úteis nos trabalhos em que haja exposição
intermitente e breve.

As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante.
A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
A OSHA estabelece como limite de exposição permitido, para todas as fibras de asbesto maiores do que 5
micra, o valor de 0,1 fibra/cm³, mesmo limite de exposição recomendado pelo NIOSH. A ACGIH estabeleceu, em 1998,
como limite aceitável de exposição (TLV-TWA) para todas as formas de asbesto, o mesmo valor (0,1 fibra/cm³), com a
observação de que o asbesto deve ser considerado carcinogênico humano confirmado (grupo A1).



Fonte: Doenças do Trabalho

Mesotelioma - Tratamento de Saúde

Mesotelioma - Tratamento de Saúde

TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

Os tratamentos indicados são:
- cirurgia;
- radioterapia;
- quimioterapia.
Os resultados são pobres e a sobrevida média é de 3 a 6 meses,
independentemente das tentativas de tratamento.



Fonte: Doenças do Trabalho

Mesotelioma - Quadro clínico e diagnóstico

Mesotelioma - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O mesotelioma maligno pleural aparece como uma pequena área em forma de placa ou nódulo, na pleura
visceral ou parietal, que evolui em forma coalescente, formando massas tumorais mais volumosas, com freqüência
acompanhadas de derrame pleural.
O tumor desenvolve-se por extensão direta, formando grandes massas de tecido tumoral que invadem as
estruturas adjacentes, incluindo a parede do tórax, a fissura interlobar, o parênquima pulmonar, o mediastino, o pericárdio,
o diafragma, o esôfago, os grandes vasos do mediastino, a pleura contralateral e a cavidade peritoneal. A morte
geralmente é causada pela compressão de uma ou mais das estruturas vitais.
No mesotelioma maligno peritoneal, o espessamento do peritônio visceral e parietal pode rodear e comprimir
o intestino, o fígado e o baço.
Grandes massas podem causar obstrução intestinal e, nas grandes expansões, o tumor
estende-se até o retroperitônio, o pâncreas comprime os rins, podendo invadir o diafragma e chegar até os pulmões.
Do ponto de vista histológico, os mesoteliomas podem ser classificados como epiteliais em cerca de 35 a
40% dos casos; sarcomatóides em cerca de 20% dos casos; mistos em cerca de 35 a 40% dos casos e indiferenciados
em cerca de 5 a 10% dos casos.
O quadro clínico do mesotelioma maligno da pleura manifesta-se por dispnéia, dor torácica ou a combinação
de ambos os sintomas. No caso do mesotelioma maligno do pericárdio, o quadro pode ser de dor torácica e insuficiência
cardíaca congestiva, com achados de constrição cardíaca, com aumento da sombra cardíaca devido ao derrame,
semelhante à pericardite. O mesotelioma maligno do peritônio apresenta-se com um quadro de ascite progressiva, dor
abdominal e presença de massa tumoral no abdômen.



Fonte: Doenças do Trabalho

Mesotelioma - Definição da Doença

Mesotelioma - Definição da Doença

MESOTELIOMAS: CID-10 C45.-
MESOTELIOMA DA PLEURA C45.0
MESOTELIOMA DO PERITÔNIO C45.1
MESOTELIOMA DO PERICÁRDIO

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Mesoteliomas são tumores – benignos ou malignos – de origem mesodérmica,
que surgem na camada de revestimento das cavidades pleural, pericárdica ou peritoneal.

A pleura é uma membrana dupla, semelhante a um saco, que envolve o pulmão.
O pericárdio é uma formação sacular que envolve o coração.
Cavidade peritoneal é a parte do abdômen que abriga os órgãos internos, como intestinos, estômago, fígado, etc.

[] Todos os tipos de fibra de asbesto são carcinogênicos - Mesotelioma - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A relação etiológica dos mesoteliomas malignos com o asbesto (amianto) foi estabelecida
por Wagner e colaboradores em trabalho realizado na Província do Cabo, na África do Sul,
publicado em 1960.
Posteriormente, Newhouse e colaboradores, do Reino Unido, confirmaram esta relação causal,
em um estudo epidemiológico clássico, do tipo casos x controles, realizado em Londres
na década de 70.
Ambos os estudos mostraram que tanto a exposição ocupacional ao asbesto quanto a exposição
ambiental nos domicílios próximos a plantas industriais e/ou exposição das
mulheres dos trabalhadores, por meio da roupa contaminada com fibras de asbesto trazida
das fábricas, estão associadas com a etiologia dos mesoteliomas malignos.
É muito alta, mais de 90%, a probabilidade de que adultos que desenvolvem mesotelioma maligno
de pleura ou de peritônio tenham trabalhado ou residido expostos ao asbesto.
A exposição deve ser investigada no passado do paciente, inclusive de pequenas exposições
ao longo dos anos, como a de encanadores que instalam caixas d’água de cimento-amianto,
fazendo os furos para passagem dos canos e respirando a poeira; carpinteiros da
construção civil, na perfuração das telhas de cimento-amianto para fixação;
mecânicos de veículos que lixam as lonas e pastilhas de freios;
trabalhadores expostos a talco contaminado com fibras de amianto em atividades
na indústria de artefatos de borracha e no lixamento de massa plástica
usada no reparo de inúmeros objetos.

