Tuesday, September 30, 2014

Câncer de Bexiga - Epidemiologia e Fatores de risco

Câncer de Bexiga - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre os fatores de risco relacionados à produção desses tumores incluem-se o tabagismo, que aumenta
de 2 a 3 vezes o risco de desenvolver câncer de bexiga; o consumo de café, ainda não totalmente comprovado;
infecções urinárias múltiplas; infestação vesical pelo Schistosoma hematobium; abuso do consumo de fenacetina e o
uso de drogas citotóxicas, como ciclofosfamida e clorpromazina.
A etiologia química do câncer de bexiga foi proposta em 1895, por Rehn, na Alemanha,
quando observou que trabalhadores que produziam corantes de anilinas tinham uma incidência
aumentada do tumor.
Quatro décadas mais tarde, Hueper e colaboradores induziram o câncer da bexiga em cães
expostos à beta-naftilamina pura.
Mais tarde, as observações alcançaram a benzidina e a 4-aminobifenila, em trabalhadores
da indústria da borracha. Case e colaboradores, no Reino Unido, estabeleceram, em 1954,
por meio de clássico estudo epidemiológico de coortes
históricos, a confirmação definitiva da associação causal entre câncer de bexiga e a exposição ocupacional a diversas
aminas aromáticas, até então muito utilizadas como corantes ou anilinas.
A exposição a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, decorrente do tabagismo ou ocupacional, tem sido
associada à etiologia do câncer de bexiga em alguns grupos de risco, como os trabalhadores expostos a emissões de
fornos de coque.
Os seguintes agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional devem ser considerados na
investigação da etiologia do câncer de bexiga em trabalhadores:
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias;
- aminas aromáticas e seus derivados (beta-naftilamina, 2-cloroanilina, benzidina, o-toluidina, 4-cloro
orto-toluidina);
- emissões de fornos de coque;
- óleos minerais de corte ou solúveis.
Os tumores malignos da bexiga podem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo
II da Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco associado na etiologia multicausal.


Monday, September 29, 2014

Neoplasia maligna da bexiga Câncer de Bexiga - Definição da Doença

Neoplasia maligna da bexiga Câncer de Bexiga - Definição da Doença

7.6.10 NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA CID-10 C67.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Câncer de bexiga engloba amplo espectro de doenças neoplásicas, que inclui tumores curáveis
com mínima intervenção, até aqueles invasivos e metastáticos que levam à morte.
Esse espectro de possibilidades é representativo da provável evolução
de um epitélio normal → epitélio atípico → carcinoma in situ → carcinoma de células transicionais
(Graus I e II) → carcinoma de células transicionais (Grau III) → carcinoma paradoxicum.

Do ponto de vista histológico, cerca de 90% dos cânceres de bexiga são carcinomas de células transicionais
(uroteliais) e cerca de 8% são dos subtipos de carcinomas de células escamosas.
Os adenocarcinomas, sarcomas, linfomas e tumores carcinóides são muito raros.
Do ponto de vista clínico e citoscópico, os tipos de câncer de bexiga incluem os cânceres papilíferos
solitários, os mais comuns e menos prováveis de mostrar infiltração,
os carcinomas papilíferos difusos, os tumores
sésseis e o carcinoma in situ.

DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO



Sunday, September 28, 2014

A Proibição do Asbesto Amianto no Brasil

A Proibição do Asbesto Amianto no Brasil

No Brasil, a NR 15 estabelece, desde 1991, a proibição do uso de fibras de anfibólios
(crocidolita, amosita, tremolita), mas para as fibras respiráveis de crisotila define o LT de 2,0 fibras/cm³.
A Lei Federal n.º 9.055/1995 disciplina a extração, industrialização, utilização,
comercialização e transporte do asbesto/amianto e dos produtos que o contenham,
bem como as fibras naturais e artificiais, de qualquer origem, utilizadas para o mesmo fim.
Proíbe a extração, industrialização, utilização e comercialização das variedades pertencentes
ao grupo dos anfibólios, a pulverização de todos os tipos de fibras e a venda a granel
de fibras em pó.
Define também que todas as empresas que manipularem ou utilizarem materiais contendo
asbesto/amianto da variedade crisotila ou as fibras naturais e artificiais deverão enviar
anualmente, ao SUS, listagem de seus empregados, com indicação de setor, função, cargo,
data de nascimento, de admissão e de avaliação médica periódica e diagnóstico.
Indica que os LT devem ser revisados anualmente, mantidos o mais baixo exeqüível e que o
transporte deve seguir as normas de transporte de produtos perigosos.
Os setores de vigilância do SUS deverão cobrar das empresas em seu território o cumprimento
do disposto nessa lei.

