Thursday, April 30, 2015

Blefarite - Definição da Doença

Blefarite - Definição da Doença

12.3.1 BLEFARITE CID-10 H01.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Blefarite é uma inflamação crônica das bordas livres das pálpebras, geralmente bilateral. Pode ser
classificada, segundo a localização da lesão, em blefarite angular e blefarite ciliar ou marginal; a forma de acometimento,
em blefarite escamosa e blefarite ulcerosa; e, a causa, em blefarite infecciosa, alérgica ou metabólica.

Wednesday, April 29, 2015

Lista de doenças do olho e anexos relacionadas ao trabalho

Lista de doenças do olho e anexos relacionadas ao trabalho

12.3 LISTA DE DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS AO TRABALHO, DE ACORDO COM A
PORTARIA/MS N.º 1.339/1999
- Blefarite (H01.0)
- Conjuntivite (H10)
- Queratite e queratoconjuntivite (H16)
- Catarata (H28)
- Inflamação coriorretiniana (H30)
- Neurite óptica (H46)
- Distúrbios visuais subjetivos (H53.-)



Tuesday, April 28, 2015

Doenças do olho - Introdução

Doenças do olho - Introdução

Capítulo 12
DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo VII da CID-10)
12.1 INTRODUÇÃO
O aparelho visual é vulnerável à ação de inúmeros fatores de risco para a saúde presentes no trabalho,
como, por exemplo, agentes mecânicos (corpos estranhos, ferimentos contusos e cortantes), agentes físicos
(temperaturas extremas, eletricidade, radiações ionizantes e não-ionizantes), agentes químicos, agentes biológicos
(picadas de marimbondo e pêlo de lagarta) e ao sobreesforço que leva à astenopia induzida por algumas atividades de
monitoramento visual.

Os efeitos de substâncias tóxicas sobre o aparelho visual têm sido reconhecidos como um importante
problema de saúde ocupacional. Segundo dados disponíveis, mais da metade das substâncias que constam da lista
preparada pela ACGIH tem um efeito potencialmente lesivo sobre o olho e seus anexos. E, na medida em que são
introduzidas novas substâncias nos processos produtivos, esse número tende a aumentar.

Os acidentes oculares são muito comuns, representando cerca de 12% de todos os acidentes ocupacionais
na Finlândia, 4% na França e 3% das ocorrências nos Estados Unidos da América. Na Inglaterra, em estudo multicêntrico
recente, foram analisados 5.671 casos de acidentes oculares, dos quais 70% ocorreram no local de trabalho, atingindo
homens adultos jovens na fase produtiva da vida. Aproximadamente 2,4 milhões de acidentes oculares ocorrem
anualmente nos Estados Unidos, estimando-se entre 20.000 e 68.000 lesões graves, capazes de ameaçar a visão,
exigindo cuidados hospitalares mais complexos.
As manifestações variam da sensação de dor, desconforto e alterações na estética até os transtornos
graves da função visual, temporários ou permanentes.

Os mecanismos de resposta ocular aos traumas ou às agressões de agentes físicos e químicos são
complexos e sua descrição pode ser encontrada na bibliografia complementar recomendada. De modo sintético, a
área oftalmológica de atuação abrange a órbita, os anexos oculares (sobrancelhas, pálpebras, conjuntivas e aparelho
lacrimal), o globo ocular com suas estruturas dos segmentos anterior (córnea, câmara anterior e posterior, íris, cristalino,
corpo ciliar e malha trabecular), posterior (vítreo, coróide, retina e disco óptico), as estruturas vasculares, glandulares
e as vias visuais, papilares, motoras e sensitivas. Cada uma dessas estruturas tem seu próprio meio químico e físico e
responde às agressões de modo característico e particular. Apesar dessa complexidade, é possível identificar três
tipos básicos de resposta ocular às agressões:
- resposta primária no local da agressão (exemplo: alterações na córnea, em conseqüência de uma
queimadura ou abrasão);
- resposta ocular inflamatória, mais tardia e generalizada;
- resposta ocular específica, geralmente característica, causada por certas substâncias ativas
sistemicamente, como, por exemplo, a neurite óptica associada à ingestão de metanol.

Um grande número de substâncias químicas, que atua sistemicamente, pode afetar o olho em decorrência
do número de estruturas envolvidas e coordenadas para permitir a visão normal. Os mecanismos fisiopatológicos são
variados, incluindo a ação dos asfixiantes químicos e físicos, agentes bloqueadores neuromusculares e toxinas
neurooftalmológicas específicas.

A prevenção das doenças do olho e anexos relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância em saúde do trabalhador, vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos agravos à saúde. Utiliza
conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, ergonomia, psicologia, entre outras disciplinas,
a percepção dos trabalhadores sobre o trabalho e a saúde e as normas técnicas e regulamentos vigentes. Esses
procedimentos podem ser resumidos em:
- reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas, agentes
físicos e biológicos e fatores de risco, decorrentes da organização do trabalho, potencialmente causadores
de doença;
- identificação dos problemas ou danos para a saúde, potenciais ou presentes, decorrentes da exposição
aos fatores de risco identificados;
- identificação e proposição de medidas de controle a serem adotadas para eliminação ou controle da
exposição aos fatores de risco e para proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.

A partir da confirmação do diagnóstico da doença e de sua relação com o trabalho, seguindo os
procedimentos descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção ao trabalhador devem
implementar as seguintes ações:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo;
- se o trabalhador é segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar a emissão da CAT à empresa,
preencher o campo referente ao LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa de emissão da CAT
pelo empregador, o médico assistente (ou serviço médico) deve fazê-lo;
- acompanhamento da evolução do caso, registro de pioras e agravamento da situação clínica e sua
relação com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- ações de vigilância epidemiológica visando à identificação de outros casos, por meio da busca ativa na
mesma empresa ou ambiente de trabalho ou em outras empresas do mesmo ramo de atividade, na
área geográfica;
- se necessário, complementar a identificação do agente (químico, físico ou biológico), das condições de
trabalho determinantes do agravo e de outros fatores de risco que podem estar contribuindo para a
ocorrência;
- inspeção na empresa ou ambiente de trabalho, de origem do paciente, ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde,
as medidas de proteção coletiva, os equipamentos e as medidas de proteção individual utilizados;
- identificação e recomendação ao empregador quanto às medidas de proteção e controle a serem
adotadas, informando-as aos trabalhadores.