Todos os tipos de fibra de asbesto são carcinogênicos para a produção de mesoteliomas malignos, sendo
considerados como carcinogênicos completos, já que atuam como iniciadores e como promotores do processo. Entre
as fibras, os anfibólios (crocidolita, antofilita, tremolita e amosita, principalmente) são os maiores responsáveis pela
produção de mesoteliomas.
O desenvolvimento desses tumores malignos não parece ser dose-dependente, o que significa que, em
princípio, qualquer número de fibras pode iniciar e promover o tumor, o que explicaria sua incidência em mulheres de
trabalhadores, em seus filhos ou em pessoas que residem ou freqüentam edifícios revestidos com asbesto, utilizado
para fins de isolamento térmico.
O período de latência, entre a primeira exposição e a manifestação do mesotelioma maligno, é muito longo,
podendo ser de 35 a 45 anos, ainda que alguns trabalhos mostrem períodos relativamente curtos, em torno de 20 anos,
porém raramente inferior a 15 anos.
Os mesoteliomas malignos da pleura, do peritônio e/ou do pericárdio, ocorrendo em trabalhadores com
história de exposição ocupacional ao asbesto, devem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado como causa necessária na etiologia
desses tumores, ainda que outros fatores de risco possam atuar como coadjuvantes. Ter residido nas proximidades de
unidades industriais que processam o asbesto pode constituir um fator de risco adicional.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasias malignas da pele - Prevenção da Doença

Neoplasias malignas da pele - Prevenção da Doença

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna da pele relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
A eliminação ou o controle da exposição ao arsênio, aos derivados do carvão mineral e do coque do
petróleo, do contato com óleos minerais e derivados do alcatrão e a proteção radiológica exemplificam medidas que
podem reduzir a incidência dos epiteliomas malignos em grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental
visam à eliminação da exposição ou à sua redução a concentrações próximas de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- utilização, na indústria, de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, facilidades para higiene pessoal, como recursos
para banho, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente e das
radiações ionizantes e não-ionizantes;
- técnicas de perfuração a úmido em atividades de mineração, para diminuir concentração de poeiras no
ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados,
em bom estado de conservação, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.

Entre as medidas preventivas específicas para o controle da exposição à radiação ultravioleta, estão:
- exposição gradual à radiação solar;
- limitação da exposição a horários de menor radiação solar;
- uso de filtros solares (fotoprotetores) que absorvem os raios ultravioleta (UVB);
- vestuário adequado, limpo, arejado, de tecido apropriado às condições climáticas (temperatura e
umidade), incluindo chapéus, de forma a proteger o rosto e a pele do corpo da exposição em ambientes
externos.
Sobre os procedimentos de vigilância da exposição às radiações ionizantes ver, neste capítulo, o protocolo
Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros.
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do PCMSO
(NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica e exames complementares orientados pela exposição ocupacional. Para alguns dos agentes,
a NR 7 define parâmetros específicos, como, por exemplo, o IBMP para o arsênio na urina é de 50 µg/g de creatinina.
A realização de exames médicos periódicos, com rigoroso exame dermatológico nos trabalhadores de grupos de risco,
ainda que não reduzam a incidência dos carcinomas de pele relacionados (ou não) ao trabalho, podem contribuir para
sua detecção em estágios iniciais, aumentando o sucesso do tratamento.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasias malignas da pele - Tratamento de Saúde

Neoplasias malignas da pele - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Está indicada a ressecção cirúrgica tradicional, com uma margem livre de tumor de 3 a 10 mm, dependendo
do seu tamanho. Outros procedimentos incluem a cirurgia de Moh, curetagem,
criocirurgia e radioterapia.
A conduta nos tumores grandes e profundamente erosivos, ou com metástases a distância,
deverá ser avaliada clínica e cirurgicamente com o devido critério.
De um modo geral, o sucesso do tratamento cirúrgico e radioterápico dos epiteliomas malignos, não-
metastáticos, é extremamente elevado, chegando a faixas entre 90 e 95%. Pode ocorrer recidiva do tumor, principalmente
se a excisão não foi feita com a devida margem de segurança.
Nos tumores cutâneos, tal como em outras doenças de pele, a deficiência, se houver, poderá incidir sobre
a esfera funcional, propriamente dita, e sobre a esfera estética.
Na primeira, dependendo do grau de comprometimento
da lesão e de sua localização, poderá haver prejuízo de movimentos e de outras funções relacionadas com as atividades
diárias. Dor e prurido podem ser importantes.
Após o tratamento cirúrgico, poderão permanecer seqüelas de
desfiguramento do paciente, cicatrizes e sinais de enxerto de pele.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasias malignas da pele - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasias malignas da pele - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
de DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

