Sunday, August 31, 2014

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Prevenção

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais relacionada ao trabalho
baseia-se nos procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a
saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle ambiental da exposição ao cromo e níquel, níquel e poeiras de madeira, entre outros agentes,
pode, efetivamente, reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
As medidas de controle ambiental
visam à eliminação da exposição ou à redução a níveis de concentração próximos de zero,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho ou o emprego de sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas e de limpeza dos locais de trabalho, com limpeza a úmido ou
lavagem com água das superfícies do ambiente (bancadas, paredes, solo) ou por sucção, para retirada
de partículas antes do início das atividades;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes e monitoramento sistemático das concentrações
de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- em atividades de mineração, além dessas, devem ser adotadas técnicas de perfuração a úmido para
diminuir concentração de poeiras no ar ambiente e o uso de máscaras protetoras respiratórias. Se os
níveis forem acima dos aceitáveis, pode ser necessário o uso de equipamentos de ar mandado;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual, de forma complementar às
medidas de proteção coletiva.


Saturday, August 30, 2014

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Tratamento

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A cirurgia é indicada devido à freqüência de comprometimento ósseo. A radioterapia é, quase sempre,
necessária porque as margens deixadas pela ressecção são geralmente estreitas. Nos tumores da cavidade nasal, dá-
se preferência à radioterapia para o tratamento das lesões iniciais. Caso haja comprometimento ósseo, ou se o tumor
é um melanoma ou sarcoma, a cirurgia estará indicada. Nas lesões avançadas, indica-se a ressecção cirúrgica e
radioterapia combinadas.
Estudos de seguimento de pacientes que se submeteram a tratamento combinado cirurgia-radioterapia
mostram, em média, uma sobrevida de 5 anos em cerca de 40% dos pacientes. Casos bem localizados e delimitados
poderão alcançar uma sobrevida mais prolongada.
Os critérios para avaliar e estagiar a deficiência produzida pela doença, quando ocorre, incluem: os transtornos
do olfato; transtornos respiratórios por estenose nasal; lesões mutilantes e perdas de substância; rinorréia ou formas
combinadas. O desenvolvimento de parosmias (odores anormais) ou de anosmia residual, pós-tratamento, poderá
provocar impactos importantes sobre o trabalhador, tanto em seus mecanismos de defesa, nas exposições a substâncias
químicas tóxicas ou perigosas, quanto na sua capacidade de trabalho, dependendo de sua atividade profissional.
Eventuais danos estéticos poderão ser valorizados, na perspectiva da Medicina do Seguro e da legislação civil e
criminal.


Friday, August 29, 2014

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sinais e sintomas assemelham-se aos de uma sinusite inflamatória, incluindo dor local, hiperestesia,
odontalgia, secreção nasal sanguinolenta, queda dos dentes, maus-ajustes de dentaduras. Podem surgir, ainda, distúrbios
visuais, proptose, obstrução nasal, massa protrusa na bochecha, que pode ulcerar através da pele e do palato.
A rinoscopia, sinoscopia e tomografia computadorizada ou ressonância magnética da área comprometida
devem ser realizadas. A presença de destruição óssea, ao exame radiológico, favorece a suspeita de processos
neoplásicos, embora possa ocorrer em certas condições benignas.


Thursday, August 28, 2014

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Conhece-se pouco sobre a etiologia e os fatores predisponentes, embora se considere que o consumo
excessivo de álcool, o tabagismo e a deficiente higiene oral possam desempenhar papel favorecedor. O tempo de
latência é relativamente longo, quase sempre superior a 20 ou a 25 anos. Entre os agentes etiológicos e fatores de
risco de natureza ocupacional mais conhecidos para estes tumores estão:
- radiações ionizantes;
- cromo e seus compostos (provavelmente sais de cromo hexavalente);
- processo de refino do níquel;
- produção de álcool isopropílico (processo de ácido forte, provavelmente por exposição a alquil-sulfato,
produzido no processo);
- poeiras de madeira e outras poeiras orgânicas da indústria do mobiliário (produção de adeno-carcinomas);
- poeiras da indústria do couro;
- poeiras orgânicas (na indústria têxtil e em padarias).
Os tumores malignos das fossas nasais e/ou dos seios paranasais podem ser classificados como doenças
relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco,
na etiologia multicausal desses tumores malignos.


Wednesday, August 27, 2014

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Definição da Doença

Neoplasia maligna da cavidade nasal - Definição da Doença

7.6.4 NEOPLASIA MALIGNA DA CAVIDADE NASAL E DOS SEIOS PARANASAIS CID-10 C30- e C31.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Tumores que acometem a fossa nasal e os seios paranasais devem ser diferenciados dos tumores limitados
à fossa nasal e dos que surgem a partir dos seios paranasais. Cerca de 60% destes tumores malignos são encontrados
nos seios maxilares; 20% na fossa nasal; 15% nos seios etmoidais; 4% no vestíbulo nasal e 1% no seio frontal ou
esfenoidal. Aproximadamente 80% dos tumores malignos dessa região desenvolvem-se na superfície mucosa e 54%,
a maioria, são carcinomas de células escamosas. Podem, também, ocorrer carcinomas anaplásticos (17%), carcinomas
de células transicionais (7%), adenocarcinomas (6%), melanomas (5%), linfomas (6%) e outros.


Tuesday, August 26, 2014

Proibição do inseticida DDT

Proibição do inseticida DDT

A Lei Federal n.º 7.802/1989 e algumas leis estaduais e municipais
proíbem a utilização de agrotóxicos organoclorados,
neles incluídos o inseticida DDT (dicloro-difenil-tricloroetano), não devendo, portanto,
ser autorizada sua fabricação, comercialização e utilização.
A exposição às radiações ionizantes deve ser limitada por meio de controle rigoroso das
fontes de radiação, tanto em ambientes industriais como em serviços de saúde. Sobre os procedimentos específicos
para a vigilância em saúde dos expostos às radiações ionizantes ver, neste capítulo, o protocolo Neoplasia maligna dos
ossos e cartilagens articulares dos membros.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce de casos.
Além do exame clínico cuidadoso, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares, adequados ao fator de risco identificado, entre eles o hemograma completo. Medidas de promoção
da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação existentes do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Monday, August 25, 2014

Neoplasia maligna do pâncreas - Prevenção

Neoplasia maligna do pâncreas - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna do pâncreas relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle da exposição ocupacional às radiações ionizantes, ao DDT e aos óleos minerais (óleos solúveis),
principalmente na indústria mecânico-metalúrgica, pode reduzir a incidência da doença nos grupos de risco. As medidas
de controle ambiental visam à eliminação da exposição e ao controle dos níveis de concentração dos agentes próximos
de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- normas de higiene e segurança rigorosas; sistemas de ventilação exaustora local e de ventilação geral
adequados e eficientes; monitoramento sistemático das concentrações dos agentes no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário, sanitários limpos e de fácil acesso;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, como máscaras protetoras
respiratórias e outros, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Nas indústrias mecânico-metalúrgicas e outros processos com exposição a óleos recomenda-se dotar as
máquinas e equipamentos de anteparos para evitar que respingos de óleos de corte atinjam a pele dos trabalhadores.