A empresa deve realizar os exames médicos periódicos dos trabalhadores, visando à detecção precoce de sinais e
sintomas e à tomada de medidas para prevenção do agravamento. Além do exame clínico completo, recomenda-se:
- utilizar instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios já validados nacional
ou internacionalmente;
- radiografia de tórax, no padrão OIT (1980), na admissão e anualmente;
- espirometria, bienalmente, segundo a técnica preconizada pela American Thoracic Society (1987).
É importante reafirmar que se esses exames podem servir para o diagnóstico precoce da asbestose, de
nada adiantam para o mesotelioma pleural, considerando seu surgimento sempre rápido e a evolução altamente letal.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Está em curso no País, acompanhando um movimento internacional, um processo de banimento do uso
do asbesto.





Saturday, September 27, 2014

Mesotelioma - Prevenção

Mesotelioma - Prevenção

A prevenção do mesotelioma relacionado ao trabalho deve seguir as determinações da Convenção/OIT n.º
139/1974, mencionada na introdução deste capítulo.
O controle ambiental do asbesto (amianto) e, desejavelmente, a proibição progressiva de sua extração,
importação, industrialização e utilização (como já ocorre com os anfibólios no Brasil e também com a crisotila em vários
países) podem, efetivamente, reduzir a incidência do mesotelioma em trabalhadores expostos. As medidas de controle
ambiental visam à eliminação da exposição ou ao seu controle em níveis próximos de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, uso de pressão negativa e a
umidificação do ar;
- utilização, na indústria, de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, medidas gerais de limpeza dos ambientes de trabalho e
facilidades para higiene pessoal;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes, com monitoramento sistemático das
concentrações de fibras no ar ambiente;
- em atividades de mineração, adotar técnicas de perfuração a úmido para diminuir a concentração de
poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, de modo complementar às medidas de proteção coletiva adotadas. O uso de máscaras
ou balas para respirar (pulmão aquático) podem ser úteis nos trabalhos em que haja exposição
intermitente e breve.

As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante.
A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
A OSHA estabelece como limite de exposição permitido, para todas as fibras de asbesto maiores do que 5
micra, o valor de 0,1 fibra/cm³, mesmo limite de exposição recomendado pelo NIOSH. A ACGIH estabeleceu, em 1998,
como limite aceitável de exposição (TLV-TWA) para todas as formas de asbesto, o mesmo valor (0,1 fibra/cm³), com a
observação de que o asbesto deve ser considerado carcinogênico humano confirmado (grupo A1).


Friday, September 26, 2014

Mesotelioma - Tratamento

Mesotelioma - Tratamento

TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS

Os tratamentos indicados são:
- cirurgia;
- radioterapia;
- quimioterapia.
Os resultados são pobres e a sobrevida média é de 3 a 6 meses,
independentemente das tentativas de tratamento.