O carcinoma de células basais, ou basocelular, apresenta-se como uma lesão rugosa, pigmentada com
telangiectasias, de crescimento lento e localizada em sítios de exposição solar.
O carcinoma de células escamosas ou
espinocelular manifesta-se como um nevus eritematoso, de crescimento lento, que pode evoluir a nódulos que,
freqüentemente, ulceram. As manifestações a distância desses carcinomas são raras, podendo ocorrer perda de peso,
anorexia, letargia, derrame pleural, ascite, sintomas neurológicos provocados por metástases e dor óssea.
O diagnóstico é feito pela história clínica e exame físico, com ênfase na pele, na região das costas, cavidade
oral, região perianal e genital, lesões de intertrigo, pesquisa de adenopatias no pescoço, ausculta pulmonar, palpação
abdominal para pesquisa de massas tumorais e hepatomegalia. Os exames laboratoriais incluem o quadro hematológico
completo, transaminases hepáticas, fosfatase alcalina e biópsia da lesão.
O melhor recurso diagnóstico do carcinoma de células basais é a biópsia da lesão suspeita. Quando há
suspeita de carcinoma de células escamosas, a biópsia deve ser aprofundada.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com algumas infecções (fúngicas, tularemia, sífilis, carbúnculo) lesões
inflamatórias (pioderma gangrenoso, gota), estase venosa e úlceras varicosas, psoríase, seborréia e ceratose pré-maligna.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasias malignas da pele - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasias malignas da pele - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia dos cânceres de pele está fortemente associada com a exposição actínica, em especial os raios
ultravioleta. Cerca de 90% desses cânceres desenvolvem-se em regiões do corpo expostas ao sol. A incidência em
populações brancas aumenta muito em regiões próximas à linha do Equador e com a altitude, quando comparada com
o nível do mar. As pessoas de pele clara, que sofrem queimaduras solares com mais facilidade, têm um risco aumentado
de desenvolver câncer de pele. A incidência em negros é muito mais baixa que em brancos. Profissões que expõem os
trabalhadores à intensa radiação solar, como agricultores, trabalhadores da construção civil e mineração a céu aberto,
pescadores e marinheiros, por exemplo, têm taxas de incidência de câncer de pele mais elevadas do que a população
em geral ou trabalhadores de outras profissões menos expostos à radiação actínica.
Outros fatores de risco associados ou predisponentes têm sido observados, tais como:
história familiar de câncer de pele, recepção de rim transplantado, xeroderma pigmentoso,
síndrome de Gorling, albinismo, infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV),
inflamação crônica, cicatrizes, ceratoses arsenicais (doença de Bowen,) ceratoses
solares e traumatismo.
O câncer de pele decorrente de exposição ocupacional foi descrito, pela primeira vez, por Percivall Pott, em
1775, no escroto de trabalhadores limpadores (ou ex-limpadores) de chaminés, após contato direto da pele com
fuligem. Mais tarde, em 1915, Yamagiwa & Ichikawa descreveram a indução de tumores de pele em animais, pela
aplicação de alcatrão do carvão sobre suas peles.
Na década de 40, foi isolado e sintetizado o benzopireno (3,4-benzopireno),
identificado como o cancerígeno responsável pelos tumores descritos por Pott.
Hoje, sabe-se que os diferentes hidrocarbonetos policíclicos aromáticos variam muito na sua
potência cancerígena.
Outro exemplo é o câncer de pele devido ao arsênio, seja em sua produção, utilização de seus produtos ou ingestão de água contaminada, como
ocorre, endemicamente, no norte da Argentina, Chile, em regiões do México e Taiwan.
A radiação ionizante também
pode causar câncer de pele, ainda que com os atuais procedimentos de segurança se acredite que a incidência se
tenha reduzido notavelmente.
Os seguintes agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional devem ser considerados na
investigação da etiologia de câncer de pele em trabalhadores:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina, creosoto, piche, xisto betuminoso e produtos de resíduos
dessas substâncias;
- radiações ionizantes;
- radiações ultravioleta;
- óleos minerais lubrificantes e de corte naftêmicos ou parafínicos.
Os epiteliomas malignos podem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado importante fator de risco, associado com a sua etiologia
multicausal.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasias malignas da pele - Definição da Doença

Neoplasias malignas da pele - Definição da Doença

7.6.8 OUTRAS NEOPLASIAS MALIGNAS DA PELE CID-10 C44.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os epiteliomas são neoplasias do epitélio, que podem ser benignos ou malignos. Porém, o termo epitelioma
é geralmente reservado para designar os processos malignos, correspondendo aos carcinomas de células basais
(basocelulares) e aos carcinomas de células escamosas (espinocelulares). Os melanomas normalmente são incluídos
em outra categoria.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Prevenção da Doença

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Prevenção da Doença

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros relacionada ao trabalho
deve se orientar pelas determinações da Convenção/OIT n.º 139/1974, a respeito de prevenção e controle de riscos
profissionais causados por substâncias ou agentes cancerígenos, ratificada pelo Brasil em junho de 1990 e vigente
desde junho de 1991, mencionada na introdução deste capítulo. O controle ambiental da exposição às radiações
ionizantes é essencial para reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
A exposição às radiações ionizantes deve ser limitada, com controle rigoroso das fontes de radiação, tanto
em ambientes industriais como nos serviços de saúde. Devem ser observadas as seguintes diretrizes básicas de
proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, definidas pela Portaria/MS n.º 453/1998:
- os equipamentos devem ter dispositivos de segurança, anteparos de proteção e manutenção preventiva
rigorosa;
- as salas e setores devem ser dotados de sinalização, proteção e blindagem;
- os procedimentos operacionais e de segurança devem ser bem definidos, incluindo situações de
acidentes e emergências;
- o pessoal deve receber treinamento adequado e ser supervisionado;
- os equipamentos e fontes devem ser posicionados o mais distante possível dos trabalhadores;
- deve-se diminuir o número de trabalhadores nesses setores e o tempo de exposição.
Aos trabalhadores expostos a radiações ionizantes deve ser garantido:
- monitoramento contínuo por meio de dosimetria individual;
- realização de exames periódicos para detecção precoce de efeitos à saúde, incluindo a realização de
hemograma completo e contagem de plaquetas no pré-admissional e semestralmente;
- fornecimento de equipamentos de proteção, entre eles, anteparos, aventais blindados e luvas.
Os procedimentos de vigilância devem incluir a verificação da adequação e o cumprimento, pelo empregador,
do PPRA (NR 9), do PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e
municípios. A realização de hemogramas periódicos em trabalhadores expostos a radiações ionizantes, como determina
a NR 7, ainda que não ajude a reduzir a incidência do osteossarcoma e outros tumores malignos, pode contribuir para
detecção de outros sinais precoces relacionados com a exposição excessiva.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Tratamento de Saúde