Sunday, August 24, 2014

Neoplasia maligna do pâncreas - Tratamento

Neoplasia maligna do pâncreas - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Estão indicadas cirurgia, radioterapia e quimioterapia, com resultados desencorajadores. O prognóstico é
sempre mau, sendo levemente influenciado pela localização. Os pacientes com câncer confinado à cabeça do pâncreas
apresentam um prognóstico relativamente melhor do que os que o têm localizado em outras áreas do pâncreas. Quanto
ao grau histológico, as lesões de alto grau de malignidade estão associadas a uma sobrevida de 3 meses e os tumores
de baixo grau de malignidade histológica correspondem a uma sobrevida de cerca de 6 meses. A sobrevida média é de
6 meses, na presença apenas de extensão local, e de 2 meses, na doença metastática para outros órgãos. A letalidade
excede a 80% no primeiro ano e não mais de 1% dos pacientes alcança 5 anos de sobrevida.


Saturday, August 23, 2014

Neoplasia maligna do pâncreas - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna do pâncreas - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O câncer da cauda do pâncreas pode ser assintomático por tempo relativamente longo, uma vez que não
afeta estruturas vizinhas. O sítio do tumor primário freqüentemente só é descoberto após evidências de metástases a
distância. Dor abdominal noturna, que tende a piorar progressivamente, é o sintoma mais comum do câncer de pâncreas.
Pode ser aliviada com analgésicos ou, ao assumir a posição antálgica sentada, com o tronco reclinado para a frente.
Pode estar associada à icterícia, perda ponderal, sangramento intestinal, comumente associado aos tumores da cabeça
do pâncreas e da ampola, sendo raros em outros tumores. Esteatorréia e diabetes mellitus, quando surgem em idosos,
associados à perda ponderal progressiva, devem alertar para a possibilidade de câncer de pâncreas. Hepatomegalia e
presença de massa abdominal surgem tardiamente no curso da doença.
A investigação diagnóstica para avaliar a extensão da doença e a existência de metástases, que
desaconselham uma cirurgia com fins curativos, inclui a realização de hemograma, provas de função hepática, cintilografia
hepática, cintilografia óssea, radiografias contrastadas (seriografias) do trato gastrintestinal superior (buscando obstrução
ou deformidade pilórica ou duodenal) e biópsias de massas suspeitas de serem metastáticas.
Os resultados terapêuticos, uma vez comprovado histopatologicamente o câncer de pâncreas, são pobres.
A propedêutica é cara, pode aumentar a morbidade e não altera o prognóstico para esse tumor. A tomografia
computadorizada do abdômen detecta 90% dos casos de câncer de pâncreas. A endoscopia é útil no carcinoma da
ampola de Vater, uma lesão potencialmente curável. A colangiopancreatografia endoscópica é um método preciso em
90 a 95% dos casos, especialmente se o tumor estiver localizado na cabeça do pâncreas e se combinado com outros
estudos diagnósticos. A avaliação citológica pode melhorar a sensibilidade. Os testes de função pancreática não são
mais considerados úteis no diagnóstico.


Friday, August 22, 2014

Neoplasia maligna do pâncreas - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasia maligna do pâncreas - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do câncer de pâncreas são desconhecidas, porém sua ocorrência diferenciada em determinados
grupos humanos permite que se identifiquem alguns fatores de risco, entre os quais destaca-se o tabagismo. Estima-
se que esse fator pese cerca de 50% na etiologia do câncer de pâncreas. O etilismo e a pancreatite estão visivelmente
associados a este tumor maligno, assim como a pancreatite recidivante hereditária. O diabetes mellitus parece ser um
fator de risco em alguns casos, mas ainda não está claro se isso é verdadeiro, uma vez que o câncer de pâncreas
também pode causar diabetes, em pacientes idosos. Regimes alimentares contendo altos teores de gordura animal,
especialmente em carnes, têm sido referidos como fator de risco para o câncer de pâncreas, assim como o excesso de
café e a hipovitaminose A.
A etiologia ocupacional do câncer de pâncreas tem sido investigada, com resultados pouco claros, até o
momento.
Cerca de 24 produtos ou substâncias químicas, utilizados ou produzidos em ambientes
de trabalho, em cerca de 14 ramos de atividade e/ou profissões,
já foram relacionados com a produção e excesso de incidência e/ou de
mortalidade por esse tipo de tumor maligno. Porém, poucos trabalhos são metodologicamente consistentes. Entre
estes, destacam-se os estudos com trabalhadores da indústria química, expostos ao DDT (dicloro-difenil-tricloroetano),
entre os quais foi relatado um risco relativo de 5. Trabalhadores da indústria mecânico-metalúrgica e indústria
automobilística, expostos a óleos minerais (óleos solúveis), também se mostram mais suscetíveis ao câncer de pâncreas,
em vários estudos bem conduzidos do ponto de vista metodológico. Como ocorre com muitas outras localizações, as
radiações ionizantes produzidas em ambientes de trabalho estão associadas ao câncer de pâncreas, em grupos de
risco que incluem os radiologistas.
O câncer de pâncreas pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados
com a etiologia multicausal desse tumor.


Thursday, August 21, 2014

Neoplasia maligna do pâncreas - Definição da Doença

Neoplasia maligna do pâncreas - Definição da Doença

7.6.3 NEOPLASIA MALIGNA DO PÂNCREAS CID-10 C25.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As neoplasias malignas do pâncreas relacionadas ao trabalho abrangem os acometimentos do pâncreas
exócrino, essencialmente carcinomas tipo adenocarcinoma, que se localizam na cabeça do pâncreas em 60% dos
casos; no corpo, entre 15 a 20%; na cauda, em 5% dos casos; os difusos ou espalhados, de altíssima malignidade, em
20%; e os do pâncreas endócrino, mais raros.


Wednesday, August 20, 2014

Limite de exposição permitido para o monômero cloreto de vinila

Limite de exposição permitido para o monômero cloreto de vinila

A Occupational Safety and Health Administration (OSHA) estabelece o
limite de exposição permitido (LEP ou PEL) para o monômero cloreto de vinila em 1 ppm (5 ppm para 15 minutos).
O National Institute for Occupational
Safety and Health (NIOSH), ao incluir o cloreto de vinila entre as substâncias cancerígenas, recomenda que a exposição
seja a mais baixa possível. O limite de exposição (TLV-TWA) para o cloreto de vinila, proposto pela American Conference
of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), é de 1 ppm, com a notação de ser cancerígeno, classificado como A1,
ou seja, carcinógeno humano confirmado.