Thursday, September 25, 2014

Mesotelioma - Quadro clínico e diagnóstico

Mesotelioma - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O mesotelioma maligno pleural aparece como uma pequena área em forma de placa ou nódulo, na pleura
visceral ou parietal, que evolui em forma coalescente, formando massas tumorais mais volumosas, com freqüência
acompanhadas de derrame pleural.
O tumor desenvolve-se por extensão direta, formando grandes massas de tecido tumoral que invadem as
estruturas adjacentes, incluindo a parede do tórax, a fissura interlobar, o parênquima pulmonar, o mediastino, o pericárdio,
o diafragma, o esôfago, os grandes vasos do mediastino, a pleura contralateral e a cavidade peritoneal. A morte
geralmente é causada pela compressão de uma ou mais das estruturas vitais.
No mesotelioma maligno peritoneal, o espessamento do peritônio visceral e parietal pode rodear e comprimir
o intestino, o fígado e o baço.
Grandes massas podem causar obstrução intestinal e, nas grandes expansões, o tumor
estende-se até o retroperitônio, o pâncreas comprime os rins, podendo invadir o diafragma e chegar até os pulmões.
Do ponto de vista histológico, os mesoteliomas podem ser classificados como epiteliais em cerca de 35 a
40% dos casos; sarcomatóides em cerca de 20% dos casos; mistos em cerca de 35 a 40% dos casos e indiferenciados
em cerca de 5 a 10% dos casos.
O quadro clínico do mesotelioma maligno da pleura manifesta-se por dispnéia, dor torácica ou a combinação
de ambos os sintomas. No caso do mesotelioma maligno do pericárdio, o quadro pode ser de dor torácica e insuficiência
cardíaca congestiva, com achados de constrição cardíaca, com aumento da sombra cardíaca devido ao derrame,
semelhante à pericardite. O mesotelioma maligno do peritônio apresenta-se com um quadro de ascite progressiva, dor
abdominal e presença de massa tumoral no abdômen.


Wednesday, September 24, 2014

Todos os tipos de fibra de asbesto são carcinogênicos - Mesotelioma - Epidemiologia e Fatores de risco

Todos os tipos de fibra de asbesto são carcinogênicos - Mesotelioma - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A relação etiológica dos mesoteliomas malignos com o asbesto (amianto) foi estabelecida
por Wagner e colaboradores em trabalho realizado na Província do Cabo, na África do Sul,
publicado em 1960.
Posteriormente, Newhouse e colaboradores, do Reino Unido, confirmaram esta relação causal,
em um estudo epidemiológico clássico, do tipo casos x controles, realizado em Londres
na década de 70.
Ambos os estudos mostraram que tanto a exposição ocupacional ao asbesto quanto a exposição
ambiental nos domicílios próximos a plantas industriais e/ou exposição das
mulheres dos trabalhadores, por meio da roupa contaminada com fibras de asbesto trazida
das fábricas, estão associadas com a etiologia dos mesoteliomas malignos.
É muito alta, mais de 90%, a probabilidade de que adultos que desenvolvem mesotelioma maligno
de pleura ou de peritônio tenham trabalhado ou residido expostos ao asbesto.
A exposição deve ser investigada no passado do paciente, inclusive de pequenas exposições
ao longo dos anos, como a de encanadores que instalam caixas d’água de cimento-amianto,
fazendo os furos para passagem dos canos e respirando a poeira; carpinteiros da
construção civil, na perfuração das telhas de cimento-amianto para fixação;
mecânicos de veículos que lixam as lonas e pastilhas de freios;
trabalhadores expostos a talco contaminado com fibras de amianto em atividades
na indústria de artefatos de borracha e no lixamento de massa plástica
usada no reparo de inúmeros objetos.

Todos os tipos de fibra de asbesto são carcinogênicos para a produção de mesoteliomas malignos, sendo
considerados como carcinogênicos completos, já que atuam como iniciadores e como promotores do processo. Entre
as fibras, os anfibólios (crocidolita, antofilita, tremolita e amosita, principalmente) são os maiores responsáveis pela
produção de mesoteliomas.
O desenvolvimento desses tumores malignos não parece ser dose-dependente, o que significa que, em
princípio, qualquer número de fibras pode iniciar e promover o tumor, o que explicaria sua incidência em mulheres de
trabalhadores, em seus filhos ou em pessoas que residem ou freqüentam edifícios revestidos com asbesto, utilizado
para fins de isolamento térmico.
O período de latência, entre a primeira exposição e a manifestação do mesotelioma maligno, é muito longo,
podendo ser de 35 a 45 anos, ainda que alguns trabalhos mostrem períodos relativamente curtos, em torno de 20 anos,
porém raramente inferior a 15 anos.
Os mesoteliomas malignos da pleura, do peritônio e/ou do pericárdio, ocorrendo em trabalhadores com
história de exposição ocupacional ao asbesto, devem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado como causa necessária na etiologia
desses tumores, ainda que outros fatores de risco possam atuar como coadjuvantes. Ter residido nas proximidades de
unidades industriais que processam o asbesto pode constituir um fator de risco adicional.


