Friday, September 30, 2016

Agentes patogênicos - Arsênio

Agentes patogênicos - Arsênio

ARSÊNIO
CARACTERIZAÇÃO
O arsênio é uma substância de aparência metálica, quebradiça, de cor cinzenta e brilhante, com odor de alho.
Existem três grupos principais de compostos arsenicais:
- compostos inorgânicos de arsênio;
- compostos orgânicos de arsênio;
- gás arsina e arsinas substitutas.
Suas principais fontes são os metais de cobre, chumbo e zinco, dos quais o arsênio é obtido como uma
impureza durante a fundição.
O arsênio é amplamente encontrado na natureza e com maior abundância em ligas de sulfeto. A arsenopirita
(FeAsS) é a mais comum delas.

USOS E EXPOSIÇÃO
O arsênio elemento é empregado em ligas com o objetivo de aumentar a dureza e a resistência ao calor
(produção de projéteis de arma de fogo e células de baterias). Também é utilizado na produção de alguns tipos
de vidro e como componente de aparelhos elétricos (pilhas e baterias).
O tricloroarsênio (AsCl3) é empregado na vitrificação da cerâmica.


O trióxido de arsênio (As2O3) ou arsênio branco é utilizado na curtição de couro e como preservante de madei-
ra, como mordente na indústria têxtil e na produção de vidro como agente descorante e refinador.
O verde Scheele (AsO3HCu) e o verde Paris (AsO2)2Cu (C2H3O2)2Cu são inseticidas. Este último é empregado
na pintura de navios e submarinos.
O arsenato de sódio (NaAsO2) é empregado como herbicida, agente inibidor de corrosão e na indústria têxtil
como agente de lavagem a seco.
O trissulfeto de arsênio (AsS3) é utilizado em curtumes e na produção de fogos de artifício e semicondutores.
O ácido cacodílico (CH3)2AsO2H é empregado como herbicida e desfolhante.
O gás arsina (AsH3) é utilizado em síntese orgânica e no processamento de componentes eletrônicos. É em-
pregado na fabricação de tintas, vernizes e corantes. Esse gás pode ser gerado inadvertidamente em proces-
sos industriais quando é formado hidrogênio na presença de arsênio, como em ataques com ácido clorídrico ou
muriático (HCl) a minérios ou metais com impurezas na superfície, com a finalidade de limpeza (decapagem).
Compostos arsenicais são liberados nos processos de mineração de ouro, fundição e refinamento de cobre e
chumbo e em alguns processos de soldagem.


Thursday, September 29, 2016

Agentes patogênicos - Antimônio

Agentes patogênicos - Antimônio

ANTIMÔNIO
CARACTERIZAÇÃO
O antimônio é um metal branco-prateado, estável à temperatura ambiente, mas, quando aquecido, torna-se
brilhante e exala uma fumaça esbranquiçada de óxido de antimônio (Sb2O3),
com um odor de alho.
Quando resfriado, dilata-se ao invés de contrair-se.
Quimicamente é parecido com o arsênio. Forma ligas facilmente com chumbo, estanho, zinco, ferro, bismuto e
arsênio.
Na natureza, é encontrado em combinação com inúmeros elementos, sendo os minerais mais comuns a estibinita
(SbS3), valentinita (Sb2O3), kermesita (Sb2S2O) e senarmontita (Sb2O3).

USOS E EXPOSIÇÃO
A mineração, a fundição e o refino, assim como a produção de ligas de antimônio, expõem os trabalhadores a
possíveis danos à saúde.
O antimônio de alta pureza é empregado na produção de semicondutores.
O antimônio de média pureza é vastamente empregado na produção de ligas para as quais proporciona maior
dureza, força mecânica, resistência à corrosão e baixo coeficiente de fricção. As ligas que combinam estanho,
chumbo e antimônio expandem-se levemente durante o resfriamento, característica valiosa na produção de
moldes, especialmente para máquinas de imprensa (tipógrafos). As ligas com chumbo são também utilizadas
em baterias, tubos de dentifrício, soldas, projéteis de armas de fogo, etc.
Dentre as ligas mais importantes do antimônio estão metal-babbit, peltre, metal branco, metal Britannia e
metais de suporte. Esses são utilizados para sustentar armações, para recobrir cabos, em metais de tipógrafos,
em placas para acumuladores de bateria, em processos de soldagem e na confecção de munições.
A estibina (SbH3) é um gás incolor liberado como subproduto no processamento de metais, contendo antimônio
por meio de ácidos redutores e em baterias de armazenamento sobrecarregadas. Também tem sido utilizada
como agente fumigante.
O trióxido de antimônio (Sb2O3) é o mais importante dos óxidos de antimônio. No ar se mantém suspenso por
um período excepcionalmente longo. É utilizado na produção de tartar emético, como pigmento para tintas, na
composição de compostos para evitar propagação de chamas, aplicados em tecidos, papéis e plásticos
(principalmente PVC) e em esmaltes e vernizes para a vitrificação da cerâmica.
O trissulfeto de antimônio (Sb2S3) é empregado na fabricação de fogos de artifício e materiais pirotécnicos, na
indústria de explosivos, na composição de corantes e na indústria da borracha (acrescenta viscosidade,
flexibilidade e maciez à borracha).
O triclorito de antimônio (SbCl3) e o pentacloreto de antimônio (SbCl5) são utilizados na coloração do aço,
alumínio, peltre e zinco e como catalisadores em sínteses orgânicas, especialmente nas indústrias farmacêutica
e da borracha. O tricloreto de antimônio é também utilizado na indústria do petróleo e na fabricação de fósforo.


Wednesday, September 28, 2016

Agentes patogênicos - Anilina

Agentes patogênicos - Anilina

ANILINA
CARACTERIZAÇÃO
C6H5NH2 – Sinônimo: aminobenzeno, fenilamina, aminofeno, arilamina. É um líquido oleoso, claro, incolor,
com odor característico e gosto ácido. É combustível altamente tóxico.
É a amina aromática mais simples, sendo uma das mais importantes bases orgânicas.
A anilina pode ser também conceituada como uma classe de aminas aromáticas monocíclicas que possuem
um grupo amina simples, denominadas anilinas, sendo as mais importantes:
- cloroanilina (ClC6H4NH2);
- para-nitroanilina (NO2C6H4NH2);
- N,N-dietilanilina (C2H5)2NC6H5;
- N,N-dimetilanilina C6H5N(CH3)2.