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento especializado é cirúrgico, associado à radioterapia e à quimioterapia.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por dor local, sinais inflamatórios e edema na região correspondente ao
tumor. No osteossarcoma primário do jovem, chama a atenção o componente dor persistente, mais à noite, antes de
sinais externos. O diagnóstico é baseado em história clínica, exame local, radiografia, tomografia computadorizada e
dosagem da fosfatase alcalina. Deve-se pesquisar metástases pulmonares.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do osteossarcoma não são conhecidas. No osteossarcoma clássico primário, do jovem com
menos de 20 anos de idade, o desenvolvimento ocorre em pessoas aparentemente sem qualquer outra patologia
óssea, surgindo a partir das metáfises de ossos longos, antes do fechamento das epífises.
O osteossarcoma secundário desenvolve-se em pessoas idosas, tanto em ossos chatos como em ossos
longos, geralmente sobreposto a uma patologia óssea preexistente, como, por exemplo:
doença de Paget, encondromas, exostoses, osteomielites, displasia fibrosa,
infartos e fraturas, ou em conseqüência da exposição a agentes carcinogênicos
ambientais, destacando-se as radiações ionizantes, em exposições ambiental,
iatrogênica ou ocupacional.
Pacientes com retinoblastoma familial apresentam risco aumentado de desenvolver osteossarcoma.
É clássica a história da exposição ocupacional à radiação ionizante em trabalhadoras de fábricas e oficinas
de relógios e instrumentos similares, com algarismos, sinais, ponteiros e mostradores luminosos ou luminescentes. A
tinta utilizada continha radium sobre sulfeto de zinco e as trabalhadoras molhavam e ajustavam os pequenos pincéis
na boca, registrando-se, em conseqüência, inúmeros casos de radionecrose da mandíbula, anemia aplástica e
osteossarcoma. Considerando que esse processo de trabalho foi abandonado, a incidência de osteossarcoma relacionado
ao trabalho, com essas características, tende a desaparecer.
A ocorrência de osteossarcoma em trabalhadores adultos,
com história de exposição ocupacional a radiações
ionizantes, deve ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, sendo o
trabalho considerado como causa necessária na etiologia desses tumores, ainda que outros fatores de risco possam atuar
como coadjuvantes.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Definição da Doença

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Definição da Doença

7.6.7 NEOPLASIA MALIGNA DOS OSSOS E CARTILAGENS ARTICULARES
DOS MEMBROS (Inclui Sarcoma Ósseo) CID-10 C40.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Sarcomas são neoplasias malignas de tecidos mesenquimais. Osteossarcoma ou sarcoma osteogênico é
uma neoplasia maligna primária de osso, constituída de estroma de osteoblastos malignos que fazem osteóide. O
osteossarcoma clássico é um tumor pobremente diferenciado, altamente agressivo, que afeta principalmente adultos
jovens, envolvendo, mais freqüentemente, os ossos longos (fêmur, tíbia e úmero), podendo ser classificado como
osteoblástico, condroblástico ou fibroblástico, de acordo com o componente histológico predominante.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Pulmão - Prevenção da Doença

Câncer de Pulmão - Prevenção da Doença

A prevenção da neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão relacionada ao trabalho tem como referência
a Convenção/OIT n.º 139/1974, que determina a adoção das seguintes providências:
- procurar de todas as formas substituir as substâncias e agentes cancerígenos por outros não-
cancerígenos ou menos nocivos;
- reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível
com a segurança;
- prescrever medidas de proteção;
- estabelecer sistema apropriado de registro;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e medidas a serem aplicadas;
- garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
O controle ambiental do arsênio, berílio, cromo, níquel, cádmio, cloreto de vinila, acrilonitrila, clorometil
éteres, formaldeído, entre outros agentes químicos, pode, efetivamente, reduzir a incidência da doença em grupos
ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação da exposição e ao controle dos níveis de
concentração próximos de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- utilização, na indústria, de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas e medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, com
limpeza a úmido ou lavagem com água das superfícies (bancadas, paredes, solo) ou por sucção, para
retirada de partículas antes do início das atividades;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- em atividades de mineração, adotar técnicas de perfuração a úmido para diminuir a concentração de
poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de
vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, de modo complementar às medidas de proteção coletiva adotadas.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas no
ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais. Entre os agentes reconhecidos como causadores de neoplasia
maligna dos brônquios e do pulmão relacionada ao trabalho estão:
- arsina: 0,04 ppm ou 0,16 mg/m3
- cloreto de vinila: 156 ppm ou 398 mg/m3
- formaldeído: 1,6 ppm ou 2,3 mg/m3
- níquel carbonila: 0,04 ppm ou 0,28 mg/m3

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do
conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem
o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.