Tuesday, September 23, 2014

Mesotelioma - Definição da Doença

Mesotelioma - Definição da Doença

MESOTELIOMAS: CID-10 C45.-
MESOTELIOMA DA PLEURA C45.0
MESOTELIOMA DO PERITÔNIO C45.1
MESOTELIOMA DO PERICÁRDIO

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Mesoteliomas são tumores – benignos ou malignos – de origem mesodérmica,
que surgem na camada de revestimento das cavidades pleural, pericárdica ou peritoneal.

A pleura é uma membrana dupla, semelhante a um saco, que envolve o pulmão.
O pericárdio é uma formação sacular que envolve o coração.
Cavidade peritoneal é a parte do abdômen que abriga os órgãos internos, como intestinos, estômago, fígado, etc.

Monday, September 22, 2014

Neoplasias malignas da pele - Prevenção

Neoplasias malignas da pele - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna da pele relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
A eliminação ou o controle da exposição ao arsênio, aos derivados do carvão mineral e do coque do
petróleo, do contato com óleos minerais e derivados do alcatrão e a proteção radiológica exemplificam medidas que
podem reduzir a incidência dos epiteliomas malignos em grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental
visam à eliminação da exposição ou à sua redução a concentrações próximas de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- utilização, na indústria, de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, facilidades para higiene pessoal, como recursos
para banho, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente e das
radiações ionizantes e não-ionizantes;
- técnicas de perfuração a úmido em atividades de mineração, para diminuir concentração de poeiras no
ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados,
em bom estado de conservação, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.

Entre as medidas preventivas específicas para o controle da exposição à radiação ultravioleta, estão:
- exposição gradual à radiação solar;
- limitação da exposição a horários de menor radiação solar;
- uso de filtros solares (fotoprotetores) que absorvem os raios ultravioleta (UVB);
- vestuário adequado, limpo, arejado, de tecido apropriado às condições climáticas (temperatura e
umidade), incluindo chapéus, de forma a proteger o rosto e a pele do corpo da exposição em ambientes
externos.
Sobre os procedimentos de vigilância da exposição às radiações ionizantes ver, neste capítulo, o protocolo
Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros.
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do PCMSO
(NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica e exames complementares orientados pela exposição ocupacional. Para alguns dos agentes,
a NR 7 define parâmetros específicos, como, por exemplo, o IBMP para o arsênio na urina é de 50 µg/g de creatinina.
A realização de exames médicos periódicos, com rigoroso exame dermatológico nos trabalhadores de grupos de risco,
ainda que não reduzam a incidência dos carcinomas de pele relacionados (ou não) ao trabalho, podem contribuir para
sua detecção em estágios iniciais, aumentando o sucesso do tratamento.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.

C45.2


Sunday, September 21, 2014

Neoplasias malignas da pele - Tratamento

Neoplasias malignas da pele - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Está indicada a ressecção cirúrgica tradicional, com uma margem livre de tumor de 3 a 10 mm, dependendo
do seu tamanho. Outros procedimentos incluem a cirurgia de Moh, curetagem,
criocirurgia e radioterapia.
A conduta nos tumores grandes e profundamente erosivos, ou com metástases a distância,
deverá ser avaliada clínica e cirurgicamente com o devido critério.
De um modo geral, o sucesso do tratamento cirúrgico e radioterápico dos epiteliomas malignos, não-
metastáticos, é extremamente elevado, chegando a faixas entre 90 e 95%. Pode ocorrer recidiva do tumor, principalmente
se a excisão não foi feita com a devida margem de segurança.
Nos tumores cutâneos, tal como em outras doenças de pele, a deficiência, se houver, poderá incidir sobre
a esfera funcional, propriamente dita, e sobre a esfera estética.
Na primeira, dependendo do grau de comprometimento
da lesão e de sua localização, poderá haver prejuízo de movimentos e de outras funções relacionadas com as atividades
diárias. Dor e prurido podem ser importantes.
Após o tratamento cirúrgico, poderão permanecer seqüelas de
desfiguramento do paciente, cicatrizes e sinais de enxerto de pele.


