Thursday, June 30, 2016

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por manifestações de dor tipo miofascial com pontos gatilho ou bandas
dolorosas associadas ou não com queixas de dor aos movimentos em trajetos de tendões, que geralmente acome-
tem difusamente os membros superiores e região cervical.
As bursites resultam de um processo inflamatório que acomete as bursas, pequenas bolsas de paredes
finas, constituídas de fibras colágenas e revestidas de membrana sinovial, encontradas em regiões em que os
tecidos são submetidos à fricção, geralmente próxima a inserções tendinosas e articulações. Sua localização mais
importante é nos ombros, mas podem ser encontradas em outras regiões.

Os quadros de bursite que acometem o joelho, particularmente a bursite infrapatelar, podem ser obser-
vados, com muita freqüência, em indivíduos que trabalham ajoelhados, como os aplicadores de carpetes, trabalha-
dores domésticos, faxineiros, religiosos e mineradores.
Os cistos sinoviais são decorrentes da degeneração mixóide do tecido sinovial, podendo aparecer em
articulações, tendões, polias e ligamentos. São tumorações císticas, circunscritas, únicas ou múltiplas, geralmente
indolores, localizando-se, freqüentemente, no dorso do punho. O aparecimento de um cisto sinovial é um sinal de
comprometimento inflamatório localizado, com degeneração tecidual variável.
As epicondilites são provocadas por ruptura ou estiramento dos pontos de inserção dos músculos flexores
ou extensores do carpo no cotovelo, ocasionando processo inflamatório local que atinge tendões, fáscias muscula-
res e tecidos sinoviais. No epicôndilo lateral inserem-se especialmente os músculos extensores e, no epicôndilo
medial, os músculos flexores. Na epicondilite medial pode haver comprometimento do nervo ulnar e na epicondilite
lateral pode haver comprometimento do nervo radial decorrente da proximidade dessas estruturas.

É importante destacar que também nesse grupo de entidades tem sido observado agravamento ou
precipitação dos quadros quando, ao esforço repetitivo, se superpõe a exigência do uso de força e de posições
viciosas ou forçadas.
Nas epicondilites, sobressai a dor nos epicôndilos lateral e medial decorrente do processo inflamatório
local, próximo às inserções dos músculos extensores e flexores, respectivamente. Os movimentos fortes, bruscos
de prono-supinação com o cotovelo em flexão, podem desencadear o quadro de dor. Essa é geralmente localizada
na área dos epicôndilos, mas, se não tratada, pode se tornar difusa, irradiando-se tanto na direção dos ombros
quanto das mãos. A dor é exacerbada pelo movimento das mãos e punhos e durante a prono-supinação, podendo
ser desencadeada pela palpação da massa muscular adjacente.
Nas bursites, o quadro clínico é caracterizado pela dor exacerbada pelo movimento das estruturas en-
volvidas. A identificação de um ponto sensível e doloroso, geralmente sobre a protuberância óssea, constitui um
achado importante para selar o diagnóstico.
O diagnóstico baseia-se na história clínica, no exame físico e na análise do trabalho.


Wednesday, June 29, 2016

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
De modo geral, essas patologias ou queixas associadas são estudadas isoladamente, conforme visto na
Introdução deste capítulo. Para maiores detalhes, ver a extensa revisão organizada por Kuorinka & Forcier (1995).

Tuesday, June 28, 2016

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Definição da Doença

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Definição da Doença

18.3.6 TRANSTORNOS DOS TECIDOS MOLES RELACIONADOS COM O USO, O USO EXCESSIVO E A PRESSÃO, DE ORIGEM OCUPACIONAL: CID-10 M70.-
SINOVITE CREPITANTE CRÔNICA DA MÃO E DO PUNHO M70.0
BURSITE DA MÃO M70.1
BURSITE DO OLÉCRANO M70.2
OUTRAS BURSITES DO COTOVELO M70.3
OUTRAS BURSITES PRÉ-ROTULIANAS M70.4
OUTRAS BURSITES DO JOELHO M70.5
OUTROS TRANSTORNOS DOS TECIDOS MOLES RELACIONADOS COM O USO,
O USO EXCESSIVO E A PRESSÃO M70.8
TRANSTORNO NÃO-ESPECIFICADO DOS TECIDOS MOLES RELACIONADO COM O USO,
O USO EXCESSIVO E A PRESSÃO M70.9

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As bursites são inflamações agudas ou crônicas de uma bolsa serosa, que se apresentam como:
- sinovite crepitante crônica da mão e do punho (M70.0), bursite da mão (M70.1), bursite do cotovelo (do
olécrano) (M70.2), podem aparecer associadas com exigências ocupacionais prolongadas no tempo
ou como seqüelas de traumatismos eventuais;
- outros transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.8) e
transtornos não-especificados dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão
(M70.9).

Manifestam-se por dor tipo miofascial com pontos gatilho ou bandas dolorosas, associadas ou não a quei-
xas de dor nos movimentos em trajetos de tendões, que geralmente acometem difusamente os membros superiores e
a região cervical.
O diagnóstico é clínico, baseando-se nos elementos de história e no exame físico.
O tratamento inclui repouso, inativação de pontos gatilho com meios diversos (massoterapia, meios físicos,
infiltração, acupuntura, etc). As técnicas de relaxamento mostram papel coadjuvante importante, assim como medidas
de reeducação postural e adequação ergonômica de postos, ambientes e condições de trabalho.
Outros cistos de bolsa sinovial SOE (M71.3) são tumefações císticas ou herniações de sinóvias que se
desenvolvem nas vizinhanças das articulações e dos tendões, principalmente em punhos e mãos, contendo líquido
sinovial, que aparecem como lesões agudas, em situações de trabalhos manuais com exigência de força, após trau-
mas ou lesões crônicas recorrentes.

O quadro clínico caracteriza-se por tumefação esférica (visível ou apenas palpável), geralmente localizada
na face extensora do carpo, única, macia, indolor ou que aumenta de tamanho e dói com a atividade. A compressão
relacionada a estruturas próximas também pode desencadear sintomatologia.
É mais freqüente em mulheres e/ou em associação com laxidão ligamentar. O teste de instabilidade de
escafóide pode ser positivo.
O diagnóstico é clínico. A radiografia simples pode mostrar instabilidade entre escafóide e semilunar.
Pode involuir espontaneamente. Quando sintomático, pode ceder com splint e/ou modificações da atividade. Pun-
ção, infiltração e cirurgia são indicadas em casos rebeldes.