USOS E EXPOSIÇÃO
As anilinas são empregadas principalmente como intermediárias na fabricação de corantes e pigmentos. São
empregadas também como antioxidantes, em produtos da indústria farmacêutica, em tintas de marcar, em
agentes branqueadores para indústria óptica, em reveladores fotográficos (hidroquinona), resinas, vernizes,
perfumes, polidores de calçado e outros produtos químicos orgânicos.


Tuesday, September 27, 2016

Agentes patogênicos - Anidrido sulfuroso

Agentes patogênicos - Anidrido sulfuroso

ANIDRIDO SULFUROSO
CARACTERIZAÇÃO
SO2 – Sinônimo: dióxido de enxofre. É um gás ou líquido irritante, incolor, com odor forte e pungente. É solúvel
em água, álcool e éter.
É um subproduto da combustão do carvão ou óleos combustíveis.
É um poluente da atmosfera e principal responsável pela chuva ácida.

USOS E EXPOSIÇÃO
O refino de petróleo e de minerais ricos em enxofre (cobre, chumbo, zinco, etc.) e a combustão de carvão ou
óleos combustíveis ricos em enxofre podem produzir quantidades suficientes de anidrido sulfuroso para colo-
car em risco a saúde do trabalhador.
O anidrido sulfuroso é um intermediário químico na produção de ácido sulfúrico e na fabricação de polpa de
papel. É um agente redutor e antioxidante poderoso utilizado para prevenir a desintegração oxidativa de ali-
mentos e medicamentos.
É utilizado como agente branqueador para açúcar, fibras, couro e colas.
Em sínteses inorgânicas, é empregado como iniciador de várias substâncias, tais como dissulfeto de carbono,
sulfonas e sulfonatos.
É empregado na preservação de materiais orgânicos na indústria de bebidas (vinho).
Em combinação com amônia forma sulfeto de amônia artificial, que é empregado na proteção de lavouras,
evitando seu congelamento em climas frios.

Monday, September 26, 2016

Agentes patogênicos - Anidrido ftálico

Agentes patogênicos - Anidrido ftálico

ANIDRIDO FTÁLICO
CARACTERIZAÇÃO
C6H4(CO)2O – É um anidrido ácido, branco, cristalino, solúvel em álcool. É um sólido moderadamente inflamá-
vel, lustroso, com cristais em forma de agulha.
É obtido por meio da oxidação do naftaleno ou o-xileno.
Devido a sua grande capacidade reativa, o anidrido ftálico é um dos compostos químicos orgânicos mais
importantes desenvolvidos após a primeira guerra mundial.
USOS E EXPOSIÇÃO
Cerca de 60% da sua produção mundial é utilizada como plastificante na polimerização do cloreto de vinila
(VC), 30% na produção de resinas de poliéster saturadas e insaturadas, em pesticidas e como constituinte de
certas essências para perfumes. Os 10% restantes são utilizados na produção de resinas de álcalis, emprega-
das em tintas, lacas, pigmentos de ftalocianina e na preparação de ácido benzóico.


Sunday, September 25, 2016

Agentes patogênicos - Amônia

Agentes patogênicos - Amônia

AMÔNIA
CARACTERIZAÇÃO
NH4. – É um gás ou líquido incolor, claro, com odor intenso e irritante, mais leve que o ar. Altamente solúvel em
água.
A amônia está presente em pequenas quantidades no ar, na água, na terra e, particularmente, em material
orgânico em decomposição. É um produto do metabolismo dos seres humanos, plantas e animais.
USOS E EXPOSIÇÃO
A amônia é empregada em sínteses químicas para formar ácido nítrico, cianeto de hidrogênio, uretano, acrilonitrila,
carbonato de sódio e outros compostos. É utilizada como fertilizante, quando adicionada a outros compostos;
como agente de refrigeração, para reduzir a temperatura de substâncias a pontos abaixo de seu ponto de conge-
lação, e na fabricação de gelo sintético (em grandes instalações frigoríferas a amônia é muito usada); em proces-
sos de condensação catalítica, na síntese de fibras; como agente neutralizante na indústria do petróleo, etc.
O acetato de amônia NH4(C2H3O2) é empregado como corante na indústria têxtil, em produtos para conservar
carnes, na produção de espumas de borracha e em explosivos.
O bicarbonato de amônia (NH4HCO3) é utilizado na indústria alimentícia para fabricação de biscoitos, bolos e
cremes. Entra na composição de fluidos para extintores de incêndio, produtos farmacêuticos, agentes
desengordurantes para tecidos e para remoção de incrustações em caldeiras.
O bifluoreto de amônia é utilizado como reagente químico, no fosqueamento de vidro (ataque químico); como
esterilizante para equipamentos de cervejarias e fábricas de laticínios e no processo de galvanoplastia do berílio.
O borato de amônia (NH4B4O7) é utilizado em extintores de incêndio, condensadores elétricos e como herbicida.
O carbonato de amônia (NH4CO3) é utilizado na produção de sais de amônia, na indústria alimentícia, em
compostos para extintores de incêndio, como mordente na indústria têxtil e como acelerador da fermentação
na produção de vinhos.
O clorato de amônia (NH4ClO3) é utilizado na fabricação de explosivos.
O cloreto de amônia (NH4Cl) é empregado em baterias de células secas, como mordente para impressão de
tintas, em fertilizantes, em processos de galvanoplastia e na fabricação de adesivos e resinas de uréia-
formaldeído.
O cromato de amônia (NH4)2CrO4 é empregado como sensibilizante na indústria fotográfica, como reagente
analítico, catalisador e inibidor de corrosão.
O hidróxido de amônia (NH4OH) é utilizado na fabricação de rayon, produtos de borracha, em fertilizantes, na
indústria fotográfica (revelação de imagens latentes), em lubrificantes, sabões de amônia e saponificação de
óleos e gorduras, em explosivos, nos processos de lavagem a seco e limpeza doméstica (detergentes).
O fosfato de amônia (NH4)2HPO4 é empregado para proteger madeira, papéis e tecidos do fogo, para recobrir
vegetações e retardar incêndios florestais, como fertilizante, como aditivo para alimentos, em processos de
soldagem de estanho, cobre, bronze, zinco e no processo de purificação do açúcar.

