Sunday, May 31, 2015

Neurite óptica - Quadro clínico e diagnóstico

Neurite óptica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A neurite óptica manifesta-se por uma baixa da acuidade visual e escotoma cecocentral, no campo visual.
De acordo com os achados ao exame oftalmoscópico, pode ser classificada em papilite, neurorretinite e neurite
retrobulbar. Nesta, o fundo de olho apresenta-se normal; na papilite, observa-se edema do disco óptico na fase aguda
e, na neurorretinite, apresenta-se edema de papila e exsudatos peripapilares, geralmente envolvendo a região macular.
Entre as neuropatias ópticas, as de origem tóxica representam o grupo mais importante, particularmente
no que se refere à sua relação com o trabalho. A exposição e absorção sistêmica de inúmeras substâncias podem
produzir lesão do nervo óptico. No quadro clínico, ressalta a queixa de perda da visão, bilateralmente. O exame de
fundo de olho pode mostrar edema de papila, nas fases iniciais, que evolui para atrofia óptica.
O mecanismo de produção das neuropatias tóxicas é desconhecido, supondo-se que a lesão ocorra não
apenas nos axônios, atingindo, também, as células ganglionares da retina. Não há tratamento específico, o que aumenta
a importância da prevenção. O prognóstico é variável, podendo ser observada uma melhora do quadro, mesmo na
presença de atrofia de fibras nervosas.


Saturday, May 30, 2015

Neurite óptica - Epidemiologia e Fatores de risco

Neurite óptica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre as substâncias químicas tóxicas potencialmente causadoras de neurite óptica estão:
- brometo de metila;
- cloreto de metileno (diclorometano) e outros solventes clorados neurotóxicos;
- metanol (no caso de intoxicação aguda sistêmica por ingestão, muito raras). A ação local é apenas
irritante (como outros solventes) e não causa dano;
- sulfeto de carbono (solvente usado na fabricação do rayon viscose – tecido – e de papel celofane).
Também é usado na indústria química como matéria-prima para alguns produtos como o tetrametiltiuram
(aditivo da borracha). Exposições a concentrações relativamente baixas a esta substância extremamente
volátil podem levar a efeitos deletérios em poucos anos;
- tetracloreto de carbono.
Em trabalhadores expostos a substâncias químicas neurotóxicas, a neurite óptica, excluídas outras causas
não-ocupacionais, deve ser considerada doença relacionada com o trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling,
em que o trabalho é considerado causa necessária.


Friday, May 29, 2015

Neurite óptica - Definição da Doença

Neurite óptica - Definição da Doença

12.3.6 NEURITE ÓPTICA CID-10 H46

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
O termo neurite óptica abrange inflamação, degeneração ou desmielinização do nervo óptico, que pode ser
devida a uma grande variedade de doenças. A perda da visão é o sintoma fundamental e serve para diferenciar a
neurite óptica do edema de papila, que poderiam ser confundidos ao exame oftalmoscópico.
As neurites ópticas podem ser classificadas, de acordo com sua etiologia, em inflamatórias, isquêmicas,
tóxicas, carenciais, compressivas e hereditárias. Podem, ainda, ser devidas a lesões traumáticas no nervo óptico e/ou
conseqüentes ao edema de papila, que ocorre na hipertensão intracraniana.


Thursday, May 28, 2015

Inflamação coriorretiniana - Prevenção

Inflamação coriorretiniana - Prevenção

5 PREVENÇÃO
Entre as medidas gerais de prevenção da inflamação coriorretiniana estão: campanhas de esclarecimento,
objetivando evitar os traumas oculares que podem produzir uveíte traumática e endoftalmite; controle de doenças
infecciosas, como tuberculose, sífilis e hanseníase; estudos objetivando melhorar os conhecimentos sobre os
mecanismos genéticos e imunológicos envolvidos na gênese das uveítes e drogas mais eficazes para o seu tratamento;
medidas gerais de higiene e orientação sexual.
A prevenção da inflamação coriorretiniana relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, entre eles o manganês, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário. Devem ser garantidos os recursos adequados para o
atendimento de situações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de substâncias químicas
nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em locais rapidamente
acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder imediatamente à lavagem dos olhos,
com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados para avaliação
especializada por oftalmologista;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva, como óculos de segurança.

Recomenda-se a verificação do cumprimento, pelo empregador, de medidas de controle dos fatores de
risco ocupacionais e acompanhamento da saúde do trabalhador prescritas na legislação trabalhista e nos regulamentos
– sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A Portaria/MTb n.º 8/1992 estabelece o LT para
exposição ao manganês, de até 5 mg/m3, para jornadas de até 8 horas por dia, para operações de extração, tratamento,
moagem, transporte do minério e outras operações com exposição a poeiras de manganês ou de seus compostos. Já
para a exposição a fumos de manganês ou de seus compostos, em metalurgia de minerais de manganês, na fabricação
de compostos de manganês, fabricação de baterias e pilhas secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação
e uso de eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos, tintas, fertilizantes, o LT é de até 1 mg/m3, para jornada
de até 8 horas por dia. É possível que efeitos oculares ocorram mesmo em concentrações abaixo dos LT permitidos,
devendo tal fato ser registrado e acompanhado pelos setores de saúde e segurança das empresas e pelas equipes de
vigilância do SUS.