As principais medidas de proteção da saúde e prevenção da exposição aos fatores de risco são:
- substituição de tecnologias de produção por outras menos arriscadas para a saúde;
- isolamento do agente/substância ou enclausuramento do processo;
- medidas rigorosas de higiene e segurança do trabalho, como adoção de sistemas de ventilação local
exaustora e geral adequados e eficientes; utilização de capelas de exaustão; controle de vazamentos
e incidentes, mediante manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos, e acom-
panhamento de seu cumprimento;
- monitoramento ambiental sistemático; adoção de sistemas seguros de trabalho, operacionais, de
transporte, de classificação e de rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxicológicas
e toxicidade;
- manutenção de adequadas condições ambientais gerais e de conforto para os trabalhadores e facilidades
para higiene pessoal, como instalações sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros, pias com água
limpa corrente e em abundância; vestuário adequado e limpo diariamente;
- garantia de recursos adequados para o atendimento de situações de emergência, uma vez que o
contato ou respingos de substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou
duchas lava-olhos em locais rapidamente acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para
proceder imediatamente à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo
em seguida encaminhados para avaliação especializada por oftalmologista;
- diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, com manutenção indicada, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
Os critérios propostos pela AMA, em seus Guides to the
Evaluation of Permanent Impairment (4.ª edição,1995), para a sistematização das
eventuais deficiências ou disfunções provocadas pelas oftalmopatias, podem ser
úteis se adaptados à realidade brasileira. O Baremo Internacional de Invalidezes classifica e estabelece um estagiamento
das disfunções ou deficiências em oftalmologia, segundo a importância dos transtornos:
GRUPO 1 - TRANSTORNOS LEVES,
SEM DISFUNÇÃO: caracterizam-se pela sensação de incômodo e os sintomas se reduzem
a manifestações subjetivas ou a manifestações não-invalidantes que melhoram com um tratamento, em
geral, muito simples.
Em todos os casos estão preservadas as funções mais importantes.
O paciente podeler, distinguir com precisão objetos e cores, orientar-se, deslocar-se, assistir a um espetáculo e efetuar
atividades desportivas de modo quase normal.
As vidas privada, social e profissional são normais. A autonomia é completa;

GRUPO 2 - TRANSTORNOS MODERADOS, PERMANENTES OU INTERMITENTES:
ainda que não cheguem a ser graves, podem ser
incapacitantes. As funções importantes estão preservadas, com acuidade visual binocular satisfatória para
longe e para perto, mesmo considerando uma possível lesão unilateral que já seja suficientemente importante.
As vidas social, privada e profissional são normais ou quase normais. A autonomia é completa;

GRUPO 3 - TRANSTORNOS PERMANENTES E INDISCUTÍVEIS:
não somente causam incômodo, como são incapacitantes ainda
que não cheguem a ser graves. A agudeza visual está diminuída e pode existir a perda de um olho e da
função binocular, ainda que nesses casos a visão do outro olho continue satisfatória. Podem ocorrer síndromes
dolorosas, diplopias causadoras de incômodo, apesar das correções aplicadas e de uma deficiente adaptação
às manifestações do transtorno. A autonomia está conservada;

GRUPO 4 - TRANSTORNOS IMPORTANTES:
são o resultado de doenças visuais em que o paciente padece penosamente em
decorrência da alteração de uma função (visão central muito diminuída ou hemianopsia lateral homônima
total) ou, com maior freqüência, da alteração de várias funções. A realização de muitas atividades é difícil:
leitura, escrita, costura, assistir a um espetáculo, andar na rua ou conduzir-se em circulação, obrigando a
suprimir determinadas distrações e atividades recreativas, etc. A autonomia está conservada para uma vida
habitual. Os pacientes com hemianopsias laterais necessitam, às vezes, de ajuda de um acompanhante.
Não é possível conduzir veículos;

GRUPO 5 - TRANSTORNOS MUITO IMPORTANTES:
este grupo inclui todas as disfunções que somente deixam uma capacidade
igual ou inferior a 40%, disfunções que vão desde a cegueira total até situações que ainda deixam uma
agudeza visual de 1/10 em cada olho. Em conseqüência, os transtornos que esses pacientes apresentam
são muito diferentes e não podem ser avaliados da mesma maneira.


Monday, April 27, 2015

Encefalopatia tóxica aguda - Prevenção

Encefalopatia tóxica aguda - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das encefalopatias tóxicas relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles acrilamida, arsênio e seus compostos,
chumbo e seus derivados, mercúrio e seus derivados inorgânicos, sulfeto de carbono, hidrocarbonetos halogenados,
metil-n-butil cetona, n-hexano, PCB, tri-orto-cresilfosfato e compostos organofosforados, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas, para jornadas de até 48 horas semanais.
A produção, comercialização, utilização, transporte e destinação de produtos agrotóxicos, incluindo os
organofosforados, são definidos pela Lei Federal n.º 7.802/1989. Alguns estados e municípios possuem regulamentações
complementares que devem ser obedecidas. Recomenda-se observar o cumprimento, pelo empregador, das NRR, da
Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os produtos químicos (agrotóxicos e afins),
fertilizantes e corretivos. Especial atenção deve ser dada na proteção de trabalhadores envolvidos nas atividades de
preparação de caldas e aplicação desses produtos.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, utilizando protocolo padronizado e
exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- para trabalhadores expostos ao arsênio: dosagem na urina – VR de até 10 µg/g de creatinina
e IBMP de 50 µg/g de creatinina;
- para o n-hexano: dosagem de 2,5 hexanodiona na urina – IBMP de 5 µg/g de creatinina;
- para o chumbo:
- concentração de chumbo no sangue – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/100 ml;
- concentração de ácido delta amino levulínico na urina – VR de até 4,5 mg/g de creatinina
e IBMP de 10 mg/g de creatinina;
- concentração de zincoprotoporfirina no sangue – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100
µg/100 ml. A dosagem de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas
antecedentes à coleta da amostra.
Os trabalhadores expostos a agrotóxicos devem ser acompanhados para detecção de efeitos decorrentes
de exposições pregressas e atuais. O uso de inseticidas inibidores da acetilcolinesterase (alguns organofosforados e
carbamatos) deve ser monitorado por meio da medida da atividade da acetilcolinesterase, preferencialmente colinesterase
eritrocitária. Essa dosagem deve ser feita no exame pré-admissional ou no momento pré-exposição e periodicamente
(semestralmente). Redução de 30% da atividade da acetilcolinesterase eritrocitária, de 50% da plasmática ou de 25%
em sangue total, em relação à medida pré-exposição, são indicativos de intoxicação importante.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Sunday, April 26, 2015

Encefalopatia tóxica aguda - Tratamento

Encefalopatia tóxica aguda - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O diagnóstico etiológico preciso é fundamental para a definição da terapêutica e das medidas preventivas.
A avaliação médica da deficiência, da gravidade e das repercussões sobre o desempenho do paciente, e
mesmo do prognóstico relacionado ao quadro de encefalopatia tóxica crônica ou ao dano cerebral crônico, é difícil. As
manifestações podem ser difusas, refletindo um acometimento global do cérebro, e caracterizam-se pela ausência de
um sinal focal. Para avaliação das disfunções mentais ou comportamentais, podem ser utilizados os indicadores ou
parâmetros de aferição da disfunção mental ou comportamental empregados pela AMA, que organizam a disfunção ou
deficiência causadas pelos transtornos mentais e do comportamento em quatro áreas:
LIMITAÇÕES EM ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA:
incluem atividades como autocuidado, higiene pessoal, comunicação, deambulação,
viagens, repouso e sono, atividades sexuais e exercício de atividades sociais e recreacionais. O que é
avaliado não é simplesmente o número de atividades que estão restritas ou prejudicadas, mas o conjunto
de restrições ou limitações como um todo, e que, eventualmente, afetam o indivíduo;