No Brasil, a NR 15 ainda mantém o LT de 156 ppm ou 398 mg/m3
de cloreto de vinila no ar ambiente, em
evidente contradição com os parâmetros atualmente recomendados pela OSHA, pelo NIOSH e pela própria OIT. É
urgente que esse parâmetro seja atualizado tanto em regulamentos federais quanto nos regulamentos estaduais ou
municipais.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Recomenda-se a utilização de procedimentos padronizados e a realização de provas de função hepática, com dosagem
das transaminases séricas (TGO e TGP), desidrogenase lática (DHL), fosfatase alcalina (FA) e gama-glutamil-transferase
(GGT), na admissão, anualmente, no desligamento e na cessação da exposição do trabalhador. Ainda que esse
procedimento não reduza a incidência do angiossarcoma hepático, pode contribuir para sua detecção em estágios
mais iniciais, aumentando, portanto, a possibilidade de maior sobrevida.
Os casos detectados devem ser notificados. Pela gravidade e raridade, o encontro de caso de angiossarcoma
hepático em indivíduo exposto a cloreto de vinila deve ser considerado como evento sentinela.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação existentes no SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Tuesday, August 19, 2014

Angiossarcoma do fígado - Prevenção

Angiossarcoma do fígado - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do angiossarcoma do fígado relacionado ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes e condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo. A
eliminação ou controle da exposição ao cloreto de vinila é fundamental para a redução da incidência da doença nos
grupos ocupacionais sob risco.
Devem ser observadas as determinações da Convenção/OIT n.º 139/1974:
- procurar, de todas as formas, substituir as substâncias e os agentes cancerígenos por outros não-
cancerígenos ou menos nocivos;
- reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível
com a segurança;
- prescrever medidas de proteção;
- estabelecer sistema apropriado de registro;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e medidas a serem aplicadas;
- garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a níveis próximos de zero
ou dentro dos limites estabelecidos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes, monitoramento sistemático das concentrações da substância no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.


Monday, August 18, 2014

Angiossarcoma do fígado - Tratamento

Angiossarcoma do fígado - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tumor é de alta malignidade. O tratamento cirúrgico (lobectomia),
mesmo em pacientes selecionados, tem mau prognóstico.
O tumor responde pouco à radioterapia e quimioterapia.
A sobrevida média de portadores de angiossarcoma hepático é de cerca de cinco meses.
Muitos pacientes morrem ainda na internação hospitalar, por ocasião do diagnóstico.
Os pacientes que apresentam tumores localizados sobrevivem mais tempo.


Sunday, August 17, 2014

Angiossarcoma do fígado - Quadro clínico e diagnóstico

Angiossarcoma do fígado - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por dor abdominal, massa palpável no quadrante superior direito,
sensibilidade dolorosa no hipocôndrio direito, perda ponderal e ascite. A natureza altamente vascular do angiossarcoma
hepático pode provocar hemorragia peritoneal maciça. Podem ser observados, simultaneamente, deterioração da
função hepática, icterícia obstrutiva com prurido, discreta colecistite, episódios repetidos de hepatite ou sinais de
doença metastática. A maioria dos pacientes morre devido à insuficiência hepática ou em decorrência da hemorragia
maciça no interior do tumor.
O diagnóstico de angiossarcoma hepático é baseado na história clínica. Nos estágios mais avançados, o
exame físico pode contribuir.

Nos exames laboratoriais, a alfafetoproteína encontra-se elevada em 30 a 50% dos casos, porém não é
patognomônica, visto que este marcador também se eleva em outros tumores.
As provas de função hepática encontram-se geralmente alteradas, especialmente a fosfatase
alcalina (90% dos casos). A TGO e a LDH estão elevadas em mais
de 2/3 dos casos, porém a TGP geralmente está normal.
Os pacientes cirróticos apresentam uma elevação crônica dos níveis de transaminases,
que podem sofrer uma queda quando o tumor se desenvolve.
A cintilografia hepática mostra
resultados difíceis de interpretar, porém é útil em pacientes com tumores solitários precoces.
A angiografia seletiva da artéria hepática permite fazer o diagnóstico diferencial.
A biópsia hepática é definitiva no diagnóstico. No nódulo solitário,
evidenciado na cintilografia hepática, deve-se realizar uma angiografia antes da biópsia,
para excluir a possibilidade de hemangioma ou outras lesões altamente vascularizadas.
As biópsias de lesões vasculares devem ser realizadas por meio de laparoscopia ou laparotomia,
para minimizar os riscos de hemorragia. Na presença de nódulos múltiplos na
cintilografia, a biópsia pode ser executada percutaneamente.


Saturday, August 16, 2014

Angiossarcoma do fígado - Epidemiologia e Fatores de risco

Angiossarcoma do fígado - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia do angiossarcoma hepático ainda é pouco conhecida.
O risco de sua ocorrência aumenta em pessoas expostas a arsênico, esteróides anabólicos,
dióxido de tório (Thorotrast) e ao monômero cloreto de vinila.
O fator de risco de natureza ocupacional mais bem documentado, a partir de 1974,
é a exposição ocupacional ao cloreto de vinila, substância volátil utilizada na polimerização,
que resulta no cloreto de polivinila (PVC). Está presente nas fábricas de cloreto de vinila
ou na produção do PVC (polímero), onde há risco de exposição ao cloreto de vinila
monômero (VCM). A observação não se aplica a indústrias de artefatos de plástico,
onde o PVC é matéria-prima, sólido em grânulos e não há manuseio do VCM.
Por outro lado, se o PVC sofre pirólise em alta temperatura, o VCM pode ser
encontrado nos fumos de termodegradação em quantidades ínfimas, com risco diminuto.
Estudos realizados em fábricas de VCM e PVC demonstram riscos relativos e odds ratios
entre 4 e 8 vezes, com elevado intervalo de confiança.
A IARC classifica o cloreto de vinila no Grupo 1, ou seja, existe evidência suficiente
sobre a carcinogenicidade humana.
Entre os expostos, no mesmo ramo de atividade, também se observa a presença
de outras doenças relacionadas ao trabalho, como a acrosteólise (degeneração dos ossos das falanges terminais),
a síndrome de Raynaud,
o escleroderma, a trombocitopenia e as alterações da função hepática.
O angiossarcoma hepático deve ser classificado como doença relacionada ao trabalho,
do Grupo II da Classificação de Schilling, uma vez que o trabalho pode ser considerado
como fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal
deste tumor.


Friday, August 15, 2014

Angiossarcoma do fígado - Definição da Doença

Angiossarcoma do fígado - Definição da Doença

7.6.2 ANGIOSSARCOMA DO FÍGADO CID-10 C22.3

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os carcinomas primitivos (primários) do fígado são o carcinoma primário hepatocelular,
denominado de hepatoma ou carcinoma de células parenquimatosas, responsável por cerca de 90%
de todos os casos de tumores malignos do fígado.
Os colangiocarcinomas (ductos biliares hepáticos) são responsáveis por cerca de 5 a 7% dos
casos e os restantes são tumores mistos.
Entre os mais raros estão os hepatoblastomas, os angiossarcomas ou hemangiossarcomas
(das células de Kupfer ou células da linha sinusal) e outros sarcomas.


