Sunday, January 31, 2016

Intoxicações alimentares ingestão de crustáceos mariscos, mexilhões

Intoxicações alimentares ingestão de crustáceos mariscos, mexilhões

As intoxicações alimentares são especialmente provocadas por ingestão de crustáceos,
mariscos, mexilhões, queijos e embutidos de carne alterados.

Poucas horas após a ingestão aparecem vômitos, diarréia copiosa, inclusive
coleriforme, observando-se, algumas vezes, manifestações cutâneas, exantema
e erupções urticariformes.
A intoxicação alimentar se relaciona sempre com a contaminação por salmonelas e estafilococos.
Alguns alimentos, como conservas, além do fator microbiano, podem liberar histamina e outras substâncias também tóxicas.
A sintomatologia principal é constituída por mal-estar geral, cefaléia intensa, congestão facial,
vasodilatação periférica, prurido e urticária.
A gastroenterite por radiação ionizante geralmente ocorre nas primeiras semanas após a exposição.
Caracteriza-se por náuseas, vômitos, diarréia e cólicas abdominais. Os sintomas cedem espontaneamente com o
passar do tempo e sobrevem um período quiescente. Cerca de um ano após a exposição podem aparecer distúrbios
de motilidade, má absorção, obstrução intestinal, ulcerações mucosas e aparecimento de fístulas.
Nas intoxicações agudas, o diagnóstico etiológico é fácil, pois quase sempre é evidente a relação causa e
efeito a que se referem o enfermo ou seus parentes. O aparecimento súbito de diarréia copiosa em indivíduo em plena
saúde ou submetido à medicação mercurial ou arsenical, sem febre concomitante, faz suspeitar de intoxicação cuja
natureza deve ser buscada pela anamnese.
Na maioria das vezes, o diagnóstico é fácil, sem necessidade de exploração complementar. Pode ser
confirmado por intermédio de gastroscopia, inclusive com biópsia, e exame radiológico, utilizando-se da técnica do
duplo contraste. Outros exames poderão ser úteis para avaliar o estado geral do paciente e acometimento simultâneo
de outros órgãos e sistemas revelados por hemograma, coprocultura, gordura fecal, parasitológico de fezes e biópsia
retal. A presença de tálio na urina é sempre patológica.


Saturday, January 30, 2016

Intoxicação Amanita muscaria e Amanita phalloides

Intoxicação Amanita muscaria e Amanita phalloides

A ingestão de Amanita muscaria e Amanita phalloides, cujos princípios ativos são muscarina e falina, podem
associar-se com quadros abdominais muito graves.
A intoxicação muscarínica é precoce, inicia-se entre 3 a 5 horas
após sua ingestão com vômitos, diarréia coleriforme, sialorréia e, geralmente, anúria, acompanhada de sintomatologia
nervosa, de excitação parassimpaticomimética, midríase, excitação, delírio, convulsões e cãibras e, finalmente, paralisia
respiratória. A morte pode ocorrer 2 a 3 dias após, em 4% dos casos.
Os outros pacientes se curam.

A intoxicação pela Amanita phalloides é muito mais tardia e grave;
inicia-se de 4 a 24 horas, ou mais, depois da ingestão do fungo.
Começa com vômitos, intensa dor epigástrica, cólicas e diarréia que levam à rápida desidratação com hipopotassemia.
É seguida por período de intervalo quase assintomático, sem delírios, que dura de 2 a 3 dias, após os quais aparecem
obnubilação do sensório, insuficiência energética do miocárdio e icterícia, por grave hepatólise, e 50% dos pacientes
morrem por atrofia hepática com oligoanúria. Encontra-se hepatomegalia dolorosa desde o primeiro dia, aumento da
bilirrubina, transaminase glutâmica-pirúvica muito elevada e hemoglobinúria.



Friday, January 29, 2016

Intoxicação por ferro, tálio e fósforo

Intoxicação por ferro, tálio e fósforo

A intoxicação por ferro pode se associar com irritação gastrintestinal, vômitos e diarréia sanguinolenta,
seguidos de colapso vascular, choque e morte.
A intoxicação aguda pelo tálio (constituinte de vários preparados raticidas,
formicidas e depilatórios) causa gastroenterite, dores abdominais, vômitos, diarréias com hemorragia gastrintestinal
ou, sem ela, taquicardia e cefaléia.
Cerca de 2 a 5 dias após sua ingestão, a surge sintomatologia neurológica.
De grande utilidade em técnicas radioisotópicas para o diagnóstico clínico, o tálio pode ser encontrado na urina até dois
meses depois de ingerido.
A intoxicação aguda pelo fósforo provoca gastroenterite aguda, dores abdominais, cefaléias
e vômitos, por vezes observados como fosforescentes no escuro. De dois a três dias após se instaura-se atrofia
amarela aguda do fígado, icterícia, albuminúria e a maioria dos pacientes falece entre 7 a 10 dias.