No exame médico periódico, além do clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos
padronizados, incluindo, se necessário, exame oftalmológico e informações epidemiológicas. A dosagem de manganês
na urina presta-se apenas como indicador de exposição recente e não tem valor para o diagnóstico.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Wednesday, May 27, 2015

Inflamação coriorretiniana - Tratamento

Inflamação coriorretiniana - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Sendo a etiologia das uveítes freqüentemente desconhecida e na ausência de tratamento específico, as
medidas terapêuticas inespecíficas incluem:
- corticosteróides, midriáticos e ciclopégicos;
- drogas imunossupressoras (agentes alquilantes, como ciclofosfamida e clorambucil, antimetabólicos,
como azatioprina, metotrexate e a ciclosporina A);
- antiinflamatórios não-esteróides;
- crioterapia e fotocoagulação.
Outras medidas adotadas são o uso de antivirais na presença de AIDS, infecção pelos vírus herpes (simples
e zoster), citomegalovírus e de antibióticos, como nos casos de tuberculose, sífilis e hanseníase, além de antiparasitários,
como na toxoplasmose.


Tuesday, May 26, 2015

Inflamação coriorretiniana - Quadro clínico e diagnóstico

Inflamação coriorretiniana - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico pode ser mínimo e os principais sinais são: olho vermelho (hiperemia) ciliar pericorneana,
precipitados ceráticos, nódulos na íris, humor aquoso com células ou flare e sinéquias posteriores. Podem aparecer
células no vítreo anterior.
Nas formas graves podem ser observados edema da retina e diversos graus de inflamação ou degeneração
em torno das áreas necrosadas. A coróide apresenta alterações vasculares, hemorragia, infiltrado inflamatório e edema.
Pode haver neurite óptica. Também podem estar presentes nistagmo, estrabismo, irite ou atrofia óptica e microftalmo.
Sinais células flare e opacidades vítreas indicam descolamento do vítreo posterior.


Monday, May 25, 2015

Inflamação coriorretiniana - Epidemiologia e Fatores de risco

Inflamação coriorretiniana - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
O quadro tem sido descrito em trabalhadores expostos ao manganês. Nesses, a inflamação coriorretiniana,
excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada com o trabalho, do Grupo I daDOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

Classificação de Schilling, isto é, doença profissional, em que o trabalho constitui causa necessária, sendo improvável
que a doença ocorra na ausência de exposição.


Sunday, May 24, 2015

Inflamação coriorretiniana - Definição da Doença

Inflamação coriorretiniana - Definição da Doença

12.3.5 INFLAMAÇÃO CORIORRETINIANA CID-10 H30

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
O termo inflamação coriorretiniana abrange a inflamação da retina e do trato uveal. Pode ser classificada
quanto à localização anatômica, quanto ao quadro clínico (agudo ou crônico), segundo a etiologia (exógena ou endógena
associada a doença sistêmica) e como idiopática.


Saturday, May 23, 2015

Catarata - Prevenção

Catarata - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da catarata abrange aconselhamento genético, determinação de erro metabólico, como na
deficiência de galactoquinase, acompanhamento pré-natal de doenças cataratogênicas, como a rubéola, prevenção de
traumatismos (domésticos, no trabalho e no trânsito) e cuidado com o uso de medicamentos cataratogênicos, como os
corticóides. O tratamento e o controle adequados das doenças oculares, como uveítes, glaucoma, tumores e descolamento
de retina, também são importantes. A lesão cirúrgica do cristalino pode evoluir para catarata e deve ser evitada.
No que se refere à catarata relacionada ao trabalho, a prevenção deve incluir a vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.

As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, entre eles radiações ionizantes; radiação infravermelha;
radiação ultravioleta (exposição a ultravioleta, proveniente do arco voltaico da solda elétrica, é freqüente e extremamente
lesiva), reduzindo a incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva. Para os trabalhos com solda, é mandatório o uso de
máscaras próprias para exposição à radiação ultravioleta. Em demais atividades com exposição a
radiações, devem ser fornecidos óculos de segurança adequados, incluindo proteção para luz solar em
atividades agrícolas e outras.

Recomenda-se a verificação do cumprimento, pelo empregador, de medidas de controle dos fatores de
risco ocupacionais e acompanhamento da saúde do trabalhador prescritas na legislação trabalhista e nos regulamentos
– sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. Recomenda-se consultar a NR 15, que define os LT
das concentrações em ar ambiente de algumas substâncias químicas. É possível que efeitos oculares ocorram mesmo
em concentrações abaixo dos LT permitidos, devendo tal fato ser registrado e acompanhado pelos setores de saúde e
segurança das empresas e das equipes de vigilância do SUS. No exame médico periódico, além do exame clínico
completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização dos exames complementares indicados
pela natureza da exposição ocupacional, incluindo, se necessário, exame oftalmológico e informações epidemiológicas.
Os procedimentos recomendados para vigilância da exposição às radiações ionizantes estão no item 5 do
protocolo Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Friday, May 22, 2015

Catarata - Tratamento

Catarata - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento clínico da catarata é limitado. Medicamentos homeopáticos, alopáticos e da cultura popular
têm sido utilizados para impedir a evolução da catarata, sem garantias quanto à efetividade. A catarata pode permitir
boa visão, quando a transparência do cristalino na zona óptica ainda é adequada. O uso de lentes corretoras pode
melhorar a acuidade visual. Maior conforto pode ser proporcionado com o auxílio de lentes com filtros para diminuir o
efeito ofuscante de luz forte. Quando as lentes corretoras não permitem visão útil para o paciente, está indicada a
cirurgia extracapsular, com implante de lente intra-ocular. Aparelhos como o facoemulsificador e o facolaser têm sido
usados com o objetivo de diminuir as vias de acesso, exigindo mudanças nas lentes intra-oculares para que sejam
colocadas dentro do saco capsular através de orifícios cada vez menores.