Além do exame clínico, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas
respiratórios já validados, e os exames complementares adequados. Medidas de promoção da saúde e controle do
tabagismo também devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Pulmão - Tratamento de Saúde

Câncer de Pulmão - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Os tratamentos indicados são:
- cirurgia para ressecção pulmonar parcial ou total;
- radioterapia;
- quimioterapia.
O correto diagnóstico de câncer de pulmão permite o estagiamento do tumor, em relação ao prognóstico e
à sobrevida, a partir da extensão da doença, do estado de desempenho do paciente, do status da performance e da
histologia do tumor.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Pulmão - Quadro clínico e diagnóstico

Câncer de Pulmão - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Uma história sugestiva de câncer de pulmão inclui tabagismo, surgimento de tosse ou alteração do padrão
de tosse previamente existente, rouquidão, hemoptise, anorexia, perda de peso, dispnéia, pneumonias de resolução
arrastada, dor torácica e sintomas de síndromes paraneoplásicas. A localização apical e a presença de metástases
podem produzir quadros clínicos polimorfos.
O diagnóstico de câncer de pulmão é baseado na história clínica, no exame físico e em exames
complementares, principalmente as radiografias de tórax, tomografia computadorizada (TC), citologia de escarro e
procedimentos endoscópicos com coleta de material e exame histológico, pois a conduta adotada vai depender do tipo
histológico do tumor, assim como do seu estagiamento.



Fonte: Doenças do Trabalho

Exposição ao asbesto ou amianto e o câncer de pulmão

Exposição ao asbesto ou amianto e o câncer de pulmão

Desde 1955 é reconhecida a relação causal entre a exposição ao asbesto ou amianto e a ocorrência dos
mesoteliomas da pleura, do peritônio e do câncer de pulmão, associados ou não à asbestose. A exposição ocupacional
ao asbesto – a mais importante na produção de câncer pulmonar relacionado ao trabalho – produz um aumento de 3
a 4 vezes o risco de ocorrência do adenocarcinoma pulmonar em trabalhadores não-fumantes e do carcinoma de
células escamosas em trabalhadores fumantes (risco 3 vezes superior ao risco de fumantes não-expostos ao amianto).
Assim, em trabalhadores fumantes expostos ao asbesto, o risco relativo (sinergicamente multiplicado) é aumentado
em 90 vezes.
Estudos epidemiológicos rigorosos têm demonstrado, a partir da década de 50, a importância do cromo
hexavalente, ou seja, íon cromo na valência 6+ ou CrVI, na etiologia do câncer de pulmão. A exposição se dá,
particularmente na produção do cromo, nas névoas dos tanques de cromagem, pigmentos de tintas, como cromatos de
chumbo e zinco, fumos de solda provenientes de metais com alto teor de cromo, como aço inoxidável nos processos de
galvanoplastia e na indústria de ferro-cromo.
As radiações ionizantes estão historicamente associadas a tumores malignos. Sua contribuição na etiologia
do câncer de pulmão tem sido descrita em trabalhadores da saúde (radiologistas), de minas subterrâneas de ferro,
com exposição a radônio radiativo, minas de estanho, de urânio, provavelmente de ouro e em trabalhadores de
minas de carvão.
O tempo de latência é relativamente longo, raramente inferior a 15/20 anos.
O câncer de pulmão pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação
de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco associado com a etiologia multicausal do câncer de pulmão.



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Pulmão - Epidemiologia e Fatores de risco

Câncer de Pulmão - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A partir dos estudos sobre a etiologia do câncer de pulmão feitos por Doll & Hill, em 1950,
inúmeros trabalhos têm demonstrado que o tabagismo é a causa mais importante desta neoplasia,
responsável por aproximadamente 80 a 90% dos casos.
Os fumantes têm o risco de morrer por câncer de pulmão aumentado em cerca
de 10 vezes, em média, sendo que, nos grandes fumantes, o risco relativo é de 15 a 25 vezes.
Os carcinógenos mais conhecidos, produzidos na combustão do tabaco, são a nitrosamina
tabaco-específica e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.

Outros fatores de risco documentados na literatura são:
poluição industrial,
residência em áreas densamente urbanizadas e
exposição não-ocupacional a
radiações ionizantes.

O risco de câncer de pulmão atribuível à ocupação varia de 4 a 40%, de acordo com o
agente analisado.
Contudo, restam questões a ser mais bem explicadas, principalmente no que se refere à interferência do tabagismo
como variável de confusão e a natureza da combinação de efeitos, aditivos ou multiplicativos.

