Saturday, June 4, 2016

Gota induzida pelo chumbo - Prevenção

Gota induzida pelo chumbo - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da gota induzida por chumbo relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde. Considerando a ampla utilização do chumbo e seus
compostos, o controle ambiental da exposição pode, efetivamente, reduzir a incidência de gota nos grupos ocupacionais
de risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou ao controle dos níveis de concentração do chumbo
dentro dos limites estabelecidos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores ex-
postos e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, de modo complementar às medidas de proteção
coletiva.

Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas para o chumbo: 0,1 mg/m3. Esses limites devem
ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do conhecimento e de
evidências acumuladas, observando-se que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem o surgimento de
danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a
detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar alterações
neurocomportamentais e renais iniciais e outros exames complementares, como urina de rotina, dosagem de uréia e
creatinina e o monitoramento biológico. Os indicadores biológicos de exposição utilizados para as exposições ao
chumbo são:
- concentração de chumbo no sangue (Pb-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/100 ml. A ACGIH
recomenda, como índice biológico de exposição 30 µg/100 ml;
- concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de creatinina e
IBMP de até 10 mg/g de creatinina;
- concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100 µg/100 ml.
A dosagem de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da amostra ou à
mobilização de depósitos ósseos.


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