Saturday, September 24, 2016

Agentes patogênicos - Aminas aromáticas e seus derivados

Agentes patogênicos - Aminas aromáticas e seus derivados

AMINAS AROMÁTICAS E SEUS DERIVADOS
CARACTERIZAÇÃO
As aminas aromáticas constituem uma classe de compostos químicos derivados dos hidrocarbonetos aromáticos
(benzeno, tolueno, naftaleno, antraceno, etc.), por meio da substituição de pelo menos um átomo de hidrogênio
por um grupo amina (NH2).
Um composto que contém um grupo amina livre é denominado amina primária. Quando um dos átomos de
hidrogênio do grupo NH2
é substituído por um grupo alquil ou aril, o composto resultante é uma amina secundária.
Quando os dois átomos de hidrogênio são substituídos, produz-se uma amina terciária.
Os hidrocarbonetos podem conter um, dois ou, mais raramente, três grupos amina. É possível produzir-se,
portanto, uma grande variedade de compostos e, na realidade, as aminas aromáticas constituem uma imensa
classe com grande valor técnico e comercial.
As aminas aromáticas de maior importância ocupacional são:
- anilina (C6H5NH2);
- bifenilamina ((C6H5C6H5NH2) (difenilamina – DPA);
- auramina ((CH3)2NC6H4(C=NH)C6H4N(CH3)2 HCl);

- diclorobenzidina (C6H3ClNH2 C6H3ClNH2);
- metileno-orto-cloroanilina (MOCA) (H2(C6H4CINH2)2);
- nitrosamina (R=N-N=O);
- orto-toluidina (CH3C6H4NH2);
- betanaftilamina (C10H7NH2);
- benzidina (NH2(C6H4)2NH2);
- toluidina (CH3C6H4NH2);
- 4-cloro-orto-toluidina (C7H8ClN).

USOS E EXPOSIÇÃO
As aminas aromáticas são utilizadas basicamente como intermediárias na produção de corantes e pigmentos.
A maior classe de corantes é a dos corantes Azo, que são produzidos por meio da diazotação, processo no qual
uma amina aromática primária reage com ácido nitroso para formar um diazo (-N=N-). Este composto é subse-
qüentemente combinado a um fenol ou a uma amina.
Outra importante classe de pigmentos, derivados do trifenilmetano, é também produzida pelas aminas aromá-
ticas.
Além de atuarem como intermediários na indústria de corantes, vários compostos são empregados como
pigmentos propriamente ou intermediários nas indústrias farmacêutica, química têxtil e fotográfica, na fabrica-
ção de borracha e em produtos cosméticos para cabeleireiros.

Friday, September 23, 2016

Agentes patogênicos - Aldeído fórmico e seus polímeros

Agentes patogênicos - Aldeído fórmico e seus polímeros

ALDEÍDO FÓRMICO E SEUS POLÍMEROS
CARACTERIZAÇÃO
HCHO – O formaldeído é um gás altamente polimerizante, inflamável, que possui um odor forte, pungente.
Sua apresentação comercial é denominada formalina (formol) e constitui-se de uma solução aquosa a 37-50%.
O formaldeído é um dos poucos compostos orgânicos encontrados no espaço sideral.

USOS E EXPOSIÇÃO
O formaldeído é um intermediário em várias reações químicas.
É empregado na produção de resinas de uréia, melamina, poliacetal, fenol e látex. É utilizado na composição
de alguns fertilizantes e desinfetantes, como agente redutor empregado na recuperação de ouro e prata, como
inibidor de corrosão em poços petrolíferos, como esterilizante industrial e como fixador na preparação de
amostras de tecidos para anatomia, histologia e patologia.
O formaldeído é utilizado na indústria têxtil (seda artificial), de plásticos e de construção civil, em alguns produtos
isolantes, pigmentos, explosivos e na composição de substâncias utilizadas na preservação da madeira e no
curtimento do couro.
O formaldeído pode aparecer como subproduto de reações de polimerização (“secagem”) de resinas, como o
Sinteko, por exemplo.
O formaldeído anilina (formanilina – C6H5NCH2) é utilizado como acelerador na fabricação de borracha.

Thursday, September 22, 2016

Agentes patogênicos - Alcatrão

Agentes patogênicos - Alcatrão

ALCATRÃO
CARACTERIZAÇÃO
O alcatrão é um líquido preto, viscoso (ou semi-sólido), com odor semelhante ao naftaleno e sabor ardente. Ele
é obtido por meio da destilação do carvão betuminoso em fornos de coquerias. Uma tonelada de carvão produz
8,8 galões de alcatrão.
USOS E EXPOSIÇÃO
A destilação do alcatrão proporciona a obtenção de suas frações:
- óleos leves (até 200oC): benzeno, tolueno, xileno, cumeno e cumarino (benzofurano);
- óleos intermediários (de 200 a 250oC);
- óleos pesados (de 250 a 300oC): naftaleno, fenol, cresol, fluoreno, piridina e picolina;
- óleos antracenos (de 300 a 350oC): fenantreno, antraceno, carbazol e quinolinas;
- piche (breu).
A fração mais utilizada comercialmente é o piche (62%), seguido dos óleos intermediários (17%) e do antraceno
(9%). O restante (14%) se divide entre os óleos pesados e os leves.
Desta forma, o alcatrão serve como matéria-prima para plásticos, solventes, tintas e inúmeros compostos
químicos orgânicos.

Wednesday, September 21, 2016

Agentes patogênicos - Acrilonitrila

Agentes patogênicos - Acrilonitrila
ACRILONITRILA
CARACTERIZAÇÃO
H2C=CHCN – A acrilonitrila é um líquido sintético, incolor, inflamável, altamente reativo e extremamente tóxico.
Durante sua combustão ou de seu polímero, a poliacrilonitrila, ocorre a produção de fumos com alta concentração
de cianetos que também são muito tóxicos.
USOS E EXPOSIÇÃO
É utilizada como monômero para a produção de fibras de acrílico de alta resistência. É um co-polímero do estireno
acrilonitrila (utilizado em garrafas térmicas) e na fabricação de resinas de acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS),
que são fibras usadas para compor peças de automóveis, telefones, garrafas, valises, tubos de plástico, etc.
É empregada em alguns tipos de agrotóxicos e corantes e na fabricação e vulcanização da borracha (fabrica-
ção e recauchutagem de pneus).

Tuesday, September 20, 2016

Agentes patogênicos - Acrilamida

Agentes patogênicos - Acrilamida

ACRILAMIDA
CARACTERIZAÇÃO
CH2CHCONH2
– A acrilamida ou amida acrílica ou propenamida ou amida vinílica apresenta-se na forma de
cristais incolores e sem odor, solúveis em água, álcool e acetona, podendo provocar exposição por inalação,
absorção através da pele ou por ingestão.
USOS E EXPOSIÇÃO
A acrilamida é utilizada na produção de poliacrilamidas, empregadas no tratamento de água e de esgoto, no
processamento de papel e polpa de celulose; como floculante; processamento de minérios; em aditivos de
cosméticos e na impressão permanente de tecidos a cores, entre outros usos.