Saturday, September 20, 2014

Neoplasias malignas da pele - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasias malignas da pele - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
de DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

O carcinoma de células basais, ou basocelular, apresenta-se como uma lesão rugosa, pigmentada com
telangiectasias, de crescimento lento e localizada em sítios de exposição solar.
O carcinoma de células escamosas ou
espinocelular manifesta-se como um nevus eritematoso, de crescimento lento, que pode evoluir a nódulos que,
freqüentemente, ulceram. As manifestações a distância desses carcinomas são raras, podendo ocorrer perda de peso,
anorexia, letargia, derrame pleural, ascite, sintomas neurológicos provocados por metástases e dor óssea.
O diagnóstico é feito pela história clínica e exame físico, com ênfase na pele, na região das costas, cavidade
oral, região perianal e genital, lesões de intertrigo, pesquisa de adenopatias no pescoço, ausculta pulmonar, palpação
abdominal para pesquisa de massas tumorais e hepatomegalia. Os exames laboratoriais incluem o quadro hematológico
completo, transaminases hepáticas, fosfatase alcalina e biópsia da lesão.
O melhor recurso diagnóstico do carcinoma de células basais é a biópsia da lesão suspeita. Quando há
suspeita de carcinoma de células escamosas, a biópsia deve ser aprofundada.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com algumas infecções (fúngicas, tularemia, sífilis, carbúnculo) lesões
inflamatórias (pioderma gangrenoso, gota), estase venosa e úlceras varicosas, psoríase, seborréia e ceratose pré-maligna.


Friday, September 19, 2014

Neoplasias malignas da pele - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasias malignas da pele - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia dos cânceres de pele está fortemente associada com a exposição actínica, em especial os raios
ultravioleta. Cerca de 90% desses cânceres desenvolvem-se em regiões do corpo expostas ao sol. A incidência em
populações brancas aumenta muito em regiões próximas à linha do Equador e com a altitude, quando comparada com
o nível do mar. As pessoas de pele clara, que sofrem queimaduras solares com mais facilidade, têm um risco aumentado
de desenvolver câncer de pele. A incidência em negros é muito mais baixa que em brancos. Profissões que expõem os
trabalhadores à intensa radiação solar, como agricultores, trabalhadores da construção civil e mineração a céu aberto,
pescadores e marinheiros, por exemplo, têm taxas de incidência de câncer de pele mais elevadas do que a população
em geral ou trabalhadores de outras profissões menos expostos à radiação actínica.
Outros fatores de risco associados ou predisponentes têm sido observados, tais como:
história familiar de câncer de pele, recepção de rim transplantado, xeroderma pigmentoso,
síndrome de Gorling, albinismo, infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV),
inflamação crônica, cicatrizes, ceratoses arsenicais (doença de Bowen,) ceratoses
solares e traumatismo.
O câncer de pele decorrente de exposição ocupacional foi descrito, pela primeira vez, por Percivall Pott, em
1775, no escroto de trabalhadores limpadores (ou ex-limpadores) de chaminés, após contato direto da pele com
fuligem. Mais tarde, em 1915, Yamagiwa & Ichikawa descreveram a indução de tumores de pele em animais, pela
aplicação de alcatrão do carvão sobre suas peles.
Na década de 40, foi isolado e sintetizado o benzopireno (3,4-benzopireno),
identificado como o cancerígeno responsável pelos tumores descritos por Pott.
Hoje, sabe-se que os diferentes hidrocarbonetos policíclicos aromáticos variam muito na sua
potência cancerígena.
Outro exemplo é o câncer de pele devido ao arsênio, seja em sua produção, utilização de seus produtos ou ingestão de água contaminada, como
ocorre, endemicamente, no norte da Argentina, Chile, em regiões do México e Taiwan.
A radiação ionizante também
pode causar câncer de pele, ainda que com os atuais procedimentos de segurança se acredite que a incidência se
tenha reduzido notavelmente.
Os seguintes agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional devem ser considerados na
investigação da etiologia de câncer de pele em trabalhadores:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina, creosoto, piche, xisto betuminoso e produtos de resíduos
dessas substâncias;
- radiações ionizantes;
- radiações ultravioleta;
- óleos minerais lubrificantes e de corte naftêmicos ou parafínicos.
Os epiteliomas malignos podem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado importante fator de risco, associado com a sua etiologia
multicausal.