Thursday, May 21, 2015

Catarata - Quadro clínico e diagnóstico

Catarata - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O cristalino com catarata apresenta edema, que varia conforme o estágio de desenvolvimento da doença,
alteração protéica, necrose e rompimento da continuidade normal de suas fibras. Uma catarata imatura ou incipiente é,
apenas, levemente opaca, ao passo que numa catarata madura a opacidade é completa. Nos casos muito avançados
ou de catarata hipermatura, há vazamento de água do cristalino, observando-se perda do córtex cristaliniano, contração
do cristalino, que fica branco-leitoso e de tamanho diminuído, com a cápsula apresentando dobras e aspecto rugoso.
Na grande maioria dos casos, a catarata não é visível ao observador casual até que se torne suficientemente
densa, causando cegueira. Em seus primeiros estágios, pode ser observada através de uma pupila dilatada, com
auxílio de um oftalmoscópio, lupa ou lâmpada de fenda.
O diagnóstico de um quadro de catarata baseia-se na história clínica e no exame oftalmológico.


Wednesday, May 20, 2015

Catarata - Epidemiologia e Fatores de risco

Catarata - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A ocorrência da catarata na população geral está, usualmente, associada à idade, podendo ser esperada
a partir dos 70 anos. Na maioria dos casos, é bilateral, embora apresentando uma progressão assimétrica. Estudos
epidemiológicos têm mostrado que a exposição à radiação ultravioleta é um fator importante para a ocorrência da
catarata senil. Tem sido observado que em pessoas com idade de 65 anos, ou acima, há uma incidência aumentada da
esclerose lenticular, em áreas geográficas com maiores períodos de exposição à luz solar. As cataratas traumáticas e
a congênita são menos comuns.

As cataratas de origem ocupacional geralmente aparecem na idade produtiva. A radiação infravermelha é
reconhecida como uma causa importante da catarata dos vidreiros, atuando sobre a íris e provocando exfoliação do
cristalino. Os indivíduos que trabalham em fornos de fundições ou laminação a quente de metais são sujeitos a este
tipo de catarata. As radiações ionizantes podem provocar catarata, descrita em trabalhadores da indústria nuclear,
fabricação de tubos de raios X, radiologistas, acometendo indivíduos jovens, com um tempo de latência de 2 a 3 anos.
Na catarata pela solda elétrica, a presença de queimadura nas pálpebras tem grande valor médico-
legal. Apresenta evolução insidiosa, surgindo após um longo intervalo da notificação do acidente. São unilaterais
em 2/3 dos casos.
Em trabalhadores expostos a esses agentes patogênicos, a catarata, com as características acima descritas
e excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada com o trabalho, do Grupo I
da Classificação de Schilling, em que o trabalho é considerado causa necessária.


Tuesday, May 19, 2015

Catarata - Definição da Doença

Catarata - Definição da Doença

12.3.4 CATARATA CID-10 H28

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Catarata é uma opacificação do cristalino, parcial ou completa, em um ou ambos os olhos, que interfere na
visão, podendo causar cegueira. Os diversos tipos de catarata são classificados de acordo com sua morfologia (tamanho,
forma e localização) ou etiologia (causa e período de ocorrência).
Apresentam grande variação etiológica e no grau de
densidade. Inúmeras doenças sistêmicas podem estar associadas à catarata, entre elas a rubéola congênita,
toxoplasmose congênita, galactosemia, hipoglicemia, a síndrome de Lowe, a distrofia miotônica, síndrome de Down,
diabetes, hipocalcemia, hipotireoidismo, doença de Wilson e uso tópico e/ou sistêmico de corticosteróides.
Os traumas oculares decorrentes da exposição aos raios X, calor e frio extremos, choque elétrico, contusão
ocular e ferimentos penetrantes também podem produzir catarata, assim como as uveítes, o glaucoma agudo, o
retinoblastoma e o descolamento de retina.


Monday, May 18, 2015

Queratite e queratoconjuntivite - Prevenção

Queratite e queratoconjuntivite - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da ceratite e ceratoconjuntivite relacionadas ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes,
dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, entre eles, arsênio e seus compostos arsenicais, ácido
sulfídrico (sulfeto de hidrogênio) em exposições muito altas, radiação ionizante, radiação infravermelha, radiação
ultravioleta (a exposição ao ultravioleta, proveniente do arco voltaico da solda elétrica, é freqüente e extremamente
lesiva), por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível, utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades de higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário. Devem ser garantidos os recursos
adequados para o atendimento de situações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de
substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em
locais rapidamente acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder imediatamente
à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados
para avaliação especializada por oftalmologista;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva, como óculos de segurança.
Recomenda-se a verificação do cumprimento, pelo empregador, de medidas de controle dos fatores de
riscos ocupacionais e acompanhamento da saúde do trabalhador prescritas na legislação trabalhista e nos regulamentosDOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
– sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. Recomenda-se consultar a NR 15, que define os LT
das concentrações em ar ambiente de algumas substâncias químicas. É possível que efeitos oculares ocorram mesmo
em concentrações abaixo dos LT permitidos, devendo tal fato ser registrado e acompanhado pelos setores de saúde e
segurança das empresas e das equipes de vigilância do SUS.