Monday, June 27, 2016

A prevenção das sinovites e tenossinovites relacionadas ao trabalho - Prevenção

A prevenção das sinovites e tenossinovites relacionadas ao trabalho - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das sinovites e tenossinovites relacionadas ao trabalho requer avaliação e monitoramento das
condições e dos ambientes de trabalho, particularmente do modo como as tarefas são realizadas, atividades que
envolvem posições forçadas e gestos repetitivos e/ou ritmo de trabalho penoso e/ou condições difíceis de trabalho,
como, por exemplo, nos trabalhos em terminais de computador; de controle de qualidade e empacotamento; trabalhos
em linhas de montagem industrial; atividades de corte de alimentos; uso de ferramentas e controle manual de máqui-
nas; entre outras. Requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e os de vigilância. É importante
que o paciente seja cuidado por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a dar supor-
te ao sofrimento físico e psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A intervenção sobre os ambientes de trabalho deve basear-se na análise criteriosa e global da organização
do trabalho, que inclui:
- análise ergonômica do trabalho real, da atividade, do conteúdo das tarefas, do modo operatório e dos
postos de trabalho; do ritmo e da intensidade do trabalho; dos fatores mecânicos e condições físicas
dos postos de trabalho; das normas de produção; dos sistemas de turnos, dos sistemas de premiação,
dos incentivos, dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre
colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias de defesa, individuais e coletivas, adotadas pelos trabalhadores.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), segundo a Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos –
sanitários e ambientais – existentes
nos estados e municípios. Para promoção da saúde do trabalhador e prevenção das sinovites e tenossinovites relaci-
onadas ao trabalho, devem ser observadas as prescrições contidas na NR 17, que estabelece parâmetros para avali-
ação e correção de situações e condições de trabalho do ponto de vista ergonômico.

É importante garantir a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis gerenciais para a
implementação das modificações na organização do trabalho.
O exame médico periódico, incluído no PCMSO (NR 7), visa à identificação de sinais e sintomas para a
detecção precoce da doença, por meio de:
- avaliação clínica, com pesquisas de sinais e sintomas, por meio de protocolo padronizado e exame físico
acurado;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.

Mais importante do que a realização de exames complementares são as pesquisas de sinais e sintomas
dolorosos, de sobrecarga de estruturas músculo-esqueléticas, sintomas neurovegetativos, psíquicos, e um exame físico
criterioso para a detecção precoce dos casos. Recomenda-se o monitoramento clínico por meio da aplicação de instrumentos
padronizados de pesquisa de sintomas referidos. Não está justificado o uso de exames de imagem (raio X e outros) nos
exames pré-admissionais e periódicos. Aplicam-se somente nos casos em que é necessário firmar diagnóstico e realizar
diagnóstico diferencial.


Sunday, June 26, 2016

Tratamento e outras condutas - Tratamento

Tratamento e outras condutas - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Os princípios gerais citados na introdução deste capítulo devem ser aplicados. Além disso, recomenda-se
repouso com afastamento da atividade, splint noturno de interfalangeana proximal (IFP) em 30º de flexão e AINE. O
uso de infiltrações locais ainda encontra defensores, embora, aparentemente, sua utilização venha diminuindo. A
liberação cirúrgica pode ser indicada quando o tratamento conservador não encontra boa resposta clínica.


Saturday, June 25, 2016

Quadro clínico e diagnóstico - Quadro clínico e diagnóstico

Quadro clínico e diagnóstico - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Aspectos específicos dos diversos quadros clínicos foram descritos no item anterior. De modo geral, os
quadros de tendinites ou tenossinovites caracterizam-se, nas fases agudas, por presença de dor e sinais inflamatórios
no trajeto das estruturas afetadas e/ou em inserções ósseas de tendões. Classicamente, as dores aumentam com
movimentos passivos, ativos e/ou contra-resistência das estruturas afetadas. Os manuais de ortopedia e/ou de exame
físico mostram testes específicos para a maioria das entidades definidas.


Friday, June 24, 2016

Epidemiologia – fatores de risco de natureza ocupacional conhecidos - Epidemiologia e Fatores de risco

Epidemiologia – fatores de risco de natureza ocupacional conhecidos - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
O desenvolvimento das sinovites e tenossinovites, como de outras LER/DORT, é multicausal, sendo
importante analisar os fatores de risco direta ou indiretamente envolvidos, conforme mencionado na introdução
deste capítulo.
A sinovite e a tenossinovite, em determinados grupos ocupacionais, excluídas as causas não-ocupacionais
e ocorrendo condições de trabalho com posições forçadas e gestos repetitivos e/ou ritmo de trabalho penoso e/ou
condições difíceis de trabalho, podem ser classificadas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Clas-
sificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado co-fator de risco, no conjunto de fatores associados com
a etiologia multicausal dessas entidades.


Thursday, June 23, 2016

Outras sinovites e tenossinovites

Outras sinovites e tenossinovites

OUTRAS SINOVITES E TENOSSINOVITES (M65.8) E SINOVITE E TENOSSINOVITE NÃO ESPECIFICADAS (M65.9)
Esse grupo inclui vários quadros que podem aparecer com diagnóstico específico referido à sede de lesão
bem identificada (tendinite ou tenossinovite de extensor radial de carpo, de extensor comum de dedos, de braquioradial,
etc.) ou não (tenossinovite ocupacional, etc.).
Estão associados a exposições ocupacionais com movimentos repetitivos de mãos e dedos, particular-
mente com desvios ulnar ou radial ou dorsoflexão, flexão, pronação ou supinação de punhos, contração estática de
dedos mantida por tempo prolongado ou associada a esforço, contato de pele com superfícies duras, digitação com
punho e/ou com antebraço apoiados, fixação antigravitacional de punhos, posto de trabalho inadequado, ritmos acele-
rados, sobrecarga de produção, horas extras e pausas inadequadas.

Na maioria dos quadros, o paciente queixa-se de dor, diminuição de força, sensação de peso, desconforto
em trajeto de tendões afetados e na massa muscular em questão. O diagnóstico dos quadros específicos é essencial-
mente clínico, podendo ser auxiliado pelo uso de ultra-sonografia realizada por profissional com experiência em exame
de partes moles, realizado sempre bilateralmente de modo a permitir comparação. O resultado do exame deve descre-
ver eventuais alterações a serem interpretadas sempre em correlação com a clínica e, por isso mesmo, não devem
incluir conclusão diagnóstica, já que essa deve ficar por conta do médico assistente.
O diagnóstico baseia-se na história e exame clínico. Exames complementares, como radiografia das par-
tes atingidas e ultra-sonografia, podem ser úteis para confirmação das observações clínicas ou diagnóstico diferencial.