EXERCÍCIO DE FUNÇÕES SOCIAIS:
refere-se à capacidade do indivíduo de interagir apropriadamente e comunicar-se
eficientemente com outras pessoas. Inclui a capacidade de conviver com outros, tais como membros de
sua família, amigos, vizinhos, atendentes e balconistas no comércio, zeladores de prédios, motoristas de
táxi ou ônibus, colegas de trabalho, supervisores ou supervisionados, sem altercações, agressões,
xingamento ou sem o isolamento do indivíduo, em relação ao mundo que o cerca;

CONCENTRAÇÃO, PERSISTÊNCIA E RITMO:
também denominados capacidade de completar ou levar a cabo tarefas.
Esses indicadores ou parâmetros referem-se à capacidade de manter a atenção focalizada o tempo suficiente
para permitir a realização cabal, em tempo adequado, de tarefas comumente encontradas no lar, na escola
ou nos locais de trabalho. Essas capacidades ou habilidades podem ser avaliadas por qualquer pessoa,
principalmente se for familiarizada com o desempenho anterior, basal ou histórico do indivíduo, mas
eventualmente a opinião de profissionais psicólogos ou psiquiatras, com bases mais objetivas, poderá
ajudar na avaliação;

DETERIORAÇÃO OU DESCOMPENSAÇÃO NO TRABALHO:
refere-se a falhas repetidas na adaptação a circunstâncias estressantes.
Frente a situações ou circunstâncias mais estressantes ou de mais elevada demanda, os indivíduos saem,
desaparecem ou manifestam exacerbações dos sinais e sintomas de seu transtorno mental ou
comportamental.
Em outras palavras, descompensam e têm dificuldade de manter as atividades da vida
diária ou o exercício de funções sociais ou a capacidade de completar ou levar a cabo tarefas. Aqui,
situações de estresse, comuns em ambientes de trabalho, podem incluir o atendimento a clientes, a
tomada de decisões, a programação de tarefas, a interação com supervisores e colegas, etc.


Saturday, April 25, 2015

Encefalopatia tóxica aguda - Quadro clínico e diagnóstico

Encefalopatia tóxica aguda - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico depende do agente tóxico envolvido.
Nas intoxicações causadas por arsênio, manifestam-se dor nas extremidades, cefaléia,
fraqueza muscular, sugestivos de uma polineuropatia, e depressão do sistema
nervoso central que pode levar ao coma. Nas intoxicações crônicas avançadas, os sintomas neurológicos podem ser
os mais importantes, predominando as neurites periféricas.
As manifestações da encefalopatia tóxica pelo arsênio são
semelhantes às da síndrome de Wernicke e à psicose de Korsakoff, em decorrência do bloqueio associado ao
metabolismo da tiamina.

A intoxicação crônica grave causada pelo mercúrio manifesta-se por alterações da cavidade oral com
inflamação da mucosa e gengivas, que se tornam esponjosas e sangram facilmente, ocasionando a queda dos dentes.
Aparecem, também, tremores finos e involuntários nas mãos, pés e língua, que são agravados nos movimentos
voluntários ou intencionais e distúrbios de comportamento traduzidos em ansiedade, irritabilidade, depressão, regressão,
nervosismo e timidez. Além disso, podem ocorrer lesões renais, traduzidas em proteinúria, edema e sintomas
inespecíficos, como debilidade, fadiga, palidez, perda de peso e transtornos gastrintestinais.
Nas intoxicações por chumbo, os danos cerebrais são mais freqüentes em crianças que nos adultos.
Manifestam-se por letargia, vômitos intermitentes, apatia, sonolência, irritabilidade, estupor, perda de memória e tremores
musculares que podem evoluir para convulsões, coma e morte.

Nas doenças neurotóxicas de etiologia ocupacional, o diagnóstico é feito geralmente por exclusão. São
recomendados os seguintes critérios diagnósticos:
- verificação da exposição por meio da história ocupacional, observando-se associação adequada entre
a exposição e os sintomas típicos;
- evidência objetiva da patologia de base, por meio de exame neurológico, tomografia axial
computadorizada (TC), eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética (RM) e testes
neuropsicológicos;
- exclusão de outras doenças crônicas ou degenerativas (doença de Parkinson, doença de Alzheimer e outras demências), de doença psiquiátrica primária, de doença de etiologia genética e de exposições
não-ocupacionais a álcool, drogas e medicamentos.


Friday, April 24, 2015

Encefalopatia tóxica aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

Encefalopatia tóxica aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As substâncias químicas neurotóxicas mais freqüentemente associadas à produção de encefalopatias
tóxicas agudas e/ou crônicas são:
- acrilamida;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- chumbo e seus compostos tóxicos 2,4 D;
- mercúrio metálico e seus derivados inorgânicos;
- compostos organofosforados;
- hidrocarbonetos halogenados;
- metil-n-butil cetona (MBK);
- n-hexano;
- policloreto de bifenila;
- sulfeto de carbono;
- tri-orto-cresilfosfato.

Essas exposições ocorrem principalmente em processos industriais químicos, petroquímicos, de plásticos,
metalúrgicos, em fundições e no contato com agrotóxicos organofosforados.
Em trabalhadores expostos a produtos químicos neurotóxicos, as encefalopatias, com as características
acima descritas e excluídas outras causas não-ocupacionais, devem ser consideradas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.


Thursday, April 23, 2015

Encefalopatia tóxica aguda - Definição da Doença

Encefalopatia tóxica aguda - Definição da Doença

11.3.12 ENCEFALOPATIA TÓXICA AGUDA CID-10 G92.1

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A encefalopatia tóxica é uma síndrome neuropsiquiátrica secundária à exposição a agentes tóxicos,
caracterizada por sinais e sintomas inespecíficos e danos cerebrais difusos.
As manifestações clínicas dependem do agente envolvido, podendo comprometer
qualquer atividade encefálica, desde funções motoras, sensitivas, quanto
complexas funções corticais (memória, julgamento, abstração, cálculo, linguagem e juízo).
As alterações são, geralmente, difusas e bilaterais.
Quando a intoxicação é aguda ou maciça pode comprometer a consciência e levar ao coma e à
morte. As encefalopatias tóxicas agudas de origem ocupacional tendem a ser cada vez mais raras. Podem, também,
ocorrer em intoxicações acidentais, intencionais, não-ocupacionais e em crianças.
A encefalopatia tóxica crônica ou dano cerebral crônico refere-se às seqüelas neurológicas e/ou
comportamentais da exposição a substâncias químicas neurotóxicas. As manifestações podem ser difusas, refletindo
um acometimento global do encéfalo, e caracterizam-se pela ausência de um sinal focal.


Wednesday, April 22, 2015

Polineuropatia induzida - Prevenção

Polineuropatia induzida - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das outras polineuropatias relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
aceitáveis, aos agentes responsáveis pela ocorrência da doença, entre eles, acrilamida, arsênio e seus compostos,
chumbo e seus derivados, sulfeto de carbono, cloropropileno, metil-n-butil cetona, n-hexano, policloretos de bifenila
(PCB), tri-orto-cresilfosfato e compostos organofosforados, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo complementar
às medidas de proteção coletiva.

Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. O Anexo n.º 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias
químicas, para jornadas de até 48 horas semanais, entre elas:
- gás sulfídrico: 8 ppm ou 12 mg/m3;
- tricloroetileno: 78 ppm ou 420 mg/m3;
- formaldeído: 1,6 ppm ou 2,3 mg/m3;
- tolueno: 78 ppm ou 290 mg/m3;
- chumbo: 0,1 mg/m3.