Thursday, January 28, 2016

Intoxicação com antimônio

Intoxicação com antimônio

A intoxicação pelo antimônio produz vômitos copiosos, de sabor metálico, náuseas, sensação de embriaguez,
diarréias abundantes e freqüentes, pulso débil, extremidades frias, anúria, podendo advir erupção vesicopustulosa e
morte. A intoxicação pelo cobre provoca vômitos de sabor metálico, com grande freqüência esverdeados, dores abdominais,
diarréia intensa, às vezes sanguinolenta, insuficiência circulatória, coma e, ocasionalmente, a morte. A intoxicação por sais
de ouro, empregados para o tratamento da artrite reumatóide, pode provocar alterações agudas semelhantes às da
intoxicação por mercúrio. Em sua forma crônica produz enterocolite, às vezes de prognóstico grave.
A intoxicação aguda pelo chumbo causa gastroenterite diarréica com cefaléia, insônia, tremores e delírio.
Na intoxicação crônica, as primeiras manifestações são vagas e entre elas destacam-se as digestivas, anorexia, dispepsia,
diarréias ou constipação. Logo se associam com anemia, palidez cutânea acinzentada da pele, linha de Burton nas
gengivas, alterações vasculares e paralisia radial periférica. A alteração mais grave e tardia é a encefalopatia saturnina.
São características as chamadas cólicas saturninas, dores abdominais intensas, devidas a espasmos segmentares do
intestino delgado, com ou sem diarréia. O abdômen se retrai. Pode provocar vólvulos.

Wednesday, January 27, 2016

Intoxicação com arsênico

Intoxicação com arsênico

A intoxicação arsenical aguda determina diarréia coleriforme, com numerosas dejeções aquosas, dores
abdominais intensas, precedidas por vômitos incoercíveis. Logo surge desidratação, insuficiência circulatória e
convulsões, seguindo-se paralisia respiratória, sem dar oportunidade de desenvolvimento de gastroenterite. Na
intoxicação arsenical crônica, a sintomatologia gastrintestinal inicial parece ser moderada e predominam manifestações
cutâneo-mucosas, como dermatites, hiperceratose, rinite, conjuntivite e bronquite (nervosas), como hiperestesias,
paresias e paralisia por neurite, atrofia do nervo óptico, sendo desta intoxicação a paralisia dos músculos extensores
do pé e das panturrilhas (neurite arsenical), com marcha eqüina.

Tuesday, January 26, 2016

Intoxicação com mercúrio

Intoxicação com mercúrio

A intoxicação mercurial aguda produz manifestações cáusticas nas mucosas da boca, faringe,
esôfago, estômago e intestino, que provocam vômitos mucosanguinolentos, diarréia com tenesmo,
fezes em princípio enegrecidas e depois sanguinolentas, oligúria, albuminúria e, a seguir, anúria.
A morte pode advir rapidamente. Na intoxicação mercurial subaguda, a sintomatologia principal é estomatite,
síndrome colítica com disenteria e, por vezes, insuficiência cardiocirculatória. Na intoxicação mercurial crônica, além
de estomatite e enterite, menos intensas que na forma aguda, são mais importantes a sintomatologia nervosa, como
tremores, contrações musculares, ataxia, com albuminúria e caquexia crescentes.

Monday, January 25, 2016

Gastroenterite e colite tóxicas - Quadro clínico e diagnóstico

Gastroenterite e colite tóxicas - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Na gastrite aguda exógena simples, os sintomas duram poucas horas e se caracterizam por mal-estar,
plenitude epigástrica, náuseas e vômitos, dor abdominal e diarréia aguda. A dor abdominal pode se localizar no meso
e no epigástrio, com irradiações para a fossa ilíaca direita, caso predominem alterações ileais, ou esquerda, caso
predominem alterações jejunais. Em geral, surgem após a alimentação, com dores contínuas ou mesmo sensação de
cãibras abdominais.
As enterites não melhoram com a ingestão de alimentos nem de alcalinos.
Em geral, perduram por toda a digestão.
Também podem não melhorar com a evacuação intestinal nem com emissão de gases.
Há certo alívio quando o paciente está em jejum.
É freqüente a presença de meteorismo após a ingestão de alimentos, devido a
alterações da absorção de gases.
O paciente percebe sensação de distensão abdominal desagradável, pouco perceptível
ao exame físico. As lesões erosivas podem provocar sintomatologia ulcerosa com dor pós-prandial,
que alivia com o uso de alcalinos ou alimentos.
Na gastrite crônica, prevalece a sintomatologia de plenitude epigástrica e flatulência.
Pode haver diarréia crônica, hematêmese ou melena.
A presença de pus nas fezes sugere quadro infeccioso.