Thursday, August 14, 2014

Neoplasia maligna do estômago - Prevenção

Neoplasia maligna do estômago - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna do estômago relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. O controle da exposição ao amianto e a outros fatores de risco identificados pode contribuir para a
redução da incidência da doença nos grupos ocupacionais sob risco.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação
ou à redução da exposição a níveis de concentração próximos de zero ou dentro dos limites estabelecidos, por meio
de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como banho,
lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Os procedimentos para a vigilância em saúde dos trabalhadores expostos ao amianto estão descritos no
protocolo Mesoteliomas, neste mesmo capítulo.
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde por meio do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), além de outros
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização dos exames
complementares indicados pela natureza da exposição ocupacional. Medidas de promoção da saúde e controle do
tabagismo devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informações do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Wednesday, August 13, 2014

Neoplasia maligna do estômago - O sistema de estagiamento e tratamento

Neoplasia maligna do estômago - O sistema de estagiamento e tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A conduta clássica inclui cirurgia, com ressecção curativa, paliativa ou profilática,
radioterapia e/ou quimioterapia. Para o encaminhamento dos procedimentos terapêuticos e
legais têm sido utilizados sistemas de estagiamento que, no caso do câncer de estômago,
são baseados no grau de penetração para o interior da parede do estômago e no comprometimento
linfonodal e de metástases a distância.
O sistema de estagiamento mais utilizado em Oncologia Clínica é assim definido:
ESTÁGIO 0:
sem comprometimento seroso, ausência de tumor no nível de ressecção, ausência de envolvimento linfonodal.
Sobrevida em 5 anos: 60%;
ESTÁGIO I:
apenas um dos três critérios acima apresentados está presente. Sobrevida em até 5 anos: 40%;
ESTÁGIO II:
dois dos critérios acima estão presentes. Sobrevida em 5 anos: 20%;
ESTÁGIO III:
todos os três critérios estão presentes. Sobrevida em 5 anos: menos que 5%.
Com efeito, quanto ao estágio do câncer, as grandes casuísticas e os estudos de seguimento
relatam um índice de sobrevida em cinco anos inferior a 5% para aqueles pacientes com
comprometimento seroso ou linfonodal.
O tipo de câncer gástrico associado ao melhor prognóstico é o de disseminação superficial:
uma sobrevida em 5 anos é conseguida em quase 90% dos pacientes.
O tipo polipóide, o ulcerado e a linite plástica apresentam progressivamente
um pior prognóstico.
Quanto ao grau, os tumores que revelam um alto grau de malignidade apresentam um
pior prognóstico.


Tuesday, August 12, 2014

Doenças relacionadas ao trabalho

Doenças relacionadas ao trabalho

Ministério da Saúde do Brasil
Organização Pan-Americana da Saúde
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
Manual de Procedimentos
para os Serviços de Saúde







Monday, August 11, 2014

Neoplasia maligna do estômago - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna do estômago - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O câncer gástrico freqüentemente evolui até estágios avançados antes que os sintomas e os sinais se
desenvolvam. O quadro clínico se manifesta por anorexia, sensação de plenitude precoce, aversão à carne, perda
ponderal e dor abdominal. Um desconforto abdominal vago pode ser inicialmente aliviado com antiácidos, podendo ser
seguido de sintomas secundários a uma anemia discreta pela deficiência de ferro; disfagia devida a lesões localizadas
na junção esôfago-gástrica; vômitos resultantes da obstrução no esvaziamento gástrico; diarréia secundária à linite
plástica, encarcerando o intestino delgado; urgência retal pela manhã e fezes em fita, decorrentes de metástases.
O diagnóstico de câncer gástrico é baseado na história clínica e, em estágios mais avançados, no exame
físico. Pacientes com queixas persistentes relacionadas ao trato gastrintestinal devem ser extensamente investigados
para o câncer gástrico com o auxílio de estudos contrastados do trato gastrintestinal superior, endoscopia, citologia
exfoliativa, escovados de biópsia e análise do ácido gástrico. Esse conjunto de exames é capaz de detectar mais de
95% dos cânceres de estômago.


Sunday, August 10, 2014

Neoplasia maligna do estômago - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasia maligna do estômago - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do câncer de estômago são desconhecidas.
Fatores de natureza genética, ambiental, infecciosa, dietética e nutricional têm sido
associados à doença.
O câncer gástrico é de 3 a 6 vezes mais comum em pacientes com anemia perniciosa,
entidade associada à herança genética. É mais comum em pessoas do grupo sangüíneo A e
em portadores de gastrite atrófica crônica do que na população geral.

Entre os hábitos alimentares associados a um maior risco para a doença estão:
elevada ingestão de sal,
dieta com alto teor de nitratos (presentes na água, em vegetais e em carnes conservadas),
alto consumo de carboidratos e baixa ingestão de vegetais crus, saladas, frutas frescas
e baixa ingestão de proteínas animais.

A associação de câncer gástrico com a infecção por Helicobacter pylori, recentemente descrita,
abriu uma perspectiva explicativa de alto interesse e grande expectativa.
A IARC reconhece formalmente a infecção por H. pylori como um fator etiológico do câncer
de estômago.
A exposição ocupacional ao asbesto ou amianto constitui um fator de risco de natureza ocupacional
relativamente bem documentado do ponto de vista epidemiológico.
Estudos de coortes de trabalhadores expostos
durante longos períodos de trabalho mostram que a incidência do câncer de estômago é
de 30 a 100% mais elevada que em grupos ocupacionais semelhantes, porém sem exposição
ocupacional ao asbesto. Em trabalhadores em minas de carvão, refinarias de petróleo e na indústria da borracha,
entre outros, existem observações epidemiológicas ainda
não-conclusivas de maior incidência de câncer de estômago, sem que se conheça o fator etiológico envolvido.
O câncer de estômago pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, em trabalhadores expostos ocupacionalmente ao asbesto, considerado como fator de risco,
no conjunto de fatores associados à etiologia multicausal desse tumor.


Saturday, August 9, 2014

Neoplasia maligna do estômago - Definição da Doença

Neoplasia maligna do estômago - Definição da Doença

7.6.1 NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO CID-10 C16.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Entre 90 a 95% das neoplasias malignas do estômago são adenocarcinomas e os 5 a 10% restantes
dividem-se entre leiomiossarcomas e linfomas. Dos adenocarcinomas, aproximadamente 75% são ulcerados, 10% são
polipóides e 10% são cirrosos. Quanto à localização, 50% localizam-se no piloro e antro; 20% na pequena curvatura;
20% no corpo; 7% na cárdia e 3% na grande curvatura (as úlceras da grande curvatura raramente são benignas).


Friday, August 8, 2014

Lista de neoplasias tumores relacionadas ao trabalho

Lista de neoplasias tumores relacionadas ao trabalho

7.6 LISTA DE NEOPLASIAS (TUMORES) RELACIONADAS AO TRABALHO, DE ACORDO COM A PORTARIA/MS N.º
1.339/1999
- Neoplasia maligna do estômago (C16.-)
- Angiossarcoma do fígado (C22.3)
- Neoplasia maligna do pâncreas (C25.-)
- Neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais (C30- e C31.-)
- Neoplasia maligna da laringe (C32.-)
- Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-)
- Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (inclui Sarcoma Ósseo) (C40.-)
- Outras neoplasias malignas da pele (C44.-)
- Mesoteliomas (C45.-): da pleura (C45.0), do peritônio (C45.1) e do pericárdio (C45.2)
- Neoplasia maligna da bexiga (C67.-)
- Leucemias (C91- e C95.-)





Thursday, August 7, 2014

Quadro 14 - História clínica investigados na suspeita de câncer

Quadro 14 - História clínica investigados na suspeita de câncer

Quadro XIV
ASPECTOS DA HISTÓRIA CLÍNICA E OCUPACIONAL QUE DEVEM SER
INVESTIGADOS NA SUSPEITA DE CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO

História Clínica e Ocupacional:

História médica:
História da doença atual.
História dos distúrbios médicos associados a neoplasias malignas secundárias.
Uso de medicamentos no passado (crônico e breve).
História de radioterapia.