Esses parâmetros devem ser revisados periodicamente, e sua manutenção dentro dos limites estabelecidos
não exclui a possibilidade de ocorrerem danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, utilizando protocolo padronizado e
exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas;
- análises toxicológicas:
- para trabalhadores expostos ao chumbo, os principais indicadores biológicos de exposição
são:
- concentração de chumbo no sangue (PbS) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/ 100 ml;
- concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de
creatinina e IBMP de até 10 mg/g de creatinina;
- concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP
de 100 µg/100 ml. A dosagem de chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas
antecedentes à coleta da amostra ou a mobilização de depósitos ósseos.
- para trabalhadores expostos ao arsênio, o indicador biológico é a dosagem deste na urina –
VR de até 10 µg/g de creatinina e IBMP de 50 µg/g de creatinina;
- para trabalhadores expostos ao n-hexano, o indicador biológico é a dosagem de 2,5
hexanodiona na urina – IBMP de 5 mg/g de creatinina.

Os trabalhadores expostos a agrotóxicos devem ser acompanhados para detecção de efeitos decorrentes
de exposições pregressas e atuais. O uso de inseticidas inibidores da acetilcolinesterase (alguns organofosforados e
carbamatos) deve ser monitorado por meio da medida de atividade de acetilcolinesterase, preferencialmente colinesterase
eritrocitária. Essa dosagem deve ser feita no exame pré-admissional ou no momento pré-exposição e periodicamente
(semestralmente). Redução de 30% da atividade da acetilcolinesterase eritrocitária, de 50% da plasmática ou de 25%
em sangue total, em relação à medida pré-exposição, são indicativos de intoxicação importante.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Tuesday, April 21, 2015

Polineuropatia induzida - Tratamento

Polineuropatia induzida - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento dependerá da etiologia associada. O trabalhador deverá ser afastado da exposição ao agente
neurotóxico.


Monday, April 20, 2015

Polineuropatia induzida - Quadro clínico e diagnóstico

Polineuropatia induzida - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os achados mais comuns nas polineuropatias metabólicas ou tóxicas decorrem do comprometimento axonal
distal, seguido de desmielinização segmentar. A perda da sensibilidade ao toque é a manifestação comum da neuropatia
periférica. Também podem estar alteradas a percepção da discriminação entre dois pontos, posição, vibração e
temperatura. Dependendo da gravidade da neuropatia, o exame eletromiográfico pode revelar alteração da velocidade
de condução nervosa e redução da amplitude sensitiva ou motora do potencial obtido. A avaliação com potencial
evocado sensitivo pode ser, eventualmente, útil naqueles pacientes com alterações eletroneuromiográficas mais discretas.
A velocidade de condução nervosa motora ou sensitiva mais lenta está, geralmente, associada à desmielinização das
fibras nervosas, enquanto que valores normais na presença de diminuição da amplitude motora e sensitiva relacionam-
se às polineuropatias axonais.

As causas ocupacionais das neuropatias periféricas incluem a exposição a agentes neurotóxicos, como
metais pesados, solventes orgânicos, pesticidas, a radiação ionizante e o frio. Também os movimentos repetitivos
podem causar lesão nos nervos periféricos por compressão externa ou interna. Outras lesões de natureza mecânica,
como lacerações, vibração e traumas repetidos, também podem levar à neuropatia. Entre as causas não-ocupacionais
estão doenças genéticas, nutricionais, infecções e pós-infecções, tumores malignos e doenças metabólicas (diabetes
e deficiência de tiamina). Outras causas importantes são alcoolismo, uremia, paraproteinemia, amiloidose e sarcoidose.
O diagnóstico inclui:
- história clínica e ocupacional;
- exame neurológico.
Dois diagnósticos diferenciais importantes são o diabetes mellitus e o alcoolismo.


Sunday, April 19, 2015

Polineuropatia induzida - Epidemiologia e Fatores de risco

Polineuropatia induzida - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As substâncias químicas neurotóxicas mais freqüentemente associadas à produção de polineuropatias são:
- acrilamida;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- chumbo e seus derivados inorgânicos;
- compostos organofosforados;
- 1-cloro-2-propeno, 3-cloropropileno, cloroalileno, α cloropropileno;
- metil-n-butil cetona (MBK);
- n-hexano;
- PCB;
- sulfeto de carbono;
- tri-orto-cresilfosfato.
Em trabalhadores expostos a esses produtos químicos neurotóxicos, as polineuropatias, com as
características acima descritas e excluídas outras causas não-ocupacionais, devem ser consideradas como doenças
relacionadas ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Na
ausência de exposição ocupacional, é improvável que a doença ocorra.


Saturday, April 18, 2015

Polineuropatia induzida - Definição da Doença

Polineuropatia induzida - Definição da Doença

OUTRAS POLINEUROPATIAS: CID-10 G62.-
POLINEUROPATIA DEVIDA A OUTROS AGENTES TÓXICOS G62.2
POLINEUROPATIA INDUZIDA PELA RADIAÇÃO G62.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As neuropatias periféricas designam um conjunto de alterações que se traduzem em sintomas variados
como a sensação de formigamento e entorpecimento, que podem progredir para uma disestesia até a perda da
sensibilidade. Fraqueza muscular e eventual atrofia podem resultar do dano das fibras nervosas motoras. De acordo
com o nervo envolvido, as polineuropatias tóxicas podem ser classificadas em axonopatias, que se apresentam como
perda sensoriomotora distal (mais evidente nas extremidades inferiores, onde os axônios são mais longos), mielinopatias,
quando ocorre a desmielinização, e as neuronopatias.


Friday, April 17, 2015

Lesão do nervo poplíteo lateral - Prevenção

Lesão do nervo poplíteo lateral - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das mononeuropatias do membro inferior relacionadas ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, processos, atividades de trabalho e vigilância dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução
do capítulo 18 – Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho. Requer uma ação
integrada, articulada entre os setores assistenciais e os de vigilância.
É importante que o cuidado desses casos seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem
interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento físico e psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais
e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A vigilância de fatores de risco baseia-se na descrição das tarefas executadas pelo trabalhador, a partir da
observação direta ou entrevista, utilizando check lists, e, se possível, análise ergonômica das atividades, com ênfase
nos aspectos relativos à organização do trabalho, incluindo:
- análise ergonômica do trabalho real, da atividade, das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de
trabalho;
- avaliação do ritmo e da intensidade do trabalho;
- estudo dos fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho, dos sistemas de turnos, dos
sistemas de premiação e dos incentivos;
- avaliação dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias.

Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. Para a promoção da saúde do trabalhador e prevenção dos transtornos do plexo braquial
relacionados ao trabalho, devem ser observadas, pelo empregador, as prescrições contidas na NR 17, que estabelece
parâmetros para a avaliação e correção de situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico.
Devem ser definidas estratégias para garantir a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis
gerenciais para a implementação das medidas preventivas que envolvam modificações na organização do trabalho.