Wednesday, June 22, 2016

Tenossinovite do estilóide radial de quervain

Tenossinovite do estilóide radial de quervain

TENOSSINOVITE DO ESTILÓIDE RADIAL (DE QUERVAIN) (M65.4)
Resulta da constrição da bainha comum dos tendões do abdutor longo e do extensor curto do polegar.
Ocorrência mais freqüente em mulheres em grupos populacionais acima de 40 anos de idade tem sido associada a
exposições ocupacionais que exigem movimentos repetitivos de polegar, pinça de polegar associada à flexão, exten-
são, rotação ou desvio ulnar repetido do carpo, principalmente se associado com força, polegar mantido elevado e/ou
abduzido durante atividades (polegar alienado) e uso prolongado de tesouras.

O quadro clínico caracteriza-se por dor em projeção de processo estilóide do rádio com ou sem irradiação
em projeção radial até o ombro e que aumenta com abdução radial ativa do polegar, com alongamento passivo de
abdutor longo de polegar, desvio ulnar do punho, dificuldade para pronosupinação ou pinça. Geralmente é unilateral.
O exame físico pode evidenciar tumefação na região afetada, sinal de Finkelstein, dor à palpação no
processo estilóide e trajeto de tendões que aumenta com extensão e abdução do polegar em contra-resistência. O
diagnóstico diferencial deve ser feito com osteoartrite da primeira carpo metacarpiana ou rizartrose.

Tuesday, June 21, 2016

Sinovites e tenossinovites - queixas

Sinovites e tenossinovites - queixas

Além da dor, os pacientes queixam-se de:
- parestesia;
- edema subjetivo;
- rigidez matinal;
- alterações subjetivas de temperatura e limitação dos movimentos (os sintomas sensitivos, quando
presentes, estão relacionados à compressão de nervos periféricos ou de raízes nervosas,
correspondendo à sua distribuição);
- repercussão sobre o trabalho, com diminuição da produtividade;
- sintomas gerais associados de ansiedade, irritabilidade, alterações de humor em 100% dos pacientes,
distúrbios do sono em 91% dos pacientes, fadiga crônica em 84% dos pacientes e cefaléia tensional em
61% dos casos (Miller & Topliss, 1988).

DEDO EM GATILHO (M65.3)
Resulta do comprometimento dos tendões flexores profundos dos dedos e do tendão flexor longo do pole-
gar. A bainha tendinosa apresenta-se espessada em decorrência do processo inflamatório provocado por traumatismos
repetidos, que evolui para a constrição do próprio tendão. O quadro é agravado pelo derrame do líquido sinovial,
tornando difícil o deslizamento do tendão. A extensão forçada poderá provocar queda do dedo em flexão, manifestação
que dá nome ao quadro.
É desencadeado por situações em que existe uma combinação de movimentos repetitivos com esforço,
como o de preensão forte, flexão de dedos e/ou de falanges distais, compressão palmar, na atividade de segurar com
firmeza objetos cilíndricos e, especialmente, se há compressão em cima da bainha sinovial de tendões. A pressão
localizada, mesmo isoladamente, pode ser causa de tendinite, como, por exemplo, na preensão de alicate ou tesoura
contra o tendão flexor longo do polegar.
No quadro clínico destaca-se a dificuldade e/ou impossibilidade de estender os dedos, observando-se um
estalido doloroso ao se forçar o movimento, que pode afetar qualquer dedo, dor à palpação e nódulo na altura da
primeira polia de flexores (articulação metacarpofalangeana).
O diagnóstico diferencial deve ser feito em quadros reumáticos e/ou degenerativos, situação em que a
radiografia simples de mãos assume grande importância.

Monday, June 20, 2016

Sinovites e tenossinovites - Definição da Doença

Sinovites e tenossinovites - Definição da Doença

18.3.5 SINOVITES E TENOSSINOVITES: CID-10 M65.-
DEDO EM GATILHO M65.3
TENOSSINOVITE DO ESTILÓIDE RADIAL (DE QUERVAIN) M65.4
OUTRAS SINOVITES E TENOSSINOVITES M65.8
SINOVITES E TENOSSINOVITES NÃO-ESPECIFICADAS M65.9

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Doenças inflamatórias que comprometem as bainhas tendíneas e os tendões, em decorrência das exigên-
cias do trabalho. Podem ser de origem traumática, agudas, decorrentes de acidentes típicos ou de trajeto, se forem
relacionadas ao trabalho. Os casos crônicos estão, geralmente, associados a trabalhos com movimentos repetitivos
aliados à exigência de força.
O quadro clínico varia com o segmento atingido e recebe denominações específicas:
SINOVITE é a inflamação dos tecidos sinoviais. É um termo de ampla abrangência, aplicável a qualquer processo infla-
matório que acometa tecidos sinoviais articulares, intermusculares ou peritendinosos, em qualquer local do
corpo, com ou sem degeneração tecidual. O diagnóstico deve ser acompanhado da especificação dos
locais envolvidos e de sua etiologia.

TENOSSINOVITE é a inflamação dos tecidos sinoviais que envolvem os tendões em sua passagem por túneis osteofibro-
sos, polias e locais em que a direção da aplicação da força é mudada. Esse termo pode ser aplicado aos
processos inflamatórios de qualquer etiologia, que acometam esses tecidos, com ou sem degeneração
tecidual. Pode se desenvolver em qualquer localização em que um tendão passe através de uma capa ou
de um conduto osteoligamentoso, devendo ser especificado(s) o(s) local(is) atingido(s) e sua etiologia.

TENDINITES são inflamações do tecido próprio dos tendões, com ou sem degeneração de suas fibras. O termo, de ampla
abrangência, é aplicável a todo e qualquer processo inflamatório dos tendões, em qualquer local do corpo.
Quando os músculos acometidos possuem uma cobertura ou bainha sinovial, o processo é denominado de
tenossinovite e, quando não a possuem, é chamado de tendinite.

