Saturday, November 26, 2016

Agentes patogênicos - Sílica livre

Agentes patogênicos - Sílica livre

SÍLICA LIVRE (dióxido de silício – SiO2)
CARACTERIZAÇÃO
O silício e o oxigênio são os dois elementos mais importantes da crosta terrestre e formam uma unidade
tetraédrica fundamental (SiO4), que consiste em um íon central de silício com íons de oxigênio ligados a ele em
seus quatro cantos, formando uma estrutura tridimensional.
Todas as formas de sílica – que se constitui no dióxido de silício (SiO2) – são compostos destes tetraedros com
átomos de oxigênio, de maneira que cada cristal consiste em uma molécula gigante com fórmula estrutural
geral SiO2. Quando combinada, é chamada de sílica livre. Cátions metálicos podem ser adicionados à sua
estrutura, proporcionando formas e características diversas.
A sílica livre ocorre nas formas cristalina polimórfica, criptocristalina
(que consiste de minúsculos cristais) e
amorfa (não-cristalina).
A diferenciação entre sílica livre e combinada é muito importante. A sílica livre é a substância que possui um
potencial fibrogênico para os pulmões mais difundida na natureza. Porém, exemplos de sílicas combinadas,
que são fibrogênicas (principalmente o grupo de minerais do asbesto), são de distribuição mais restrita.
As formas de sílica livre são o quartzo, a tridimita e a cristobalita, que são estruturalmente diferentes, mas
quimicamente idênticas, ou seja, são alotrópicas. As formas criptocristalinas são a pederneira, a calcedônia e
a opala. Elas são geralmente chamadas de sílica amorfa, o que é incorreto. O exemplo mais importante de
sílica amorfa do ponto de vista de doença pulmonar é a diatomita (terra diatomácea).
O quartzo pode ser transformado em suas formas alotrópicas sob a influência de altas temperaturas ou pres-
sões ou na presença de certos íons metálicos. Quando o quartzo é submetido a temperaturas de aproximada-
mente 1000o C, ele é convertido em tridimita e, a temperaturas mais altas (1400o C), em cristobalita. As formas
amorfas e as criptocristalinas também podem ser transformadas em tridimita e cristobalita sob as mesmas
condições de temperatura.

USOS E EXPOSIÇÃO
A extração de minérios (trabalhos no subsolo e a céu aberto), os trabalhos em pedreiras, a fabricação de
material refratário para fornos, chaminés e cadinhos e a instalação de tijolos refratários na indústria do aço
(principalmente os que contêm altas concentrações de quartzo para o revestimento de altos fornos) são poten-
ciais fontes de exposição à SiO2.

A sílica é utilizada na fabricação de vidros (foscamento com jatos de areia), porcelanas, cerâmicas e louças, inclusive
louça sanitária.
Ela é empregada também na fabricação de lixas, mós, rebolos, saponáceos, pós e pastas para desbaste e
polimento de metais e pedras preciosas e semipreciosas.
Em fundições de metais, a sílica é empregada no processo de limpeza e acabamento das peças – rebarbação,
em processos de moldagem e no jateamento abrasivo.
A perfuração de poços em áreas secas do Nordeste e o jateamento de areia em estaleiros constituem atividades
de alto risco de exposição, nas atuais condições brasileiras.


No comments:

Post a Comment