O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença, por
meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado e
exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco;
- articular os setores de assistência, vigilância e aqueles que irão realizar a reabilitação física, profissional
e psicossocial. É importante o acompanhamento do retorno do trabalhador ao trabalho, na mesma
atividade, com modificações ou restrições, ou em outra atividade, de modo a garantir que não haja
progressão ou agravamento do quadro.


Thursday, April 16, 2015

Lesão do nervo poplíteo lateral - Tratamento

Lesão do nervo poplíteo lateral - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As orientações básicas para a condução de casos de LER/DORT estão na introdução do capítulo 18 –
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho.
Inexistindo causas estruturais detectáveis para a compressão, o paciente deve ser orientado para evitar
pressões sobre o nervo dos joelhos, se necessário com afastamento das atividades e/ou mudança no posto e nas
condições de trabalho. A evolução clínica deve ser seguida, e em pacientes que apresentam progressão do quadro há
indicação de cirurgia exploratória.
Para a avaliação da disfunção e deficiência causadas pelas mononeuropatias do membro inferior, podem
ser úteis os indicadores e parâmetros utilizados nos Guides da AMA, semelhantes aos utilizados para o parkinsonismo,
baseados na hierarquização das deficiências ou disfunções da postura e da marcha, como segue:

CLASSE 1: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e caminhar, mas tem dificuldade com elevações do chão,
grades, degraus, cadeiras baixas e marchas de longa distância;

CLASSE 2: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e pode caminhar uma certa distância com dificuldade e sem
assistência, mas limitado ao mesmo nível de piso;

CLASSE 3: o paciente consegue levantar-se, ficar em pé e pode manter essa posição com dificuldade, mas não consegue
caminhar sem assistência;

CLASSE 4: o paciente não consegue ficar em pé sem a ajuda de outros, sem apoio mecânico ou de prótese.


Wednesday, April 15, 2015

Lesão do nervo poplíteo lateral - Quadro clínico e diagnóstico

Lesão do nervo poplíteo lateral - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por fraqueza dos músculos extensores do pé, ou pé caído,
e por alterações sensitivas (parestesias e hipoestesias) na face lateral da perna e
dorso do pé do mesmo lado do nervo afetado.

O diagnóstico baseia-se:
- na história ocupacional que justifique a lesão nervosa;
- no exame neurológico, observando-se sinais e sintomas de mononeuropatia do membro inferior;
- nos exames complementares: o exame radiológico pode ajudar a excluir lesões ósseas ou tumorais;
- na eletromiografia (EMG), muito importante para o diagnóstico, podendo contribuir para a avaliação do
prognóstico da lesão.


Tuesday, April 14, 2015

Lesão do nervo poplíteo lateral - Epidemiologia e Fatores de risco

Lesão do nervo poplíteo lateral - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A literatura consultada contém poucas informações sobre a ocorrência ou distribuição dessa patologia na
população em geral e/ou em populações trabalhadoras.
O nervo poplíteo externo, também conhecido como fibular comum, é um dos ramos do nervo ciático
responsável pela inervação dos músculos extensores do tornozelo e dos dedos do pé. A lesão do nervo poplíteo
externo pode ocorrer em pacientes anestesiados que têm as pernas amarradas contra superfícies duras, em pacientes
caquéticos em camas duras e em pessoas que mantêm as pernas cruzadas por muito tempo, como costureiras e
alfaiates, ou que deixam a parte posterior da perna apoiada contra uma superfície dura. A compressão do nervo se dá
contra a cabeça da fíbula e, mais raramente, contra o músculo fibular longo. Trabalhos que exijam a posição de
cócoras também podem causar lesão.
As mononeuropatias dos membros inferiores, com as características descritas, podem ser classificadas
como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, nas quais o trabalho deve ser
considerado como fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal dessas
neuropatias, particularmente em trabalhadores que exercem atividades em posições forçadas e/ou com gestos repetitivos.


Monday, April 13, 2015

Lesão do nervo poplíteo lateral - Definição da Doença

Lesão do nervo poplíteo lateral - Definição da Doença

MONONEUROPATIAS DO MEMBRO INFERIOR: CID-10 G57.-
LESÃO DO NERVO POPLÍTEO LATERAL G57.3

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As mononeuropatias decorrem do comprometimento de apenas um nervo. Ao contrário das polineuropatias,
quando as causas sistêmicas são as mais comuns, as mononeuropatias, apesar da possibilidade de serem causadas
por fatores tóxicos ou metabólicos, têm como principal fator desencadeante as causas locais. Destacam-se, entre elas:
tumores, traumas, compressão nervosa externa ou de estruturas subjacentes, como um músculo hipertrofiado, por
exemplo. Algumas profissões exigem posições viciosas por longo tempo e/ou gestos repetidos de um grupo muscular
isolado que podem levar a uma mononeuropatia por compressão nervosa. A sintomatologia depende do nervo afetado,
mas os sintomas mais comuns são dor, parestesias, perda de força e alterações da sensibilidade. Pertencem ao grupo
LER/DORT.


Sunday, April 12, 2015

Compressão do nervo supra-escapular - Prevenção

Compressão do nervo supra-escapular - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das mononeuropatias dos membros superiores relacionadas ao trabalho baseia-se na
vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução
do capítulo 18 – Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho, deste manual.
A prevenção desses agravos requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e os de
vigilância. É importante que o cuidado desses casos seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem
interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento físico e psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais
de intervenção nos ambientes de trabalho.
A vigilância de fatores de risco baseia-se na descrição das tarefas executadas pelo trabalhador, a partir da
observação direta ou entrevista, utilizando check-lists e, se possível, pela realização da análise ergonômica da atividade,
com ênfase nos aspectos relativos à organização do trabalho, incluindo:
- análise ergonômica do trabalho real, da atividade, das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de
trabalho;
- avaliação do ritmo e da intensidade do trabalho;
- estudo dos fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho, dos sistemas de turnos, dos
sistemas de premiação e dos incentivos;
- avaliação dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. Para a promoção da saúde do trabalhador e prevenção dos transtornos do plexo braquial
relacionados ao trabalho, devem ser observadas, pelo empregador, as prescrições contidas na NR 17, que estabelece
parâmetros para a avaliação e correção de situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico. Devem
ser definidas estratégias para garantir a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis gerenciais para a
implementação das medidas preventivas que envolvam modificações na organização do trabalho. A intervenção sobre
os ambientes de trabalho deve basear-se na análise da organização do trabalho, como citado acima.

O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco;
- articular os setores de assistência e vigilância e aqueles que irão realizar a reabilitação física, profissional
e psicossocial. É importante o acompanhamento do retorno do trabalhador ao trabalho, na mesma
atividade, com modificações ou restrições, ou em outra atividade de modo a garantir que não haja
progressão ou agravamento do quadro.








Saturday, April 11, 2015

Compressão do nervo supra-escapular - Tratamento

Compressão do nervo supra-escapular - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O estabelecimento de um plano terapêutico para o portador de LER/DORT obedece a alguns pressupostos,
dentre os quais se destacam a importância do diagnóstico precoce e preciso e a conveniência do afastamento dos
trabalhadores sintomáticos de situações de exposição, mesmo aquelas consideradas "leves". As orientações básicas
para a condução de casos incluídos no grupo LER/DORT estão detalhadas na introdução do capítulo 18 – Doenças do
sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho.