No exame médico periódico, além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos
padronizados e a realização dos exames complementares indicados pela natureza da exposição ocupacional, incluindo,
se necessário, exame oftalmológico, informações epidemiológicas e análises toxicológicas, dependendo da exposição:
- a dosagem de arsênio na urina presta-se mais à avaliação de exposições recentes;
- no monitoramento biológico de expostos ao arsênio – VR na urina de até 10 µg/g de creatinina e IBMP
de 50 µg/g de creatinina;
- para o flúor e fluoretos – VR de até 0,5 mg/g de creatinina e IBMP de 3 mg/g de creatinina, no início da
jornada, e de 10 mg/g de creatinina, no final da jornada.

Esses índices podem não guardar correlação com a ocorrência de conjuntivites, porém devem ser avaliados
periodicamente.
Os procedimentos recomendados para vigilância da exposição às radiações ionizantes estão no item 5 do
protocolo Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Sunday, May 17, 2015

Queratite e queratoconjuntivite - Tratamento

Queratite e queratoconjuntivite - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Nas ceratites devem ser tratados os fatores predisponentes, como a falta de lágrimas, as alterações
palpebrais e das vias lacrimais, moléstias e vícios debilitantes, contaminação do canal do parto e os agentes envolvidos
na inflamação. Nas ceratites traumáticas, o corpo estranho, como, por exemplo, limalha de ferro ou ferrão de inseto,
deve ser removido. No caso de contato com substâncias químicas e venenosas, como a cal, estas devem ser lavadas.
Nas ceratites tóxicas, o elemento tóxico, às vezes um colírio, deve ser removido. Nas ceratoconjuntivites alérgicas,
devem ser pesquisados os alérgenos e utilizados antialérgicos. Nas ceratites microbianas, deve ser realizado, primeiro,
o exame de secreção conjuntival e raspados de úlceras córneas, para estudo citológico, bacteriológico e antibiograma.
A seguir, inicia-se o tratamento com antibiótico de largo espectro, aguardando o resultado do laboratório. A história e o
exame biomicroscópico orientam o tratamento inicial para vírus, clamídia, bactéria, fungo ou protozoário. No caso de
ceratite dendrítica, inicia-se o tratamento antiviral tópico. Como coadjuvantes, podem ser utilizados antiinflamatórios,
cicloplégicos e inibidores de colagenase. O uso de corticóides tópicos é útil em certas circunstâncias, mas está contra-
indicado na ceratite herpética com atividade viral e nas fúngicas.


Saturday, May 16, 2015

A ceratoconjuntivite epidêmica é doença infecciosa

A ceratoconjuntivite epidêmica é doença infecciosa

A ceratoconjuntivite epidêmica é doença infecciosa caracterizada por pequeno exsudato conjuntival, opacidades
subepiteliais da córnea, ceratite puntiforme superficial, regionais e presença de sintomatologia geral, com cefaléia. Tem
sido associada à presença do adenovírus e é conhecida como ceratoconjuntivite viral ou doença de Sanders.
A ceratoconjuntivite dos soldadores é causada pela exposição a fontes de radiação ultravioleta, entre elas
a solda elétrica. A ceratoconjuntivite flictenular, também chamada de ceratite flictenular ou oftalmia flictenular, é
caracterizada por lesões circunscritas, pequenas e acinzentadas na periferia da córnea, geralmente associadas a
quadros de desnutrição, tuberculose e hipersensibilidade ao estafilococo e a algumas parasitoses intestinais. A
ceratoconjuntivite sicca caracteriza-se por hiperemia conjuntival, olho seco, erosões puntiformes do epitélio da córnea,
com queixas de sensação de queimação nos olhos, acompanhada de redução da acuidade visual e presença de
filamentos epiteliais (ceratite filamentar).
O diagnóstico de ceratite baseia-se na história clínica e no exame oftalmológico.


Friday, May 15, 2015

Queratite e queratoconjuntivite - Quadro clínico e diagnóstico

Queratite e queratoconjuntivite - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico das ceratites predomina a dor ocular. A fotofobia e o lacrimejamento podem, eventualmente,
refletir-se sobre a acuidade visual, com borramento da visão.
A inflamação simultânea da córnea e da conjuntiva
caracteriza a ceratoconjuntivite.
Pacientes com dermatite atópica (eczema) podem apresentar ceratoconjuntivite atópica. Os sinais e sintomas
são sensação de ardor, secreção de mucosa, vermelhidão e fotofobia. As margens palpebrais são eritematosas e a
conjuntiva tem uma aparência quemótica.

Thursday, May 14, 2015

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos têm sido descritas em trabalhadores na agricultura devido a uma inoculação maciça do
agente (Candida, Fusarium, Aspergillus, Penicillium, Cephalosporium e outros), mas podem ser observadas também
em populações urbanas, a partir da introdução dos corticosteróides na terapêutica oftalmológica. Entre as ceratites por
vírus são importantes aquelas causadas pelo vírus do herpes simples (HSV) e pelo vírus da varicela-zoster, podendo
ocorrer também como uma complicação vacinal. As ceratoconjuntivites provocadas por clamídias, no tracoma e no
linfogranuloma venéreo, podem comprometer gravemente a visão, causando cegueira.
A úlcera corneana típica, associada à avitaminose A, embora rara, é geralmente bilateral, de localização
central, podendo evoluir para necrose com perfuração da córnea.
O acometimento do nervo trigêmeo, decorrente de trauma, cirurgia, tumor ou inflamação, pode levar à
ceratite neuroparalítica, com perda da sensibilidade da córnea (um de seus mecanismos de defesa), à ulceração e à
infecção.

