Wednesday, December 31, 2014

Transtorno orgânico de personalidade - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtorno orgânico de personalidade - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de transtorno orgânico de personalidade têm sido encontrados entre os efeitos da exposição
ocupacional às seguintes substâncias químicas tóxicas:
- brometo de metila;
- chumbo ou seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos ;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de
transtorno orgânico de personalidade, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da
Classificação de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Tuesday, December 30, 2014

Transtorno orgânico de personalidade - Definição da Doença

Transtorno orgânico de personalidade - Definição da Doença

10.3.4 TRANSTORNO ORGÂNICO DE PERSONALIDADE CID-10 F07.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Transtorno orgânico de personalidade é conceituado como a alteração da personalidade e do comportamento
que aparece como um transtorno concomitante ou residual de uma doença, lesão ou disfunção cerebral. Caracteriza-
se por uma alteração significativa dos padrões habituais de comportamento pré-mórbido, particularmente no que se
refere à expressão das emoções, necessidades e impulsos. As funções cognitivas podem estar comprometidas de
modo particular ou mesmo exclusivo nas áreas de planejamento e antecipação das prováveis conseqüências pessoais
e sociais, como na chamada síndrome do lobo frontal, que pode ocorrer não apenas associada à lesão no lobo frontal,
mas também a lesões de outras áreas cerebrais circunscritas.


Monday, December 29, 2014

Transtorno cognitivo leve - Prevenção

Transtorno cognitivo leve - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do transtorno cognitivo leve relacionado ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das
condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito
por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento
psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução dos níveis de exposição às substâncias
químicas envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Sunday, December 28, 2014

Transtorno cognitivo leve - Tratamento

Transtorno cognitivo leve - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O diagnóstico de transtorno cognitivo leve indica a existência de agravos à fisiologia normal do córtex
cerebral. Considerando que a causa do agravo (agente tóxico), no caso do transtorno cognitivo leve relacionado ao
trabalho, encontra-se no ambiente ocupacional, a principal medida terapêutica é o afastamento do paciente do trabalho.
A avaliação criteriosa do estágio de comprometimento das funções cognitivas deve ser feita por especialista.
As conduções médica, psicológica e social do caso incluem o tratamento farmacológico e sintomático: benzodiazepínicos
para insônia e ansiedade; antidepressivos para depressão. Sintomas psicóticos nos casos de transtorno cognitivo leve
são raros. Dependendo do grau de disfunção e/ou lesão, pode-se avaliar a utilidade da reabilitação neuropsicológica
do paciente e da reabilitação profissional.
As medidas de controle médico e vigilância em relação aos demais trabalhadores expostos ao agente
tóxico no mesmo ambiente de trabalho são fundamentais na prevenção de outros casos.

DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO


Saturday, December 27, 2014

Transtorno cognitivo leve - Quadro clínico e diagnóstico

Transtorno cognitivo leve - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A principal manifestação é um declínio no desempenho cognitivo, que inclui queixas de comprometimento da
memória, dificuldades de aprendizado ou de concentração. Testes psicológicos objetivos podem ser úteis, mas devem ser
interpretados com cuidado, dada sua inespecificidade e a confusão com outras causas ligadas às condições de vida.
O diagnóstico diferencial com as síndromes pós-encefalítica e pós-traumática pode ser feito a partir da
etiologia e da menor amplitude dos sintomas, geralmente mais leves e de mais curta duração.


Friday, December 26, 2014

Transtorno cognitivo leve - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtorno cognitivo leve - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de transtorno cognitivo leve têm sido encontrados entre os efeitos da exposição ocupacional às
seguintes substâncias químicas tóxicas e agentes físicos:
- brometo de metila;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos;
- níveis elevados de ruído.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de
transtorno cognitivo leve relacionado ao trabalho, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Thursday, December 25, 2014

Transtorno cognitivo leve - Definição da Doença

Transtorno cognitivo leve - Definição da Doença

10.3.3 TRANSTORNO COGNITIVO LEVE CID-10 F06.7

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Transtorno cognitivo leve caracteriza-se por alterações da memória, da orientação, da capacidade de
aprendizado e redução da capacidade de concentração em tarefas prolongadas. O paciente se queixa de intensa
sensação de fadiga mental ao executar tarefas mentais e um aprendizado novo é percebido subjetivamente como
difícil, ainda que objetivamente consiga realizá-lo bem. Esses sintomas podem manifestar-se precedendo ou sucedendo
quadros variados de infecções (inclusive por HIV) ou de distúrbios físicos, tanto cerebrais quanto sistêmicos, sem que
haja evidências diretas de comprometimento cerebral.


Wednesday, December 24, 2014

Delirium - Prevenção

Delirium - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do delirium, não-sobreposto à demência, relacionado ao trabalho, consiste na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
Requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento
seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao
sofrimento psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.

As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a substâncias químicas
envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Tuesday, December 23, 2014

Delirium - Tratamento

Delirium - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O delirium, enquanto quadro agudo ou subagudo, caracteriza-se como uma emergência médica, e o primeiro
objetivo do tratamento é controlar a condição ou o fator que o está causando. No caso da exposição ocupacional a
agentes tóxicos para o sistema nervoso central, o afastamento do paciente/trabalhador do ambiente de trabalho é a
primeira conduta a ser tomada. Prover suporte físico (evitar acidentes: os pacientes podem se machucar devido à
desorientação e alterações psicomotoras), sensorial e ambiental (controle do nível de estímulos do ambiente: nem
pouco nem muito, manter referências conhecidas pelo paciente e pessoas calmas e familiares por perto).
O tratamento farmacológico sintomático é necessário nos casos em que há insônia e sintomas psicóticos
como alucinações, delírios e agitação psicomotora. O medicamento de escolha é o haloperidol em dose inicial variando
de 2 a 10 mg (dependendo do peso, idade e das condições físicas do paciente) por via intramuscular, repetida ao final
de uma hora se o paciente permanecer agitado. A dose oral deve ser 1,5 vez maior que a parenteral, para manter o
mesmo efeito terapêutico. A dose diária efetiva de haloperidol pode variar de 5 a 50 mg, de acordo com a gravidade do
delirium. A insônia pode ser tratada com benzodiazepínicos de meia-vida curta, como o lorazepam. O uso de
anticonvulsivantes está indicado nos casos em que há convulsões concomitantes.


Monday, December 22, 2014

Delirium - Quadro clínico e diagnóstico

Delirium - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No que se refere aos quadros relacionados ao trabalho, devem ser observados os seguintes critérios
diagnósticos:
- rebaixamento do nível da consciência – traduzido pela redução da clareza da consciência em relação
ao ambiente, com diminuição da capacidade de direcionar, focalizar, manter ou deslocar a atenção. É
o aspecto fundamental entre os critérios diagnósticos para o delirium;
- alterações na cognição, tais como déficit de memória, desorientação, perturbação de linguagem ou
desenvolvimento de uma perturbação da percepção que não é explicada por uma demência preexistente,
estabelecida ou em evolução;
- perturbação que se desenvolve ao longo de um curto período de tempo (horas a dias), com tendência
a flutuações no decorrer do dia;
- existência de evidências a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais de que a perturbação
é conseqüência direta ou indireta, associada a uma situação de trabalho.


Sunday, December 21, 2014

Delirium - Epidemiologia e Fatores de risco

Delirium - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de delirium têm sido encontrados entre os efeitos da exposição ocupacional às seguintes
substâncias químicas tóxicas, ou condições:
- substâncias asfixiantes: monóxido de carbono (CO), dissulfeto de hidrogênio (H2S);
- sulfeto de carbono;
- metais pesados (manganês, mercúrio, chumbo e arsênio);
- derivados organometálicos (chumbo tetraetila e organoestanhosos);
- trauma crânio-encefálico (TCE).

Deve ser afastada a possibilidade de uma demência preexistente, estabelecida ou em evolução. O delirium
pode decorrer de uma condição médica geral, como o experimentado por alguns pacientes durante períodos de
hospitalização. De 15 a 25% dos pacientes em alas de medicina interna e 30% dos pacientes em alas cirúrgicas de
tratamento intensivo e unidades cardíacas apresentam delirium por intoxicação com substância – devendo ser verificada
a droga específica envolvida ou abstinência de substância – ou devido a múltiplas etiologias.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, o diagnóstico de delirium relacionado
ao trabalho, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling,
em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Saturday, December 20, 2014

Delirium - Definição da Doença

Delirium - Definição da Doença

10.3.2 DELIRIUM, NÃO-SOBREPOSTO À DEMÊNCIA, COMO DESCRITA CID-10 F05.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Delirium é uma síndrome caracterizada por rebaixamento do nível de consciência, com distúrbio da orientação
(no tempo e no espaço) e da atenção (hipovigilância e hipotenacidade), associada ao comprometimento global das
funções cognitivas. Podem ocorrer alterações do humor (irritabilidade), da percepção (ilusões e/ou alucinações
especialmente visuais), do pensamento (ideação delirante) e do comportamento (reações de medo e agitação
psicomotora). Geralmente, o paciente apresenta uma inversão característica do ritmo vigília-sono com sonolência
diurna e agitação noturna. Pode vir acompanhada de sintomas neurológicos como tremor, asterixis, nistagmo,
incoordenação motora e incontinência urinária. Geralmente, o delirium tem um início súbito (em horas ou dias), um
curso breve e flutuante e uma melhora rápida assim que o fator causador é identificado e corrigido. O delirium pode
ocorrer no curso de uma demência, pode evoluir para demência, para recuperação completa ou para a morte. Apresenta
distintos níveis de gravidade, de formas leves a muito graves.