FASCIITES são inflamações de fáscias e de ligamentos com ou sem degeneração de suas fibras. O termo é aplicável a
todo e qualquer processo inflamatório que atinja qualquer ligamento ou fáscia em qualquer lugar do corpo.
No quadro clínico das sinovites e tenossinovites, a manifestação mais importante é a dor, que leva à procura
de assistência médica. Na maioria dos casos, o paciente tem dificuldade para definir o tipo e a localização da dor que pode
ser generalizada. É comum o relato de dor que é desencadeada ou agravada pelo movimento repetitivo e, nas fases
iniciais, costuma ser aliviada pelo repouso. Segundo observação de Sikorski (1988), existem três padrões de dor, cujo
início guarda uma relação com a atividade, o que pode servir de critério para a caracterização do nexo ocupacional:

MÚSCULO-TENDINOSA: é o tipo mais comum. Localiza-se sobre os músculos ou tendões, é agravada pela contração
muscular e possui caráter difuso;

NEVRÁLGICA: localiza-se na distribuição dos nervos periféricos ou raízes nervosas, pode ser acompanhada de parestesia
e de entorpecimento na mesma distribuição ou generalizada pelo corpo, irradiada a partir do sítio de dor no
membro superior;

ARTICULAR: localiza-se em uma ou mais articulações.
A dor costuma ter seu início gradual, inicialmente restrita a uma região anatômica (punho, ombro ou coto-
velo), acomentendo apenas o braço dominante, raramente os dois. Pode piorar com o uso do membro, pela exposição
ao frio ou a mudanças bruscas de temperatura ou ainda ao estresse emocional.


Sunday, June 19, 2016

Dorsalgia - Prevenção

Dorsalgia - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das dorsalgias relacionadas ao trabalho requer avaliação e monitoramento das condições e
dos ambientes de trabalho, incluindo os modos como as tarefas são realizadas, especialmente nas atividades que
envolvem levantamento de peso, trabalho sentado, posições forçadas e contratura estática ou imobilização, por tempo
prolongado, de segmentos da coluna dorso-lombar e vibrações do corpo inteiro. Destacam-se as ocupações da indús-
tria da construção, algumas atividades de operação e de manutenção de equipamentos, como nas áreas petrolífera,
petroquímica, de eletricidade, de telefonia, portuária, de agricultura, de condução de ônibus e caminhões, atividades
em serviços de saúde, como manejo de pacientes, macas e equipamentos, entre outras.

É importante que o paciente seja cuidado por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar,
capacitada a lidar com os aspectos de suporte aos sofrimentos físico e psíquico do trabalhador e os aspectos sociais
e de intervenção nos ambientes de trabalho, em uma ação articulada entre os setores assistenciais e os de vigilância.
A intervenção sobre os ambientes de trabalho deve basear-se na análise criteriosa e global da organização
do trabalho, que inclui:
- análise ergonômica do trabalho (real), da atividade, do conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos
postos de trabalho, do ritmo e da intensidade do trabalho, dos fatores mecânicos e condições físicas dos
postos de trabalho, das normas de produção, dos sistemas de turnos, dos sistemas de premiação, dos
incentivos, dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias de defesa, individuais e coletivas, adotadas pelos trabalhadores;
- participação dos trabalhadores e sensibilização dos níveis gerenciais para a implementação das modi-
ficações na organização do trabalho.

Recomenda-se observar a adequação e cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), segundo a Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes
nos estados e municípios. Para promoção da saúde do trabalhador e prevenção das dorsalgias relacionadas ao traba-
lho devem ser observadas as prescrições contidas na NR 17, que estabelece parâmetros para avaliação e correção de
situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisas de sinais e sintomas, por meio de protocolo padronizado e exame
físico acurado;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- orientação dos trabalhadores.

Mais importante do que a realização de exames complementares é a pesquisa de sinais e sintomas
dolorosos, de sobrecarga de estruturas músculo-esqueléticas, sintomas neurovegetativos, psíquicos, e um exame
físico criterioso para a detecção precoce dos casos. Recomenda-se o monitoramento clínico, por meio da aplicação
de instrumentos padronizados de pesquisa de sintomas referidos. Não está justificado o uso de exames de imagem
(RX e outros) nos exames pré-admissionais e periódicos. Aplicam-se somente nos casos em que é necessário
firmar diagnóstico e realizar diagnóstico diferencial.


Saturday, June 18, 2016

Dorsalgia - Tratamento

Dorsalgia - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Os princípios gerais citados na introdução deste capítulo devem ser aplicados. Há grande variedade de
tratamentos. A abordagem medicamentosa pode incluir:
- repouso no leito, nos casos agudos com posição supina, pernas levantadas de 7 a 10 dias;
- analgésicos (particularmente se está contra-indicado o uso de AINE);
- antiinflamatórios;
- relaxantes musculares e antidepressivos tricíclicos (particularmente em caso de dor crônica);
- fisioterapia passiva: calor superficial ou profundo (ultra-som), resfriamento, massagem relaxante,
mobilização segmentar da coluna e estimulação nervosa transcutânea;
- fisioterapia ativa, com exercícios e reeducação postural;
- medidas de educação e orientação dos pacientes (ginástica, técnicas de relaxamento e mudanças
de estilo de vida);
- a cirurgia pode ser indicada em uma proporção mínima de pacientes.


Friday, June 17, 2016

Dorsalgia - Quadro clínico e diagnóstico

Dorsalgia - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico é caracterizado por dor na região cervical posterior, que piora com movimentos e
tensão, podendo irradiar para o braço (dor referida). Pode associar-se a queixas de fraqueza, fadiga muscular,
tontura e parestesias que não acometem território especifico, além de aumento do tônus ou contratura muscular
com pontos de dor miofascial ou bandas dolorosas em musculatura cervical, da base do crânio e dos ombros.
O exame físico pode evidenciar áreas de rigidez muscular com dor à palpação em fibras superiores de
trapézio, elevador de escápula, supra-espinhoso, rombóides, diminuição da lordose cervical e queda dos ombros.
Os quadros de ciática (M54.3) e lumbago com ciática (M54.4) são caracterizados por dor intermitente na
coluna lombar, que piora com movimentos ou com aumentos de pressão intra-abdominal (tosse, espirros, defeca-
ção) e que irradia pela face posterior da coxa até a face lateral do tornozelo e pé. Pode evoluir para uma degenera-
ção do disco intervertebral, hérnia de disco, osteoartrose e/ou osteófitos da coluna e história de traumas da coluna.
Ao exame clínico, é importante descrever cuidadosamente a dor: forma de instalação, duração, freqüência,
localização, com identificação do ponto de maior intensidade, presença ou não de irradiação e fatores de melhora e de
piora. O exame físico detalhado deve incluir inspeção, palpação, exame de movimentos (flexão, extensão, lateralidade
e rotação) e neurológico, incluindo marcha, teste de Lasègue, força muscular, testes de sensibilidade e reflexos
patelar e aquileu.

