Wednesday, June 11, 2014

Grupos das doenças relacionadas de acordo com a classificação proposta por Schilling

Grupos das doenças relacionadas de acordo com a classificação proposta por Schilling

O Quadro II resume e exemplifica os grupos das doenças relacionadas de acordo
com a classificação proposta por Schilling (1984).


GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas doenças profissionais, stricto sensu, e pelas
intoxicações agudas de origem ocupacional.


GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo, mas não necessário, exemplificadas
pelas doenças comuns, mais freqüentes ou mais precoces em determinados grupos ocupacionais e para
as quais o nexo causal é de natureza eminentemente epidemiológica. A hipertensão arterial e as neoplasias
malignas (cânceres), em determinados grupos ocupacionais ou profissões, constituem exemplo típico.


GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida ou
preexistente, ou seja, concausa, tipificadas pelas doenças alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios
mentais, em determinados grupos ocupacionais ou profissões.
Entre os agravos específicos estão incluídas as doenças profissionais, para as quais se considera que o
trabalho ou as condições em que ele é realizado constituem causa direta. A relação causal ou nexo causal é direta e
imediata. A eliminação do agente causal, por medidas de controle ou substituição, pode assegurar a prevenção, ou
seja, sua eliminação ou erradicação. Esse grupo de agravos, Schilling I, tem, também, uma conceituação legal no
âmbito do SAT da Previdência Social e sua ocorrência deve ser notificada segundo regulamentação na esfera da
Saúde, da Previdência Social e do Trabalho.

Os outros dois grupos, Schilling II e III, são formados por doenças consideradas de etiologia múltipla, ou
causadas por múltiplos fatores de risco. Nessas doenças comuns, o trabalho poderia ser entendido como um fator de
risco, ou seja, um atributo ou uma exposição que estão associados com uma probabilidade aumentada de ocorrência
de uma doença, não necessariamente um fator causal (Last, 1995). Portanto, a caracterização etiológica ou nexo
causal será essencialmente de natureza epidemiológica, seja pela observação de um excesso de freqüência em
determinados grupos ocupacionais ou profissões, seja pela ampliação quantitativa ou qualitativa do espectro de
determinantes causais, que podem ser melhor conhecidos a partir do estudo dos ambientes e das condições de trabalho.
A eliminação desses fatores de risco reduz a incidência ou modifica o curso evolutivo da doença ou agravo à saúde.



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