Friday, December 19, 2014

Demência - Prevenção

Demência - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da demência relacionada ao trabalho consiste, basicamente, na vigilância dos ambientes, das
condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito
por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento
psíquico do trabalhador, aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
Na presença de um fator de risco químico, as medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à
redução dos níveis de exposição, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool. A prevenção de acidentes graves com potencial para causar traumatismos crânio-encefálicos deve
ser sistemática, por meio de práticas gerenciais e medidas de segurança adequadas, com a participação dos trabalhadores.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Thursday, December 18, 2014

Demência - Tratamento

Demência - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A abordagem dos pacientes demenciados caracteriza-se por cuidados médicos de suporte:
- indicação médica de afastamento do trabalhador da exposição ao agente tóxico;
- possibilitar o acesso do paciente aos benefícios do SAT;
- suporte emocional para o paciente e sua família;
- tratamento farmacológico sintomático: benzodiazepínicos para ansiedade e insônia, antidepressivos
para depressão, antipsicóticos para delírios, alucinações e comportamento disruptivo;
- manejo da situação de trabalho: orientação das chefias e colegas de trabalho sobre a relação do
problema de saúde mental do paciente com o trabalho, buscando a colaboração e o suporte para a
investigação de outros casos no ambiente de trabalho de onde o paciente/trabalhador provém.


Wednesday, December 17, 2014

Demência - Quadro clínico e diagnóstico

Demência - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Critérios diagnósticos:
- comprometimento ou incapacidade manifestada pelo declínio das funções cognitivas (corticais
superiores), como: capacidade de aprendizagem, memória, atenção, concentração, linguagem, nível
de inteligência, capacidade de resolver problemas, juízo crítico e comportamento social adequado;
- comprometimento ou incapacidade pessoal para as atividades da vida diária.
Um declínio nas capacidades cognitivas é essencial para o diagnóstico de demência. As interferências no
desempenho de papéis sociais dentro da família, no trabalho e em outras esferas da vida não devem ser utilizadas
como única diretriz ou critério diagnóstico. Entretanto, essas podem servir como indicadores da investigação do
diagnóstico de demência e, uma vez feito o diagnóstico, como indicador útil da gravidade do quadro.


Tuesday, December 16, 2014

Demência - Epidemiologia e Fatores de risco

Demência - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As demências devidas às drogas e toxinas (incluindo a demência devida ao alcoolismo crônico) correspondem
de 10 a 20% dos casos de demência em geral. Os traumatismos cranianos respondem por 1 a 5% dos casos. Não
estão disponíveis dados que indiquem as porcentagens referentes à contribuição do trabalho ou da ocupação.
Quadros de demência têm sido encontrados trauma crânio-encefálico (TCE) e pelos efeitos da exposição
ocupacional às seguintes substâncias químicas tóxicas:
- substâncias asfixiantes: monóxido de carbono (CO), sulfeto de hidrogênio (H²S);
- sulfeto de carbono;
- metais pesados (manganês, mercúrio, chumbo e arsênio);
- derivados organometálicos (chumbo tetraetila e organoestanhosos).
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, o diagnóstico de demência
relacionada ao trabalho, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser enquadrado no Grupo I da Classificação
de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Monday, December 15, 2014

Demência - Definição da Doença

Demência - Definição da Doença

10.3.1 DEMÊNCIA EM OUTRAS DOENÇAS ESPECÍFICAS CLASSIFICADAS
EM OUTROS LOCAIS CID-10 F02.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Demência é conceituada como síndrome, geralmente crônica e progressiva, devida a uma patologia
encefálica, de caráter adquirido, na qual se verificam diversas deficiências das funções corticais superiores, incluindo:
memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprender, linguagem e julgamento. A
consciência não é afetada e as deficiências cognitivas são acompanhadas e, ocasionalmente, precedidas por deterioração
do controle emocional, da conduta social ou da motivação (Bertolote, 1997). Pode estar associada a inúmeras doenças
que atingem primária ou secundariamente o cérebro, entre elas, epilepsia, alcoolismo, degeneração hepatolenticular,
hipotireoidismo adquirido, lúpus eritematoso sistêmico, tripanosomíase, intoxicações, doenças pelo HIV, doença de
Huntingtong, doença de Parkinsong, ocorrência de infartos múltiplos, outras doenças vasculares cerebrais isquêmicas
e contusões cerebrais repetidas, como as sofridas pelos boxeadores.


Sunday, December 14, 2014

Lista de transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho

Lista de transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho

10.3 LISTA DE TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO RELACIONADOS AO TRABALHO, DE
ACORDO COM A PORTARIA/MS N.° 1.339/1999
- Demência em outras doenças específicas classificadas em outros locais (F02.8)
- Delirium, não-sobreposto à demência, como descrita (F05.0)
- Transtorno cognitivo leve (F06.7)
- Transtorno orgânico de personalidade (F07.0)
- Transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado (F09.-)
- Alcoolismo crônico (relacionado ao trabalho) (F10.2)
- Episódios depressivos (F32.-)
- Estado de estresse pós-traumático (F43.1)
- Neurastenia (inclui síndrome de fadiga) (F48.0)
- Outros transtornos neuróticos especificados (inclui neurose profissional) (F48.8)
- Transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não-orgânicos (F51.2)
- Sensação de estar acabado (síndrome de burn-out, síndrome do esgotamento profissional) (Z73.0)




Saturday, December 13, 2014

Transtornos mentais no trabalho. Limitações.

Transtornos mentais no trabalho. Limitações.

A definição de disfunção e incapacidade causada pelos transtornos mentais e do comportamento,
relacionados ou não com o trabalho, é difícil.
Os indicadores e parâmetros propostos pela AMA organizam a disfunção
ou deficiência causadas pelos transtornos mentais e do comportamento em quatro áreas:

LIMITAÇÕES EM ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA:
que incluem atividades como autocuidado, higiene pessoal, comunicação,
deambulação, viagens, repouso e sono, atividades sexuais e exercício de atividades sociais e recreacionais.
O que é avaliado não é simplesmente o número de atividades que estão restritas ou prejudicadas, mas o
conjunto de restrições ou limitações que, eventualmente, afetam o indivíduo como um todo;

EXERCÍCIO DE FUNÇÕES SOCIAIS:
refere-se à capacidade do indivíduo de interagir apropriadamente e comunicar-se
eficientemente com outras pessoas. Inclui a capacidade de conviver com outros, tais como membros de
sua família, amigos, vizinhos, atendentes e balconistas no comércio, zeladores de prédios, motoristas de
táxi ou ônibus, colegas de trabalho, supervisores ou supervisionados, sem alterações, agressões ou sem o
isolamento do indivíduo em relação ao mundo que o cerca;

CONCENTRAÇÃO, PERSISTÊNCIA E RITMO:
também denominados capacidade de completar ou levar a cabo tarefas. Estes
indicadores ou parâmetros referem-se à capacidade de manter a atenção focalizada o tempo suficiente
para permitir a realização cabal, em tempo adequado, de tarefas comumente encontradas no lar, na escola,
ou nos locais de trabalho. Essas capacidades ou habilidades podem ser avaliadas por qualquer pessoa,
principalmente se for familiarizada com o desempenho anterior, basal ou histórico do indivíduo.
Eventualmente, a opinião de profissionais psicólogos ou psiquiatras, com bases mais objetivas, poderá
ajudar a avaliação;

DETERIORAÇÃO OU DESCOMPENSAÇÃO NO TRABALHO: refere-se a falhas repetidas na adaptação a circunstâncias estressantes.
Frente a situações ou circunstâncias mais estressantes ou de demanda mais elevada, os indivíduos saem,
desaparecem ou manifestam exacerbações dos sinais e sintomas de seu transtorno mental ou
comportamental. Em outras palavras, descompensam e têm dificuldade de manter as atividades da vida
diária, o exercício de funções sociais e a capacidade de completar ou levar a cabo tarefas. Aqui, situações
de estresse, comuns em ambientes de trabalho, podem incluir o atendimento de clientes, a tomada de
decisões, a programação de tarefas, a interação com supervisores e colegas.
Alguns conceitos e noções considerados básicos para os campos da Saúde Mental e Trabalho encontram-
se definidos em glossário ao final deste livro. Os termos específicos da psicopatologia geral encontram-se definidos
nos manuais de psiquiatria.


Friday, December 12, 2014

A prevenção dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho

A prevenção dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho

A prevenção dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho baseia-se nos
procedimentos de vigilância dos agravos à saúde e dos ambientes e condições de trabalho.
Utiliza conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, toxicologia,
ergonomia, psicologia, entre outras disciplinas,
valoriza a percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e a saúde e baseia-se nas normas técnicas e regulamentos
vigentes, envolvendo:
- reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas, agentes
físicos e/ou biológicos e os fatores de risco decorrentes da organização do trabalho potencialmente
causadores de doença;
- identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores
de risco identificados;
- identificação e proposição de medidas que devem ser adotadas para a eliminação ou controle da
exposição aos fatores de risco e para proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.