Monday, September 19, 2016

Agentes patogênicos - Acrilatos

Agentes patogênicos - Acrilatos

FICHAS TÉCNICAS DE AGENTES PATOGÊNICOS
Capítulo 20
AGENTES PATOGÊNICOS DE NATUREZA QUÍMICA MAIS CITADOS NESTE

MANUAL DE PROCEDIMENTOS: FICHAS SINÓPTICAS SOBRE OS USOS MAIS FREQÜENTES E OS
PROCESSOS DE TRABALHO QUE POTENCIALMENTE EXPÕEM OS TRABALHADORES

– A –
ACRILATOS
CARACTERIZAÇÃO
Os acrilatos constituem um grupo de monômeros empregados na fabricação de resinas acrílicas. São derivados
dos sais ou ésteres do ácido acrílico (H2C=CHCOOH).
USOS E EXPOSIÇÃO
Os acrilatos são empregados na produção de resinas, polímeros e emulsões acrílicas.
As resinas acrílicas são utilizadas principalmente como revestimento térmico.
Os polímeros são utilizados como agentes floculantes na fabricação de papel e açúcar e em filtros para tratamento
da água.
O ácido poliacrílico é empregado na fabricação e vulcanização de borracha e tintas látex.
O metil acrilato (CH2CHCOOH3) é utilizado na produção de fibras acrílicas como um co-monômero da acrilonitrila.
O etil acrilato (CH2CHCOOC2H5) é um componente de emulsões e soluções polimerizantes para recobrir
superfícies de tecidos, papéis ou couro e na fabricação de fibras acrílicas e materiais adesivos.

Sunday, September 18, 2016

Infertilidade masculina - Prevenção

Infertilidade masculina - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da infertilidade masculina relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e na observação dos efeitos ou danos à saúde, descritas na introdução deste capítulo.
O controle ambiental dos processos industriais que geram substâncias capazes de causar efeitos sobre
a fertilidade e do calor excessivo pode, efetivamente, reduzir a incidência destes efeitos em grupos ocupacionais de
risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a essas substâncias, por
meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- emprego de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes
e procedimentos para controlar a exposição ao calor excessivo;
- monitoramento sistemático das concentrações dos agentes e da quantidade de calor no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos,
lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado de conservação,
de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de contro-
le dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais. O Anexo n.º 3 da mesma norma (NR 15) estabelece os LT
para a exposição ao calor.

Sobre os agrotóxicos, a Lei Federal n.º 7.802/1989 disciplina sua produção, comercialização, utilização,
transporte e destinação de resíduos e embalagens. Alguns estados e municípios possuem regulamentos comple-
mentares que devem ser obedecidos. Recomenda-se observar o cumprimento, por parte das empresas, das NRR, da
Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os produtos químicos (agrotóxicos e afins),
fertilizantes e corretivos. Especial atenção deve ser dada na proteção de trabalhadores envolvidos nas atividades de
preparação de caldas e na aplicação desses produtos.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da
doença. Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar manifes-
tações iniciais e outros exames complementares, como o espermograma.

Os procedimentos para a vigilância da saúde dos trabalhadores expostos a condições de calor excessivo,
apesar das controvérsias quanto aos seus efeitos sobre a reprodução, são importantes, e ações de prevenção devem
ser implementadas, uma vez que outros danos podem ocorrer, tais como lesões de pele, sobrecarga ao sistema
circulatório e hipertermia. Nesses casos, além das medidas de controle ambiental já referidas, devem ser
implementadas:
- aclimatização dos trabalhadores;
- reposição hídrica e eletrolítica adequada;
- mudanças no processo de trabalho para inserção das pausas de recuperação;
- vestuário adequado;
- uso de óculos com filtro vermelho;
- exames médicos admissionais e periódicos orientados para a exposição ao risco.
Os procedimentos para vigilância da saúde de trabalhadores expostos ao chumbo e a radiações ionizantes
estão descritos nos protocolos Cólica do chumbo (16.3.6), no capítulo 16, e Neoplasia maligna dos ossos e cartila-
gens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.

O uso do dibromocloropropano é proibido em países desenvolvidos.



Saturday, September 17, 2016

Infertilidade masculina - Tratamento

Infertilidade masculina - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O paciente deverá ser afastado da exposição dos agentes que atuam sobre o trofismo testicular e sobre
a espermatogênese.
Nos casos em que há insuficiência gonadal primária, em que o paciente apresenta oligospermia, faz-se,
como tentativa, a concentração de espermatozóides para inseminação intra-útero ou fertilização in vitro. Pode-se,
também, realizar aspiração dos espermatozóides do epidídimo para fertilização in vitro, quando a azospermia advir
de obstrução ductal associada à radiação.
A fertilidade estará irremediavelmente comprometida se houver parada da espermatogênese e o paciente
não possuir espermatozóides no ejaculado.

Friday, September 16, 2016

Infertilidade masculina - Quadro clínico e diagnóstico

Infertilidade masculina - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os efeitos sobre a reprodução podem manifestar-se em várias etapas do processo reprodutivo, desde a
gametogênese até o desenvolvimento da criança, passando pela fertilização, pelo desenvolvimento embrionário, fetal
e nascimento.
As toxinas reprodutivas podem agir por ação direta ou indireta nessas várias etapas, causando, como
resultado final, danos macromoleculares e celulares. Os danos na gametogênese do homem terão como resultado
final a infertilidade masculina. Esses efeitos sobre o sistema reprodutor masculino são estudados pelo espermograma,
segundo parâmetros quanto à morfologia, motilidade, viabilidade, concentração e outros, que se traduzem em um
quadro clínico de infertilidade.
Estudos em trabalhadores expostos ao chumbo, com plumbemia aproximada de 53 µg/dl, encontraram
68% de anormalidades na espermatogênese, 44% com hipospermia e 58% com teratospermia.

O dibromocloropropano (DBCP), um nematocida, é tóxico para os testículos. Estudos demonstram dimi-
nuição da contagem (oligospermia e azospermia) de espermatozóides e esterilidade, além de anormalidades hormonais,
tanto em trabalhadores que fabricam e manipulam o DBCP como em aplicadores do DBCP em cultivos de banana.
Nesses casos, a atrofia testicular foi bem documentada, clínica e anatomopatologicamente.
O kepone, um inseticida hidrocarboneto clorado, também mostrou toxicidade, evidenciada por anorma-
lidades na espermatogênese e na contagem de espermatozóides em trabalhadores envolvidos na sua produção.