Sunday, January 24, 2016

Gastroenterite e colite tóxicas - Epidemiologia e Fatores de risco

Gastroenterite e colite tóxicas - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A causa mais freqüente de gastroenterite é a infecciosa, também chamada de intoxicação alimentar, causada
por estimulação secretora pelos próprios agentes (vírus ou bactérias) ou por toxinas formadas previamente ou na
própria luz intestinal.
A gastroenterite tóxica pode decorrer da ingestão, acidental ou voluntária, de veneno puro ou misturado
com alimentos, de produtos orgânicos, como conservas inadequadas para a alimentação, por estarem alterados ou
conterem em sua composição substâncias tóxicas. Determinadas substâncias empregadas como laxantes podem ser
muito irritantes para o intestino. Algumas vezes, o agente tóxico envolvido pode ser identificado pelos sintomas que
provocam ou por meio de análises químicas. Qualquer medicamento, mesmo sem propriedade purgante ou tóxica,
pode provocar diarréia, mas a suscetibilidade depende de cada indivíduo.
Outras causas menos comuns de gastroenterites e colites tóxicas se relacionam com parasitoses intestinais,
doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn, colite ulcerativa), uso de medicamentos (antibióticos e antiblásticos)
e às complicações gastrintestinais da síndrome de imunodeficiência adquirida.
Os agentes químicos de ação diarréica mais intensa são o mercúrio e o arsênio e, em grau menor, o
antimônio e o cobre. A ingestão acidental ou intencional de cádmio e arsênio cursa com gastroenterite grave. A exposição
às radiações ionizantes (em doses acima de 100 rads) também provoca gastroenterite.
Em trabalhadores expostos, a gastroenterite tóxica deve ser considerada como doença relacionada ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado causa necessária.


Saturday, January 23, 2016

Gastroenterite e colite tóxicas - Definição da Doença

Gastroenterite e colite tóxicas - Definição da Doença

16.3.5 GASTROENTERITE E COLITE TÓXICAS CID-10 K52.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Gastroenterite é uma síndrome caracterizada por irritação do trato gastrintestinal
que se manifesta por náuseas, vômitos, diarréia líquida e dor abdominal.
Decorre de processo inflamatório, agudo ou crônico, do estômago e dos intestinos delgado
e intestino grosso, conseqüente a agressões tóxicas associadas a uma série de fatores, principalmente
álcool, substâncias cáusticas, medicamentos e agentes químicos, como cádmio e arsênio.
Devido à capacidade de regeneração da mucosa gástrica, os casos se curam espontaneamente em poucos dias.
As gastrites podem ser classificadas em:
- aguda exógena simples, relacionada com excesso de alimentos, inclusive malconservados e abuso de
álcool;
- infecciosas;
- corrosiva: conseqüente à ingestão de ácidos ou bases fortes, com necrose por coagulação da parede
gástrica, especialmente da mucosa e submucosa, que pode levar secundariamente à fibrose intensa,
especialmente do antro;
- erosiva: especialmente relacionada ao uso de medicamentos e álcool em pacientes cirróticos. As gastrites
crônicas decorrem de agressão continuada por álcool, tabaco, medicamentos e alimentos.
Cólica tóxica pode ser definida como gastroenterite causada por agentes tóxicos, como cádmio e arsênio.


Friday, January 22, 2016

Estomatite ulcerativa crônica - Prevenção

Estomatite ulcerativa crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das alterações da gengivite crônica relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo.
As ações preventivas incluem adequada higiene bucal. Os dentes devem ser tratados convenientemente,
evitando acúmulo de resíduos, tabagismo, e substituindo peças dentárias e próteses inadequadas e malconservadas,
buscando a boa função e a limpeza da boca. Desnutrição, avitaminoses, doenças endocrinológicas, auto-imunes e
infecciosas devem ser tratadas e, se possível, evitadas. O estresse pode ser aliviado com terapia de apoio, dinâmica
de grupo ou mesmo uso de medicação apropriada. Aplicam-se nesses casos os mesmos procedimentos básicos
descritos no item 5 do protocolo Erosão dentária.
Os procedimentos de vigilância da saúde de trabalhadores expostos ao mercúrio estão detalhados no
protocolo Nefropatia túbulo-instersticial induzida por metais pesados (19.3.3), no capítulo 19.




Thursday, January 21, 2016

Estomatite ulcerativa crônica - Tratamento

Estomatite ulcerativa crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Recomenda-se alimentação não-irritante, de preferência líquida ou branda. É necessário suprimir as causas
mecânicas de traumatismo oral, incluindo aquelas devido às peças dentárias. A boca precisa ser limpa adequadamente
com soluções antissépticas. A dor pode ser aliviada com soluções anestésicas aspergidas sob a forma de spray. A
síndrome de Behçet pode melhorar muito com o uso adicional de corticosteróides ou citostáticos. Na candidíase,
utiliza-se nistatina ou imidazólicos. Nas estomatites ulcerosas, o tratamento deve ser etiológico com a penicilina. As
manifestações da doença, conseqüentes a reações auto-imunes ao nível da pele e das mucosas, podem ser suprimidas
por corticosteróides, mas as doses elevadas e prolongadas, necessárias ao tratamento, resultam em alta incidência de
efeitos medicamentosos indesejáveis.