A vigilância em saúde do trabalhador deve considerar a multiplicidade de fatores envolvidos na determinação
das doenças mentais e comportamentais relacionadas ao trabalho. Em alguns casos, são de natureza química, em
outros, intrinsecamente relacionados às formas de organização e gestão do trabalho ou mesmo da ausência de trabalho
e em muitos casos decorrem de uma ação sinérgica desses fatores.

A partir da confirmação do diagnóstico da doença e do estabelecimento de sua relação com o trabalho,
seguindo os procedimentos descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção à saúde do
trabalhador devem implementar as seguintes ações:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo;
- se o trabalhador é segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar a emissão da CAT à empresa,
preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa de emissão da CAT pela empresa, o
médico assistente (ou serviço médico) deve fazê-lo;
- acompanhamento da evolução do caso, registro de pioras e agravamento da situação clínica e sua
relação com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à Delegacia Regional do Trabalho
e ao sindicato ao qual pertence o trabalhador;
- vigilância epidemiológica, por meio da busca ativa de outros casos na mesma empresa ou ambiente
de trabalho ou em outras empresas do mesmo ramo de atividade na área geográfica;
- inspeção na empresa ou ambiente de trabalho de origem do paciente ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde e
as medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual utilizados: se necessário,
complementar a identificação do agente (químico, físico ou biológico), das condições de trabalho
determinantes do agravo e de outros fatores de risco que podem estar contribuindo para a ocorrência;
- recomendação ao empregador sobre as medidas de proteção e controle a serem adotadas, informando-
as aos trabalhadores.


Thursday, December 11, 2014

Estafa no Trabalho, síndrome do esgotamento profissional

Estafa no Trabalho, síndrome do esgotamento profissional

Os fatores relacionados ao tempo e ao ritmo de trabalho são muito importantes na determinação
do sofrimento psíquico relacionado ao trabalho.
Jornadas de trabalho longas, com poucas pausas destinadas ao descanso
e/ou refeições de curta duração, em lugares desconfortáveis, turnos de trabalho noturnos, turnos alternados ou turnos
iniciando muito cedo pela manhã; ritmos intensos ou monótonos; submissão do trabalhador ao ritmo das máquinas, sob as
quais não tem controle; pressão de supervisores ou chefias por mais velocidade e produtividade causam, com freqüência,
quadros ansiosos, fadiga crônica e distúrbios do sono.
Os níveis de atenção e concentração exigidos para a realização das tarefas, combinados com o nível de
pressão exercido pela organização do trabalho, podem gerar tensão, fadiga e esgotamento
profissional ou burn-out (traduzido para o português como:
síndrome do esgotamento profissional ou estafa).
Estudos têm demonstrado que alguns metais pesados e solventes podem ter ação tóxica direta sobre o
sistema nervoso, determinando distúrbios mentais e alterações do comportamento, que se manifestam por irritabilidade,
nervosismo, inquietação, distúrbios da memória e da cognição, inicialmente pouco específicos e, por fim, com evolução
crônica, muitas vezes irreversível e incapacitante.
Os acidentes de trabalho podem ter conseqüências mentais quando, por exemplo, afetam o sistema nervoso
central, como nos traumatismos crânio-encefálicos com concussão e/ou contusão. A vivência de acidentes de trabalho
que envolvem risco de vida ou que ameaçam a integridade física dos trabalhadores determinam, por vezes, quadros
psicopatológicos típicos, caracterizados como síndromes psíquicas pós-traumáticas. Por vezes, surgem síndromes
relacionadas à disfunção ou lesão cerebral, sobrepostas a sintomas psíquicos, combinando-se ainda à deterioração da
rede social em função de mudanças no panorama econômico do trabalho, agravando os quadros psiquiátricos.
Contextos de trabalho particulares têm sido associados a quadros psicopatológicos específicos, aos quais
são atribuídas terminologias específicas.
Seligmann-Silva propõe uma caracterização para alguns casos clínicos já
observados. Um exemplo é o burn-out , síndrome caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e
autodepreciação. Inicialmente relacionada a profissões ligadas à prestação de cuidados e assistência a pessoas,
especialmente em situações economicamente críticas e de carência, a denominação vem sendo estendida a outras
profissões que envolvem alto investimento afetivo e pessoal, em que o trabalho tem como objeto problemas humanos
de alta complexidade e determinação fora do alcance do trabalhador, como dor, sofrimento, injustiça, miséria (Seligmann-
Silva, 1995). Outro exemplo são as síndromes pós-traumáticas que se referem a vivências de situações traumáticas no
ambiente de trabalho, nos últimos tempos cada vez mais freqüentes, como, por exemplo, o grande número de assaltos
a agências bancárias com reféns.


Wednesday, December 10, 2014

Transtornos mentais e do comportamento

Transtornos mentais e do comportamento

CAPÍTULO 10

* Sobre Psicodinâmica do Trabalho, ver também a introdução do capítulo 18
– Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo Relacionadas ao Trabalho.
Capítulo 10
TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO
RELACIONADOS AO TRABALHO
(Grupo V da CID-10)

10.1 INTRODUÇÃO*
Segundo estimativa da OMS, os transtornos mentais menores acometem cerca de 30% dos trabalhadores
ocupados, e os transtornos mentais graves, cerca de 5 a 10%.
No Brasil, dados do INSS sobre a concessão de benefícios previdenciários de auxílio-doença,
por incapacidade para o trabalho superior a 15 dias e de aposentadoria
por invalidez, por incapacidade definitiva para o trabalho, mostram que os transtornos mentais,
com destaque para o alcoolismo crônico, ocupam o terceiro lugar entre as causas dessas
ocorrências (Medina, 1986).
Em nossa sociedade, o trabalho é mediador de integração social, seja por seu valor econômico (subsistência),
seja pelo aspecto cultural (simbólico), tendo, assim, importância fundamental na constituição da subjetividade, no
modo de vida e, portanto, na saúde física e mental das pessoas. A contribuição do trabalho para as alterações da saúde
mental das pessoas dá-se a partir de ampla gama de aspectos: desde fatores pontuais, como a exposição a determinado
agente tóxico, até a complexa articulação de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento
das tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica organizacional. Os transtornos mentais
e do comportamento relacionados ao trabalho resultam, assim, não de fatores isolados, mas de contextos de trabalho
em interação com o corpo e aparato psíquico dos trabalhadores. As ações implicadas no ato de trabalhar podem atingir
o corpo dos trabalhadores, produzindo disfunções e lesões biológicas, mas também reações psíquicas às situações de
trabalho patogênicas, além de poderem desencadear processos psicopatológicos especificamente relacionados às
condições do trabalho desempenhado pelo trabalhador.
Em decorrência do lugar de destaque que o trabalho ocupa na vida das pessoas, sendo fonte de garantia
de subsistência e de posição social, a falta de trabalho ou mesmo a ameaça de perda do emprego geram sofrimento
psíquico, pois ameaçam a subsistência e a vida material do trabalhador e de sua família.
Ao mesmo tempo abala o valor subjetivo que a pessoa se atribui, gerando sentimentos de menos-valia, angústia, insegurança, desânimo e
desespero, caracterizando quadros ansiosos e depressivos.
O atual quadro econômico mundial, em que as condições de insegurança no emprego, subemprego e a
segmentação do mercado de trabalho são crescentes, reflete-se em processos internos de reestruturação da produção,
enxugamento de quadro de funcionários, incorporação tecnológica, repercutindo sobre a saúde mental dos trabalhadores.
O trabalho ocupa, também, um lugar fundamental na dinâmica do investimento afetivo das pessoas.
Condições favoráveis à livre utilização das habilidades dos trabalhadores e ao controle do trabalho pelos trabalhadores
têm sido identificadas como importantes requisitos para que o trabalho possa proporcionar prazer, bem-estar e saúde,
deixando de provocar doenças. Por outro lado, o trabalho desprovido de significação, sem suporte social, não-reconhecido
ou que se constitua em fonte de ameaça à integridade física e/ou psíquica, pode desencadear sofrimento psíquico.
Situações variadas como um fracasso, um acidente de trabalho, uma mudança de posição (ascensão ou
queda) na hierarquia freqüentemente determinam quadros psicopatológicos diversos, desde os chamados transtornos
de ajustamento ou reações ao estresse até depressões graves e incapacitantes, variando segundo características do
contexto da situação e do modo do indivíduo responder a elas.
O processo de comunicação dentro do ambiente de trabalho, moldado pela cultura organizacional, também
é considerado fator importante na determinação da saúde mental. Ambientes que impossibilitam a comunicação
espontânea, a manifestação de insatisfações, as sugestões dos trabalhadores em relação à organização ou ao trabalho
desempenhado provocarão tensão e, por conseguinte, sofrimento e distúrbios mentais. Freqüentemente, o sofrimento
e a insatisfação do trabalhador manifestam-se não apenas pela doença, mas nos índices de absenteísmo, conflitos
interpessoais e extratrabalho.