A ceratite de exposição pode ocorrer em situações nas quais a córnea perde sua cobertura e umidade,
provocando dessecação e exposição a traumatismos, em decorrência da lesão do nervo facial (VII par craniano). As
ceratites provocadas pela exposição a agentes físicos e químicos no ambiente de trabalho podem ser agrupadas em
tóxicas e alérgicas. O arsênio e o berílio podem ser responsáveis por quadros de natureza alérgica. A seiva ou o suco
de algumas plantas podem ser venenosos ou tóxicos, provocando blefarite e conjuntivite, como no caso da exposição
ao Philodendron, que provoca uma ceratite particular, pelo depósito de cristais de oxalato de cálcio no estroma corneano,
que leva de 6 a 8 semanas para desaparecer. Os cactos contêm um látex venenoso e tóxico. A podofilina pode causar
ceratite grave, por mecanismo tóxico.
Algumas toxinas animais têm uma ação patogênica direta sobre as estruturas oculares. Entre as mais
importantes estão as produzidas por aranhas, sapos e algumas larvas de insetos. O sangue de alguns peixes, como a
enguia, em contato com a córnea, pode provocar ceratite.

As radiações ionizantes podem provocar um quadro de ceratite de tipo filamentoso ou intersticial, agravado
pela secura ocular, rebelde ao tratamento.
Entre os agentes listados como capazes de produzir ceratoconjuntivite estão:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio) em exposições muito altas;
- radiação ionizante;
- radiação infravermelha;
- radiação ultravioleta (a exposição ao ultravioleta proveniente do arco voltaico da solda elétrica é freqüente
e extremamente lesiva).
A queratite (ou ceratite) e a queratoconjuntivite (ou ceratoconjuntivite) podem ocorrer em trabalhadores
que já têm ceratite ou ceratoconjuntivite alérgicas de outras etiologias e que encontram em seu ambiente de trabalho
outros alérgenos desencadeadores do quadro. Neste caso, seriam classificadas como uma doença relacionada ao
trabalho, do Grupo III da Classificação de Schilling.

A segunda possibilidade é a manifestação de ceratite ou ceratoconjuntivite ocupacional (por irritantes ou
por sensibilização de trabalhador não anteriormente sensibilizado), isto é, sem história prévia. Essa seria causada pelo
trabalho e seria enquadrada no Grupo I da Classificação de Schilling.
A ceratite aguda causada pela exposição à radiação ultravioleta, nas atividades com solda elétrica, pode
ser caracterizada como um acidente de trabalho.


Wednesday, May 13, 2015

Queratite e queratoconjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

Queratite e queratoconjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Os mecanismos básicos de produção das ceratites podem ser inflamatórios ou degenerativos.
Em jovens, o trauma ocular e o uso de lentes de contato podem ser fatores predisponentes importantes de
lesão de córnea. Em indivíduos mais idosos, a doença corneana crônica (ceratite “sicca” e herpes), o trauma cirúrgico,
a ceratopatia bolhosa e o entrópio são predisponentes.

Tuesday, May 12, 2015

Queratite e queratoconjuntivite - Definição da Doença

Queratite e queratoconjuntivite - Definição da Doença

12.3.3 QUERATITE E QUERATOCONJUNTIVITE CID-10 H16

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Queratite ou ceratite é uma inflamação da córnea, que pode ser provocada por bactérias, fungos, vírus,
clamídias, protozoários, drogas (medicação antiviral e antibióticos de amplo espectro ou específicos, antiprotozoários
e antiinflamatórios), avitaminose A, processos imunológicos, lesão do nervo trigêmeo, situações nas quais a córnea
não esteja adequadamente umedecida e coberta pelas pálpebras (exoftalmo, ectrópio, trauma de pálpebra, paralisia
de Bell) e a exposição a certos agentes químicos e físicos presentes nos ambientes de trabalho.
O acometimento da córnea pode se dar por diferentes mecanismos: na ceratite epitelial, variando de uma
simples ceratite puntiforme superficial a uma úlcera corneana verdadeira, e na ceratite parenquimatosa, geralmente
decorrente de uma necrose por efeito tóxico.
Na córnea, os mecanismos alérgicos podem gerar a ceratite superficial puntiforme, a ceratite flictenular e
outras manifestações, como úlcera em escudo, pontos de Trantas e anel de Wessely.


Monday, May 11, 2015

Conjuntivite relacionada ao trabalho - Prevenção

Conjuntivite relacionada ao trabalho - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da conjuntivite relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, como, por exemplo, ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio),
acrilatos, arsênio e seus compostos arsenicais, berílio e seus compostos tóxicos, cimento, cloreto de etila, enzimas de
origem animal, vegetal ou bacteriana, flúor e seus compostos tóxicos, furfural e álcool furfurílico, iodo, isocianatos
orgânicos, radiações ionizantes, radiações ultravioleta, selênio e seus derivados, tetracloreto de carbono, reduzindo a
incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes, colocação de anteparos e barreiras;
- monitoramento ambiental sistemático;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como recursos
para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário. Devem ser garantidos os recursos
adequados para o atendimento de situações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de
substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em
locais rapidamente acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder imediatamente
à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados
para avaliação especializada por oftalmologista;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva, como óculos de segurança.
Recomenda-se a verificação do cumprimento, pelo empregador, de medidas de controle dos fatores de
risco ocupacionais e acompanhamento da saúde do trabalhador prescritas na legislação trabalhista e nos regulamentos
– sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15 define os LT das concentrações em ar
ambiente de algumas substâncias químicas. Entretanto, é possível que efeitos oculares ocorram mesmo em
concentrações abaixo dos LT permitidos, devendo tal fato ser registrado e acompanhado pelos setores de saúde e
segurança das empresas e das equipes de vigilância do SUS.