Os exames complementares a serem solicitados dependerão das hipóteses diagnósticas firmadas. A
hemossedimentação ajuda a diferenciar os quadros mecânicos dos inflamatórios. A radiografia simples da coluna
pode dar informações úteis, porém, em pacientes acima de 50 anos, podem ser encontradas alterações degenerativas
sem relação com o quadro clínico. A tomografia e a ressonância magnética podem confirmar existência de altera-
ções, embora por razões de custo e facilidades de acesso não devam ser solicitadas indiscriminadamente. A
eletroneuromiografia pode ser indicada, particularmente se há dúvida acerca de comprometimento da raiz nervosa.
O diagnóstico baseia-se em:
- história clínica (importante a exclusão de história de lesão de disco intervertebral, de traumatismos
ou de espondilite anquilosante);
- exame físico;
- exames complementares.


Thursday, June 16, 2016

Dorsalgia - Epidemiologia e Fatores de risco

Dorsalgia - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As dorsalgias estão entre as queixas mais freqüentes da população geral, segundo inquéritos de prevalência
realizados em diversos países do mundo. Dentre elas destaca-se a lombalgia ou dor lombar, tanto em jovens como em
idosos. Ocupa lugar de destaque entre as causas de concessão de auxílio-doença previdenciário e de aposentadoria
por invalidez. Inquéritos recentes, realizados em trabalhadores nos Estados Unidos, mostraram uma prevalência de
17,6%, atingindo mais de 22 milhões de indivíduos.
A dorsalgia pode ser sintoma de inúmeras doenças. Episódios agudos de lombalgia costumam ocorrer em
pacientes em torno de 25 anos e, em 90% dos casos, a sintomatologia desaparece em 30 dias, com ou sem tratamento
medicamentoso, fisioterápico, com ou sem repouso. O risco de recorrência é de cerca de 60% no mesmo ano ou, no
máximo, em dois anos. São fatores que contribuem para a recidiva: idade, postura ergonômica inadequada e fadiga no
trabalho.
A lombalgia crônica, dor persistente durante três meses ou mais, corresponde a 10% dos pacientes acometidos
por lombalgia aguda ou recidivante. A média de idade desses pacientes é de 45 a 50 anos. Os seguintes fatores têm sido
associados à cronicidade da lombalgia: trabalho pesado, levantamento peso, trabalho sentado, falta de exercícios e
problemas psicológicos. A prevalência de lombalgia crônica em trabalhadores da construção civil nos Estados Unidos é de
22,6%. Estudos realizados no Brasil, em trabalhadores da saúde, mostram cifras próximas a essas.
Os casos descritos como ocupacionais são associados a atividades que envolvem contratura estática
ou imobilização, por tempo prolongado, de segmentos corporais, como cabeça, pescoço ou ombros, tensão crônica,
esforços excessivos, elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros, empregando força, e vibrações
do corpo inteiro.
A dorsalgia crônica, em especial a lombalgia crônica, em determinados grupos ocupacionais, excluídas
as causas não-ocupacionais acima mencionadas e ocorrendo condições de trabalho com posições forçadas e ges-
tos repetitivos e/ou ritmo de trabalho penoso e/ou condições difíceis de trabalho, pode ser classificada como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado fator de
risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal da entidade. O trabalho pode ser
considerado como concausa.

Wednesday, June 15, 2016

Dorsalgia - Definição da Doença

Dorsalgia - Definição da Doença

18.3.4 DORSALGIA: CID-10 M54.-
CERVICALGIA M54.2
CIÁTICA M54.3
LUMBAGO COM CIÁTICA M54.4

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A cervicalgia não devida a transtorno do disco intervertebral cervical ou síndrome tensional do pescoço ou
síndrome dolorosa miofascial, acometendo os músculos da cintura escapular e cervicais, caracteriza-se pela presença
de dor espontânea ou à palpação e/ou edema em região cervical, sem história de comprometimento de discos cervicais.
Ciática (M54.3) e lumbago com ciática (M54.4) caracterizam-se por dor na região lombar, que pode se
irradiar para o(s) membro(s) inferior(es) e evoluir para um quadro persistente de dor isolada em membros inferiores.


Tuesday, June 14, 2016

Síndrome cervicobraquial - Prevenção

Síndrome cervicobraquial - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da síndrome cervicobraquial relacionada ao trabalho requer avaliação e monitoramento das
condições e dos ambientes de trabalho, com atenção para o modo como as tarefas são realizadas, especialmente nas
atividades que envolvem contratura estática ou imobilização por tempo prolongado de segmentos corporais, como
cabeça, pescoço ou ombros; tensão crônica, esforços excessivos, elevação e abdução de braços acima da altura dos
ombros empregando força, vibrações de corpo inteiro.
* Normais em espondilose, alterados em tumores metastáticos, pancoast e infecções.

É importante que o paciente seja cuidado por equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar,
capacitada a lidar tanto com os aspectos de suporte aos sofrimentos físico e psíquico do trabalhador quanto com
os aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho, articulando as ações assistenciais e de vigilância
em saúde.
A intervenção nos ambientes de trabalho deve basear-se em análise criteriosa e global da organização do
trabalho, que inclui:
- análise ergonômica do trabalho real, da atividade, do conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e
dos postos de trabalho; do ritmo e da intensidade do trabalho; dos fatores mecânicos e condições
físicas dos postos de trabalho; das normas de produção; dos sistemas de turnos, dos sistemas de
premiação, dos incentivos, dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre cole-
gas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias de defesa, individuais e coletivas, adotadas pelos trabalhadores.
Recomenda-se observar a adequação e cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), segundo a Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes
nos estados e municípios. Para a promoção da saúde do trabalhador e prevenção da síndrome cervicobraquial
relacionada ao trabalho, também devem ser observadas as prescrições contidas na NR 17, que estabelece parâmetros
para avaliação e correção de situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico. O Anexo n.º 8 da NR 15
define como insalubres as atividades e operações que exponham os trabalhadores a vibrações e estabelece os LT, de
acordo com a ISO 2631 e a ISO/DIS 5349 ou suas substitutas. O controle da exposição a vibrações pelo manuseio de
equipamentos, instrumentos e maquinarias deve ser previsto desde a etapa de projeto e fabricação. Sua atenuação
pode ser conseguida por meio da diminuição do tempo de exposição e uso de luvas protetoras apropriadas.
Devem ser definidas estratégias que garantam a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos
níveis gerenciais para a implementação das modificações necessárias na organização do trabalho.

O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisas de sinais e sintomas, por meio de protocolo padronizado e exame físico
acurado;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.
Mais importante do que a realização de exames complementares são as pesquisas de sinais e sintomas
dolorosos, de sobrecarga de estruturas músculo-esqueléticas, sintomas neurovegetativos, psíquicos, e um exame físico
criterioso, para a detecção precoce de casos. Recomenda-se o monitoramento clínico por meio da aplicação de instru-
mentos padronizados de pesquisa de sintomas referidos. Não está justificado o uso de exames de imagem (raio X e
outros) nos exames pré-admissionais e periódicos. Aplicam-se somente nos casos em que é necessário firmar diagnós-
tico e realizar diagnóstico diferencial.