Nos casos iniciais em que há identificação de sede anatômica precisa das lesões e diagnóstico de entidades
nosológicas específicas, o esquema terapêutico básico inclui uma das seguintes alternativas:
- uso de antiinflamatórios, gelo local, com afastamento das atividades laborais e extralaborais que exijam
movimentação e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem;
- medidas de fisioterapia e afastamento das atividades laborais e extralaborais que exijam movimentação
e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem;
- acupuntura ou medicação homeopática, gelo local, com afastamento das atividades laborais e
extralaborais que exijam movimentação e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem.

Em situações especiais, pode ser prescrita a associação de algumas dessas medidas.
Vencida a fase aguda, a literatura especializada tem recomendado a introdução ou incentivo de programas
de atividades físicas, como, por exemplo, exercícios de alongamentos localizados e de grandes segmentos do corpo,
fortalecimento muscular localizado e atividade aeróbica, hidroginástica, entre outras. O desenvolvimento do programa
deve respeitar tanto o estágio clínico da doença quanto a capacidade física do paciente, introduzindo as práticas de
modo gradativo, reservando-se as atividades de fortalecimento muscular para o último estágio.
Na fase crônica, os pacientes costumam apresentar mais de uma patologia específica e a combinação dos
sintomas deve ser considerada para o sucesso terapêutico. Pacientes com inflamações teciduais podem apresentar
também alterações sensitivas originadas de uma compressão do nervo periférico. Por exemplo: uma cozinheira de
restaurante universitário apresentava tendinite bicipital à direita e síndrome do túnel do carpo à esquerda. A análise do
trabalho colocou em evidência os fatores de risco que explicavam ambos os quadros. Além dos sintomas que
acompanham as duas patologias, a paciente apresentava dor difusa em ambos os membros. Assim, tratar cada uma
das patologias sob o esquema clássico parece não ajudar, pois é normal o paciente solicitar outros grupos musculares
para evitar a exacerbação do quadro doloroso no sítio específico, acarretando uma sobrecarga localizada.

O plano de tratamento deve contemplar:
- esclarecimento ao paciente sobre a duração geralmente longa do tratamento;
- orientação ao paciente da postura para dormir, nas atividades domésticas e outras, estudadas no
sentido de poupar alguns movimentos e favorecer outros;
- uso de gelo ou calor, dependendo do caso, 3 vezes ao dia, durante 20 minutos, considerando que
alguns pacientes não suportam essa técnica;
- atenção para pequenas melhoras, obtidas pouco a pouco, que nem sempre são reconhecidas pelo
paciente. (Valorização desses pequenos avanços pode ajudar o paciente a suportar os sintomas que
ainda permanecem);
- atenção para o fato de que é melhor considerar a unidade do membro superior e estabelecer condutas
para aliviar dor e paresia, reduzir o edema, manter ou aumentar a força muscular dos membros superiores
(mmss), reeducar a função sensorial, aumentar a resistência à fadiga, melhorar a funcionalidade dos
mmss e proteger a função articular, do que implementar tratamentos muito específicos;
- eficácia do uso do antiinflamatório, acompanhado ou não de relaxante muscular, e a necessidade de
introduzir outros medicamentos, como, por exemplo, antidepressivos tricíclicos em doses baixas;
- recursos de eletrotermoterapia, com programação individualizada, avaliando sempre sua eficácia, bem
como atividades de relaxamento muscular com massageador elétrico, hidromassagem, massagem
manual e outras técnicas de terapia corporal;
- na presença de edema, massagem retrógrada para reduzi-lo;
- exercícios passivos, ativo-assistidos, com resistências; exercícios isométricos, com estimulação tátil
com diferentes texturas; exercício de pinça;
- atividades de terapia ocupacional visando a propiciar a recuperação da capacidade de desenvolver
atividades da vida diária gradativamente;
- em alguns casos, o uso do splint para reduzir a dor, manter a integridade articular e melhorar a função.

O uso do splint deverá ser criterioso, por tempo limitado e acompanhado pelo terapeuta. O paciente
deve ser orientado quanto aos períodos de repouso;
- avaliação de desequilíbrios psíquicos existentes, procurando identificar formas precoces de seu
aparecimento e encaminhamento.

A formação de grupos terapêuticos, incluindo atividades de informação, vivências, com cunho informativo,
pedagógico e psicoterapêutico, parece contribuir para o suporte do paciente e a melhora do quadro.
Segundo Louis (1992), a abordagem cirúrgica não resolve os sintomas apresentados por portadores da
síndrome do túnel do carpo relacionada ao trabalho.


Friday, April 10, 2015

Compressão do nervo supra-escapular

Compressão do nervo supra-escapular

COMPRESSÃO DO NERVO SUPRA-ESCAPULAR (G56.8)

Síndrome provocada pela compressão do nervo supra-escapular em sua passagem sobre a borda superior
da escápula ou por meio do forame supra-escapular.
A exposição ocupacional está associada a atividades em que há uso de tiras largas nos ombros para o
transporte de peso, exigências de elevação de objetos pesados acima da altura do ombro e histórico de acidentes de
trabalho com fratura de escápula e/ou traumatismos do ombro. Sua ocorrência pode estar associada à prática de
esportes, como o voleibol e o beisebol, à presença de hipertrofia muscular e a complicações cirúrgicas do ombro.

O quadro clínico se caracteriza por dor escapular, comprometimento de movimentos e força de abdução e
rotação externa do braço. Em estágios avançados, pode haver hipotrofia do músculo supra-espinhoso e/ou infra-
espinhoso. A compressão exclusiva do ramo inferior do supra-escapular pode provocar fraqueza isolada do músculo
infra-espinhoso.
O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado pelo exame eletroneuromiográfico, mostrando lesão exclusiva
do nervo.

Quanto aos procedimentos diagnósticos, ver a introdução do capítulo 18 – Doenças do sistema osteomuscular
e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho. Em linhas gerais, o diagnóstico das mononeuropatias dos
membros superiores (11.3.9) baseia-se em:
- anamnese detalhada, descrevendo início, duração, evolução dos sintomas, fatores precipitantes e de
exacerbação (retorno de férias, aumento da carga de trabalho, traumas ou lesões agudas); fatores de
remissão, tratamentos e afastamentos das atividades laborais;
- exame físico minucioso, particularmente do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso periférico;
- história ocupacional: descrição das atividades anteriores e atuais;
- estudo da função atual: descrição dos aspectos biomecânicos da realização das tarefas diárias, uso de
máquinas e ferramentas, desenho do posto de trabalho, descrição dos aspectos da organização do
trabalho, como controle dos processos e avaliação da produtividade, jornada de trabalho e tempo de
serviço, relações interpessoais no trabalho;
- atividades domésticas, de esporte e lazer;
- exames complementares: radioimagem e eletroneuromiografia.