No exame médico periódico, além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos
padronizados e a realização dos exames complementares indicados pela natureza da exposição ocupacional, incluindo,
se necessário, exame oftalmológico, informações epidemiológicas e análises toxicológicas:
- a dosagem de arsênio na urina presta-se mais à avaliação de exposições recentes. No monitoramento
biológico de expostos ao arsênio – VR na urina de até 10 µg/g de creatinina e IBMP de 50 µg/g de
creatinina;
- para o flúor e fluoretos – VR de até 0,5 mg/g de creatinina e IBMP de 3 mg/g de creatinina, no início da
jornada, e de 10 mg/g de creatinina, no final da jornada.
Esses índices podem não guardar correlação com a ocorrência de conjuntivites, porém devem ser avaliados
periodicamente.

Os procedimentos para vigilância da exposição às radiações ionizantes estão descritos no protocolo
Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Sunday, May 10, 2015

Secreção conjuntival - Tratamento

Secreção conjuntival - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Deve ser precedido da coleta de material para exame citológico e microbiológico
com cultura e antibiograma da secreção conjuntival.
Podem ser usados:
- substitutos das lágrimas, nos casos de deficiência lacrimal;
- antialérgicos, nos quadros de etiologia alérgica;
- antimicrobianos, segundo o tipo de microorganismo;
- compressas frias nas conjuntivites adenovirais;
- remoção de corpúsculo de Molluscum contagiosum;
- corticosteróides e ciclosporina, usados com critério;
- cuidados gerais: limpeza eficaz da exsudação, cuidados com a nutrição, afastamento de substâncias
irritativas e tóxicas e evitar esfregar os olhos.
Nas conjuntivites crônicas, deve-se pesquisar doenças sistêmicas, como tuberculose, tularemia, sífilis,
entre outras.


Saturday, May 9, 2015

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite baseia-se na história clínica e no exame oftalmológico.
No diagnóstico diferencial das conjuntivites com as demais causas de olhos vermelhos, dolorosos ou olhos
irritados, é importante afastar as ceratites, as irites e o glaucoma agudo.
Em situações especiais, o exame oftalmológico realizado pelo especialista poderá ser complementado por
exames laboratoriais, como o cultivo da secreção conjuntival, biópsia e pesquisa de alérgenos.


Friday, May 8, 2015

Peso em volta dos olhos - Quadro clínico e diagnóstico

Peso em volta dos olhos - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas mais freqüentes são a sensação de corpo estranho (semelhante à presença de areia),
queimação, peso em volta dos olhos, prurido e, nos casos em que a córnea está afetada, dor e fotofobia.
Os sinais mais importantes nas conjuntivites são a hiperemia, mais evidente na conjuntivite
aguda, lacrimejamento, exsudação, ptose mecânica, hipertrofia papilar, quemose,
foliculite pseudomembranosa ou membranosa, granulomas e adenopatia pré-auricular.

A sensação de corpo estranho, areia ou queimação está associada à hipertrofia das papilas, que,
habitualmente, acompanha a hiperemia conjuntival. A dor mais intensa ao despertar,
que melhora durante o dia, sugere uma infecção estafilocócica, ao passo que uma dor mais
intensa durante o dia sugere a ceratoconjuntivite sicca não tratada, de etiologia auto-imune.
A conjuntivite irritativa manifesta-se desde uma simples hiperemia até a necrose,
dependendo do irritante e da intensidade da exposição.

Entre as complicações e seqüelas, podem ser observadas:
blefarite marginal, nos casos de uma conjuntivite estafilocócica não-tratada e cicatrizes
conjuntivais após conjuntivites membranosas ou pseudomembranosas,
que podem levar ao aparecimento de triquíase.



Thursday, May 7, 2015

Cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea

Cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea

A ação alcalina do cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea,
removendo o manto lipídico, podendo ocasionar ceratólise e exulceração.
Entre os fatores que concorrem para o aparecimento da lesão estão os
constitucionais, como a xerose, atopia e ictiose; fatores ligados ao meio ambiente
(frio, calor, umidade e microtraumatismos), além de fatores do próprio agente,
como suas propriedades abrasiva, alcalina e higroscópica.

A exposição ocupacional às radiações infravermelho pode provocar conjuntivites, como a descrita em
forjadores e outros trabalhadores siderúrgicos, associada ou não a outros tipos de acometimento, como a catarata. A
exposição às radiações ionizantes pode provocar conjuntivite e levar à síndrome do olho seco. A exposição ao berílio,
sob a forma de sais e/ou poeira, pode causar, além da doença pulmonar aguda ou crônica, dermatite de contato,
granulomas de pele e irritação de mucosas, nasofaringite, traqueobronquite, faringite e conjuntivite.

Entre os agentes causadores de conjuntivite estão os seguintes:
- ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio);
- acrilatos;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- berílio e seus compostos tóxicos;
- cimento;
- cloreto de etila;
- enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana;
- flúor e seus compostos tóxicos;
- furfural e álcool furfurílico;
- iodo;
- isocianatos orgânicos;
- outros solventes halogenados tóxicos;
- radiações ionizantes;
- radiações ultravioleta;
- selênio e seus derivados;
- tetracloreto de carbono.