Tuesday, December 9, 2014

Porfirias - Prevenção

Porfirias - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos casos de outras porfirias relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. O controle
ambiental da exposição ocupacional a clorofenóis, na produção ou aplicação de 2,4-diclorofenol (2,4-D) e 2,4,5-
triclorofenol (2,4,5-T), na produção de solventes clorados (percloroetileno), na produção e utilização de bifenilas
policloradas (PCB) e do pentaclorofenol, pode reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais sob risco. As
medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações dos agentes no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como recursos
para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos fatores de
risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/78,
além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
Os LT definidos pela NR 15 para exposições semanais de 48 horas às substâncias potencialmente capazes
de provocar porfirias são:
- percloroetileno: 78 ppm
ou de 525 mg/m3;
- clorobenzeno: 59 ppm ou de 275 mg/m3.
A observância desses LT pode não guardar relação com os efeitos endócrinos, uma vez que eles são ainda pouco
conhecidos. Dessa forma, recomenda-se vigiar exposições com limites mais baixos.
O pentaclorofenol tem seu uso proibido ou restrito em alguns países, porém, no Brasil, ainda é utilizado
como fungicida e conservante de madeiras. O 2,4-diclorofenol (2,4-D) e o 2,4,5-triclorofenol (2,4,5-T) são proibidos
em vários países, porém também são autorizados e utilizados no Brasil como herbicidas. No Brasil, esses e os
demais agrotóxicos têm sua produção, comercialização, utilização, transporte e destinação definidos pela Lei Federal
n.º 7.802/1989. Alguns estados e municípios possuem regulamentações complementares que devem ser obedecidas.
As NRR, da Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os produtos químicos, agrotóxicos
e afins, fertilizantes e corretivos, devem ser obedecidas. Especial atenção deve ser dada à proteção de trabalhadores
envolvidos nas atividades de preparação de caldas e aplicação desses produtos.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Utiliza anamnese clínico-ocupacional, exames físico e laboratoriais, dados epidemiológicos e avaliação toxicológica
por meio de indicadores biológicos, quando disponíveis. O IBMP, para o monitoramento da exposição ao pentaclorofenol,
é de 2 µg/g de creatinina (urina).

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco.



Monday, December 8, 2014

Porfirias - Tratamento

Porfirias - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Evitar o uso ou contato com drogas que possam precipitar a porfiria, por meio da identificação das substâncias
e situações de risco a que o paciente está exposto. Recomenda-se o uso de protetores solares (Fator de Proteção
Solar/FPS-26 ou superior) e evitar o sol.
O emprego de β-caroteno pode oferecer alguma proteção aos efeitos dos raios solares.
A clorpromazina pode ser usada com segurança para tratar as dores e as alterações de comportamento. Os
analgésicos e opiáceos são, também, seguros e eficazes durante as crises.
A oferta alimentar de carboidratos deve ser de pelo menos 300 g/dia.
As infusões venosas de hemina (derivado do heme processado de hemácias) inibem a ALA-sintetase e
reduzem a produção de ALA e PBG, mas apresentam modesta eficácia. O uso de β-bloqueadores é eficiente no
controle da hipertensão e taquicardia. A flebotomia para o tratamento da hemocromatose surte benefício contra a
porfiria cutânea tardia.


Sunday, December 7, 2014

Porfirias - Quadro clínico e diagnóstico

Porfirias - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A porfiria cutânea tardia (PCT) é a forma mais comum das porfirias. A enzima afetada é a uroporfirinogênio
(urogênio)-descarboxilase, que está na etapa 5 da biossíntese do heme. As principais porfirinas que se acumulam no
plasma são a uroporfirina e a 7-carboxilato-porfirina. O urogênio e a 7-carboxilato-porfirina são responsáveis pela
fotossensibilidade observada na PCT.
Caracteriza-se clinicamente por fotossensibilidade cutânea, formação de bolhas e cicatrizes, pigmentação
e hipertricose. Não há episódios agudos. O início das manifestações é insidioso e os pacientes não associam as lesões
cutâneas à exposição ao sol. Traumatismos triviais no dorso das mãos, braços, faces ou pés levam à formação de
vesículas que se rompem, formando uma ferida aberta e, posteriormente, cicatrizes e fibrose. Podem ser observadas
hiperpigmentação e hiperceratose. A urina é vermelho-alaranjada ou marrom. A incidência de carcinoma hepatocelular
parece estar aumentada.
O diagnóstico das porfirias baseia-se nas manifestações clínicas e laboratoriais e na história de exposição
a substâncias tóxicas, como, por exemplo, o hexaclorobenzeno.
Os exames complementares podem contribuir para o diagnóstico:
- dosagem de uroporfirina na urina: elevada (acima de 800 µg/24h) e nas fezes: normal;
- biópsia hepática revela hepatite subaguda ou cirrose. A fluorescência vermelha em luz ultravioleta pode
demonstrar uroporfirina.


Saturday, December 6, 2014

Porfirias - Epidemiologia e Fatores de risco

Porfirias - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Situações de exposições ambientais e ocupacionais a organoclorados têm sido classicamente associadas
à porfiria cutânea tardia. O episódio mais conhecido é o da epidemia ocorrida na Turquia (de onde vem o nome porfiria
túrcica) na década de 50, causada pela ingestão maciça acidental de hexaclorobenzeno (HCB). Outros episódios têm
sido registrados, associados à produção de solventes clorados (percloroetileno), à produção e à utilização de bifenilas
policloradas (PCB), do pentaclorofenol, à exposição ao 2,4-diclorofenol (2,4-D) e ao 2,4,5-triclorofenol (2,4,5-T). Outros
agentes relacionados são o monoclorobenzeno e o monobromobenzeno.
Uma série de substâncias utilizadas em terapêutica médica pode precipitar a porfiria, dentre elas o ácido
valpróico, barbitúricos, carbamazepina, cloranfenicol, contraceptivos orais, clorpropamida, danazol, dapsona, difenil-
hidantoína, preparações do ergot, etanol, glutetimida, griseofulvina, imipramina, meprobamato, metildopa, progestinas
e sulfonamidas. As crises podem, ainda, ser precipitadas por dieta hipocalórica, estresse, infecções e outras doenças
com exigências metabólicas excessivas ou cirurgia.
O diagnóstico de porfiria adquirida por trabalhadores expostos, excluídas outras causas, deve ser enquadrado
no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho é definido como causa necessária.


Friday, December 5, 2014

Porfirias - Definição da Doença

Porfirias - Definição da Doença

9.3.2 OUTRAS PORFIRIAS CID-10 E80.2

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Porfirias são distúrbios causados por deficiências parciais de uma das oito enzimas envolvidas
na produção do heme. Uma forma distinta está associada com a deficiência de seis das oito
enzimas acima referidas. Caracterizam-se pela formação excessiva e excreção de porfirinas
ou de seus precursores, intermediárias da síntese do heme.
Surgem, quase sempre, de erros inatos do metabolismo, exceto nos casos de porfiria cutânea tardia, que pode ser
herdada ou adquirida, e porfirias secundárias a outras condições ou induzidas por determinadas substâncias químicas.
As porfirias são raras, manifestando-se por perturbações neuroviscerais e/ou fotossensibilidade cutânea. Podem
apresentar-se como porfiria intermitente aguda (PIA), porfiria cutânea tardia (PCT) e protoporfiria eritropoética (PE).

Hemo ou heme é um grupo prostético que consiste de um átomo de ferro contido no centro de
um largo anel orgânico heterocíclico chamado porfirina.
O grupo hemo possui um átomo de ferro ferroso "Fe++" para exercer a função de ligação com
o oxigênio em células sanguíneas, parte se liga a um resíduo de histidina da globina
e outra a uma molécula de oxigênio, a mioglobina possui um grupo heme na sua cadeia polipeptídica
a hemoglobina possui quatro grupos heme.


Thursday, December 4, 2014

Perigo dos agrotóxicos fungicidas

Perigo dos agrotóxicos fungicidas

Alguns agrotóxicos, especialmente fungicidas do grupo dos ditiocarbamatos, que contêm como
impureza etileno-etiluréia (ETU) ou manganês, e herbicidas derivados do ácido fenoxiacético,
podem causar danos ao sistema endócrino e teratogênese.
Sua fabricação e comercialização são proibidas em alguns países.
No Brasil, esses e outros agrotóxicos têm sua produção, comercialização, utilização,
transporte e destinação definidos pela Lei Federal n.º 7.802/1989.
Alguns estados e municípios possuem regulamentações complementares que devem ser obedecidas.
Devem ser observadas as NRR, da Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5,
que dispõe sobre os produtos químicos (agrotóxicos e afins), fertilizantes e corretivos.
Especial atenção deve ser dada na proteção de trabalhadores envolvidos nas atividades de
preparação de caldas e aplicação desses produtos.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica, utilizando protocolo padronizado e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.
Para trabalhadores expostos ao chumbo, os principais indicadores biológicos de exposição são:
- concentração de chumbo no sangue (PbS) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/ 100 ml. (A dosagem
de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da amostra ou a
mobilização de depósitos ósseos);
- concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de creatinina e IBMP
de até 10 mg/g de creatinina;
- concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100 µg/100 ml. A
dosagem de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da amostra ou à
mobilização de depósitos ósseos.
Os trabalhadores expostos a agrotóxicos devem ser acompanhados para detecção de efeitos decorrentes de exposições
pregressas e atuais, por meio de pesquisa de sintomas e sinais e de realização periódica de hemogramas completos
e outros exames disponíveis, a depender do produto específico.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco.
Os procedimentos para vigilância da saúde de trabalhadores expostos ao chumbo estão descritos no
protocolo Cólica do chumbo (16.3.6), no capítulo 16.