História familiar:
História de câncer.
Membros da família que fumam (atualmente e durante a infância).
História ocupacional dos membros da família (atualmente e durante a infância).
Distúrbios hereditários associados a neoplasias malignas secundárias.

História social:
Consumo de tabaco.
Produtos não-fumáveis com tabaco.
Uso de álcool.
Abuso de drogas.
Hábitos sexuais.
Todas as atividades recreativas e passatempos.
Dieta e nutrição, incluindo uso de vitaminas, jardins domiciliares (pesticidas).
Viagem ao exterior.

História ocupacional:
Todas as ocupações, incluindo trabalhos esporádicos e na infância.
Todos os empregos com riscos conhecidos.
Todos os empregos em que foram utilizados equipamentos de proteção.
Todos os empregos com concentração de casos de câncer.
Todos os empregos com odores desagradáveis.
Todos os empregos com substâncias químicas, fumaças, gases, poeiras e radiações.

História ambiental:
Todas as residências e tipos.
Qualquer residência próxima a indústrias, local de despejo, áreas agrícolas ou outras instalações.
Fonte de água (poço, comunitária, engarrafada).
Concentração de casos de câncer.
Uso de pesticidas, herbicidas ou fungicidas.
Materiais de construção e reforma da casa.

Fonte: SHIELDS, P.; HARRIS, G.; CURTIS, C. Causas ambientais de câncer. In: UPTON, A. C.; POSITANO, R. (Reds.). Clínicas da América do Norte: medicina do
meio ambiente. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990, v. 2. Título original: The Medical Clinics of North America.



Wednesday, August 6, 2014

Procedimentos ao se detectar câncer em um estabelecimento de trabalho

Procedimentos ao se detectar câncer em um estabelecimento de trabalho

7.4 PROCEDIMENTOS E CONDUTAS A SEREM ADOTADOS AO SE DETECTAR CASO DE CÂNCER EM UM
DADO ESTABELECIMENTO DE TRABALHO*
Cada caso de câncer relacionado ao trabalho deve ser confirmado ou refutado por meio dos seguintes
procedimentos:
- estabelecer tipo histológico, data do diagnóstico, dados demográficos, idade e sexo;
- estratificar os trabalhadores da empresa por sexo e idade;
- obter taxas de incidência de câncer por sexo e idade a partir dos dados da população geral;
- determinar a taxa de incidência padronizada por idade, na empresa em questão. Conferir se há um
excesso de incidência, comparada à população geral;
- determinar intervalos de confiança dessa taxa (intervalos amplos, pequeno número de casos, significância
estatística);
- seguir investigação mesmo que a elevação da taxa de incidência de câncer na empresa não seja
estatisticamente significante;
- identificar os tipos histológicos dos cânceres. Um excesso de tumores raros ou daqueles conhecidos
como sendo induzidos por fatores ambientais deve ser alvo de atenção, como, por exemplo, o
angiossarcoma do fígado e o cloreto de vinila, o mesotelioma e o asbesto;
- identificar os períodos de latência (período de tempo entre o início da exposição ao carcinogênico e a
detecção clínica do câncer) observados em cada caso. Por exemplo, para cânceres hematológicos
varia de 4 a 5 anos, para tumores sólidos é, no mínimo, de 10 a 20 anos, até 50 anos;
- revisar a história ocupacional pregressa e atual de cada paciente. Observar a multiplicidade e
concomitância das exposições;
- revisar as informações sobre os ambientes e condições de trabalho, verificando se alguma exposição
particular é comum entre os casos. Diversas situações ocupacionais podem implicar exposições químicas
similares. Conferir exposições pregressas (registros de higiene industrial, entrevistas com trabalhadores
antigos, registros de produção, etc.);
- avaliar os demais locais de trabalho do ponto de vista da higiene industrial, incluindo exposições acidentais
(aquecimento, ventilação, sistema de ar-condicionado, água potável, etc.).
Conclusão
- Não há casos de câncer.
- Há casos de câncer, porém não são consistentes com causação ocupacional.
- Há casos de câncer possivelmente associados a exposições ocupacionais.
- Há casos de câncer certamente relacionados a exposições ocupacionais.
Condutas
- Comunicar os resultados aos trabalhadores e empregadores.
- Se demonstrada relação com a exposição ocupacional, orientar as medidas corretivas e de controle
rigoroso das exposições.
- Manter estrita e sistemática vigilância dos efeitos em saúde e dos ambientes de trabalho, qualquer que
seja a conclusão.
Conforme mencionado no capítulo 2, o instrumento mais simples e facilmente disponível nos serviços de
saúde para o diagnóstico e estabelecimento de relação causal na doença relacionada ao trabalho é a anamnese
clínica, que inclui uma história ocupacional cuidadosa. O Quadro XIV contém um roteiro para a coleta da história clínica
e ocupacional nos casos de suspeita de câncer relacionado ao trabalho.







Tuesday, August 5, 2014

Etapas e ações de vigilância dos efeitos sobre a saúde

Etapas e ações de vigilância dos efeitos sobre a saúde

7.3 ETAPAS E AÇÕES DE VIGILÂNCIA DOS EFEITOS SOBRE A SAÚDE – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Os serviços de saúde da rede pública responsáveis por essas ações de vigilância devem realizar:
- construção e acompanhamento da série histórica de mortalidade por câncer ocupacional e relacionado
ao trabalho, na área geográfica de abrangência;
- identificação dos tipos específicos de câncer mais prevalentes e/ou reconhecidos pela literatura científica
como relacionados a exposições ocupacionais;
- definição de tipos de câncer ou de atividades/ocupações prioritárias para fins de vigilância;
- acompanhamento dos casos de câncer definidos como prioritários para a vigilância, atendidos em
hospitais e notificados por meio do SIH/SUS, pela rede de saúde, serviços de oncologia, hematologia,
terapias especializadas e laboratórios de anatomia patológica. Avaliação e acompanhamento dos casos
do Registro de Câncer de Base Populacional;
- investigação epidemiológica dos casos de câncer definidos como prioritários para a vigilância, buscando
traçar a história ocupacional completa, identificar possíveis exposições associadas e necessidades de
intervenção;
- estudos epidemiológicos, especialmente do tipo caso-controle, e inquéritos com pesquisa de alterações
citogenéticas em grupos selecionados.
Discute-se, na atualidade, a validade do uso de marcadores de exposição e de identificação de indivíduos
suscetíveis para alguns tipos de câncer, passíveis de serem aplicados nos exames pré-admissionais de trabalhadores.
Dentre esses, têm sido estudados testes de alterações cromossômicas e a presença de enzimas e proteínas.
No entanto, ainda não estão disponíveis critérios científicos irrefutáveis para sua utilização. As principais dificuldades
decorrem de:
- baixa especificidade dos testes – alta taxa de testes falso-positivos;
- natureza invasiva de alguns métodos;
- pequena repercussão nas taxas de mortalidade;
- alto custo de alguns dos testes;
- não-validação dos testes de marcadores moleculares e enzimáticos, na dependência de pesquisas
adicionais;
- conhecimento científico não-consolidado;
- questões éticas, com a possibilidade de discriminação dos suscetíveis em exames pré-admissionais,
em contraposição à necessidade de controlar e eliminar a exposição.