Monday, June 13, 2016

Síndrome cervicobraquial - Tratamento

Síndrome cervicobraquial - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Os princípios gerais de tratamento apresentados na introdução deste capítulo devem ser aplicados. Além
disso podem ser úteis os seguintes procedimentos, cuja indicação vai depender de cada caso:
- repouso;
- analgésicos e AINE;
- colar cervical (em ligeira flexão, por 2 a 3 semanas);
- aplicação de gelo (2 a 3 vezes por dia, de 20 a 30 minutos);
- sessões de ondas curtas (15 sessões de 20 minutos por dia), seguidas de tração contínua ou intermi-
tente;
- cessada a dor, recomenda-se exercícios para fortalecer a musculatura da nuca.


Sunday, June 12, 2016

Síndrome cervicobraquial - Quadro clínico e diagnóstico

Síndrome cervicobraquial - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
É variável, aparecendo:

GRAU 1 – queixas subjetivas, sem sinais clínicos;

GRAU 2 – queixas acompanhadas de endurecimento e hipersensibilidade dolorosa do pescoço,
do ombro e do braço, que nos casos mais graves inclui, também, hipertrofia e dor dos músculos afetados, alterações
ao exame neurológico, parestesia, perda de força muscular, hipersensibilidade dolorosa das apófises
espinhosas vertebrais e/ou dos músculos paravertebrais e/ou dos plexos nervosos;

GRAU 3 – podem surgir tremor das mãos, dor à movimentação do pescoço, ombro e extremidade superior; distúrbios
funcionais da circulação periférica; dor intensa do pesçoco, ombro e extremidade superior;

GRAU 4 – quadro intenso do grau III e aqueles que evoluem diretamente do grau II para um quadro de sindrome pes-
coço-ombro-mão, distúrbios orgânicos como tenossinovite ou tendinite, ou para alterações do sistema ner-
voso autônomo, como na síndrome de Raynaud; hiperemia passiva ou perda de equilíbrio ou, ainda, que
apresentam distúrbios psíquicos com ansiedade, insônia, alterações da ideação, histeria ou depressão;

GRAU 5 – pacientes que apresentam distúrbios não apenas no trabalho, mas que interferem no cotidiano.
As manifestações incluem dor na nuca ou na inserção superior do trapézio com irradiação para ombro,
braço, antebraço e mão, geralmente com topografia radicular de C5, C6, C7 ou C8. Pode haver concomitância de
parestesias, como dormências, formigamento, sensação de peso, de choque elétrico, picada, aquecimento e resfriamento
de membro superior. Desaparecimento de lordose cervical (fase aguda), contraturas musculares, dor ou formigamen-
to, choques e limitação à movimentação da coluna cervical, principalmente extensão e lateralidade.

Os testes de compressão da coluna cervical na posição ereta ou a manobra de Spurling (com o paciente
sentado, colocam-se as duas mãos em sua cabeça, inclinando-a para o lado doente e comprimindo-a para baixo)
devem ser realizados de forma cuidadosa e podem levar à reprodução de sintomas.
Apesar de estudos populacionais mostrarem evidências de compressão em assintomáticos, a realização
de exames de imagem continua sendo obrigatória. Inicia-se com radiografias simples da coluna cervical em AP, perfil
(P) e oblíquas. Nos casos duvidosos, pode-se lançar mão de tomografia computadorizada e da ressonância magnéti-
ca.
Alguns radiologistas recomendam não realizar tomografias de coluna cervical (CC), indicando diretamente a resso-
nância pela elevada ocorrência de falsos negativos nas tomografias computadorizadas de alta resolução (TCAR).
Para o diagnóstico diferencial, são recomendados, entre outros, os seguintes exames: hemograma com-
pleto, VHS, fosfatase alcalina, eletroforese de proteínas, cálcio, fósforo* e radiografias simples da coluna cervical em
AP, perfil (P) e oblíquas, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Critérios diagnósticos:
- história clínica e exame físico;
- história ocupacional;
- exames laboratoriais e de imagenologia.


Saturday, June 11, 2016

Síndrome cervicobraquial - Epidemiologia e Fatores de risco

Síndrome cervicobraquial - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A síndrome cervicobraquial pode ter causas orgânicas não-ocupacionais que necessitem ser investigadas
e excluídas, como, por exemplo, causas mecânico-degenerativas (osteoartrose uncovertebral, osteoartrose
zigoapofisária, protusões do disco intervertebral, degeneração dos ligamentos amarelo e longitudinal posterior); cau-
sas inflamatórias (artrite reumatóide, espondilite anquilosante, síndrome de Reiter, espondilodiscite, artrite reumatóide
juvenil); causas tumorais (primárias ou metastáticas); causas psicossomáticas e as causas fora da coluna cervical
(artrose acrômio-clavicular, distúrbio da articulação têmporo-mandibular, doenças vesico-biliares, câncer broncogênico,
fibromialgia, coronariopatias e hérnia de hiato).
Os casos descritos como ocupacionais são associados a atividades que envolvem contratura estática ou
imobilização por tempo prolongado de segmentos corporais como cabeça, pescoço ou ombros, tensão crônica, esforços
excessivos, elevação e abdução de braços acima da altura dos ombros, empregando força, e vibrações de corpo inteiro.

A síndrome cervicobraquial, em determinados grupos ocupacionais, excluídas as causas não-ocupacionais
acima mencionadas e ocorrendo condições de trabalho com posições forçadas e gestos repetitivos e/ou vibrações
localizadas, pode ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling,
posto que o trabalho pode ser considerado fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia
multicausal desta síndrome. O trabalho pode ser considerado como concausa.


Friday, June 10, 2016

Síndrome cervicobraquial - Definição da Doença

Síndrome cervicobraquial - Definição da Doença

18.3.3 SÍNDROME CERVICOBRAQUIAL CID-10 M53.1

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A denominação genérica raquialgia ou radiculalgia é aplicada a manifestações dolorosas localizadas na
região da coluna vertebral. Na prática, há três territórios afetados: cervical (C1 a C7 – T1), dorsal (C7 – T1 a T12 – L1)
e lombar (T12 – L1 a L5 – S1). É um distúrbio funcional ou orgânico resultante da fadiga neuromuscular, que pode ser
conseqüência de uma posição fixa e/ou devida a movimentos repetitivos dos membros superiores. As raquialgias
lombares não são reconhecidas pela Previdência Social como LER/DORT.