O calor tem sido citado como um agente que pode levar a alterações na espermatogênese. Um estudo
epidemiológico de caso-controle sugeriu que existe uma relação entre ocupações que expõem homens ao calor e
esterilidade masculina. Entretanto, não existe consenso sobre este fato, que necessita de mais estudos.
Os efeitos das radiações ionizantes sobre a reprodução no ser humano são bem documentados. As
alterações sobre a fertilidade masculina são: a diminuição da produção espermática e as anormalidades da morfologia
dos espermatozóides. Essas alterações podem ser transitórias ou definitivas, dependendo da dose de radiação
recebida.

O diagnóstico é feito baseado no espermograma alterado e na incapacidade de fertilizar a mulher.
O estabelecimento da relação causal com o trabalho é feito pela história de exposição ocupacional a
toxinas reprodutivas e pelas alterações encontradas no espermograma, após afastamento de outras possíveis cau-
sas de infertilidade.

Thursday, September 15, 2016

Infertilidade masculina - descrição e epidemiologia

Infertilidade masculina - descrição e epidemiologia

19.3.7 INFERTILIDADE MASCULINA CID-10 N46.-
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A infertilidade masculina é a incapacidade do homem de fertilizar a mulher, podendo ser um dos possíveis
efeitos da ocupação sobre a reprodução. Também podem ocorrer o aumento de perdas fetais do casal e o aumento de
defeitos congênitos e de câncer nos filhos.
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Efeitos adversos da ocupação sobre a reprodução têm sido observados e registrados desde meados do século
passado. Entre os agentes descritos como potencialmente capazes de causar danos sobre a fertilidade masculina, estão:
- chumbo;
- 1,2-dibromo-3-cloropropano (DBCP, Dibromo, Femafume, Nemagon);
- chlordecone (Kepone, Composto GC 1189, Kelevan, Mirex);
- calor excessivo;
- radiações ionizantes.

O DBCP é um pesticida, nematicida e fumigante de solo. A fabricação tanto do DBCP como do Chlordecone
está proibida nos países de origem, o que, contudo, não garante que eles não estejam sendo utilizados, como se viu,
recentemente, em cultivos de banana na América Central.
As doses de radiações ionizantes necessárias para causar infertilidade são relativamente elevadas (> 100 REM),
mas são passíveis de serem atingidas em casos de acidentes com substâncias radioativas.
O calor é o mais controvertido dos possíveis agentes causais da infertilidade masculina.

A criptorquídia e a oligospermia pós-crises de hipertermia ou febre extremamente elevada
sugerem a possibilidade de efeito similar, a
partir de fontes externas presentes no ambiente de trabalho. Contudo, o mecanismo de ação ainda não está
definitivamente esclarecido (Mitchell & Dehart, 1998).
Em homens ocupacionalmente expostos ao chumbo, ao dibromocloropropano (DCBP), ao chlordecone, a
radiações ionizantes ou a fontes de calor excessivo de origem ocupacional, a infertilidade, excluídas as causas não-
ocupacionais (segundo protocolos específicos de Serviços Especializados no Estudo da Infertilidade), poderá ser
considerada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui
causa necessária.

Wednesday, September 14, 2016

Cistite aguda - Tratamento e Prevenção

Cistite aguda - Tratamento e Prevenção

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Estabelecido o diagnóstico de cistite aguda provocada pelas aminas aromáticas e seus derivados, excluí-
das causas infecciosas, a abordagem terapêutica correta é a imediata suspensão da exposição. Em 48 horas deverá
ocorrer a recuperação, com desaparecimento da hematúria. Não é indicada a administração de antibióticos.
A hematúria e a polaciúria podem ser impeditivas para a realização das atividades usuais, inclusive do
trabalho, e provocar pânico por simular doença neoplásica. Assim, o trabalhador deverá ser orientado e afastado do
trabalho até o desaparecimento dos sintomas e sinais.
5 PREVENÇÃO
A prevenção da cistite aguda relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e na observação dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam a eliminar ou a reduzir a exposição às aminas aromáticas ou a
seus derivados presentes nos agrotóxicos. Entre os procedimentos a serem adotados, estão:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- adoção de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações desses agentes no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos,
lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado de conservação, de
modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, algumas potencialmente causadoras de cistite aguda relaci-
onada ao trabalho. Por exemplo:
- anilina – 4 ppm ou 15 mg/m3;
- dietilamina – 20 ppm ou 59 mg/m3;
- hidrazina/diamina – 0,08 ppm ou 0,08 mg/ m3.
Esses limites devem ser comparados àqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do conhe-
cimento e de evidências acumuladas, observando-se que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem o
surgimento de danos para a saúde.
Quanto aos agrotóxicos, a Lei Federal n.º 7.802/89 disciplina sua produção, comercialização, utilização,
transporte e destinação de resíduos e embalagens. Alguns estados e municípios possuem regulamentos complemen-
tares que devem ser obedecidos. Recomenda-se observar o cumprimento, por parte das empresas, das NRR; da
Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os produtos químicos (agrotóxicos e afins),
fertilizantes e corretivos. Especial atenção deve ser dada à proteção de trabalhadores envolvidos nas atividades de
preparação de caldas e aplicação desses produtos.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença. Consta
de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar manifestações iniciais e outros
exames complementares, como urina de (rotina), dosagem de uréia e creatinina e monitoramento biológico.
Entre os indicadores biológicos de exposição à anilina, estão:
- concentração de p-aminofenol na urina – IBMP de 50 mg/g de creatinina;
- dosagem de metahemoglobina no sangue – VR de até 2% e IBMP de 5%.

Tuesday, September 13, 2016

Cistite aguda - Quadro clínico e diagnóstico

Cistite aguda - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas da cistite aguda são variados e incluem:
- polaciúria, disúria, dor em caráter de queimação à micção;
- desconforto suprapúbico;
- urina turva e/ou com presença de sangue (hematúria macroscópica).
Os pacientes com cistite aguda infecciosa podem, ainda, apresentar febre e outros sinais sistêmicos de
processos infecciosos, além do risco de evolução para pielonefrite, se não tratados.