Wednesday, January 20, 2016

Estomatite ulcerativa crônica - Quadro clínico e diagnóstico

Estomatite ulcerativa crônica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Ao exame, a mucosa da boca apresenta-se avermelhada, congesta, sensível, com exsudação, limitada às
gengivas, à ponta e à borda da língua. A intoxicação por mercúrio pode cursar inicialmente com gengivite, podendo
haver desprendimento do epitélio gengival formando úlceras (estomatite). Pode também cursar com periodontite grave,
perdas dentárias e osteomielite, edema de glândulas salivares e salivação excessiva.
As intoxicações por chumbo, bismuto, ouro e prata caracterizam-se por tumefação dolorosa da mucosa
gengival ao redor dos dentes, que sangram ao menor contato.
A diferenciação entre as várias intoxicações não é difícil:

INTOXICAÇÃO POR CHUMBO:
aparece uma linha amarronzada, ao longo da borda gengival, especialmente à altura dos
incisivos inferiores (linha de Burton). Resulta da combinação do ácido sulfídrico derivado da putrefação dos
alimentos com o chumbo, formando sulfeto de chumbo. É mais comum aparecer nas bocas que possuem
estado de higiene precário. Está ausente em pessoas sem dentes;

INTOXICAÇÃO MERCURIAL CRÔNICA: a linha é negro-amarronzada (linha de Gilbert), na cúprica, esverdeada (linha de Vailly),
na argêntica, acinzentada (linha de Duguet), na bismútica, cinza-avermelhada;

INTOXICAÇÃO PELO OURO: há gengivite e tumefação da mucosa retromolar inferior, que apresenta algumas manchas
branco-acinzentadas e contorno irregular, com aparecimento, no véu palatino, de algumas placas
esbranquiçadas e brilhantes, parecidas ao líquen plano, simétricas, como vespertilho, sobre um fundo
avermelhado. O fósforo e o tório favorecem a necrose asséptica da mandíbula com supuração, fistulização
e formação de seqüestros ósseos.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com estomatite aftosa, estomatite ulcerosa, estomatite gangrenosa
(causada por microorganismos anaeróbios), candidíase, líquen plano, buloses e pênfigo vegetante. As lesões brancas
da mucosa oral são muitas vezes ditas leucoplásicas e correspondem a aspectos microscópicos diferentes e a graus
variáveis de hiperceratose, acantose, paraceratose, disceratose ou carcinoma in situ. São mais freqüentes após a
quarta década de vida, apresentam predomínio no sexo masculino e relacionam-se com tabagismo e diversos tipos de
irritação crônica da boca.
O diagnóstico é clínico, baseado no exame direto da mucosa, podendo ser confirmado por exames
bacteriológicos, micológicos ou anatomopatológicos, utilizando-se material colhido de biópsia. A sorologia para alguns
agentes virais pode coadjuvar a busca diagnóstica.


Tuesday, January 19, 2016

Estomatite ulcerativa crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

Estomatite ulcerativa crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A estomatite se relaciona a:
- traumatismos por alimentos quentes e duros, mordidas involuntárias, próteses dentárias e uso de palito
de dentes;
- transgressões de regime (dispépticas) e processos esteatorréicos;
- alergias alimentares e medicamentosas: nozes, figo, avelãs, sardinha, ácido acetilsalicílico, indometacina
e penicilina;
- doenças infecciosas sistêmicas ou orais: pneumonia pneumocócica, infecções orais por estreptococos,
bacilo da tuberculose, varicela, febre tifóide, enterite tropical aftosa, candidíase, sífilis, gonococcia,
herpes e toxoplasmose;
- alterações endócrinas: hipotireoidismo, insuficiência gonadal, aftose recidivante pré-menstrual, que
coexiste com discreto grau de estomatite e glossite difusa tipo catarral;
- avitaminoses: arriboflavinose, pelagra e escorbuto;
- doenças hematológicas: leucemias e trombocitopenias;
- estresse psíquico;
- exposições ocupacionais ao chumbo, ao bismuto, ao ouro, à prata, ao arsênio, ao bromo e ao mercúrio.
Em trabalhadores expostos, a gengivite ulcerosa crônica deve ser considerada como doença relacionada
ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária, sendo improvável
que ocorra na ausência de exposição ocupacional.


Monday, January 18, 2016

Estomatite ulcerativa crônica - Definição da Doença

Estomatite ulcerativa crônica - Definição da Doença

16.3.4 ESTOMATITE ULCERATIVA CRÔNICA CID-10 K12.1

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Estomatite é a inflamação da mucosa oral devida a fatores locais ou sistêmicos, que pode envolver a bochecha,
lábios, palato, língua e gengiva. Decorre de processos inflamatórios da mucosa oral de origem infecciosa, imunoalérgica,
metabólica, por intoxicação exógena, medicamentosa ou neoplásica. Pode ter gama variável de significados clínicos, desde
lesões benignas até graves e fatais. A estomatite ulcerosa é caracterizada por ulcerações rasas da mucosa da cavidade oral.
As lesões orais decorrentes da exposição ao arsênio e ao bromo geralmente são acompanhadas de sinais
e sintomas de acometimento do sistema respiratório.