Thursday, April 9, 2015

Lesão do nervo cubital ulnar

Lesão do nervo cubital ulnar

LESÃO DO NERVO CUBITAL (ULNAR): SÍNDROME DO TÚNEL CUBITAL (G56.2)
Síndrome caracterizada pela compressão do nervo ulnar na região do cotovelo entre as duas cabeças do
músculo flexor ulnar do carpo – túnel cubital ou na altura do canal cubital.
Em ordem de aparecimento, é a segunda
manifestação de compressão nervosa mais freqüente, comum em pessoas que dormem com o braço fletido e pronado. É
descrita como associada a movimentos repetitivos, flexão extrema de cotovelo com ombro abduzido, flexão repetida de
cotovelo associada com sua extensão em contra-resistência, apoio de cotovelo em superfícies duras e vibrações
localizadas.
O paciente se queixa de fraqueza nas mãos, dormência, agulhadas em território de nervo ulnar ou apenas
dor na região medial do cotovelo. Como o canal estreita-se durante a flexão, o distúrbio pode ser visto apenas quando
há flexão do cotovelo por tempo prolongado, mesmo inexistindo movimentos repetitivos. Dor e parestesia noturna em
área do nervo ulnar que acorda o paciente, diminuição da força de preensão e dificuldade para movimentos finos de
precisão podem ser observados.
Ao exame, observa-se dor após flexão com pronação do cotovelo por cerca de 30 segundos, dígito-percussão
positiva na região retroolecraniana, alterações de sensibilidade em área do nervo ulnar (teste de monofilamentos de
Semmes-Weinstein), reprodução de sintomas pós-manutenção de flexão máxima do cotovelo com punho em posição
neutra, hipotrofia dos músculos intrínsecos da mão.
O diagnóstico baseado nos achados clínicos pode ser confirmado pela eletroneuromiografia.


Wednesday, April 8, 2015

Síndrome do canal de guyon

Síndrome do canal de guyon

SÍNDROME DO CANAL DE GUYON (G56.2)

É a síndrome caracterizada pela compressão do nervo ulnar na região do punho, no canal ou túnel de
Guyon. Trata-se de quadro pouco comum, associado com exposições a movimentos repetitivos (flexão, extensão) de
punhos e mãos, contusões contínuas, impactos intermitentes ou compressão mecânica na base das mãos (região
hipotenar ou borda ulnar), vibrações. É um problema descrito há tempos, entre ciclistas.
Predomina o quadro de alterações motoras, com possível paralisia de todos os músculos intrínsecos de
dedos exceto os dois primeiros lumbricais e o músculo abdutor curto do polegar, inervados pelo mediano. Pode haver
quadro exclusivamente sensitivo que se manifesta por formigamentos e dor nos 4.º e 5.º dedos. Podem ser observados
quatro diferentes tipos de apresentações clínicas, de acordo com o ponto de compressão, se sobre fibras sensitivas e/
ou motoras.
Ao exame físico, observa-se o teste de monofilamento alterado em área de ulnar, hipotrofia dos músculos
intrínsecos, sinal de Tinel no punho, lateralmente ao pisiforme, dígito-percussão e Phalen positivos em área de ulnar;
sinal de Froment (diminuição de força de adução de polegar); diminuição de força de preensão e pinça (polegar – 5.º
dedo), dificuldade de impulsionar bolinha de papel (piparote) com alça de polegar e mínimo, dificuldades de adução e
abdução dos 4.º e 5.º dedos. Podem associar-se com cisto sinovial.
O diagnóstico baseia-se no quadro clínico, no exame radiológico da mão para avaliar a articulação radioulnar
distal e na avaliação eletroneuromiográfica dos nervos mediano, ulnar e radial, para confirmação diagnóstica.

Tuesday, April 7, 2015

Síndrome do pronador redondo

Síndrome do pronador redondo

SÍNDROME DO PRONADOR REDONDO (G56.1)
Resulta da compressão do nervo mediano em sua passagem pela região do cotovelo entre as duas porções
do músculo pronador redondo. A síndrome do pronador redondo tem sido incluída entre os diversos quadros de
compressão nervosa relacionados ao trabalho. Entre as exposições ocupacionais associadas com o quadro estão
supinação e pronação repetidas e repetição de esforço manual com antebraço em pronação.
Como na síndrome do túnel do carpo, existem controvérsias quanto à caracterização de
sua relação com atividades profissionais.

O quadro clínico caracteriza-se por dor em projeção do músculo pronador durante esforços e/ou repetição,
acompanhado de hipoestesia no território do nervo mediano, diminuição da força de preensão e de pinça. Ao exame
clínico observa-se que as queixas são desencadeadas ou pioram com a flexão de cotovelo em contra-resistência(CR),
entre 120º e 150º. Podem ser realizados o teste de antagonismo da função de pronador redondo: com o cotovelo
estendido e o antebraço supinado, fazer pronação em CR e o teste de antagonismo de flexor superficial do dedo
médio: flexão CR de interfalangiano proximal (IFP). O sinal de Tinel pode ser positivo na fossa antecubital. Tinel
positivo no caso de antebraço e negativo em punho, sinais de Phalen e Phalen invertido negativos.
O diagnóstico é clínico, embora difícil, em decorrência da possibilidade de confusão com outras nosologias
que acometem estruturas das proximidades do cotovelo medial e da ausência de testes de boa sensibilidade, já que a
eletroneuromiografia (ENMG) é apontada como podendo ser negativa em até 80% dos casos.

Monday, April 6, 2015

Síndrome do túnel do carpo

Síndrome do túnel do carpo

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (G56.0)
É a síndrome caracterizada pela compressão do nervo mediano em sua passagem pelo canal ou túnel do
carpo. Está associada a tarefas que exigem alta força e/ou alta repetitividade, observando-se que a associação de
repetitividade com frio aumenta o risco.
As exposições ocupacionais consideradas mais envolvidas com o surgimento do quadro incluem flexão e
extensão de punho repetidas principalmente se associadas com força, compressão mecânica da palma das mãos, uso
de força na base das mãos e vibrações.
Entre os profissionais mais afetados estão os que usam intensivamente os teclados de computadores, os
trabalhadores que lidam com caixas registradoras, os telegrafistas, as costureiras, os açougueiros e os trabalhadores
em abatedouros de aves ou em linhas de montagem.

O quadro inicial caracteriza-se por queixas sensitivas: sensação de formigamento (hipoestesia) na mão, à noite,
dor e parestesia em área do nervo mediano (polegar, indicador, médio e metade radial do anular), que podem aumentar na
vigência de exigências do trabalho semelhantes às supracitadas, desconforto que pode se irradiar até os ombros. Os
sintomas são predominantemente noturnos e podem, inclusive, melhorar em alguns casos durante as atividades diurnas.
Alguns pacientes referem-se a dores nas mãos que irradiam para o ombro.
Os achados de exame físico incluem diminuição da sensibilidade superficial (teste de monofilamento) e de
2 pontos no território mediano. Os testes de Phalen, Phalen invertido, Tinel ou dígito-percussão em projeção de
túnel de carpo são úteis na caracterização clínica dos sintomas. A hipotrofia tenar é característica das compressões
crônicas. Nota-se diminuição da força de preensão e de pinça (polegar – indicador), dificuldade de impulsionar bolinha
de papel (piparote) com polegar indicador.

Sunday, April 5, 2015

Mononeuropatias dos membros superiores - Quadro clínico e diagnóstico

Mononeuropatias dos membros superiores - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A seguir, serão caracterizadas cada uma das síndromes que constam da lista.