Os agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional mais conhecidos são:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- asbesto ou amianto. Deve ser investigada a exposição atual e pregressa, atentando, inclusive, para
pequenas exposições ao longo dos anos, como, por exemplo, em encanadores que instalam caixas
d’água de cimento-amianto, fazendo os furos para passagem dos canos e respirando a poeira;
carpinteiros da construção civil, ao fixarem as telhas de cimento-amianto com parafusos; mecânicos
que lixam as lonas e pastilhas de freios; exposição a talco contaminado com fibras de amianto na
indústria de artefatos de borracha; no lixamento de massa plástica usada no reparo de inúmeros objetos
(a massa plástica pode conter talco contaminado por asbesto na sua composição), entre inúmeras
outras;
- berílio;
- cádmio ou seus compostos;
- cromo e seus compostos tóxicos;
- cloreto de vinila. Está presente nas fábricas de cloreto de vinila, na produção do PVC (polímero) ou na
exposição ao cloreto de vinila monômero (VCM);
- clorometil éteres;
- sílica livre;
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias;
- radiações ionizantes;
- emissões de fornos de coque (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos);
- níquel e seus compostos. Representam risco os compostos insolúveis e os complexos de níquel com
monóxido de carbono. A operação de soldagem de aço inoxidável pode gerar fumos com altos teores
de níquel;
- acrilonitrila. Na forma de monômero usado na indústria química;
- formaldeído. O aldeído fórmico (formaldeído ou formol) é volátil e muito usado na conservação de tecidos,
em laboratórios de anatomia, como matéria-prima em alguns processos na indústria química, ou são
provenientes de reação de polimerização de algumas resinas sintéticas, como, por exemplo, no Sinteko;
- processamento (fundição) do alumínio e de outros metais;
- névoas de óleos minerais (óleo de corte ou óleo solúvel).



Fonte: Doenças do Trabalho

Câncer de Pulmão Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão - Definição da Doença

Câncer de Pulmão Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão - Definição da Doença

7.6.6 NEOPLASIA MALIGNA DOS BRÔNQUIOS E DO PULMÃO CID-10 C34.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
O grupo de doenças englobadas no câncer do pulmão compreende:
- carcinoma de células escamosas, também conhecido como carcinoma epidermóide, responsável por
cerca de 30% de todas as neoplasias malignas do pulmão, mais freqüentemente central (80%) que
periférico (20%);
- carcinoma de pequenas células, responsável por 20% das neoplasias malignas pulmonares, de
localização mais freqüentemente mediastinal ou hilar (95%) que periférica (5%);
- adenocarcinoma e carcinoma de grandes células, responsável por cerca de 30% de todas as neoplasias
malignas pulmonares, de localização mais freqüente na periferia, como nódulos periféricos (70%);
- cânceres histologicamente mistos, responsáveis por cerca de 20% de todas as neoplasias malignas
pulmonares;
- tumores pulmonares pouco comuns (carcinóides brônquicos, carcinomas adenóides císticos e
carcinossarcomas).



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da laringe - Prevenção da Doença

Neoplasia maligna da laringe - Prevenção da Doença

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna da laringe relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo. O controle
ambiental da exposição a névoas de ácidos inorgânicos fortes, ao asbesto, aos compostos do níquel, ao álcool
isopropílico, aos óleos minerais e ao gás mostarda pode, efetivamente, reduzir a incidência do câncer de laringe em
grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental devem visar à eliminação da exposição ou ao controle
dos níveis em concentrações próximas de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- utilização, na indústria, de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas gerais de limpeza dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, de forma complementar às medidas de proteção coletiva.
Os procedimentos específicos para a vigilância da saúde de expostos ao amianto estão descritos no protocolo
Mesoteliomas e para a exposição às radiações ionizantes estão descritos no protocolo Neoplasia maligna dos ossos e
cartilagens articulares dos membros, neste capítulo.
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento do PPRA (NR 9), do PCMSO (NR 7) e de outros
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15 define os LT das concentrações
em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de trabalho de 48 horas semanais.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico cuidadoso, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares adequados ao fator de risco identificado.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da laringe - Tratamento de Saúde