Etapas e ações de vigilância de ambientes e condições de trabalho

Etapas e ações de vigilância de ambientes e condições de trabalho

7.2 ETAPAS E AÇÕES DE VIGILÂNCIA DE AMBIENTES E CONDIÇÕES DE TRABALHO – VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Os serviços de saúde da rede pública responsáveis por essas ações de vigilância devem realizar:
- mapeamento das atividades produtivas, processos de trabalho e estabelecimentos existentes no seu
território ou área geográfica, elaborando e mantendo os registros de cadastros de estabelecimentos e
os resultados das avaliações ambientais realizadas;
- classificação dessas atividades e processos segundo o ramo de atividade econômica (Classificação
Nacional de Atividades Econômicas);
- identificação, na área de abrangência, das atividades e processos reconhecidos como comprovadamente
carcinogênicos, provavelmente ou possivelmente carcinogênicos para humanos, por meio da comparação
com informações coletadas na bibliografia especializada, tais como IARC, ACGIH e outras;
- dimensionamento da população de trabalhadores inserida nessas atividades;
- levantamento dos dados disponíveis nos serviços de saúde, como, por exemplo, série histórica de
mortalidade por câncer, ocorrência elevada de leuconeutropenias em exames laboratoriais, ocorrências
de casos raros, etc.;
* Fonte: FRUMKIN, Howard. Occupational cancers. In: McCUNNEY, R. J. (Editor).
A practical approach to occupational and environmental medicine. 2nd edition.
USA: Little, Brown and Company, 1994. Ch. 13, p.187-198.

- avaliação da possível relação dos casos identificados em uma área geográfica com os estabelecimentos e
processos de trabalho existentes na mesma área e/ou com grupos de ocupações ou categorias de
trabalhadores específicos;
- estabelecimento de prioridades para o mapeamento de riscos nos locais de trabalho (pólos industriais,
agroindústrias, ocupações específicas, ramo de atividade específico, etc.);
- estimativa dos níveis de exposição humana, por meio de estudos técnicos de mapeamento de riscos e
avaliação dos ambientes de trabalho, em colaboração com universidades, institutos de pesquisa, a
Fundacentro, e consulta a levantamentos realizados pelas empresas;
- avaliação e revisão das normas e regulamentos de proteção à saúde, com identificação das possibilidades
de banimento e substituição das substâncias com potencial carcinogênico/genotóxico e recomendação
de adoção de medidas de controle ambiental, de engenharia e higiene ocupacional, para diminuição
dos níveis de exposição;
- acompanhamento e avaliação das medidas adotadas.


Monday, August 4, 2014

Os cânceres ocupacionais

Os cânceres ocupacionais

- os cânceres ocupacionais não diferem, em suas características morfológicas e histológicas,
dos demais cânceres;
- em geral, existem exposições combinadas e/ou concomitantes.
Por outro lado, têm em comum com outras doenças ocupacionais a dificuldade de relacionar
as exposições à doença e o fato de que são, em sua grande maioria, preveníveis.
Dessa forma, a vigilância efetiva do câncer ocupacional é feita sobre os processos e atividades do trabalho
com potencial carcinogênico, ou seja, dos riscos ou das exposições. A vigilância de agravos ou efeitos para a saúde
busca a detecção precoce de casos e a investigação da possível relação com o trabalho para a identificação de
medidas de controle e intervenção.
A vigilância da saúde, no que se refere aos cânceres relacionados ao trabalho, consiste, basicamente, na
vigilância dos ambientes e condições de trabalho e na vigilância dos efeitos ou danos à saúde. Baseia-se em
conhecimentos clínicos, epidemiológicos, da higiene do trabalho, ergonomia, toxicologia, psicologia, entre outras
disciplinas, na percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e saúde e nas normas técnicas e regulamentos vigentes.
Como orientação geral, a vigilância ambiental deve seguir o estabelecido na Convenção/OIT n.º 139/1974,
que inclui:
- procurar, de todas as formas, substituir as substâncias e agentes cancerígenos por outros não
cancerígenos ou menos nocivos;
- reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível
com a segurança;
- prescrever medidas de proteção;
- estabelecer sistema apropriado de registro;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e medidas a serem aplicadas;
- garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
As medidas de controle ambiental da exposição a cancerígenos objetivam:
- manutenção de níveis de concentração próximos de zero;
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- normas de higiene e segurança rigorosas e medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, com
limpeza a úmido ou lavagem com água das superfícies do ambiente (bancadas, paredes, solo) ou por
sucção, para retirada de partículas, antes do início das atividades;
- sistemas de ventilação exaustora local e de ventilação geral adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de aerodispersóides no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de
vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, de modo complementar às medidas de proteção coletiva adotadas.


Quadro 13 - Produtos e ocupações considerados cancerígenos

Quadro 13 - Produtos e ocupações considerados cancerígenos

Existem várias classificações dos produtos e ocupações considerados cancerígenos,
algumas das quais estão sintetizadas no Quadro XIII,
apresentado a seguir.
Com base nessa classificação, a IARC já comprovou ou considera suspeitos de carcinogênese cerca de dois mil
fatores de risco, que podem ser classificados em dois grandes grupos:

GRUPO 1: inclui fatores genéticos, que explicam as diferentes suscetibilidades entre os indivíduos e a maior suscetibilidade
em um mesmo grupo familiar;
GRUPO 2: inclui fatores ambientais, que considera hábitos como o tabagismo, dietas ricas em gorduras saturadas,
álcool, exposição solar excessiva, hábitos sexuais e de higiene pessoal e outros fatores sobre os quais os
indivíduos não detêm controle, como as exposições ocupacionais.
As estimativas sobre a contribuição dos fatores ocupacionais no desencadeamento dos cânceres variam
entre 4 e 25%.
A partir do clássico estudo de Percival Pott, no século XVIII, descrevendo o câncer de
escroto em limpadores de chaminé, inúmeros outros trabalhos têm demonstrado uma maior
freqüência de determinadas patologias em grupos populacionais específicos.
Estima-se que em países industrializados cerca de 9% dos cânceres que atingem
homens são decorrentes de exposição ocupacional.
Estima-se que existam cerca de 600.000 substâncias químicas conhecidas, das quais
50.000 a 70.000 têm uso industrial, e que cerca de 3.000 novos produtos químicos sejam
colocados no mercado por laboratórios e centros
de pesquisa, a cada ano, sem que se conheça perfeitamente seus efeitos tóxicos sobre a saúde e seu potencial
cancerígeno.
Os cânceres relacionados ao trabalho diferem de outras doenças ocupacionais, entre outros, pelos
seguintes aspectos:
- a despeito da legislação brasileira e de outros países estabelecerem limites de tolerância para diversas
substâncias carcinogênicas, segundo o preconizado internacionalmente, não existem níveis seguros
de exposição;
- existem muitos tipos de cânceres;
- os cânceres, em geral, desenvolvem-se muitos anos após o início da exposição, mesmo após a cessação
da exposição;