Thursday, September 18, 2014

Neoplasias malignas da pele - Definição da Doença

Neoplasias malignas da pele - Definição da Doença

7.6.8 OUTRAS NEOPLASIAS MALIGNAS DA PELE CID-10 C44.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os epiteliomas são neoplasias do epitélio, que podem ser benignos ou malignos. Porém, o termo epitelioma
é geralmente reservado para designar os processos malignos, correspondendo aos carcinomas de células basais
(basocelulares) e aos carcinomas de células escamosas (espinocelulares). Os melanomas normalmente são incluídos
em outra categoria.


Wednesday, September 17, 2014

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Prevenção

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros relacionada ao trabalho
deve se orientar pelas determinações da Convenção/OIT n.º 139/1974, a respeito de prevenção e controle de riscos
profissionais causados por substâncias ou agentes cancerígenos, ratificada pelo Brasil em junho de 1990 e vigente
desde junho de 1991, mencionada na introdução deste capítulo. O controle ambiental da exposição às radiações
ionizantes é essencial para reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
A exposição às radiações ionizantes deve ser limitada, com controle rigoroso das fontes de radiação, tanto
em ambientes industriais como nos serviços de saúde. Devem ser observadas as seguintes diretrizes básicas de
proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, definidas pela Portaria/MS n.º 453/1998:
- os equipamentos devem ter dispositivos de segurança, anteparos de proteção e manutenção preventiva
rigorosa;
- as salas e setores devem ser dotados de sinalização, proteção e blindagem;
- os procedimentos operacionais e de segurança devem ser bem definidos, incluindo situações de
acidentes e emergências;
- o pessoal deve receber treinamento adequado e ser supervisionado;
- os equipamentos e fontes devem ser posicionados o mais distante possível dos trabalhadores;
- deve-se diminuir o número de trabalhadores nesses setores e o tempo de exposição.
Aos trabalhadores expostos a radiações ionizantes deve ser garantido:
- monitoramento contínuo por meio de dosimetria individual;
- realização de exames periódicos para detecção precoce de efeitos à saúde, incluindo a realização de
hemograma completo e contagem de plaquetas no pré-admissional e semestralmente;
- fornecimento de equipamentos de proteção, entre eles, anteparos, aventais blindados e luvas.
Os procedimentos de vigilância devem incluir a verificação da adequação e o cumprimento, pelo empregador,
do PPRA (NR 9), do PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e
municípios. A realização de hemogramas periódicos em trabalhadores expostos a radiações ionizantes, como determina
a NR 7, ainda que não ajude a reduzir a incidência do osteossarcoma e outros tumores malignos, pode contribuir para
detecção de outros sinais precoces relacionados com a exposição excessiva.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.






Tuesday, September 16, 2014

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Tratamento

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento especializado é cirúrgico, associado à radioterapia e à quimioterapia.


Monday, September 15, 2014

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Quadro clínico e diagnóstico

Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por dor local, sinais inflamatórios e edema na região correspondente ao
tumor. No osteossarcoma primário do jovem, chama a atenção o componente dor persistente, mais à noite, antes de
sinais externos. O diagnóstico é baseado em história clínica, exame local, radiografia, tomografia computadorizada e
dosagem da fosfatase alcalina. Deve-se pesquisar metástases pulmonares.