O critério para o diagnóstico de cistite aguda irritativa devida à exposição a aminas aromáticas, são:
- história de exposição ocupacional;
- quadro clínico e laboratorial (presença de hematúria ao exame de urina de rotina);
- desaparecimento gradual dos sintomas após a cessação da exposição. Nesses casos, a hematúria
geralmente cessa em 2 dias e a disúria em uma semana.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com a infecção do trato urinário (bacteriúria vesical), em que o
exame de urina de rotina mostra piúria, além de possível hematúria. Nesses casos, a febre pode estar presente e o
diagnóstico pode ser confirmado pela urocultura.

Monday, September 12, 2016

Cistite aguda - descrução e fatores de risco de natureza ocupacional conhecidos

Cistite aguda - descrução e fatores de risco de natureza ocupacional conhecidos

19.3.6 CISTITE AGUDA CID-10 N30.0
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Cistite aguda é o termo que descreve qualquer processo inflamatório agudo que acometa a mucosa vesical.
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A bacteriúria vesical é a causa mais freqüente de cistite aguda. Porém, sintomas de irritação do trato
urinário inferior podem ocorrer em trabalhadores expostos a agentes que possuem ação irritante sobre a mucosa
vesical, como as aminas aromáticas e seus derivados, entre elas os praguicidas do grupo da formamidina e da toluidina.
Queixas semelhantes também são relatadas em joalheiros expostos excessivamente ao cádmio, embora não seja
estabelecido que esse metal tenha ação irritante sobre a bexiga.
Em trabalhadores ocupacionalmente expostos a aminas aromáticas, a cistite aguda (não-bacteriana), ex-
cluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser considerada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da
Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.

Sunday, September 11, 2016

Insuficiência renal crônica - Tratamento

Insuficiência renal crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A insuficiência renal crônica (IRC) pode evoluir de forma insidiosa e progressiva, provocando várias altera-
ções em órgãos e sistemas que necessitam ser tratadas. Por exemplo: as alterações do psiquismo podem ser aborda-
das com o uso de diazepínicos, fenotiazinas ou com haloperidol, se houver manifestação psicótica. Quadros depressivos
podem ser controlados pelo uso de imipramina e pelos antidepressivos tricíclicos. As convulsões podem ser controla-
das com fenitoína. A neuropatia periférica pode exigir diálise para melhora do quadro.
A insuficiência cardíaca e a hipertensão arterial necessitam ser tratadas com rigor. A reversão de pericardite
e do pulmão urêmico necessita de diálise. As manifestações gastrintestinais requerem o uso de antieméticos, espasmolíticos,
protetores da mucosa, laxantes suaves, antimicrobianos e fungicidas, de acordo com a necessidade. A anemia pode ser
tratada com o uso de eritropoetina, remoção da uremia, correção do hiperparatireoidismo, diálise e suplementação de
ácido fólico. A osteodistrofia solicita restrição da ingestão e/ou absorção intestinal de fosfato, administração de cálcio,
vitamina D, diálise, e em última opção, a paratireoidectomia. As artrites sépticas são abordadas com antibioticoterapia
adequada. Os distúrbios hidroeletrolíticos, ácido-básicos, metabólicos, dos oligoelementos podem requerer diálise.

Na fase terminal, em que a filtração glomerular decai aos limites mínimos (igual ou inferior a 5 ml/min)
compatíveis com a vida, a sintomatologia urêmica assume caráter incontrolável, ficando a perspectiva da vida na
dependência da diálise artificial e do transplante renal.
Sobre o tratamento da intoxicação pelo chumbo, ver o protocolo Cólica do chumbo (16.3.6), no capítulo 16.

5 PREVENÇÃO
A prevenção da insuficiência renal crônica relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes e
condições de trabalho e na observação dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
Os procedimentos para a vigilância da saúde de trabalhadores expostos ao chumbo inorgânico estão
descritos no protocolo Cólica do chumbo (16.3.6), no capítulo 16.


Saturday, September 10, 2016

Insuficiência renal crônica - Diagnóstico

Insuficiência renal crônica - Diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico é polimórfico. Nenhum sistema é poupado e as manifestações dependem da gravidade e
da duração da IRC, manifestando-se em graus variados em cada paciente. A ocorrência de gota em pacientes com IRC
é sugestiva de lesão renal causada pelo chumbo.
O diagnóstico baseia-se no achado laboratorial de diminuição da TFG, correlacionado com depuração ou
clearance da creatinina. A sintomatologia aparece nas fases avançadas (uremia), e os níveis séricos de uréia e creatinina
são elevados. Anemia, hiperuricemia, acidose metabólica e alterações eletrolíticas podem estar presentes. A determi-
nação do tamanho renal por meio de exames radiológicos ou de ultra-som pode ser útil na determinação da cronicidade
da doença renal, além de visualizar a via urinária e diagnosticar ou afastar outras patologias.
Os critérios para diagnóstico da nefropatia crônica causada pelo chumbo, são:
- ausência de história pregressa de nefropatia de outra origem;
- história de exposição prolongada ao chumbo no ambiente de trabalho ou fora dele;
- demonstração de um estado de intoxicação atual ou pregresso;
- presença de um quadro clínico;
- eventualmente, biópsia para avaliação do comprometimento renal.
As dosagens de chumbo no sangue (Pb-S) e de ácido aminolevulínico (ALA-U) não são importantes para o
diagnóstico, uma vez que, em geral, a IRC é uma seqüela de intoxicações anteriores.

Friday, September 9, 2016

Insuficiência renal crônica - Definição da doença

Insuficiência renal crônica - Definição da doença
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO

19.3.5 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA CID-10 N18.-

A insuficiência renal crônica (IRC) é um diagnóstico funcional caracterizado por uma diminuição progressi-
va e, geralmente, irreversível na taxa de filtração glomerular (TFG). Recebe o nome de uremia quando é sintomática.

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A doença glomerular crônica é considerada como a causa mais freqüente da IRC, ao lado da hipertensão
arterial e do diabetes mellitus. Entretanto, ainda é pouco conhecida a contribuição da exposição ocupacional crônica a
nefrotoxinas. A exposição ocupacional ao chumbo inorgânico está relacionada ao desenvolvimento de IRC em estudos
experimentais, clínicos e epidemiológicos.
Em trabalhadores ocupacionalmente expostos ao chumbo inorgânico, a insuficiência renal crônica, exclu-
ídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da
Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.