Neoplasia maligna da laringe - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
No tratamento, busca-se preservar tanto a vida do paciente quanto a sua voz, sendo utilizados procedimentos
cirúrgicos mais limitados, combinados com radioterapia ou apenas radioterapia, isoladamente. A laringectomia total é
geralmente necessária para aqueles pacientes nos quais os métodos mais conservadores fracassaram. Os tumores
profundamente infiltrantes são mais difíceis de serem avaliados, devido ao fato de serem acompanhados por edema e
distorção das estruturas, sendo a laringectomia aplicada nesses pacientes.
De um modo geral, o prognóstico do câncer de laringe, em termos de sobrevida, ainda é relativamente
desfavorável, dependendo de sua localização (glote, supraglote ou subglote), da precocidade de seu diagnóstico, do
grau de infiltração ganglionar regional e da presença de metástases à distância. Nas fases iniciais, consegue-se, pela
radioterapia, a cura de aproximadamente 75% dos pacientes. Nas fases avançadas, a cirurgia e a radioterapia combinadas
não conseguem sucesso superior a 25% de sobrevida em 5 anos.
Tende-se, em serviços especializados, a valorizar a preservação da voz do paciente laringectomizado,
buscando, para tanto, processos de reabilitação com terapeutas da voz, a fim de desenvolver a fala esofageana.
Nesses serviços consegue-se que 50 a 70% dos pacientes desenvolvam a fala esofageana.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da laringe - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna da laringe - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A rouquidão geralmente é o primeiro sintoma apresentado. Pacientes com história de rouquidão, superior
a três semanas de duração, devem ser cuidadosamente examinados, por meio de laringoscopia. Também podem estar
presentes a otalgia, disfagia, odinofagia e tosse.
O diagnóstico é baseado na história de rouquidão persistente em paciente com mais de 40 anos de idade.
A laringoscopia indireta deve ser realizada durante a fonação, buscando-se observar as limitações de mobilidade das
cordas vocais e aritenóides ou ainda a rigidez. A tomografia computadorizada e/ou a ressonância magnética da laringe
podem ser úteis.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com a hiperceratose, a laringocele, com pólipos, que surgem como
massas pedunculadas e brilhantes e papilomas, que aparecem como formações em cachos e de coloração branca.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da laringe - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasia maligna da laringe - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do câncer da laringe não são bem conhecidas. Entre os fatores de risco descritos estão o
tabagismo, ingestão de álcool e a exposição à radiação excessiva, provocada, por exemplo, por grande quantidade de
radiografias dentárias.
Os fatores de risco de natureza ocupacional, relativamente bem documentados do ponto de vista
epidemiológico, são a exposição a névoas de ácidos inorgânicos fortes, ao asbesto ou amianto (alguns resultados são
controversos na literatura, porém há uma tendência a considerá-lo como carcinogênico para tumores de laringe), a
exposição ocupacional aos compostos de níquel, ao processo de fabricação do álcool isopropílico, por meio do método
do ácido forte, ao gás mostarda e a óleos minerais (solúveis ou de corte). Em relação ao asbesto, os estudos clássicos
referem-se a trabalhadores mineradores, da construção civil, de estaleiros e da fabricação de produtos de asbesto e de
cimento-amianto. Não parece haver características clínicas ou anatomopatológicas específicas relacionadas aos agentes
de natureza ocupacional.
O câncer de laringe pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação
de Schilling, sendo o trabalho, particularmente a exposição ocupacional ao asbesto, considerado no conjunto de fatores
de risco associados com a etiologia multicausal desse tumor.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da laringe - Definição da Doença

Neoplasia maligna da laringe - Definição da Doença


7.6.5 NEOPLASIA MALIGNA DA LARINGE CID-10 C32.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As neoplasias malignas da laringe abrangem três localizações: o carcinoma da glote, ou da corda vocal
verdadeira, o mais comum, representando cerca de 57% dos casos; o carcinoma supraglótico, 35% dos casos; e o
carcinoma subglótico, que corresponde a cerca de 8% dos casos.



Fonte: Doenças do Trabalho

Máscaras protetoras respiratórias

Máscaras protetoras respiratórias

As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, estas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Para os procedimentos específicos para a vigilância em saúde dos expostos às radiações ionizantes ver,
neste capítulo, o protocolo Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do
PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. Recomenda-
se a consulta à NR 15, que define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para
jornadas de 48 horas semanais de trabalho. O Anexo n.º 11 da NR 15 estabelece o LT para o níquel carbonila de 0,04
ppm ou 0,28 mg/m3
de ar.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares adequados ao fator de risco identificado.
Apesar de a concentração de cromo hexavalente na urina
não guardar relação com o risco de câncer, o IBMP previsto é de 30 µg/g de creatinina na urina, e o VR para populações
não-expostas ocupacionalmente é de até 5 µg/g de creatinina.
Ainda que a realização de exames médicos periódicos
não reduza a incidência do câncer das fossas nasais e dos seios paranasais relacionado (ou não) ao trabalho, pode
contribuir para sua detecção em estágios mais iniciais, aumentando, portanto, o sucesso do tratamento.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a dentificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Prevenção da Doença

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Prevenção da Doença

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais relacionada ao trabalho
baseia-se nos procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a
saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle ambiental da exposição ao cromo e níquel, níquel e poeiras de madeira, entre outros agentes,
pode, efetivamente, reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
As medidas de controle ambiental
visam à eliminação da exposição ou à redução a níveis de concentração próximos de zero,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho ou o emprego de sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas e de limpeza dos locais de trabalho, com limpeza a úmido ou
lavagem com água das superfícies do ambiente (bancadas, paredes, solo) ou por sucção, para retirada
de partículas antes do início das atividades;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes e monitoramento sistemático das concentrações
de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- em atividades de mineração, além dessas, devem ser adotadas técnicas de perfuração a úmido para
diminuir concentração de poeiras no ar ambiente e o uso de máscaras protetoras respiratórias. Se os
níveis forem acima dos aceitáveis, pode ser necessário o uso de equipamentos de ar mandado;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual, de forma complementar às
medidas de proteção coletiva.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Tratamento de Saúde

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Tratamento de Saúde

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A cirurgia é indicada devido à freqüência de comprometimento ósseo. A radioterapia é, quase sempre,
necessária porque as margens deixadas pela ressecção são geralmente estreitas. Nos tumores da cavidade nasal, dá-
se preferência à radioterapia para o tratamento das lesões iniciais. Caso haja comprometimento ósseo, ou se o tumor
é um melanoma ou sarcoma, a cirurgia estará indicada. Nas lesões avançadas, indica-se a ressecção cirúrgica e
radioterapia combinadas.
Estudos de seguimento de pacientes que se submeteram a tratamento combinado cirurgia-radioterapia
mostram, em média, uma sobrevida de 5 anos em cerca de 40% dos pacientes. Casos bem localizados e delimitados
poderão alcançar uma sobrevida mais prolongada.
Os critérios para avaliar e estagiar a deficiência produzida pela doença, quando ocorre, incluem: os transtornos
do olfato; transtornos respiratórios por estenose nasal; lesões mutilantes e perdas de substância; rinorréia ou formas
combinadas. O desenvolvimento de parosmias (odores anormais) ou de anosmia residual, pós-tratamento, poderá
provocar impactos importantes sobre o trabalhador, tanto em seus mecanismos de defesa, nas exposições a substâncias
químicas tóxicas ou perigosas, quanto na sua capacidade de trabalho, dependendo de sua atividade profissional.
Eventuais danos estéticos poderão ser valorizados, na perspectiva da Medicina do Seguro e da legislação civil e
criminal.