Thursday, June 9, 2016

Artroses - Prevenção

Artroses - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das artroses relacionadas ao trabalho requer avaliação e monitoramento das condições do
ambiente de trabalho e do modo como se realizam as tarefas, especialmente nas ocupações de estivador, alfaiate,
costureira, tecelão, pedreiro, ladrilheiro, minerador, na construção civil e no trabalho com máquinas pneumáticas. É
importante que o paciente seja cuidado por equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, que dê conta
tanto dos aspectos de suporte ao sofrimento físico e psíquico quanto dos aspectos sociais e de intervenção nos
ambientes de trabalho, articulando as ações assistenciais e de vigilância em saúde.
A intervenção sobre os ambientes de trabalho deve basear-se na análise criteriosa e global da organização
do trabalho, incluindo:
- análise ergonômica do trabalho real, incluindo atividade, conteúdo das tarefas, modos operatórios e
nos postos de trabalho, ritmo e intensidade do trabalho, fatores mecânicos e condições físicas dos
postos de trabalho, normas de produção, sistemas de turnos, sistemas de premiação, incentivos, fato-
res psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias de defesa, individuais e coletivas, adotadas pelos trabalhadores.

Recomenda-se observar a adequação e cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), segundo a Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes
nos estados e municípios. Para promoção da saúde do trabalhador e prevenção das artroses relacionadas ao trabalho,
também, devem ser observadas as prescrições contidas na NR 17, que estabelece parâmetros para avaliação e
correção de situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico.

O Anexo n.º 8 da NR 15 define como insalubres as atividades e operações que exponham os trabalhadores
a vibrações e estabelece os LT de acordo com a ISO 2631 e a ISO/DIS 5349 ou suas substitutas. O controle da
exposição a vibrações pelo manuseio de equipamentos, instrumentos e maquinarias deve ser previsto desde a etapa
de projeto até a fabricação. Sua atenuação pode ser conseguida por meio da diminuição do tempo de exposição e da
adoção do uso de luvas protetoras apropriadas.
Devem ser definidas estratégias que garantam a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos
níveis gerenciais para a implementação das modificações necessárias na organização do trabalho.

O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisas de sinais e sintomas por meio de protocolo padronizado e exame
físico acurado;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.
Mais importante do que a realização de exames laboratoriais são as pesquisas de sinais e sintomas dolo-
rosos, de sobrecarga de estruturas músculo-esqueléticas, sintomas neurovegetativos, psíquicos e um exame físico
criterioso, para a detecção precoce do caso. Recomenda-se o monitoramento clínico por meio da aplicação de instru-
mentos padronizados de pesquisa de sintomas referidos. Não está justificado o uso de exames de imagem (RX e
outros) nos exames pré-admissionais e periódicos. Aplicam-se somente aos casos em que é necessário firmar diag-
nóstico e realizar diagnóstico diferencial.


Wednesday, June 8, 2016

Artroses - Tratamento

Artroses - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento conservador é feito com antiinflamatórios não-esteróides (AINE), antiartrósicos sintomáticos,
splint e mudanças das condições e ambiente de trabalho. O tratamento cirúrgico tem sido indicado para reconstrução
de ligamentos lesionados.


Tuesday, June 7, 2016

Artroses - Quadro clínico e diagnóstico

Artroses - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico é caracterizado por sintomas e sinais inflamatórios discretos, como dor e rubor nos ten-
dões e/ou articulações acometidos. Em casos graves, pode ocorrer deformidade da articulação. Na artrite carpo-
metacarpal, o principal risco ocupacional envolve os trabalhos de repetição do movimento de pinça. Ao exame clínico,
os sintomas podem ser facilmente reproduzidos ao se repetir o movimento.
A articulação trapézio-metacarpiana aparece citada como sede freqüente de lesões degenerativas ou de
instabilidade dolorosa referidas a atividades que exigem esforço e repetitividade do polegar. A compressão da articula-
ção desencadeia a dor. Nos casos de acometimento da escafo-trapézio-trapezóide, o paciente descreve dor na base
do polegar, relacionada às atividades e que pode ser desencadeada pela compressão localizada. A dissociação escafo-
semilunar estática ou dinâmica é descrita como seqüela de acidentes ou episódios estressantes associados a esforços
e movimentos repetitivos, que resultam em flexibilização das estruturas ligamentares de sustentação dos ossos do
punho. Em geral, nesses quadros, o paciente sente dor articular espontânea, rigidez pósrepouso, dor à mobilização,
palpação ou manobras, crepitação palpável, limitação da amplitude de movimentos da articulação e discretos sinais de
inflamação local no segmento afetado.
Critérios diagnósticos:
- história clínica e exame físico;
- história ocupacional;
- radiografia simples dos segmentos afetados que confirmam a existência das lesões.

Monday, June 6, 2016

Artroses - Epidemiologia e Fatores de risco

Artroses - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A artrose é a mais freqüente das afecções articulares, em ambos os sexos, instalando-se por volta dos
20-30 anos, de forma assintomática. A prevalência na população adulta é de cerca de 12% (Estados Unidos). Ainda
que depois dos 40 anos quase todos os indivíduos apresentem modificações patológicas das articulações, poucos
acusam algum sintoma. Localizam-se principalmente na articulação coxo-femoral (coxartrose), no joelho (gonartro-
se), na coluna vertebral (cervicartrose, dorsaltrose, lombartrose, discartrose), nas mãos (rizartrose do polegar), nos
pés (hálux valgo).
Entre as causas da artrose estão fatores gerais, constitucionais, metabólicos e endócrinos e fatores locais,
que atuam direta e indiretamente e afetam o indivíduo em qualquer idade, tais como luxação ou subluxação articular,
osteocondrites, epifisiólise, pioartrite, artrite reumatóide, osteocondrite dissecante, asséptica, entre outros. Em certos
casos de acometimento em trabalhadores jovens, a patogênese parece estar associada a movimentos ou impactos
repetitivos sobre determinadas articulações.
A literatura de Medicina do Trabalho é rica em descrições de artroses relacionadas com determinadas
profissões, gestos ou movimentos, destacando-se, como exemplos:
- osteoartrose da coluna dos carregadores de peso, principalmente estivadores, que se pode apresentar
como espondilite;
- osteoartrose das articulações interfalangeanas do indicador (ou do dedo médio) e do polegar dos
alfaiates, das costureiras e dos tecelões;
- osteoartrose do punho e cotovelo dos que lidam com ferramentas giratórias (chave de fenda) e/ou
vibratórias (marteletes pneumáticos);
- osteoartrose do joelho de pedreiros, ladrilheiros e mineradores que trabalham agachados ou de joe-
lhos;
- osteoartrose das articulações metatarsofalangeanas dos bailarinos, com a deformação profissional do
hálux valgo, etc.
A suscetibilidade individual parece desempenhar um papel importante no desencadeamento da doença,
uma vez que os achados variam muito em uma mesma população de trabalhadores expostos.
As artroses, em determinados grupos ocupacionais que realizam movimentos ou impactos repetitivos so-
bre determinadas articulações, podem ser classificadas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Clas-
sificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado fator de risco, no conjunto de fatores de risco associa-
dos com a etiologia multicausal dessas afecções articulares. O trabalho pode ser considerado como concausa.