Sunday, January 17, 2016

Gengivite crônica - Prevenção

Gengivite crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das alterações da gengivite crônica relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância em saúde dos trabalhadores, dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde,
descritos na introdução deste capítulo.
São muito importantes os cuidados de higiene bucal, particularmente de remoção da placa bacteriana
dental, no ato diário de escovar e passar o fio dental. É recomendada a visita ao dentista pelo menos duas vezes por
ano para revisão, tratamento e limpeza periódica dos dentes. Aplicam-se a esses casos, os mesmos procedimentos
básicos descritos no item 5 do protocolo Erosão dentária (16.3.1).
Os procedimentos de vigilância da saúde de trabalhadores expostos ao mercúrio estão descritos no protocolo
Nefropatia túbulo-intersticial induzida por metais pesados (19.3.3), no capítulo 19.


Saturday, January 16, 2016

Gengivite crônica - Tratamento

Gengivite crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
É necessário avaliar se a doença periodôntica tem uma causa sistêmica ou localizada. As repercussões
gengivais de problemas clínicos gerais somente serão revertidas com uma abordagem adequada, como no caso da
associação de gengivite com substâncias tóxicas, medicamentos, anormalidades metabólicas, hormonais e inflamatórias.
O tratamento das lesões herpéticas é realizado com uso o mais precocemente possível de aciclovir tópico ou, dependendo
da intensidade das lesões, por via oral.
Se a doença periodôntica está localizada, as lesões gengivais podem ser revertidas com o tratamento
adequado. As gengivas voltam a ter aspecto normal, cessa a mobilidade dentária, a supuração e o sangramento,
embora a borda gengival e a crista alveolar passem a ocupar uma posição mais apical que a apresentada originalmente.
O dentista é o profissional a ser consultado para a abordagem correta da questão periodôntica. O aumento gengival ou
macrulia requer extirpação cirúrgica do excesso de tecido.


Friday, January 15, 2016

Gengivite crônica - Quadro clínico e diagnóstico

Gengivite crônica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As queixas habitualmente relacionadas à doença periodôntica são sangramento ao escovar os dentes,
gengiva vermelha, mau hálito persistente, presença de pus entre os dentes e a gengiva, mobilidade ou afastamento
dos dentes, mudança na maneira como os dentes se encaixam na oclusão. Pode, entretanto, haver doença periodôntica
sem nenhuma destas queixas, daí a importância da visita regular ao dentista.
Podem ocorrer formas de gengivoestomatites agudas úlcero-necróticas, tipo da angina de Vincent ou herpética.
A forma herpética ocorre em crianças de 1 a 6 anos ou, mais raramente, em adolescentes, adultos jovens e imunossuprimidos.
São contagiosas, atingindo rapidamente a população suscetível após período de incubação de 3 a 9 dias.
Surge com febre, mal-estar, cefaléia e linfadenopatia cervical, que antecedem ao aparecimento de lesões vesiculares
que rapidamente se rompem, dando origem a lesões aftosas extremamente dolorosas. As gengivas doem e sangram.
A febre persiste por uma semana e os sintomas orais perduram de 10 a 15 dias.
A inflamação difusa da gengiva livre e inserida e da mucosa alveolar, associada à formação de bolhas
friáveis e descamação do epitélio superficial, constitui manifestações clínicas da gengivite descamativa crônica, que
ocorre raramente e quase só em mulheres, após a menopausa. A amiloidose é outra situação clínica que pode se
associar à gengivite.
O diagnóstico é eminentemente clínico, pela observação da gengiva intumescida, sangrante, despregada,
com a presença de bolsas infectadas e purulentas. A radiografia pode revelar complicações ósseas. A biópsia, em
algumas situações, revela a etiopatogenia, como na amiloidose e noutras doenças sistêmicas.


Thursday, January 14, 2016

Gengivite crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

Gengivite crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A principal causa de gengivite é a doença periodôntica, associada à falta de higiene bucal. Outros fatores
incluem a má oclusão, cálculos dentários, falta de restauração dentária, xerostomia, alimentos retidos, inflamação,
trauma, distúrbios endócrinos e imunológicos e uso de alguns medicamentos. Os microorganismos associados a esse
processo são habitantes normais da boca, como as bactérias anaeróbias, aeróbias gram-negativas e espiroquetas,
entretanto surtos agudos podem ser provocados por outros patógenos.
A exposição ocupacional a névoas de fluoretos ou de seus compostos tóxicos e ao mercúrio está relacionada
com o desenvolvimento de gengivite crônica. A gengivite causada pela inalação direta de mercúrio por garimpeiros no
processo de queima de ouro é um importante fator de exposição no Brasil.
A gengivite, nesses casos, ocorre tanto por exposição por via sistêmica quanto local.

Em trabalhadores expostos, a gengivite crônica, excluídas outras causas subjacentes, pode ser considerada
como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho representa fator de
risco contributivo na etiologia multicausal da doença.


Wednesday, January 13, 2016

Gengivite crônica - Definição da Doença

Gengivite crônica - Definição da Doença

16.3.3 GENGIVITE CRÔNICA CID-10 K05.1

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Gengivite é a inflamação da gengiva, caracterizada por intumescimento, vermelhidão, alteração dos contornos
normais, exsudato e sangramento. Nos casos complicados por infecção secundária, pode haver dor, halitose,
sangramento e piorréia.