Wednesday, December 3, 2014

Hipotireoidismo - Prevenção

Hipotireoidismo - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A vigilância do hipotireoidismo devido a substâncias exógenas segue os procedimentos indicados na
introdução deste capítulo para a eliminação ou controle da exposição ocupacional ao chumbo e seus compostos
tóxicos; hidrocarbonetos halogenados (clorobenzeno e seus derivados); tiouracil; tiocinatos e tiouréia; e as medidas de
promoção da saúde dos trabalhadores expostos. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução
dos níveis de concentração dessas substâncias, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas, sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), da Portaria/
MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
Os LT definidos pela NR 15 para exposições às substâncias potencialmente capazes de causar
hipotireoidismo são:
- chumbo: 0,1 mg/m3 ;
- clorobenzeno: 59 ppm ou 275 mg/m3 .
Esses LT podem não guardar relação com os efeitos endócrinos, uma vez que esses são ainda pouco conhecidos.
Dessa forma, recomenda-se vigiar exposições com índices mais baixos.


Tuesday, December 2, 2014

Hipotireoidismo - Tratamento

Hipotireoidismo - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Baseia-se na reposição hormonal. Utiliza-se a L-tiroxina (T4), em doses de 2,25 µg/kg/dia para os adultos.
Nos jovens, começar com 100 µg/dia e aumentar, se necessário, em intervalos mensais até obter a dose adequada.
Nos pacientes com idade além de 45 anos ou com hipotireoidismo de longa duração, mas sem doença cardíaca, a
dose inicial deve ser de 50 µg/dia, com aumentos da dose em até 50 µg, a cada mês, até o ajuste desejado. Nos idosos
ou quando há insuficiência coronariana, a dose inicial deve ser de 25 µg/dia, com aumentos de 25 µg por mês, sem
ultrapassar 100 µg /dia. O controle cardiológico deve ser rigoroso.
A reposição em excesso de HT pode provocar osteoporose e sobrecarga cardiovascular e, se insuficiente,
não restaura o equilíbrio metabólico. Por isso, é necessário o controle clínico e laboratorial do tratamento. O indicador
mais sensível para a avaliação é a dosagem do TSH.
No coma mixedematoso deve-se usar T4 na dose de 200 a 300 µg por sonda nasogástrica no primeiro dia,
seguido por 100 µg no segundo dia e 50 µg a partir do terceiro dia de tratamento. Deve ser usado também T3, 25 µg
de 12/12 horas até melhorar o nível de consciência. A hidrocortisona deve ser usada na dose de 100 mg, intravenosa,
imediatamente e até de 6/6 horas. Deve-se prover aquecimento correto para o paciente, assistência ventilatória,
hidratação e correção adequada dos distúrbios hidroeletrolíticos e tratar as causas desencadeantes.


Monday, December 1, 2014

Hipotireoidismo - Quadro clínico e diagnóstico

Hipotireoidismo - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As manifestações clínicas do hipotireoidismo são variadas. Depende da causa, duração, gravidade e fase
da vida em que ocorre a deficiência de HT. A doença é insidiosa e a aparência pode variar de normal até o mixedema.
Surgem desânimo, intolerância ao frio, voz rouca, fala arrastada, pele seca, descamativa e infiltrada (mixedema),
edema palpebral, cabelos e unhas secos e quebradiços, palidez cutânea. Nas formas mais avançadas, a pele tem
aparência de cera, há redução da capacidade intelectual, apatia e sonolência. A freqüência cardíaca se reduz, ocorre
cardiomegalia e derrame pericárdico. É comum evoluir, ainda, para hipermenorréia, anovulação, diminuição da libido,
impotência e coma. Na forma congênita, há retardo mental, que se agrava com a demora do início da terapêutica.
O coma mixedematoso é raro e grave. A maioria dos casos é precipitada por infecção aguda, tranquilizantes
e sedativos, analgésicos ou anestésicos. A temperatura corporal torna-se bem baixa, a pele é fria e seca, os reflexos
osteotendinosos se prolongam. Surge incontinência esfincteriana, hipotensão arterial e coma. A mortalidade chega a
60% dos casos.
A confirmação diagnóstica é laboratorial. As dosagens de T3 e T4 estão reduzidas. O TSH está elevado no
hipotireoidismo primário, normal ou diminuído nas formas hipofisárias ou hipotalâmicas. Há, também, hipoglicemia,
hiponatremia, elevação de PO2
e acidemia. O ECG revela bradicardia, baixa voltagem e alterações inespecíficas da
onda T. A hipercolesterolemia é achado sempre presente.
Pacientes portadores de doenças astênicas crônicas podem apresentar exames clínicos compatíveis com
hipotireoidismo, sem qualquer alteração da função tireoidiana.


Sunday, November 30, 2014

Hipotireoidismo - Epidemiologia e Fatores de risco

Hipotireoidismo - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A forma primária do hipotireoidismo corresponde a mais de 90% dos casos. A associação com o trabalho
tem sido descrita em trabalhadores expostos a:
- chumbo ou seus compostos tóxicos;
- hidrocarbonetos halogenados (clorobenzeno e seus derivados);
- tiouracil;
- tiocinatos;
- tiouréia.
O diagnóstico de hipotireodismo em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas, excluídas outras
causas não-ocupacionais, permite enquadrar a doença no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho
desempenha o papel de causa necessária.


Saturday, November 29, 2014

Hipotireoidismo - Definição da Doença

Hipotireoidismo - Definição da Doença

9.3.1 HIPOTIREOIDISMO DEVIDO A SUBSTÂNCIAS EXÓGENAS CID-10 E03.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Hipotireoidismo é a síndrome clínica provocada pela redução, na circulação, do hormônio tireoidiano (HT)
ou, mais raramente, por resistência periférica à sua ação. Em conseqüência, há diminuição geral dos processos
metabólicos com deposição de glicosaminas nos espaços intracelulares, em especial na pele e músculos, mas afetando
todos os órgãos e sistemas. Como esses mucopolissacarídeos são substâncias hidrofílicas, propiciam edema mais
intenso na pele, subcutâneo, músculos esqueléticos e cardíaco. A sintomatologia em sua forma mais avançada é o
mixedema. Pode ser reversível em adultos, com o tratamento. Entretanto, o retardo mental e somático pode ser
permanente quando associado à deficiência do HT nas fases pré-natal e neonatal, provocando o cretinismo, efeito
grave e irreversível do hipotireoidismo materno.


Friday, November 28, 2014

A prevenção das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

A prevenção das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

A prevenção das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas relacionadas ao trabalho baseia-se nos
procedimentos de vigilância dos agravos à saúde, dos ambientes e das condições de trabalho. Baseia-se em
conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia, psicologia, entre
outras disciplinas, na percepção dos trabalhadores sobre o trabalho e a saúde e nas normas técnicas e regulamentos
existentes, envolvendo:
- conhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas ou agentes
físicos ou biológicos e fatores de risco decorrentes da organização do trabalho, potencialmente
causadores de doença;
- identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores
de risco identificados;
- identificação e proposição de medidas de controle que devem ser adotadas para eliminação ou controle
da exposição aos fatores de risco e para proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.

A partir da confirmação do diagnóstico da doença e do estabelecimento de sua relação com o trabalho,
seguindo os procedimentos descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção à saúde do
trabalhador devem implementar as seguintes ações:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo;
- se o trabalhador é segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar a emissão de CAT à empresa,
preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa de emissão da CAT pela empresa, o
médico assistente (ou serviço médico) deve fazê-lo;
- acompanhamento da evolução do caso, registro de pioras e agravamento da situação clínica e sua
relação com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato do
trabalhador;
- implementar as ações de vigilância epidemiológica visando à identificação de outros casos, por meio
da busca ativa na mesma empresa ou no ambiente de trabalho ou em outras empresas do mesmo
ramo de atividade na área geográfica;
- se necessário, complementar a identificação do agente (químico, físico ou biológico) e das condições
de trabalho determinantes do agravo e de outros fatores de risco que podem estar contribuindo para a
ocorrência;
- inspeção na empresa ou ambiente de trabalho onde trabalhava o paciente ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde e
as medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual utilizados;
- recomendação ao empregador quanto às medidas de proteção e controle a serem adotadas, informando-
as aos trabalhadores.

As medidas de proteção e prevenção da exposição aos fatores de risco no trabalho incluem:
- substituição de tecnologias de produção por outras menos arriscadas para a saúde;
- isolamento do agente/substância ou enclausuramento do processo, evitando exposição;
- adoção de sistemas de ventilação local exaustora e geral adequados e eficientes;
- utilização de capelas de exaustão;
- controle de vazamentos e incidentes mediante manutenção preventiva e corretiva de máquinas e
equipamentos e acompanhamento de seu cumprimento;
- estabelecimento de normas de higiene e segurança, como, por exemplo, de monitoramento ambiental
sistemático;
- adoção de sistemas seguros de trabalho, operacionais e de transporte;
- classificação e rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxicológicas e toxicidade;
- informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
- manutenção de condições adequadas no ambiente geral e de conforto para os trabalhadores, bem
como facilidades para higiene pessoal, como instalações sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros,
pias com água limpa corrente e em abundância, vestuário adequado e limpo diariamente;
- diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual, adequados e com manutenção indicada, de
modo complementar às medidas de proteção coletiva.