Thursday, September 8, 2016

Insuficiência renal aguda - Tratamento e prevenção

Insuficiência renal aguda - Tratamento e prevenção

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento da insuficiência renal aguda deve ser feito em centro especializado e seguindo, de perto e
simultaneamente, a propedêutica da uremia. É implantado um cateter venoso central e monitoriza-se o ritmo cardíaco,
a pressão e o pulso arteriais, a freqüência cardíaca, o pulso venoso jugular e as auscultas cardíaca e respiratória.
Através de sonda vesical de demora, em muitas oportunidades, avalia-se o volume urinário horário.
No caso das lesões renais que evoluem com insuficiência renal aguda há a perspectiva de morte em
decorrência dos vários distúrbios metabólicos associados ou a evolução para insuficiência renal crônica com impedi-
mento da vida normal, necessidade de métodos dialíticos e possível transplante renal.

5 PREVENÇÃO
A prevenção da insuficência renal aguda relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental da exposição aos solventes hidrocarbonetos alifáticos, especialmente
cloreto de metileno, tetracloreto de carbono e mercúrio inorgânico, são essenciais para a prevenção da doença. Entre
os procedimentos a serem adotados, estão:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações desses agentes no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos,
lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado de conservação, de
modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, algumas potencialmente causadoras da insuficência renal
aguda. Por exemplo:
- tetracloreto de carbono – 8 ppm ou 50 mg/m3;
- cloreto de metileno – 156 ppm ou 560 mg/m3;
- mercúrio inorgânico – 0,04 mg/m3.

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente
à luz do conhecimento e de evidências acumuladas, observando-se que, mesmo quando estritamente obedecidos, não
impedem o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da
doença. Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar altera-
ções neurocomportamentais e renais iniciais e outros exames complementares, como urina de (rotina), dosagem de
uréia e creatinina e o monitoramento biológico. Entre os indicadores biológicos de exposição (IBE) utilizados, está:
- mercúrio inorgânico: dosagem na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 µg/g de creatinina.


Wednesday, September 7, 2016

Insuficiência renal aguda - Quadro clínico e diagnóstico

Insuficiência renal aguda - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A lesão renal isquêmica ou nefrotóxica provoca necrose túbulo-intersticial aguda em que, independente-
mente do mecanismo, estarão presentes:

INSUFICIÊNCIA HEMODINÂMICA:
os agentes nocivos têm a capacidade de provocar intensa vasoconstrição cortical por prová-
vel produção de angiotensina II;

OBSTRUÇÃO MECÂNICA:
os túbulos distais e coletores podem ser obstruídos por detritos de células necróticas e cilindros
hemoglobínicos ou mioglobínicos;

EDEMA INTERSTICIAL:
comprime a parte externa dos túbulos renais, dificultando a formação e eliminação da urina;

RETRODIFUSÃO DE CONSTITUINTES DO LÍQUIDO TUBULAR:
causada pela obstrução do fluxo normal de urina.

O tempo entre o evento causador e a instalação da IRA pode demorar de algumas horas a alguns dias. O
primeiro sinal é a redução do volume urinário, geralmente acompanhado de edema, ganho de peso e até mesmo
edema agudo de pulmão. Distúrbios eletrolíticos, como a hipercalemia, podem provocar arritmias fatais. A hematúria
está presente nos casos em que se apresentam com síndrome nefrítica, freqüentemente associada à exposição a
hidrocarbonetos alifáticos halogenados.
A síndrome urêmica desenvolve-se gradativamente e é caracterizada pelo aparecimento progressivo de
náuseas, vômitos, irritabilidade, convulsões e coma.
O diagnóstico é clínico-laboratorial. São importantes para a condução do caso:
- a monitorização do débito urinário;
- dosagens séricas de uréia, creatinina, sódio, potássio, cloro, cálcio e fósforo;
- exame de urina de rotina;
- o eletrocardiograma é necessário nos casos que cursam com distúrbios do potássio e do cálcio;
- estudos radiográficos, ultra-som e cintilografias com radioisótopos podem ser úteis para a condução e
a definição da causa.

Os níveis séricos de uréia e creatinina elevam-se, com aumento diário de cerca de 10,0 e 0,5mg/dl, respec-
tivamente. O sedimento urinário fica alterado e sua análise pode sugerir a localização do dano renal primário. As
dosagens séricas e urinárias simultâneas da creatinina e do sódio, além da osmolalidade urinária, podem ser úteis para
diferenciar a IRA pré-renal da renal.
Para o estabelecimento da relação causal entre a IRA e a exposição ocupacional aos hidrocarbonetos
alifáticos halogenados, devem ser considerados:
- história de exposição ocupacional a hidrocarbonetos alifáticos halogenados com episódio de intoxica-
ção aguda;
- comprometimento da função renal associado à hematúria e proteinúria, geralmente de 7 a 10 dias após
a exposição.

Tuesday, September 6, 2016

Insuficiência renal aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

Insuficiência renal aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A IRA ocorre em cerca de 5% de pacientes internados em hospitais, sendo que, nesses, mais da metade
pode ser iatrogênico. A incidência na população geral é desconhecida. A IRA pode ser classificada em pré-renal, renal
e pós-renal, de acordo com a localização do distúrbio primário.
A intoxicação aguda ocupacional por solventes, particularmente por hidrocarbonetos alifáticos halogenados,
como, por exemplo, cloreto de metileno e tetracloreto de carbono, e por mercúrio inorgânico pode causar insuficiência
renal aguda.
Em trabalhadores ocupacionalmente expostos a solventes halogenados ou ao mercúrio inorgânico, a insu-
ficiência renal aguda, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.


Monday, September 5, 2016

Insuficiência renal aguda - Definição da Doença

Insuficiência renal aguda - Definição da Doença

19.3.4 INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA CID-10 N17.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A insuficiência renal aguda (IRA) é uma síndrome caracterizada por diminuição relativamente rápida da fun-
ção renal, levando ao acúmulo de água, solutos cristalóides e metabólitos nitrogenados no organismo. A oligúria (débito
urinário menor que 400ml/dia) é comum, mas, em alguns casos, o débito urinário pode exceder este limite (IRA não-oligúrica). A
interrupção completa do débito urinário (anúria) é rara.


Sunday, September 4, 2016

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Tratamento e Prevenção

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Tratamento e Prevenção

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Ver protocolo Insuficiência renal aguda (19.3.4) e insuficiência renal crônica (19.3.5).

5 PREVENÇÃO
A prevenção da nefropatia induzida por metais pesados relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e na observação dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na
introdução deste capítulo. O controle ambiental de chumbo, cádmio, mercúrio, cobre, cromo e demais metais pesados
pode, efetivamente, reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental
visam à eliminação ou à manutenção de níveis de concentração dessas substâncias próximos de zero ou dentro dos
limites considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- adoção de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com implantação de sistemas de ventilação exaustora adequa-
dos e eficientes;
- monitoramento sistemático da concentração desses agentes no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos,
lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado de conservação, de
modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, algumas potencialmente causadoras da nefropatia induzida
por metais. Por exemplo:
- chumbo – 0,1 mg/m3;
- mercúrio – 0,04 mg/m3.