A conjuntivite pode ocorrer em trabalhadores portadores de conjuntivite alérgica de outras etiologias, expostos
no ambiente de trabalho a outros alérgenos desencadeadores do quadro.
Neste caso, a conjuntivite seria uma doença relacionada ao trabalho, do Grupo III da Classificação de Schilling.
Outra possibilidade é a manifestação de conjuntivite ocupacional (por irritantes ou por sensibilização) em
trabalhador não anteriormente sensibilizado, isto é, sem história prévia. Essa seria causada pelo trabalho e deverá ser
enquadrada no Grupo I da Classificação de Schilling.


Wednesday, May 6, 2015

Conjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

Conjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As conjuntivites bacterianas agudas e crônicas são os tipos mais comuns de conjuntivite. As conjuntivites
virais, também freqüentes, podem ser causadas por grande variedade de vírus, sendo, geralmente, leves e autolimitadas,
raramente apresentando quadros graves. Todas as riquétsias reconhecidas como patogênicas para o homem podem
causar conjuntivite. As conjuntivites causadas por fungos são raras. Entre as conjuntivites parasitárias, a oncocercíase
é causa comum de cegueira no mundo, secundando o tracoma e a avitaminose A.

Entre as conjuntivites químicas ou irritativas estão as conjuntivites iatrogênicas, causadas por drogas
aplicadas localmente, as conjuntivites ocupacionais decorrentes da exposição a substâncias químicas irritantes e as
conjuntivites por corpo estranho. As conjuntivites ocupacionais podem ser causadas por inúmeros irritantes: ácidos e
álcalis, aerossóis, névoas, vapores de solventes e poeiras em suspensão no ar.
Indivíduos portadores de atopia podem apresentar quadros desencadeados por um ou mais alérgenos,
geralmente em suspensão no ar, entre eles o pólen, o mais comum, produtos animais, fungos não-patológicos, proteínas
vegetais e animais, pêlo, lã, produtos químicos e agrotóxicos.
Trabalhadores expostos aos PCB (também conhecidos como Askarel no Brasil), que manuseiam óleos de
transformadores ou capacitores, podem apresentar hipersecreção das glândulas Meibonian, com abundante secreção
serosa ocular, edema de pálpebra superior e hiperpigmentação da conjuntiva.

Tuesday, May 5, 2015

Conjuntivite - Definição da Doença

Conjuntivite - Definição da Doença

12.3.2 CONJUNTIVITE CID-10 H10

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, que se manifesta por hiperemia e granulações na conjuntiva,
exsudação e lacrimejamento. São descritos mais de 50 quadros de conjuntivites, de acordo com a natureza do processo
(conjuntivite aguda epidêmica, conjuntivite crônica), o mecanismo de ação (conjuntivite atópica ou alérgica), o agente
causal (conjuntivite medicamentosa, conjuntivite química, conjuntivite diftérica), a sintomatologia (conjuntivite catarral
aguda ou crônica, conjuntivite purulenta), o tipo de granulação (conjuntivite folicular, conjuntivite papilar, conjuntivite
papilar gigante) e o grupo acometido (conjuntivite actínica ou conjuntivite dos soldadores).
Por sua localização, a conjuntiva está exposta a numerosos microorganismos e à ação de substâncias
nocivas. Seu principal mecanismo de proteção é o lacrimejamento, que dilui o material infeccioso, lavando os detritos
conjuntivais e restos de organismos para o nariz, reduzindo, assim, a vulnerabilidade. Além disso, a presença de
lisozima, betalisina, IgA e IgE contribui para inibir o crescimento bacteriano.
A conjuntivite é, geralmente, uma doença autolimitada em decorrência da presença da lágrima; abundância
de elementos linfóides; exfoliação epitelial constante; saco conjuntival resfriado pela evaporação da lágrima; ação de
bombeamento do sistema de drenagem lacrimal; envolvimento das bactérias pelo muco conjuntival e excreção.
De modo esquemático, as conjuntivites podem ser classificadas, segundo o mecanismo de produção
da lesão, em:

MICROBIANAS: virótica, por clamídia, bacteriana, fúngica e parasitária;

IRRITATIVAS: decorrem da presença direta do agente causal, determinando inflamação local e uma impregnação do
tecido conjuntival;

ALÉRGICAS: de tipo celular retardado (tipo IV de Gell & Coombs), muito semelhante àqueles observados nas dermatoses
alérgicas;

TÓXICAS: devidas à toxicidade do agente, dentre elas, algumas neurotoxinas oftalmológicas específicas;
TRAUMÁTICAS.
Dois outros grupos, menos comuns, são representados pelas conjuntivites de causa desconhecida e pelas
conjuntivites associadas às doenças sistêmicas.
A classificação de uma conjuntivite em aguda e crônica depende da história, do tempo de evolução e da
natureza do quadro apresentado pelo paciente. Geralmente, considera-se uma conjuntivite como crônica após quatro
semanas de evolução.


Monday, May 4, 2015

Blefarite - Prevenção

Blefarite - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da blefarite relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes e processos de
trabalho e dos efeitos ou danos para saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.

As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência da doença, como, por exemplo, radiações infravermelha em indústrias
siderúrgicas e em atividades de forja; radiações ionizantes em serviços de saúde e em processos industriais; arsênio
e seus compostos em processos industriais e fundição de ligas metálicas; e cimento na indústria da construção;
reduzindo a incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes, colocação de anteparos e barreiras;
- monitoramento ambiental sistemático;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário. Devem ser garantidos os recursos
adequados para o atendimento de situações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de
substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em
locais rapidamente acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder imediatamente
à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados
para avaliação especializada por oftalmologista;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva, como óculos de segurança.