Fonte: Doenças do Trabalho

Sunday, December 22, 2013

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sinais e sintomas assemelham-se aos de uma sinusite inflamatória, incluindo dor local, hiperestesia,
odontalgia, secreção nasal sanguinolenta, queda dos dentes, maus-ajustes de dentaduras. Podem surgir, ainda, distúrbios
visuais, proptose, obstrução nasal, massa protrusa na bochecha, que pode ulcerar através da pele e do palato.
A rinoscopia, sinoscopia e tomografia computadorizada ou ressonância magnética da área comprometida
devem ser realizadas. A presença de destruição óssea, ao exame radiológico, favorece a suspeita de processos
neoplásicos, embora possa ocorrer em certas condições benignas.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Conhece-se pouco sobre a etiologia e os fatores predisponentes, embora se considere que o consumo
excessivo de álcool, o tabagismo e a deficiente higiene oral possam desempenhar papel favorecedor. O tempo de
latência é relativamente longo, quase sempre superior a 20 ou a 25 anos. Entre os agentes etiológicos e fatores de
risco de natureza ocupacional mais conhecidos para estes tumores estão:
- radiações ionizantes;
- cromo e seus compostos (provavelmente sais de cromo hexavalente);
- processo de refino do níquel;
- produção de álcool isopropílico (processo de ácido forte, provavelmente por exposição a alquil-sulfato,
produzido no processo);
- poeiras de madeira e outras poeiras orgânicas da indústria do mobiliário (produção de adeno-carcinomas);
- poeiras da indústria do couro;
- poeiras orgânicas (na indústria têxtil e em padarias).
Os tumores malignos das fossas nasais e/ou dos seios paranasais podem ser classificados como doenças
relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco,
na etiologia multicausal desses tumores malignos.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Definição da Doença

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Definição da Doença

7.6.4 NEOPLASIA MALIGNA DA CAVIDADE NASAL E DOS SEIOS PARANASAIS CID-10 C30- e C31.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Tumores que acometem a fossa nasal e os seios paranasais devem ser diferenciados dos tumores limitados
à fossa nasal e dos que surgem a partir dos seios paranasais. Cerca de 60% destes tumores malignos são encontrados
nos seios maxilares; 20% na fossa nasal; 15% nos seios etmoidais; 4% no vestíbulo nasal e 1% no seio frontal ou
esfenoidal. Aproximadamente 80% dos tumores malignos dessa região desenvolvem-se na superfície mucosa e 54%,
a maioria, são carcinomas de células escamosas. Podem, também, ocorrer carcinomas anaplásticos (17%), carcinomas
de células transicionais (7%), adenocarcinomas (6%), melanomas (5%), linfomas (6%) e outros.



Fonte: Doenças do Trabalho

Proibição do inseticida DDT

Proibição do inseticida DDT

A Lei Federal n.º 7.802/1989 e algumas leis estaduais e municipais
proíbem a utilização de agrotóxicos organoclorados,
neles incluídos o inseticida DDT (dicloro-difenil-tricloroetano), não devendo, portanto,
ser autorizada sua fabricação, comercialização e utilização.
A exposição às radiações ionizantes deve ser limitada por meio de controle rigoroso das
fontes de radiação, tanto em ambientes industriais como em serviços de saúde. Sobre os procedimentos específicos
para a vigilância em saúde dos expostos às radiações ionizantes ver, neste capítulo, o protocolo Neoplasia maligna dos
ossos e cartilagens articulares dos membros.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce de casos.
Além do exame clínico cuidadoso, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares, adequados ao fator de risco identificado, entre eles o hemograma completo. Medidas de promoção
da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação existentes do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.



Fonte: Doenças do Trabalho

Neoplasia maligna do pâncreas - Prevenção da Doença

Neoplasia maligna do pâncreas - Prevenção da Doença

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna do pâncreas relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle da exposição ocupacional às radiações ionizantes, ao DDT e aos óleos minerais (óleos solúveis),
principalmente na indústria mecânico-metalúrgica, pode reduzir a incidência da doença nos grupos de risco. As medidas
de controle ambiental visam à eliminação da exposição e ao controle dos níveis de concentração dos agentes próximos
de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- normas de higiene e segurança rigorosas; sistemas de ventilação exaustora local e de ventilação geral
adequados e eficientes; monitoramento sistemático das concentrações dos agentes no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário, sanitários limpos e de fácil acesso;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, como máscaras protetoras
respiratórias e outros, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Nas indústrias mecânico-metalúrgicas e outros processos com exposição a óleos recomenda-se dotar as
máquinas e equipamentos de anteparos para evitar que respingos de óleos de corte atinjam a pele dos trabalhadores.



Fonte: Doenças do Trabalho