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do
conhecimento e de evidências acumuladas, observando-se que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impe-
dem o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar alterações neuro-
comportamentais e renais iniciais e outros exames complementares, como urina de (rotina), dosagem de uréia e creatinina
e o monitoramento biológico. Entre os indicadores biológicos de exposição utilizados, estão:
- em expostos ao chumbo:
− concentração de chumbo no sangue (Pb-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/100 ml. A ACGIH
recomenda como índice biológico de exposição 30 µg/100 ml;
− concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de creatinina
e IBMP de 10 mg/g de creatinina;
− concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100 µg/
100 ml;

A dosagem do chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da
amostra;
- em expostos ao cádmio:
− dosagem do cádmio na urina – VR de até 2 µg/g de creatinina e IBMP de 5 µg/g de creatinina;
- em expostos ao cromo hexavalente:
− dosagem do cromo hexavalente na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 30 µg/g de
creatinina;
- em expostos ao mercúrio inorgânico:
− dosagem do mercúrio inorgânico na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 µg/g de
creatinina.

Saturday, September 3, 2016

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Quadro clínico e diagnóstico

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico da nefropatia túbulo-intersticial pode variar desde alterações discretas em exames
laboratoriais até quadros como insuficiência renal aguda oligúrica e não-oligúrica. Pode ainda progredir para insufi-
ciência renal crônica.
A lesão renal causada pelo cádmio geralmente manifesta-se por proteinúria tubular (β2
-microglobulina),
glicosúria, aminoacidúria, fosfatúria e diminuição da capacidade de acidificar a urina. A prevalência de litíase renal é
maior em trabalhadores expostos ao cádmio do que na população geral.
A intoxicação aguda pelo chumbo produz efeitos tubulares semelhantes ao do cádmio, geralmente reversí-
veis. O quadro crônico caracteriza-se por comprometimento da função renal, hipertensão arterial, hiperuricemia e,
freqüentemente, gota saturnina.
O quadro de intoxicação aguda pelo mercúrio caracteriza-se por aparecimento de anúria que geralmente
desenvolve-se em 24 horas e dura cerca de nove dias. Azotemia elevada pode perdurar por 80 dias e é acompanhada
de distúrbios hidroeletrolíticos e proteinúria (maior que 1g/dia).
O diagnóstico das nefropatias túbulo-intersticiais pode ser feito pelos achados laboratoriais. A biópsia, que
define o diagnóstico, raramente é necessária. Muitos desses metais podem ser dosados no sangue e/ou na urina, o
que serve para indicar exposição e absorção excessiva, compatível com efeitos adversos sobre a saúde.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com as nefropatias túbulo-intersticiais por outras causas,
tóxicas ou não.


Friday, September 2, 2016

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Epidemiologia e Fatores de risco

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Estima-se que as doenças túbulo-intersticiais, por todas as causas, são responsáveis por cerca de 30%
da doença renal terminal. As nefropatias tóxicas de origem não-ocupacional são relativamente comuns, destacan-
do-se as causadas por:
- antibióticos (aminoglicosídeos, sulfonamidas, anfotericina B, polimixina, bacitracina, rifampina,
cefaloridina, meticilina, ácido aminossalicílico, pentamidina, etc.);
- agentes biológicos e botânicos (venenos de serpentes, toxinas de aranhas, insetos, aflotoxinas, etc.);
- indutores de imunocomplexos (penicilamina, captopril, sais de ouro, etc.);
- formadores de metahemoglobina;
- imunossupressores e drogas antineoplásicas (ciclosporina, cisplatina, metotrexate, nitrosuréias, etc.).
Entre as exposições ocupacionais que podem levar à nefropatia tóxica, destacam-se os metais pesados:
- cádmio;
- chumbo inorgânico;
- mercúrio inorgânico – como exemplo clássico de agente que causa necrose tubular e insuficiência renal
aguda.

O cádmio circula na corrente sangüínea ligado a uma proteína, a tioneína. O complexo cádmio-tioneína é
filtrado pelo glomérulo e absorvido pelas células do túbulo proximal, em que a proteína é degradada e o cádmio passa
a exercer seu efeito tóxico. A exposição ao chumbo inorgânico pode levar a dano renal primariamente tubular ou
túbulo-intersticial que parece estar ligado a efeito tóxico mitocondrial. Parece, também, existir um componente vascular
que causa vasoconstrição renal e diminuição da taxa de filtração glomerular.

A patogênese da nefrotoxicidade tubular induzida pelo mercúrio inorgânico é explicada por distúrbio da
circulação sangüínea intra-renal, que leva à menor irrigação da célula tubular e conseqüente lesão isquêmica. O
mercúrio liga-se, ainda, aos grupos sulfidrila da membrana basal glomerular, alterando sua permeabilidade.
Outros metais têm sido incriminados como produtores de dano renal túbulo-intersticial, como cromo (espe-
cialmente trióxido de cromo), tálio, selênio, vanádio, bismuto, arsênio, cobre e urânio.
Em trabalhadores ocupacionalmente expostos a metais pesados, a nefropatia túbulo-intersticial, excluídas
outras causas não-ocupacionais, deve ser considerada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classifi-
cação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.


Thursday, September 1, 2016

Nefropatia túbulo-intersticial induzida por metais pesados - Definição da Doença

Nefropatia túbulo-intersticial induzida por metais pesados - Definição da Doença

19.3.3 NEFROPATIA TÚBULO-INTERSTICIAL INDUZIDA POR METAIS PESADOS CID-10 N14.3

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A nefropatia túbulo-intersticial engloba um grupo de distúrbios clínicos que afetam, principalmente, os túbulos
renais e o interstício, poupando os glomérulos e a vasculatura renal. Na maioria dos casos, a doença pode ser classi-
ficada, com base na velocidade de progressão da uremia, em:
- nefrite túbulo-intersticial aguda, caracterizada por rápido declínio, em dias ou semanas, da função
renal e histologicamente evidenciada por infiltrado inflamatório agudo;
- nefropatia túbulo-intersticial crônica, gerando uremia de evolução lenta e progressiva, em meses ou
anos, observando-se, histologicamente, fibrose predominantemente intersticial, com infiltração variá-
vel, porém menos intensa, de células inflamatórias.