Saturday, April 4, 2015

Mononeuropatias dos membros superiores - Epidemiologia e Fatores de risco

Mononeuropatias dos membros superiores - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As mononeuropatias dos membros superiores podem ser classificadas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, nas quais o trabalho deve ser considerado como fator de risco, no
conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal dessas neuropatias, particularmente em trabalhadores
que exercem atividades em posições forçadas e/ou com gestos repetitivos.


Friday, April 3, 2015

Mononeuropatias dos membros superiores - Definição da Doença

Mononeuropatias dos membros superiores - Definição da Doença

MONONEUROPATIAS DOS MEMBROS SUPERIORES: CID-10 G56.-
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO G56.0

OUTRAS LESÕES DO NERVO MEDIANO:
SÍNDROME DO PRONADOR REDONDO G56.1
SÍNDROME DO CANAL DE GUYON G56.2
LESÃO DO NERVO CUBITAL (ULNAR):
SÍNDROME DO TÚNEL CUBITAL G56.2

OUTRAS MONONEUROPATIAS DOS MEMBROS SUPERIORES:
COMPRESSÃO DO NERVO SUPRA-ESCAPULAR G56.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As mononeuropatias periféricas designam um conjunto de alterações decorrentes da compressão de apenas
um dos nervos dos membros superiores e inferiores. Essas lesões podem decorrer de uma pressão interna, como, por
exemplo, de uma contração muscular ou edema da bainha dos tendões ou de forças externas, como a quina de uma
mesa, uma ferramenta manual ou a superfície rígida de uma cadeira, e estão incluídas no grupo LER/DORT.
Entre as entidades nosológicas que acometem os membros superiores estão síndrome do túnel do carpo,
síndrome do pronador redondo, síndrome do canal de Guyon, lesão do nervo cubital (ulnar), síndrome do túnel cubital,
lesão do nervo radial e compressão do nervo supra-escapular. Um outro grupo reúne quadros dolorosos pouco definidos,
porém persistentes, que levam a grande sofrimento dos trabalhadores e dificultam seu trabalho e sua vida pessoal e
social.


Thursday, April 2, 2015

Transtornos do plexo braquial - Prevenção

Transtornos do plexo braquial - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos transtornos do plexo braquial (11.3.8) relacionados ao trabalho consiste na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução do capítulo 18
– Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho, deste manual.
A implantação de um programa de acompanhamento médico e vigilância dos fatores de risco é fundamental
para a prevenção desses agravos. Recomenda-se iniciar a vigilância pela busca passiva e ativa de queixas ou sintomas
músculo-esqueléticos, por meio de:
- entrevista com o trabalhador;
- achados médicos sugestivos de sobrecargas de trabalho, pelo uso de questionários.

Os resultados obtidos podem auxiliar na identificação dos problemas e na definição do caso para fins de
vigilância. Os indivíduos selecionados serão posteriormente avaliados por meio da coleta da história clínica detalhada e
do exame físico. Escalas de limitação ou incapacidade funcional podem ser úteis na estimativa de gravidade. A definição
do caso para fins epidemiológicos é distinta daquela utilizada para fins de diagnóstico clínico e para condução dos casos.
A vigilância de fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos de plexo braquial completa os
procedimentos, por meio de:
- estudo das atividades ou tarefas ou de uma amostra delas, utilizando check-lists;
- análise ergonômica das áreas e/ou atividades identificadas como potencialmente mais arriscadas na
primeira fase.
A análise das informações obtidas nas duas etapas da vigilância permitirá a identificação das áreas prioritárias
para as estratégias de prevenção.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9) e do PCMSO
(NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos
estados e municípios. Para a promoção da saúde do trabalhador e prevenção dos transtornos do plexo braquial
relacionados ao trabalho, devem ser observadas, pelo empregador, as prescrições contidas na NR 17, que estabelece
parâmetros para a avaliação e correção de situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico. Devem
ser definidas estratégias para garantir a participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis gerenciais para a
implementação das medidas preventivas que envolvam modificações na organização do trabalho. A intervenção sobre
os ambientes de trabalho deve basear-se na análise da organização do trabalho, incluindo:
- análise ergonômica do trabalho (real) da atividade, das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de
trabalho;
- avaliação do ritmo e da intensidade do trabalho;
- estudo dos fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho, sistemas de turnos, sistemas
de premiação e de incentivos;
- avaliação dos fatores psicossociais, individuais e das relações de trabalho entre colegas e chefias.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença,
por meio de:
- avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo padronizado
e exame físico criterioso;
- exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
- informações epidemiológicas.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar o fato ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Wednesday, April 1, 2015

Transtornos do plexo braquial - Tratamento

Transtornos do plexo braquial - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As orientações básicas para a condução de casos de LER/DORT estão na introdução do capítulo 18 –
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18.3) relacionadas ao trabalho.
Segundo Herington & Morse (1995), a síndrome do desfiladeiro torácico é uma anormalidade estrutural
cujo tratamento requer, em geral, apenas uma série de exercícios mantidos por cerca de 6 semanas, para alongar a
musculatura anterior do tórax, fortalecer os músculos da cintura escapular e a parte posterior do tórax, mover a cabeça
e o pescoço para a posição normal (corrigir postura de cabeça fletida ou curvada anteriormente). A correção da posição
usada para dormir deve completar a orientação visando ao melhor controle dos sintomas noturnos. Gordon (1995)
acrescenta que na presença de costela cervical, que costuma aparecer em apenas um dos lados ou na ausência de
resposta ao tratamento conservador, o tratamento cirúrgico estará indicado.
A avaliação da incapacidade decorrente de um quadro de compressão do plexo braquial não é uma tarefa
fácil. Entre as várias tentativas para se organizar, sistematizar, qualificar e, se possível, hierarquizar as deficiências
(em bases semiquantitativas), os indicadores e parâmetros utilizados nos Guides da AMA estabelecem critérios para
classificar e estadiar a disfunção ou deficiência causada pelos transtornos do plexo braquial (que afetam um membro)
em quatro níveis, a saber:
NÍVEL 1: o paciente pode utilizar a extremidade afetada para o autocuidado, para atividades diárias e para sustentar ou
segurar objetos, mas tem dificuldade com a destreza nos dedos da mão;
NÍVEL 2: o paciente pode utilizar a extremidade afetada para autocuidado, pode segurar e apertar objetos com dificuldade,
mas não tem destreza nos dedos;
NÍVEL 3: o paciente pode utilizar a extremidade afetada, mas tem dificuldade com as atividades de autocuidado;
NÍVEL 4: o paciente não pode utilizar a extremidade afetada para autocuidado, nem para as atividades diárias.
Os transtornos do plexo braquial que afetam os dois membros superiores podem produzir deficiência ou
disfunção, cujos indicadores ou parâmetros foram classificados e estagiados em quatro níveis:
NÍVEL 1: o paciente pode utilizar ambas as extremidades superiores, para autocuidado, para segurar e apertar objetos,
mas tem dificuldade com a destreza nos dedos da mão;
NÍVEL 2: o paciente pode utilizar ambas as extremidades superiores para autocuidado, pode segurar e apertar objetos
com dificuldade, mas não tem destreza nos dedos da mão;
NÍVEL 3: o paciente pode utilizar ambas as extremidades superiores, mas tem dificuldade com atividades de autocuidado;
NÍVEL 4: o paciente não pode utilizar os membros superiores.