Thursday, November 27, 2014

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Capítulo 9
DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo IV da CID-10)
9.1 INTRODUÇÃO
Os efeitos ou danos sobre os sistemas endócrino, nutricional e metabólico, decorrentes da exposição
ambiental e ocupacional a substâncias e agentes tóxicos são, ainda, pouco conhecidos.
Porém, ainda que necessitando
de estudos mais aprofundados, as seguintes situações de trabalho são reconhecidas como capazes de produzir doenças:
- utilização de ferramentas vibratórias, como os marteletes pneumáticos.
Associado à síndrome de Raynaudg, uma doença vascular periférica (ver protocolo no capítulo 14), tem sido observado o
comprometimento dos sistemas endócrino e nervoso central expresso por disfunção dos centros cerebrais
autônomos, que necessita ser melhor avaliado;
- extração e manuseio de pedra-pome, provocando deficiência adrenal;
- produção e uso de derivados do ácido carbâmico (carbamatos), utilizados como pesticidas, herbicidas
e nematocidas. Os tiocarbamatos são utilizados, também, como aceleradores da vulcanização e seus
derivados empregados no tratamento de tumores malignos, hipóxia, neuropatias e doenças provocadas
pela radiação. Por mecanismo endócrino, são mutagênicos e embriotóxicos;
- em expostos ao chumbo tem sido observada forte correlação inversa entre a plumbemia e os níveis de
vitamina D, alterando a homeostase extra e intracelular do cálcio e interferindo no crescimento e
maturação de dentes e ossos. Também tem sido descrita a ocorrência de hipotireoidismo decorrente de
um acometimento da hipófise;
- a exposição ao dissulfeto de carbono (CS2) é reconhecida por seus efeitos sobre o metabolismo lipídico,
acelerando o processo de aterosclerose (também conhecida como arteriosclerose).

A literatura especializada tem dado destaque ao papel desempenhado por certas substâncias químicas
sintéticas, os disruptores endócrinos, que interferem nos hormônios naturais, nos neurotransmissores e nos fatores de
crescimento, produzindo doença, muitas vezes, de difícil reconhecimento. Por exemplo, a exposição intra-uterina ao
dietilestilbestrol (DES), um hormônio sintético, pode levar a alterações no aparelho reprodutor das mulheres, como a
cornificação do epitélio vaginal, adenocarcinoma de células claras vaginais e outros problemas para a reprodução, que
somente serão identificados na idade adulta. Outros efeitos dos disruptores endócrinos, entre eles, a redução do
quociente de inteligência (QI), alterações comportamentais e imunológicas, doença tireoidiana e alterações do aparelho
reprodutor, como hipospádia, criptorquidismo, câncer testicular, qualidade do sêmen e contagem de espermatozóides,
poderão permanecer sem diagnóstico e/ou sem nexo com a exposição prévia, ao longo da vida dos indivíduos acometidos.
Um grande número de substâncias têm sido reconhecidas como disruptores endócrinos e tóxicos para a
reprodução, particularmente pesticidas, herbicidas, fungicidas, inseticidas, nematocidas e agentes químicos industriais,
como 4-OH alquilfenol, 4-OH bifenil, cádmio, dioxina, chumbo, mercúrio, PBB, PCB, pentaclorofenol, ftalatos, estireno,
entre outros. Elas atuam por diferentes mecanismos de ação classificados em seis categorias gerais:
- ligando-se aos receptores e realçando os efeitos como antagonistas;
- bloqueando os receptores e inibindo os efeitos como antagonistas;
- atuando diretamente com os hormônios endógenos;
- interferindo indiretamente nos hormônios endógenos ou noutros mensageiros químicos naturais;
- alterando a esteroidogênese, o metabolismo e a excreção;
- alterando os níveis de receptores hormonais.

É importante lembrar que um contaminante pode interferir na homeostase de mais de uma maneira e que,
em certos casos, a toxicidade depende mais do tempo de exposição do que da dose.
Os efeitos dos disruptores endócrinos durante o desenvolvimento significam um desafio para os profissionais
por seu caráter insidioso e por, muitas vezes, agirem mais na redução das funções do que provocando uma doença
propriamente dita. Representa uma nova fronteira do conhecimento à qual os profissionais da Saúde do Trabalhador
devem dar sua contribuição.


Wednesday, November 26, 2014

Metahemoglobinemia - Prevenção

Metahemoglobinemia - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da metahemoglobinemia adquirida relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
O controle ambiental dos processos industriais que geram aminas aromáticas pode, efetivamente, reduzir a incidência
da doença nos grupos ocupacionais de risco.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a concentrações próximas
de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações dos agentes no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como recursos
para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.

As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.

Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do
PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15
define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de 48 horas semanais
de trabalho, por exemplo:
- anilina: 4 ppm ou 15 mg/m3;
- dietilamina: 20 ppm ou 59 mg/m3;
- hidrazina/diamina: 0,08 ppm ou 0,08 mg/m3.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares adequados ao fator de risco identificado. No caso de exposição ocupacional a agentes
metahemoglobinizantes, deve-se realizar o monitoramento biológico da exposição ocupacional por meio da dosagem
da metahemoglobina no sangue, conforme determina a NR 7 (PCMSO), do Ministério do Trabalho. Os indicadores
biológicos da exposição à anilina são a concentração de p-aminofenol na urina, cujo IBMP é de 50 mg/g de creatinina,
e a dosagem de metahemoglobina no sangue, cujo VR é de até 2% e o IBMP é de 5%.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientação ao empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco.


Tuesday, November 25, 2014

Metahemoglobinemia - Tratamento

Metahemoglobinemia - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Na ausência de sintomas, a cessação da exposição ao agente agressor é suficiente para permitir a conversão
da metahemoglobina em hemoglobina por meio de mecanismos fisiológicos.
Nos casos sintomáticos, está indicado o uso de azul de metileno por via endovenosa. A dose inicial é de 1 mg/kg
de peso (solução a 1%) em cinco minutos. Uma segunda dose de 2 mg/kg pode ser dada se a cianose não clarear em uma
hora.


Monday, November 24, 2014

Metahemoglobinemia - Quadro clínico e diagnóstico

Metahemoglobinemia - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas variam em intensidade, mas freqüentemente são leves. As concentrações de 10 a 25% de
metahemoglobina produzem cianose, mas elas são toleradas sem efeitos nocivos aparentes; de 35 a 40% pode ser
sentida uma leve dispnéia aos exercícios, cefaléias, fadiga, taquicardia e tontura. Letargia e estupor podem aparecer
com concentrações próximas de 60%. A concentração letal para adultos, provavelmente, é superior a 70%.
A cianose persistente sem hipoxemia deve sugerir a possibilidade de metahemoglobinemia. O sangue
periférico é castanho-avermelhado. O diagnóstico é firmado pela determinação da metahemoglobina no sangue.
O diagnóstico diferencial é feito com a sulfemoglobinemia e a diferenciação pode ser feita pela adição de
algumas gotas de cianeto de potássio a 10% ao sangue, resultando em rápida produção de cianometemoglobina, que
tem cor vermelha brilhante, fato que não ocorre com a sulfemoglobinemia.


Sunday, November 23, 2014

Metahemoglobinemia - Epidemiologia e Fatores de risco

Metahemoglobinemia - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre os medicamentos implicados na metahemoglobinemia tóxica, destacam-se:
- nitrito de amila; - dapsona;
- nitrito de sódio; - benzocaína;
- nitrato de prata; - prilocaína;
- nitroglicerina; - primaquina;
- quinonas; - resorcina;
- sulfonamidas; - fenazopiridina.
As metahemoglobinemias hereditárias são patologias raras.

Entre as substâncias químicas de natureza ocupacional produtoras de metahemoglobinemia, destacam-se
as aminas aromáticas e seus derivados. As aminas aromáticas são substâncias químicas derivadas de hidrocarbonetos
aromáticos (benzeno, tolueno, naftaleno, antraceno, etc.) por substituição de pelo menos um átomo de hidrogênio por
um grupo amino (-NH2), exemplificadas pelas seguintes substâncias:
- anilina; - acetanilina;
- dimetilanilina; - benzidina;
- dietilanilina; - o-toluidina;
- cloroanilina; - o-dianisidina;
- nitroanilina; - 3,3-diclorobenzidina;
- nitrobenzeno; - 4-aminodifenilo;
- toluidina; - naftilaminas;
- clorotoluidina; - aminoantracenos.
- fenilenodiamina;
Em trabalhadores expostos, nos quais outras causas não-ocupacionais de metahemoglobinemia foram
excluídas, ela pode ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em
que a exposição ocupacional a aminas aromáticas pode ser considerada como causa necessária.


Saturday, November 22, 2014

Metahemoglobinemia - Definição da Doença

Metahemoglobinemia - Definição da Doença

8.3.8 METAHEMOGLOBINEMIA CID-10 D74.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Metahemoglobinemia é a presença em concentrações superiores ao habitual (1%) de metahemoglobina no
sangue. A metahemoglobina é formada pela oxidação do átomo de ferro da forma ferrosa (Fe2+) à forma férrica (Fe3+),
tornando a molécula incapaz de ligar-se ao oxigênio.
A metahemoglobinemia pode ser hereditária ou adquirida, secundária à exposição a toxinas e ao uso de
medicamentos.