Tuesday, January 12, 2016

Alterações da cor dos dentes - Prevenção

Alterações da cor dos dentes - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das alterações da cor dos dentes relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. Aplicam-se a esses casos os mesmos procedimentos básicos contidos no item 5 do protocolo Erosão
dentária. Os LT para exposição aos sais de cádmio, cobre, níquel e prata estão no Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb
n.º 12/1983).




Monday, January 11, 2016

Alterações da cor dos dentes - Tratamento

Alterações da cor dos dentes - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As manchas podem diminuir pela limpeza periódica feita pelo dentista com soluções alcalinas e fricção, o
que pode ser útil nos tabagistas. Nos casos de traumatismo e manchas associadas à reabsorção de hemossiderina,
pode-se injetar água oxigenada nas lesões. Os resultados podem ser de recuperação parcial.
Muitas manchas são irremovíveis.
O recapeamento dentário com porcelana pode ser a solução definitiva.


Sunday, January 10, 2016

Alterações da cor dos dentes - Quadro clínico e diagnóstico

Alterações da cor dos dentes - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As alterações da coloração dos dentes são de observação direta. Como desdobramento, pode haver
constrangimento devido à aparência estética, provocando inibição, introversão e retração social. O diagnóstico é feito
a partir da observação direta pelo dentista e baseia-se na história clínica, de exposição aos agentes químicos e na
tonalidade assumida pelos dentes.


Saturday, January 9, 2016

Alterações da cor dos dentes - Epidemiologia e Fatores de risco

Alterações da cor dos dentes - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
O tabagismo é a principal causa de manchas dentárias de coloração marrom amareladas no adulto. O
escurecimento dentário também pode ser decorrente do envelhecimento ou estar associado à necrose da polpa, às
cáries profundas ou ao traumatismo que provoca absorção da hemossiderina pela polpa.
As manchas dentárias de origem ocupacional podem ocorrer em trabalhadores expostos a névoas de
sais metálicos e de seus compostos, adquirindo coloração variável, como, por exemplo, dentes expostos ao cádmio
tornam-se amarelo-ouro; ao cobre, verde-escuro; ao níquel, esverdeados ou enegrecidos; à prata, cinza-acastanhados
ou marrons.
Em trabalhadores expostos a esses produtos químicos, as manchas dentárias, com as características de
cor e história de desenvolvimento pós-exposição ocupacional, podem ser consideradas como doenças relacionadas
ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.

Friday, January 8, 2016

Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes - Definição da Doença

Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes - Definição da Doença

16.3.2 ALTERAÇÕES PÓS-ERUPTIVAS DA COR DOS TECIDOS DUROS DOS DENTES CID-10 K03.7

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Alterações da cor dos dentes constituem achados relativamente comuns que podem ser
facilmente observados, sem procedimentos propedêuticos mais complexos.


Thursday, January 7, 2016

Erosão dentária - Prevenção

Erosão dentária - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das doenças digestivas relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
em saúde dos trabalhadores, dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos
na introdução deste capítulo.
O controle da exposição a névoas ácidas pode contribuir para a redução da erosão dentária relacionada ao
trabalho nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da
exposição a níveis considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento ambiental sistemático;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e da adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais. Entre os agentes reconhecidos como causadores de
erosão dentária, estão:
- ácido crômico (névoa) – 0,04 mg/m3;
- ácido fluorídrico – 2,5 ppm ou 1,5 mg/m3.

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente
à luz do conhecimento e de evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos,
não impedem o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica e exames complementares orientados pela exposição ocupacional.
Recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e exame odontológico de rotina, de modo a
identificar as alterações o mais precocemente possível, evitando que lesões mínimas e de fácil obliteração evoluam
para formas graves que colocam em risco a viabilidade dentária. Medidas de promoção da saúde e de controle do
tabagismo também devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Wednesday, January 6, 2016

Erosão dentária - Quadro clínico e diagnóstico

Erosão dentária - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Caracteriza-se pela destruição dentária que se inicia pelo esmalte, da superfície incisal para a cervical,
com aspecto de polimento regular. A seguir, atinge sucessivamente a dentina e a polpa dental, com aparecimento de
dor. A invasão bacteriana e a formação de abscessos são complicações comuns. Os focos apicais nos dentes temporais
são agudos e promovem abscessos periapicais com ou sem focos osteomielíticos. Nos dentes permanentes, cursam
cronicamente, com o desenvolvimento de granulomas que se encapsulam em
uma bainha de tecido conjuntivo fibroso.