Sunday, June 5, 2016

Outras artroses - Definição da Doença

Outras artroses - Definição da Doença

18.3.2 OUTRAS ARTROSES CID-10 M19.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As artroses incluem osteoartrites e osteoartroses. A osteoartrite ou artropatia degenerativa caracteriza-se
por alterações bioquímicas e anatômicas progressivas nas articulações, com comprometimento de sua estrutura e
função. As articulações mais comumente afetadas são as interfalângicas distais e proximais das mãos e as que supor-
tam peso (como as do quadril e joelhos) e as da coluna cervical e lombar. Por definição, a artrose degenerativa ou
simplesmente osteoartrose ocorre nas articulações sinoviais. A doença é mais comum em pessoas de idade avançada,
mas pode aparecer em qualquer idade como seqüela de traumatismos articulares ou malformações congênitas.
O termo osteoartrite leva freqüentemente à confusão por sugerir inflamação da articulação, porém não há
resposta inflamatória, sendo mais correto usar o termo osteoartrose.
Estão incluídas nesse grupo:
- artrose secundária de outras articulações - artrose secundária SOE (M19.2);
- outras artroses especificadas (M19.8);
- artrose não-especificada (M19.9);
- outros transtornos articulares não-classificados em outra parte: dor articular (M25.5).


Saturday, June 4, 2016

Gota induzida pelo chumbo - Prevenção

Gota induzida pelo chumbo - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da gota induzida por chumbo relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde. Considerando a ampla utilização do chumbo e seus
compostos, o controle ambiental da exposição pode, efetivamente, reduzir a incidência de gota nos grupos ocupacionais
de risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou ao controle dos níveis de concentração do chumbo
dentro dos limites estabelecidos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores ex-
postos e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, de modo complementar às medidas de proteção
coletiva.

Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas para o chumbo: 0,1 mg/m3. Esses limites devem
ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do conhecimento e de
evidências acumuladas, observando-se que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem o surgimento de
danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a
detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar alterações
neurocomportamentais e renais iniciais e outros exames complementares, como urina de rotina, dosagem de uréia e
creatinina e o monitoramento biológico. Os indicadores biológicos de exposição utilizados para as exposições ao
chumbo são:
- concentração de chumbo no sangue (Pb-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/100 ml. A ACGIH
recomenda, como índice biológico de exposição 30 µg/100 ml;
- concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de creatinina e
IBMP de até 10 mg/g de creatinina;
- concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100 µg/100 ml.
A dosagem de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da amostra ou à
mobilização de depósitos ósseos.

Friday, June 3, 2016

Gota induzida pelo chumbo - Tratamento

Gota induzida pelo chumbo - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Nos casos de intoxicação pelo chumbo, em que a carga corporal do metal não é elevada, não há
sintomatologia evidente e boa função renal. O tratamento baseia-se no afastamento da atividade. Se a sintomatologia
traz desconforto para o paciente, a carga corporal de chumbo é elevada e a plumbemia permanece estável após
meses de afastamento do trabalho, está indicada quelação intravenosa. Ver os procedimentos específicos no protoco-
lo Cólica do chumbo (16.3.6), no capítulo 16.


Thursday, June 2, 2016

Gota induzida pelo chumbo - Quadro clínico e diagnóstico

Gota induzida pelo chumbo - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico é semelhante ao de outras manifestações de gota, caracterizando-se por início súbito
que pode ser desencadeado por um pequeno trauma ou excessos alimentares ou alcoólicos, fadiga ou estresse,
de natureza médica ou social. Manifesta-se por dor mono ou poliarticular, geralmente noturna. A dor pode se agravar
e se tornar quase insuportável. Ao exame podem ser observados sinais de uma inflamação aguda, como edema,
calor, rubor e alterações de sensibilidade. As manifestações podem ceder espontaneamente, porém as recidivas
são freqüentes e em intervalos cada vez mais curtos, se não houver tratamento.
Critérios diagnósticos:
- história clínica e exame físico;
- anamnese ocupacional detalhada, explorando a exposição ao chumbo;
- propedêutica complementar para verificação de intoxicação por chumbo.


Wednesday, June 1, 2016

Gota induzida pelo chumbo - Epidemiologia e Fatores de risco

Gota induzida pelo chumbo - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A gota (primária) é uma doença metabólica de natureza heterogênea, freqüentemente familial. A hiperuricemia
primária pode ser causada por aumento da produção de purinas (idiopática ou por defeitos enzimáticos específicos) ou
por depuração renal de ácido úrico diminuída (idiopática).
A gota secundária, que pode apresentar um componente hereditário, está relacionada a causas adquiridas
de hiperuricemia, entre elas:
- aumento do catabolismo e conversão de purinas (doenças mieloproliferativas, doenças linfoproliferativas,
carcinoma e sarcoma disseminados, anemias hemolíticas crônicas, doenças citotóxicas e psoríase);
- diminuição da depuração renal de ácido úrico, causada por doença renal intrínseca ou por alteração
funcional do transporte tubular;
- indução por drogas (por exemplo, tiazídicos);
- hiperacetoacidemia (por exemplo, por cetoacidose diabética ou jejum);
- hiperlactacidemia (por exemplo, acidose láctica, alcoolismo);
- diabete insípido (resistente à vasopressina);
- síndrome de Bartter;
- intoxicação por chumbo.

Cerca de 90% dos pacientes com gota secundária são homens, usualmente acima de 30 anos de idade.
Em mulheres, o início ocorre geralmente após a menopausa. Em trabalhadores expostos ocupacionalmente ao
chumbo, em que as outras causas de gota secundária não-ocupacionais foram excluídas, a doença pode ser
classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, posto que o trabalho
pode ser considerado como causa necessária. Outras manifestações da intoxicação pelo chumbo deverão ser
investigadas e provavelmente estarão associadas.