Friday, November 21, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Prevenção

Leucocitose, reação leucemóide - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos outros transtornos especificados dos glóbulos brancos relacionados ao trabalho baseia-
se na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na
introdução deste capítulo. O controle ambiental da exposição ao benzeno e às radiações ionizantes reduz a incidência
da doença nos grupos ocupacionais de risco.
Os procedimentos de vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno e às radiações ionizantes
estão descritos, respectivamente, nos protocolos Anemia aplástica devida a outros agentes externos (8.3.4), neste
capítulo, e Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Thursday, November 20, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Tratamento

Leucocitose, reação leucemóide - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não se trata a alteração hematológica e sim a patologia de base.
Nos casos secundários à exposição ao benzeno e às radiações ionizantes,
é importante cessar a exposição e manter a vigilância do trabalhador.


Wednesday, November 19, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Quadro clínico e diagnóstico

Leucocitose, reação leucemóide - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Não há sintomatologia específica dessas alterações hematológicas nos casos secundários à exposição ao
benzeno e às radiações ionizantes. Nos casos secundários aos processos inflamatórios específicos, a sintomatologia
da patologia de base domina o quadro. A ausência de esplenomegalia, a taxa de fosfatase alcalina leucocitária aumentada
e a resolução do quadro, ligada temporalmente com a regressão da doença subjacente, são alguns dos achados da
reação leucemóide neutrofílica que ajudam a diferenciá-la da leucemia mielógena crônica.



Tuesday, November 18, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Epidemiologia e Fatores de risco

Leucocitose, reação leucemóide - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Leucocitose, principalmente a neutrofilia, é um achado freqüente que ocorre em resposta a processos
inflamatórios agudos e subagudos, como infecções, principalmente bacterianas, afecções reumáticas e autoimunes,
traumatismo e hemorragia, afecções neoplásicas, entre outras causas. Em patologia do trabalho, o aumento do número
de leucócitos pode ser um sinal precoce de efeito leucemogênico da exposição ao benzeno e às radiações ionizantes.
Paradoxalmente, esse efeito hematológico pode também preceder o aparecimento da anemia aplástica.
Em trabalhadores expostos, nos quais outras causas de leucocitose e reação leucemóide não-ocupacionais
foram excluídas, elas podem ser classificadas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo I da Classificação de
Schilling, em que a exposição ocupacional ao benzeno e às radiações ionizantes pode ser considerada como causa
necessária.


Monday, November 17, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Definição da Doença

Leucocitose, reação leucemóide - Definição da Doença

8.3.7 OUTROS TRANSTORNOS ESPECIFICADOS DOS GLÓBULOS BRANCOS:
LEUCOCITOSE, REAÇÃO LEUCEMÓIDE CID-10 D72.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Leucocitose refere-se a um aumento do número de leucócitos no sangue periférico,
superior a 10.000/mm3.
Desvio para a esquerda é o aparecimento de mais de 600 bastonetes/mm³ no sangue periférico ou de pelo menos um
metamielócito na corrente sangüínea.
A reação leucemóide é o surgimento de pelo menos um mielócito na corrente sangüínea, caracterizando
um desvio para a esquerda mais intenso, desvio hierárquico, com predomínio de células maduras, sem hiatos, sem
presença de blastos. Em geral, as plaquetas e hemácias não são afetadas.
Esses termos têm menor significado clínico, comparados aos que identificam o tipo de leucócito,
predominantemente aumentado. Os termos neutrofilia, eosinofilia, basofilia, linfocitose e monocitose sugerem
considerações diagnósticas específicas.


Sunday, November 16, 2014

Critérios para deficiência provocada por transtornos dos glóbulos brancos

Critérios para deficiência provocada por transtornos dos glóbulos brancos

CRITÉRIOS PARA ESTAGIAMENTO DA DEFICIÊNCIA PROVOCADA POR TRANSTORNOS DOS
GLÓBULOS BRANCOS SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO MÉDICA AMERICANA




* Guides to the evaluation of permanent impairment (4.a edição, 1995)
Grau ou Nível 1 Grau ou Nível 2 Grau ou Nível 3 Grau ou Nível 4
Estagiamento Critérios Definidores
Há sintomas ou sinais de anormalidade de leucócitos.
Não há necessidade de tratamento ou ele é infreqüente.
Todas ou quase todas as atividades da vida diária podem ser realizadas.
Há sintomas e sinais de anormalidade de leucócitos.
Embora seja requerido tratamento contínuo, a maioria das atividades da vida diária podem ser
realizadas.
É requerido tratamento contínuo.
Existe interferência no desempenho de atividades da vida diária que requerem assistência ocasional
de terceiros.
Há sintomas e sinais de anormalidade de leucócitos.
É requerido tratamento contínuo.
Há dificuldade no desempenho das atividades da vida diária que requerem cuidados contínuos
de terceiros.
Quadro XVII
CRITÉRIOS PARA ESTAGIAMENTO DA DEFICIÊNCIA PROVOCADA POR TRANSTORNOS DOS
GLÓBULOS BRANCOS SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO MÉDICA AMERICANA
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO







Saturday, November 15, 2014

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Prevenção

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da agranulocitose relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. O controle ambiental da
exposição ao benzeno, às radiações ionizantes, derivados do fenol, arsênio, óxido nitroso e hidroxibenzonitrito, entre
outras substâncias, pode reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
Os procedimentos de vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno e às radiações ionizantes
estão descritos nos protocolos Anemia plástica devida a outros agentes externos, neste capítulo, e Neoplasia maligna
dos ossos e cartilagens articulares dos membros, no capítulo 7.
O dinitrofenol e pentaclorofenol são utilizados como fungicidas, tendo seu controle estabelecido pela Lei
Federal n.º 7.802/1989. Algumas leis estaduais e municipais proíbem seu uso como conservantes de madeira e fibras
naturais, indicando a necessidade de sua substituição por produtos menos tóxicos. Recomenda-se observar o
cumprimento, pelo empregador, das NRR, Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os
produtos químicos (agrotóxicos e afins), fertilizantes e corretivos. Especial atenção deve ser dada na proteção de
trabalhadores envolvidos nas atividades de preparação de caldas e aplicação desses produtos.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do
PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15
define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de 48 horas semanais
de trabalho.
O exame médico periódico deve estar orientado para a identificação de sinais e sintomas que propiciem a
detecção precoce da doença. Além de um exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos
padronizados e a realização de exames complementares adequados ao fator de risco identificado. Em expostos ao
arsênio: dosagem de arsênio na urina – VR de até 10 µg/g de creatinina e IBMP de 50 µg/g de creatinina. Em expostos
ao pentaclorofenol: dosagem na urina – VR de 2 mg/g de creatinina.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Friday, November 14, 2014

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Tratamento

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A medida mais importante é a identificação do possível agente agressor e a cessação da exposição ou do
uso, no caso de medicamentos. Nos casos fulminantes, o uso de antibioticoterapia empírica, após colhidas amostras
para realização de cultura, é mandatório. A higiene oral e os cuidados gerais devem merecer atenção. A estimulação da
produção de granulócitos pelo uso de granuloquinas (G-CSF e GM-CSF) parece ser uma promessa terapêutica.
A transfusão de neutrófilos é complicada pela fragilidade e pela breve sobrevida dessas células, entre
outros fatores.
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

Thursday, November 13, 2014

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Quadro clínico e diagnóstico

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os neutrófilos são os granulócitos presentes em maior quantidade no sangue, portanto a neutropenia é o
achado laboratorial mais evidente e de maior importância clínica. Na agranulocitose fulminante, os sintomas surgem
rapidamente. Tremores, febre alta e prostração são evidentes. Ulcerações gangrenosas podem ser detectadas nas
gengivas, amígdalas, palato mole, lábios, língua ou faringe e, menos comumente, na pele, nariz, vagina, útero, reto ou
ânus. Pode haver adenopatia regional. A morte ocorre rapidamente, geralmente de três a nove dias.
Em outros pacientes, o curso é insidioso e as manifestações clínicas são de processos infecciosos como
conseqüência do aumento da suscetibilidade às infecções.
Na agranulocitose isolada, a deficiência de granulócitos destaca-se no hemograma, porém outros tipos de
leucócitos também podem estar reduzidos numericamente.
Nos casos agudos, a contagem global de leucócitos, comumente, é inferior a 2.000/mm3, freqüentemente
abaixo de 1.000/mm3. Os granulócitos podem estar completamente ausentes e linfócitos e monócitos podem estar
aumentados em termos relativos e absolutos.
Nos casos crônicos, a neutropenia pode ser de surgimento lento e a leucometria pode não cair para menos
de 2.000/mm3. Nesses casos, a granulocitopenia pode ser menos pronunciada.
Quando a agranulocitose é isolada, o exame da medula pode mostrar as séries eritrocítica e megacariocítica
normais. O aspecto mais notável é a ausência de granulócitos (células polimorfo-nucleares, metamielócitos e mielócitos).
Critérios para estagiamento da deficiência provocada por transtornos dos glóbulos brancos, segundo a
AMA, são apresentados no Quadro XVII.