A história clínica segue a evolução do processo. A lesão do esmalte, em geral, é acompanhada de aumento
de sensibilidade ao frio. A lesão da dentina aumenta a sensibilidade dentária a frio, calor e doce. A pulpite provoca dor
contínua, pulsátil, aliviada pelo frio e posição ereta. O abscesso periapical provoca dor contínua que aumenta com a
percussão axial. A infecção focal estomatógena se relaciona com a presença do chamado granuloma apical conseqüente
de cárie, trauma oclusal ou abrasão dentário. O granuloma apical é uma formação redonda, vermelha, dentro de um
nicho ósseo inextensível, sob forma de uma bolsa com parede externa conjuntiva, muito resistente e aderida à raiz
dentária. Ao ser extraído, mostra em seu interior tecido de granulação purulento rico em microorganismos. Essas
características explicam a atenuação da virulência dos microorganismos, que se encontram com nutrição muito precária,
pela cronicidade do processo e pela sintomatologia local pobre.
O diagnóstico é feito pela história e pelo exame clínico, sendo fundamental a participação do dentista. A visão
direta da lesão permite estabelecer o diagnóstico com precisão. Os testes de acidez, doce, percussão e raspagem dentárias
podem auxiliar no diagnóstico. As dúvidas e a extensão do processo poderão ser mais bem avaliadas com os estudos
radiológicos.


Tuesday, January 5, 2016

Erosão dentária - Epidemiologia e Fatores de risco

Erosão dentária - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre as causas não-ocupacionais de erosão dentária, destacam-se bruxismo e hábitos de morder objetos
ou superfícies duras, que podem produzir abrasão e outros danos. Entre as ocupacionais, estão a exposição a:
- névoas de fluoretos e gases ácidos fluorados, em fábricas de fertilizantes e de produção do alumínio;
- névoas ácidas, entre elas as de ácido crômico (nas galvanoplastias), ácido tartárico, ácido nítrico e
ácido sulfúrico (na operação de carga de baterias).
Em trabalhadores expostos, as erosões dentárias devem ser consideradas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Se não ocorresse a
exposição ocupacional, seria improvável que essa doença ocorresse.


Monday, January 4, 2016

Erosão dentária - Definição da Doença

Erosão dentária - Definição da Doença

16.3.1 EROSÃO DENTÁRIA CID-10 K03.2

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Erosão dentária é a destruição do tecido dentário, que pode decorrer da exposição a substâncias químicas
e de outros fatores de risco presentes no trabalho.


Sunday, January 3, 2016

Lista de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho

Lista de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho

16.3 LISTA DE DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS AO TRABALHO,
DE ACORDO COM A PORTARIA/MS N.º1.339/1999

- Erosão dentária (K03.2)
- Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes (K03.7)
- Gengivite crônica (K05.1)
- Estomatite ulcerativa crônica (K12.1)
- Gastroenterite e colite tóxicas (K52.-)
- Cólica do chumbo (K59.8)
- Doença tóxica do fígado (K71.-): com Necrose Hepática (K71.1); com Hepatite Aguda (K71.2); com
Hepatite Crônica Persistente (K71.3); com outros Transtornos Hepáticos (K71.8).
- Hipertensão portal (K76.6)





Saturday, January 2, 2016

A prevenção das doenças do sistema digestivo

A prevenção das doenças do sistema digestivo

A prevenção das doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho está baseada nos procedimentos
de vigilância de saúde dos trabalhadores: epidemiológica de agravos à saúde e sanitária de ambientes de trabalho.
Essas utilizam conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia,
psicologia, entre outras disciplinas; valorizam a percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e saúde e consideram
normas técnicas e regulamentos vigentes. Esses procedimentos podem ser resumidos em:
- reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas, agentes
físicos e/ou biológicos e fatores de risco decorrentes da organização do trabalho potencialmente
causadores de doença;
- identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores
de risco identificados;
- proposição das medidas a serem adotadas para eliminação ou controle da exposição aos fatores de
risco e proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.
A partir da confirmação do diagnóstico da doença e de sua relação com o trabalho, seguindo os procedimentos
descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção aos trabalhadores devem implementar o seguinte:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo. Esse procedimento poderá ser necessário mesmo
antes da confirmação do diagnóstico, diante de uma forte suspeita;
- caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar à empresa a emissão da
CAT, preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa da emissão da CAT pelo empregador,
o médico assistente deve fazê-lo;
- acompanhamento e registro da evolução do caso, particularmente se houver agravamento da situação
clínica com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da
categoria;
- vigilância epidemiológica, visando à identificação de outros casos, por meio de busca ativa na mesma
empresa ou ambiente de trabalho ou em outras empresas do mesmo ramo de atividade na área
geográfica;
- inspeção da empresa ou ambiente de trabalho da origem do paciente e de outras empresas do mesmo
ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde, as
medidas de proteção coletiva e os EPI utilizados. Pode ser importante a verificação da existência e
adequação do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978;
- recomendação sobre as medidas de proteção a serem adotadas pelo empregador, informando-as aos
trabalhadores.
A proteção da saúde e a prevenção da exposição aos fatores de risco envolvem medidas de engenharia e
higiene industrial, mudanças na organização e gestão do trabalho e medidas de controle médico dos trabalhadores
expostos, entre elas:
- substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de trabalho por outros mais seguros,
menos tóxicos ou lesivos;
- isolamento da máquina, agente e substância potencialmente lesiva, por meio de enclausuramento do
processo, suprimindo ou reduzindo a exposição;
- medidas de higiene e segurança ocupacional, como implantação e manutenção de sistemas de ventilação
local exaustora adequados e eficientes, capelas de exaustão, controle de vazamentos e incidentes, por
meio de manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos, monitoramento sistemático
dos agentes agressores;
- adoção de sistemas de trabalho e operacionais seguros, por meio da classificação e rotulagem das
substâncias químicas, segundo propriedades toxicológicas e toxicidade;
- diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
- facilidades para a higiene pessoal (instalações sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros, pias com
água limpa corrente e em abundância; vestuário adequado e limpo diariamente);
- informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
- utilização de equipamentos de proteção individual, especialmente óculos e máscaras adequadas a
cada tipo de exposição, de modo complementar às medidas de proteção coletiva;
- medidas de controle médico e monitoramento biológico dos trabalhadores expostos.
As ações de controle médico visam a identificar a doença em seu estado latente, ou inicial, quando algum
tipo de intervenção pode reverter ou diminuir a velocidade de instalação e progressão
dos processos patológicos.
Devem ser realizados exames admissional e periódico dos trabalhadores expostos, com utilização de
questionários padronizados, exames físicos e complementares direcionados para a avaliação do aparelho digestivo.