Quadro XIII
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO PARA CARCINOGENICIDADE
American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH)
A1 A2
Carcinogênico humano confirmado.
Carcinogênico humano suspeito, segundo evidência humana limitada ou animal suficiente.
National Toxicology Program (NTP)
A B
Carcinogenicidade reconhecida em seres humanos.
Evidência limitada em seres humanos ou evidência suficiente em animais.
International Agency for Research on Cancer (IARC)
1 2A 2B 3 4
Evidência epidemiológica suficiente para carcinogenicidade em seres humanos.
Provavelmente carcinogênico em seres humanos, segundo evidências limitadas em seres humanos e evidência
suficiente em animais.
Possivelmente carcinogênico em seres humanos, segundo evidência suficiente em animais, porém inadequada em
seres humanos, ou evidência limitada nesses, com evidência suficiente em animais.
Não classificável.
Não carcinogênico.
Environmental Protection Agency (EPA)
A B1 B2 C D E
Evidência suficiente de estudos epidemiológicos apoiando uma associação etiológica.
Evidência limitada em seres humanos, segundo estudos epidemiológicos.
Evidência suficiente em animais, porém inadequada em seres humanos.
Evidência limitada em animais.
Evidência inadequada em animais.
Nenhuma evidência em animais ou seres humanos.
* Dados: IARC. Overall evaluations of carcinogenicity. In: IARC. Updating of IARC Monographs. Lyon (França): IARC, 1987. Vols. 1-42. Suppl. 7
Fonte: SHIELDS, P.G. & HARRIS, C. C. Causas ambientais de câncer. In: UPTON, A. C. ; POSITANO, R. (Reds). Clínicas da América do Norte: medicina do
meio ambiente. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990. V. 2. Título original: The Medical Clinics of North America.




Sunday, August 3, 2014

Curso de especialização em Saúde oferece vagas para todo o País

Curso de especialização em Saúde oferece vagas para todo o País

Objetivo é proporcionar desenvolvimento de conhecimentos científicos sobre Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente

Estatísticas do câncer

Estatísticas do câncer

Nos países desenvolvidos, que dispõem de estatísticas confiáveis, o câncer constitui
a segunda causa de morte na população adulta, sendo responsável por uma em cada cinco mortes. As informações disponíveis sobre a
prevalência de câncer no Brasil são precárias e não refletem a realidade.
A doença representa a segunda maior causa de morte na população brasileira acima dos 40 anos,
sendo o câncer de pulmão o mais prevalente entre os homens.
Entre as neoplasias malignas prevalentes e mortais, no Brasil, estão as de mama, colo uterino,
estômago, pulmão, cólon/reto, próstata e esôfago.
Na sua maioria, resultam da agressão direta de fatores do meio externo ou de estímulo
hormonal constante, que podem ser prevenidos ou detectados e tratados com êxito em fases precoces.
A respeito dos agentes causadores de câncer, de modo geral, as informações baseiam-se em estudos
epidemiológicos em animais e in vitro.





Ministério da Saúde recebe projetos para incentivo fiscal

Ministério da Saúde recebe projetos para incentivo fiscal

Portaria que autoriza incentivo fiscal de até R$ 1,3 bilhão para realização de projetos foi publicada nesta quarta-feira (30)

Campanha distribuiu dois milhões de preservativos na Copa

Campanha distribuiu dois milhões de preservativos na Copa

Iniciativa teve apoio das 12 cidades-sede e contou com unidades móveis para a realização de testes rápidos

Medicamento para infarto é incorporado ao SAMU

Medicamento para infarto é incorporado ao SAMU

Ação inédita poderá salvar e deixar sem sequelas até 8.368 pessoas vítimas de infarto por ano

Dados do Instituto Nacional de Câncer

Dados do Instituto Nacional de Câncer

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 1995), estima-se que 60 a 90%
dos cânceres sejam devidos à exposição a fatores ambientais.
Em cerca de 30% dos casos, não tem sido possível identificar a causa do
câncer, sendo atribuída a fatores genéticos e mutações espontâneas.
A grande variação observada nas estatísticas internacionais sobre a incidência de câncer fortalece a hipó-
tese explicativa que atribui aos fatores ambientais a maior parcela de responsabilidade pela doença. Outra evidência
importante refere-se à observação de que populações de migrantes passam a apresentar padrões de ocorrência de
câncer semelhantes ao do país de adoção. Também devem ser levadas em conta as diferenças genéticas entre as
populações e as facilidades para o diagnóstico e registro das doenças.
O período de latência é o tempo decorrido entre o início da exposição ao carcinógeno, que desencadeia a
alteração celular e a detecção clínica do tumor. Tem duração variável, sendo geralmente longo, de 20 a 50 anos para
tumores sólidos, ou curto, de 4 a 5 anos para as neoplasias do sangue. Os longos períodos de latência dificultam a
correlação causal ou o estabelecimento do nexo entre a exposição e a doença, particularmente no caso dos cânceres
relacionados ao trabalho.


Saturday, August 2, 2014

Vacina contra hepatite A passa a ser oferecida pelo SUS

Vacina contra hepatite A passa a ser oferecida pelo SUS

As doses são direcionadas às crianças de 12 a 23 meses e já foram distribuídas para postos de saúde de todo o País

Anvisa proíbe venda de água sanitária por empresa paulista

Anvisa proíbe venda de água sanitária por empresa paulista

Medida vale para todo o território nacional e faz parte do monitoramento da qualidade dos produtos

Conheça as características das hepatites virais

Conheça as características das hepatites virais

Sintomas incluem cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras

Tumores ou neoplasias

Tumores ou neoplasias

Capítulo 7
NEOPLASIAS (TUMORES)
RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo II da CID-10)
7.1 INTRODUÇÃO
O termo tumores ou neoplasias designa um grupo de doenças caracterizadas pela perda de controle do
processo de divisão celular, por meio do qual os tecidos normalmente crescem e/ou se renovam, levando à multiplicação
celular desordenada. A inoperância dos mecanismos de regulação e controle da proliferação celular, além do crescimento
incontrolável, pode levar, no caso do câncer, à invasão dos tecidos vizinhos e à propagação para outras regiões do
corpo, produzindo metástase.
Apesar de não serem conhecidos todos os mecanismos envolvidos, estudos experimentais têm demonstrado
que a alteração celular responsável pela produção do tumor pode se originar em uma única célula e envolve dois estágios.
No primeiro, denominado de iniciação, mudanças irreversíveis (mutações) ocorrem no material genético da célula. No
segundo estágio, denominado de promoção, mudanças intra e extracelulares permitem a proliferação da célula
transformada, dando origem a um nódulo que, em etapas posteriores, pode se disseminar para regiões distintas do corpo.
A oncogênese pode ser ativada por agentes ambientais, atuando sobre determinados genes, propiciando
o desencadeamento e o crescimento dos tumores. Outros genes funcionam como supressores, regulando a proliferação
normal das células. Os tumores são desenvolvidos quando esse equilíbrio é rompido por influência de fatores endógenos
ou genéticos e/ou exógenos e ambientais. Considera-se que o processo de carcinogênese é multifatorial. Entre os
fatores envolvidos estão a predisposição genética ou induzida por fatores secundários, ambientais ou virais. Rompidos
os mecanismos de defesa, após um tempo variável, a lesão pré-cancerosa torna-se um tumor maligno, invasivo.
O câncer pode surgir como conseqüência da exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente
onde se vive e trabalha, decorrentes do estilo de vida e de fatores ambientais produzidos ou alterados pela atividade
humana.