Recomenda-se a verificação do cumprimento, pelo empregador, de medidas de controle dos fatores de
risco ocupacionais e acompanhamento da saúde do trabalhador, prescritas na legislação trabalhista e nos regulamentos
– sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
Recomenda-se consultar a NR 15, que define os LT das concentrações em ar ambiente de algumas
substâncias químicas. É possível que efeitos oculares ocorram mesmo em concentrações abaixo dos LT permitidos,
devendo tal fato ser registrado e acompanhado pelos setores de saúde e segurança das empresas e das equipes de
vigilância do SUS.

No exame médico periódico, além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos
padronizados e a realização dos exames complementares indicados pela natureza da exposição ocupacional, incluindo,
se necessário, exame oftalmológico, informações epidemiológicas e análises toxicológicas, dependendo da exposição. A
dosagem de arsênio na urina presta-se mais à avaliação de exposições recentes. No monitoramento biológico de expostos
ao arsênio, o VR de arsênio na urina é de até 10 µg/g de creatinina e o IBMP é de 50 µg/g de creatinina; o VR para o flúor
e fluoretos é de até 0,5 mg/g de creatinina e o IBMP é de 3 mg/g de creatinina, no início da jornada, e de 10 mg/g de
creatinina, no final da jornada. Esses índices podem não guardar correlação com a ocorrência de conjuntivites, porém
devem ser avaliados periodicamente.

Os procedimentos para vigilância da exposição às radiações ionizantes estão no item 5 do protocolo Neoplasia
maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Sunday, May 3, 2015

Blefarite - Tratamento

Blefarite - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Deve ser precedido da coleta de material local para isolamento microbiano e antibiograma. Medidas gerais
de higiene incluem a limpeza local com cotonete embebido em xampu neutro e água, calor local, pomadas com compostos
de selênio ou mercúrio nas bordas palpebrais e correção de ametropia e heteroforias. Essas medidas são suficientes
para o tratamento da blefarite escamosa ou seborréica e devem ser aplicadas, também, na blefarite ulcerosa, com o
acréscimo de antibioticoterapia (tetraciclina). Na blefarite angular pela moraxella, usa-se colírio de sulfato de zinco.


Saturday, May 2, 2015

Blefarite - Quadro clínico e diagnóstico

Blefarite - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico, os principais sintomas são: irritação, ardor e prurido nas bordas das pálpebras, que se
apresentam congestas. Podem ser vistas escamas ou granulações presas aos cílios das pálpebras superior e inferior.
Na blefarite por estafilococo, as escamas são secas, as pálpebras apresentam-se avermelhadas, observando-se
pequenas ulcerações ao longo da borda e queda dos cílios. No tipo seborréico, as caspas são gordurosas, não ocorre
ulceração e as pálpebras não se apresentam tão vermelhas. Na blefarite mista, as escamas são secas e gordurosas,
as bordas das pálpebras se apresentam avermelhadas, com pequenas ulcerações. A seborréia do couro cabeludo, dos
supercílios e do pavilhão auricular está, freqüentemente, associada à blefarite seborréica.
Nas blefarites alérgicas relacionadas ao trabalho pode ser observada a presença de edema palpebral
pruriginoso, indolor, de aparecimento agudo e regressão rápida. Pode estar associada a uma dermatose eczematóide,
particularmente no canto lateral da pálpebra, com prurido e lesões cutâneo-escamosas.

A infecção secundária por microorganismos gram-negativos, como a pseudomonas aeruginosa, é uma
complicação freqüente.
O diagnóstico de um quadro de blefarite baseia-se na história clínica e no exame oftalmológico. Exames
laboratoriais, como esfregaço, cultura de secreções e biópsia da lesão, podem ser utilizados para o diagnóstico diferencial.
No caso de exposição ao arsênio e a seus compostos, a dosagem de arsênio na urina pode ser utilizada
como um indicador de exposição, sendo útil para as ações de vigilância. O arsênio absorvido pelo organismo tem uma
vida curta no sangue e sua dosagem é útil como indicador de exposição muito recente. Pode, ainda, ser alterada pela
ingestão de mariscos e outros alimentos marinhos (nos casos de utilização desse indicador, recomenda-se a abstinência
desses alimentos, por um curto período, antes do exame).


Friday, May 1, 2015

Blefarite - Epidemiologia e Fatores de risco

Blefarite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A exposição à radiação infravermelha pode provocar quadros de blefarite, como as descritas em forjadores
e outros trabalhadores em siderurgia. As radiações ionizantes, raios X e raios Gama podem provocar radiodermites
agudas ou crônicas, com blefarite e queda dos cílios.
Trabalhadores expostos ao cimento podem apresentar quadros graves de blefarite, com edema e congestão
palpebral, geralmente associadas à conjuntivite.
A exposição ao arsênio e seus compostos pode provocar blefarite, sendo comum o acometimento simultâneo
de outros órgãos e sistemas, como, por exemplo, quadros dermatológicos (hiperceratose, dermatite eczematosa,
ceratite, hiperpigmentação e câncer de pele); irritação respiratória e risco aumentado de câncer pulmonar; hepatite
tóxica; neuropatia sensorial.
Em trabalhadores expostos, a blefarite, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada
como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, isto é, doença profissional em que o
trabalho constitui causa necessária, sem a qual seria improvável que a doença ocorresse.