Friday, January 1, 2016

Doenças do sistema digestivo

Doenças do sistema digestivo

Capítulo 16
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo XI da CID-10)

16.1 INTRODUÇÃO
A abordagem das doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho tem se restringido, nos textos
clássicos de patologia do trabalho, às doenças do fígado e vias biliares. Entretanto, apesar da indiscutível importância
dessas doenças, outros transtornos também devem ser considerados.
As doenças do aparelho digestivo relacionadas, ou não, ao trabalho estão entre as causas mais freqüentes
de absenteísmo e de limitação para as atividades sociais e ocupacionais. Isso exige dos profissionais que prestam
assistência ao trabalhador o preparo para identificar a contribuição do trabalho na sua determinação e/ou agravamento
de condições preexistentes. Entre os fatores importantes para a ocorrência das doenças digestivas relacionadas ao
trabalho estão agentes físicos, substâncias tóxicas, fatores da organização do trabalho, como estresse, situações de
conflito, tensão, trabalho em turnos, fadiga, posturas forçadas, horários e condições inadequadas para alimentação.
O sistema digestivo é uma das portas de entrada dos agentes tóxicos no organismo e, apesar de menos
vulnerável do que o trato respiratório, tem papel essencial no metabolismo e excreção da substância tóxica,
independentemente de sua via de penetração. Algumas substâncias químicas utilizadas no trabalho podem causar
lesão no local de penetração, afetando diretamente boca, dentes e/ou regiões contíguas, como faringe, estômago,
intestino e fígado. Substâncias como os solventes podem causar lesão hepática por meio de metabólitos citotóxicos.
Substâncias neurotrópicas, como o sulfeto de carbono, agem sobre o plexo nervoso intramural do intestino. O fígado,
juntamente com os rins, tem um papel primordial nos processos de desintoxicação. Síndromes gastrintestinais graves
podem decorrer da intoxicação por fósforo, arsênio e mercúrio, manifestando-se por vômito, cólica e evacuações
mucosanguinolentas, podendo ser acompanhadas por danos hepáticos irreversíveis. As hepatites infecciosas
relacionadas ao trabalho merecem atenção especial pela freqüência das situações de exposição ocupacional a agentes
infecciosos, a calor e frio intensos, e pela possibilidade de evoluírem para cirrose.
Entre os fatores de risco físico presentes no trabalho que podem lesar o sistema digestivo, estão radiações
ionizantes, vibração, ruído, temperaturas extremas (calor e frio) e exposição a mudanças rápidas e radicais de temperatura
ambiente. Queimaduras, se extensas, podem causar úlcera gástrica e lesão hepática. Posições forçadas no trabalho
podem causar alterações digestivas, particularmente na presença de condições predisponentes, como hérnia
paraesofageana e visceroptose.
Os fatores relacionados à organização do trabalho são responsáveis pela crescente ocorrência de problemas
e queixas gastrintestinais entre os trabalhadores. Condições de fadiga física patológica, trabalho muito pesado, trabalho
em turnos, situações de conflito e de estresse, exigências de produtividade, controle excessivo e relações de trabalho
despóticas podem desencadear quadros de dor epigástrica, regurgitação e aerofagia, diarréia e, mesmo, úlcera péptica.
No grupo de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho há uma nítida interface com a odontologia
ocupacional, uma vez que várias doenças se manifestam na boca, exigindo que os profissionais estejam preparados
para identificá-las e estabelecer condutas adequadas para assistência e prevenção. Problemas dentários são, também,
causa importante de absenteísmo e podem estar associados ao comprometimento de órgãos vizinhos (ossos, seios da
face), à função de mastigação correta, à possibilidade de se comportarem como focos sépticos e à possibilidade de
expressarem enfermidades dissimuladas durante o período de desenvolvimento dentário.
A abordagem dos tumores que acometem o trato digestivo e podem ser relacionados ao trabalho, com
destaque para o angiossarcoma do fígado e o mesotelioma do peritônio, está no capítulo 7, referente às Neoplasias e
tumores relacionados ao trabalho.