Programas on-line auxiliam estudos e pesquisas em saúde

Programas on-line auxiliam estudos e pesquisas em saúde

Principais impactos ao inserir programas via web foram agilidade nas respostas e padronização de fluxos de trabalho

Anvisa proíbe venda de lote de suplemento proteico

Anvisa proíbe venda de lote de suplemento proteico

Análise do produto Super Whey 3W apresentou quantidade de carboidratos superior a 20% referente ao declarado no rótulo

Saiba mais sobre doação de sangue e ajude a salvar vidas

Saiba mais sobre doação de sangue e ajude a salvar vidas

Para doar sangue é importante estar em boas condições de saúde, pesar no mínimo 50kg e ter entre 18 e 69 anos

Leishmaniose - Prevenção

Leishmaniose - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A vigilância dos casos de leishmaniose cutânea ou cutâneo-mucosa relacionada ao trabalho deve seguir os
procedimentos indicados na introdução deste capítulo.
Não é doença de notificação compulsória nacional, no entanto, pode ser em alguns estados e municípios.
Os surtos devem ser investigados. As ações de vigilância objetivam:
- a investigação e o controle dos focos para a redução do número de casos;
- o diagnóstico e o tratamento precoces dos doentes para evitar a evolução e complicações da doença.
As principais medidas de controle são:
Na cadeia de transmissão
- diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos humanos e redução do contato homem-vetor;
- investigação epidemiológica visando a determinar se a área é endêmica ou se é um novo foco; se o
caso é autóctone ou importado; as características do caso (forma clínica, idade, sexo e ocupação);
- definição da indicação de se desencadear as medidas de controle;
- orientação quanto às medidas de proteção individual, mecânicas, como o uso de roupas apropriadas,
repelentes, mosquiteiros;
- controle de reservatórios.
Medidas educativas
- em áreas de risco para assentamento de populações humanas, sugere-se uma faixa de 200 a 300
metros entre as residências e a floresta, com o cuidado de se evitar o desequilíbrio ambiental.
Aos trabalhadores expostos devem ser garantidos:
- condições de trabalho adequadas que lhes permitam seguir as Normas de Precauções Universais
- orientação quanto ao risco e às medidas de prevenção;
- equipamentos de proteção individual adequados (vestuário limpo, luvas, botas e proteção para a cabeça).
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e promoção da saúde identificados no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de outros
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Friday, August 1, 2014

Anvisa suspende venda de lote de remédio para insônia

Anvisa suspende venda de lote de remédio para insônia

Agência Nacional de Vigilância Sanitária constatou resultado insatisfatório em laudo. Passiflora Incarnata é um calmante fitoterápico

Estados e municípios recebem R$ 27,6 mi para área da saúde

Estados e municípios recebem R$ 27,6 mi para área da saúde

Recurso deverá ser utilizado na realização de procedimentos como quimioterapia e habilitação de leitos em 53 cidades de 17 estados

Mais de 2 mil órgãos foram transportados de avião no 1º trimestre

Mais de 2 mil órgãos foram transportados de avião no 1º trimestre

Acordo agiliza acesso a informações de logística aérea, permitindo reduzir tempo entre deslocamento do órgão após a captação

Brasil registra queda significativa em mortes por HIV

Brasil registra queda significativa em mortes por HIV

Estudo cita Brasil como um país de vanguarda na luta global para garantir acesso a medicamentos antirretrovirais

Leishmaniose - Tratamento

Leishmaniose - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A ordem de prioridade terapêutica é a seguinte:
Forma cutânea
- antimonial de N-metil-glucamina, 20 mg/SbV/kg/dia, por 20 dias;
- pentamidina, 4 mg/kg, IM, a cada 2 dias, até completar no máximo 2 g de dose total;
- anfotericina B, 1 mg/kg, IV, em dias alternados (máximo de 50 mg/dia), até atingir dose total de 1 a 1,5 g.
Iniciar por doses testes de 1 mg no primeiro dia, 5 mg no segundo dia, 20 mg no terceiro dia, 50 mg no
quarto dia.

Forma mucosa
- antimonial de N-metil-glucamina, 20 mg/SbV/kg/dia, por 30 dias consecutivos;
- pentamidina, o mesmo esquema para a forma cutânea até atingir a dose total de 2 g;
- anfotericina B, conforme esquema para forma cutânea até completar 2 g de dose total.
Na leishmaniose cutânea e/ou cutâneo-mucosa, relacionada ou não ao trabalho, a deficiência ou disfunção,
se houver, poderá ser funcional, propriamente dita, e/ou estética. Na primeira, dependendo do grau de comprometimento
da lesão e de sua localização, poderá haver prejuízo de movimentos e de outras funções relacionadas às atividades
diárias. Dor e prurido podem ser importantes. Após o tratamento cirúrgico, quando indicado, poderão permanecer
seqüelas de desfiguramento do paciente e cicatrizes.
O dano estético, embora importante nesta doença, costuma não ser considerado incapacitante, muito
menos incapacitante para o trabalho, tanto pela falta de critérios objetivos e pelo caráter relativamente endêmico desta
doença quanto pelo estrato social mais acometido no Brasil.


ANS suspende comercialização de planos de saúde de seis operadoras

ANS suspende comercialização de planos de saúde de seis operadoras

Prestadoras terão 30 dias para transferir sua carteira de consumidores para outra operadora, mantendo todos os serviços e direitos aos beneficiários

Leishmaniose - Quadro clínico e diagnóstico

Leishmaniose - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A leishmaniose cutânea caracteriza-se pela formação de pápulas únicas ou múltiplas, que evoluem para
úlceras com bordas elevadas e fundo granuloso, indolores. Pode-se apresentar também com placas verrucosas,
papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. As lesões ocorrem onde os flebotomíneos do gênero Lutzomyia, ao picar
para sugar sangue, inoculam o parasita.
A L. braziliensis, no local onde é introduzida, é fagocitada pelos macrófagos da pele. No interior de seus
vacúolos digestivos, multiplica-se, provocando proliferação e hipertrofia local do sistema macrofágico. Em seguida,
destrói as células hospedeiras e invade outras, até que a resposta imunológica do organismo limite a expansão da
infecção ou determine a necrose da área invadida, quando então surge a úlcera com bordas intumescidas e fundo
necrótico. A evolução, ao invés de necrose, pode-se fazer para formas lupóides, vegetantes ou difusas. A evolução
pode ser lenta, com períodos de metástases.
A forma grave da doença decorre do aparecimento de metástases na mucosa nasal ou orofaringeana. As
ulcerações, aí, destroem as cartilagens e estruturas ósseas, produzindo lesões mutilantes da face, que comprometem
a fisiologia e a vida social dos pacientes.
O diagnóstico é parasitoscópico ou imunológico (reação intradérmica com leishmanina ou de Montenegro),
feito em material de biópsia aspirado da borda da lesão.
O diagnóstico diferencial da forma cutânea deve ser feito com as úlceras traumáticas, vasculares ou tropical,
paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose, neoplasias cutâneas, sífilis e tuberculose cutânea. A forma mucosa
tem como diagnóstico diferencial principal: hanseníase, paracoccidioidomicose, sífilis terciária, neoplasias.