Wednesday, November 12, 2014

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Epidemiologia e Fatores de risco

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As principais causas de neutropenia podem ser classificadas em:
Anormalidades no compartimento medular ósseo
LESÃO DA MEDULA ÓSSEA
- agentes químicos: benzeno, dinitrofenol, pentaclorofenol, óxido nitroso; 2-etoxietanol (cellosolve), arsênio,
lindano (HCH ou BHC);
- radiações ionizantes;
- fármacos: agentes citotóxicos e não-citotóxicos;
- certas neutropenias congênitas e hereditárias;
- situações de mediação imunológica;
- infecções como hepatites, parvovírus, HIV, M. tuberculosis, M. kansasii;
- substituição da medula óssea: leucemias, linfomas e outras neoplasias.
DEFEITOS DA MATURAÇÃO
- adquiridos: deficiências de ácido fólico e vitamina B12;
- neoplasias e outras afecções clonais;
- neutropenias congênitas;
- síndromes mielodisplásicas;
- leucemia não-linfocítica aguda;
- hemoglobinúria paroxística noturnal.
Anormalidades no compartimento sangüíneo periférico
DESVIO DE NEUTRÓFILOS DO RESERVATÓRIO CIRCULANTE PARA O MARGINADO
- pseudoneutropenia benigna hereditária;
- adquiridas: agudas (infecção bacteriana grave associada à endotoxemia);
- crônicas (desnutrição proteico-calórica, malária).
SEQÜESTRO
- no pulmão: leucoaglutinação mediada por complemento;
- no baço: hiperesplenismo.

Anormalidades no compartimento extravascular
AUMENTO NA UTILIZAÇÃO
- infecção grave bacteriana, fúngica, viral ou por riquétsias;
- anafilaxia.
DESTRUIÇÃO
- mediada por anticorpos, doenças reumáticas e drogas;
- hiperesplenismo.
Entre os agentes ocupacionais destacam-se o benzeno e as radiações ionizantes, cujo mecanismo de
ação é o mesmo descrito para os outros efeitos hematotóxicos. Também são importantes os derivados do fenol
(dinitrofenol, pentaclorofenol), o arsênio, o óxido nitroso e o hidroxibenzonitrito.
Em trabalhadores expostos a esses agentes, nos quais outras causas de agranulocitose ou neutropenia
tóxica não-ocupacionais foram excluídas, elas podem ser classificadas como doenças relacionadas ao trabalho, do
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado como causa necessária.


Tuesday, November 11, 2014

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Definição da Doença

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Definição da Doença

8.3.6 AGRANULOCITOSE (Neutropenia Tóxica) CID-10 D70

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Agranulocitose é o termo utilizado para definir a diminuição do número de granulócitos (neutrófilos, eosinófilos
e basófilos) no sangue periférico, em conseqüência de um distúrbio na medula óssea, geralmente por efeito
mielodepressor de substâncias químicas tóxicas.


Monday, November 10, 2014

Púrpura, trombocitopenia - Prevenção

Púrpura, trombocitopenia - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da púrpura e de outras manifestações hemorrágicas relacionadas ao trabalho baseia-se na
vigilância dos ambientes, das condições de trabalho, e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução
deste capítulo. O controle ambiental da exposição ao benzeno, às radiações ionizantes, ao cloreto de vinila e às
demais substâncias mencionadas no item 2 pode reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
Os procedimentos de vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno e às radiações ionizantes
estão descritos, respectivamente, nos protocolos Anemia aplástica devida a outros agentes externos, neste capítulo, e
Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros, no capítulo 7. Para o cloreto de vinila, consultar o
protocolo Angiosarcoma de fígado, no capítulo 7.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Sunday, November 9, 2014

Púrpura, trombocitopenia - Tratamento

Púrpura, trombocitopenia - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Limitação da exposição às toxinas citadas e do uso de medicamentos potencialmente causadores de
plaquetopenia ou disfunção plaquetária. Nos casos graves e com manifestações hemorrágicas está indicada a transfusão
de concentrado de plaquetas.


Saturday, November 8, 2014

Púrpura, trombocitopenia - Quadro clínico e diagnóstico

Púrpura, trombocitopenia - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por manifestações hemorrágicas isoladas ou combinadas. Em relação aos
distúrbios quantitativos das plaquetas, as contagens na faixa de 40.000 a 60.000/mm3
podem levar a sangramento
pós-traumático e na faixa de 20.000/mm3
pode haver sangramento espontâneo.
As manifestações hemorrágicas podem ser diagnosticadas com base na história clínica e exame físico,
mas a caracterização exata do quadro depende de exames laboratoriais.
A avaliação inicial deve ser feita realizando-se provas ou exames que identifiquem defeitos da coagulação:
- vasculares, como prova do laço e tempo de sangramento;
- alterações plaquetárias quantitativas (como a plaquetometria);
- alteraçõs plaquetárias qualitativas (como o tromboelastograma);
- tempo de tromboplastina parcial ativada (PTTA) – sistema intrínseco;
- tempo de protrombina – sistema extrínseco.
O eritrograma e o leucograma completam a avaliação do acometimento das séries eritrocíticas e
granulocíticas. Ensaios laboratoriais mais sofisticados e caros podem ser indicados em uma fase posterior.


Friday, November 7, 2014

Púrpura, trombocitopenia - Epidemiologia e Fatores de risco

Púrpura, trombocitopenia - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A trombocitopenia pode ser causada por:
- falha ou diminuição da produção de plaquetas, como na leucemia, linfoma, anemia aplástica,
hemoglobinúria paroxística noturna, trombocitopenia induzida por álcool e em outras trombocitopenias
tóxicas, nas anemias megaloblásticas, na infecção por HIV, nas síndromes mielodisplásicas e em alguns
casos de púrpura trombocitopênica idiopática;
- seqüestração plaquetária e hiperesplenismo;
- remoção acelerada de plaquetas, como na púrpura trombocitopênica idiopática, no lúpus eritematoso
sistêmico, na púrpura pós-transfusional, na trombocitopenia associada à infecção por HIV, na coagulação
intravascular, na púrpura trombocitopênica trombótica;
- diluição, nas transfusões maciças.

A trombocitopenia tóxica induzida por medicamentos tem sido descrita com o uso de dezenas de drogas,
que incluem antiinflamatórios não-esteróides (ácido mefenâmico, fenilbutazona, piroxican, indometacina, naproxeno,
ácido acetil-salicílico, diclofenaco, ibuprofeno, etc.); antibióticos β-lactâmicos; drogas cardiovasculares; anticoagulantes
e trombolíticos; psicotrópicos; anestésicos e narcóticos; quimioterápicos; anti-histamínicos;
contrastes radiológicos;
vitaminas (C e E) e outras drogas.
Alguns alimentos e condimentos como o gengibre, cravo-da-índia, cebola, cominho
e alho também podem produzir trombocitopenia tóxica.
A trombocitopenia tóxica de natureza ocupacional tem sido descrita na exposição ao benzeno
e às radiações ionizantes, devido à trombocitopoese ineficaz com conseqüente trombocitopenia, geralmente associada à citopenia
das séries eritrocítica e granulocítica (ver anemia aplástica).
Outros agentes químicos de origem ocupacional que podem causar trombocitopenia tóxica, pelo mesmo
mecanismo de ação, são o DDT, o lindano (hexaclorociclohexano), o letano, o 2,2 diclorovinil-dimetil-fosfato e o arsênio
orgânico. Agentes químicos como o tolueno-diisocianato (TDI), a terebintina e o cloreto de vinila podem causar
trombocitopenia por mecanismo imune. O cloreto de vinila pode causar trombocitopenia por seqüestração esplênica
nos casos que cursam com hiperesplenismo.
Em trabalhadores expostos a esses agentes, nos quais outras causas de púrpura e trombocitopenia não-
ocupacionais foram excluídas, a doença pode ser classificada como relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação
de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado como causa necessária.


Thursday, November 6, 2014

Púrpura e outras manifestações hemorrágicas - Definição da Doença

Púrpura e outras manifestações hemorrágicas - Definição da Doença

8.3.5 PÚRPURA E OUTRAS MANIFESTAÇÕES HEMORRÁGICAS CID-10 D69.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As manchas na pele decorrentes de hemorragia são denominadas púrpuras.
De acordo com a extensão, podem ser denominadas de petéquias, quando puntiformes, sufusões,
quando têm até cerca de 3 cm de dimensão, ou equimoses, quando mais extensas.
Outras manifestações hemorrágicas são o hematoma e as hemorragias de mucosa
(epistaxe, hemoptise, hematêmese, melena, enterorragia, hematúria, metrorragia) ou de serosas (hemotórax,
hemopericárdio, hemoperitônio) ou das articulações (hemartrose).
As manifestações hemorrágicas podem resultar de uma série de anormalidades do sistema de hemostasia,
ou seja, dos vasos sangüíneos, das plaquetas, da coagulação e da fibrinólise.


Wednesday, November 5, 2014

Lei Federal proíbe a utilização de agrotóxicos organoclorados no Brasil

Lei Federal proíbe a utilização de agrotóxicos organoclorados no Brasil

A Lei Federal n.º 7.802/1989 e algumas leis estaduais e municipais proíbem
a utilização de agrotóxicos organoclorados, entre eles o lindano, o DDT e o BHC, não devendo,
portanto, ser autorizadas sua fabricação e comercialização.
Os trabalhadores expostos a agrotóxicos devem ser acompanhados para detecção de efeitos
decorrentes de exposições pregressas. Estudos epidemiológicos podem ser realizados para avaliar esses efeitos.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do
PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15
define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de 48 horas semanais
de trabalho.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares adequados ao fator de risco identificado. Para a exposição ao arsênio, o VR é de até 10 µg/g de
creatinina e o IBMP é de 50 µg/g de creatinina.
Os procedimentos para a vigilância em saúde dos trabalhadores expostos às radiações ionizantes estão
descritos no protocolo Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros,
no capítulo 7.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.