Monday, November 2, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Quadro clínico e diagnóstico

Ulceração ou necrose do septo nasal - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A ulceração do septo nasal é uma fase evolutiva da ação dos agentes irritantes sobre a mucosa nasal.
Precede a perfuração e ocorre na cartilagem do septo nasal, devida, principalmente, aos seguintes fatores:
- vascularização deficiente da mucosa que reveste a cartilagem do septo;
- suscetibilidade individual;
- higiene pessoal precária;
- presença de aerodispersóides irritando a mucosa;
- concentração do agente patogênico em níveis excessivos.

O cromo, além da ação irritante para as vias aéreas superiores, pode ser sensibilizante. O tempo de
exposição é um dos fatores responsáveis pelo aparecimento da perfuração. A maioria dos casos ocorre com três anos
de exposição, mas já foram descritos tempos tão curtos, como três meses, refletindo níveis de exposição excessivamente
elevados e alta suscetibilidade a esse efeito tóxico.

A ulceração manifesta-se com rinorréia e epistaxes, podendo ser confundida com resfriado. Ao exame
rinoscópico, a ulceração aparece revestida por crosta hemática ou sero hemorrágica. O paciente/trabalhador pode
desconhecer que tem o quadro, sendo um achado ocasional ao exame físico. Quando ocorre a perfuração, pode
aparecer dificuldade para pronunciar as palavras, produzindo um som do tipo assobio pelo nariz. O aumento do orifício
faz desaparecer esse assobio. Geralmente não há dor.
A caracterização da perfuração é essencialmente clínica e rinoscópica. A perfuração costuma ser regular,
arredondada e coberta de muco ou crosta de sangue. O achado pode ser simultâneo com ulcerações crônicas que podem
ser consideradas outras manifestações da mesma história natural. As lesões podem estender-se até a junção do septo
com o etmóide e, posteriormente, com o vomer. De um modo geral, não ocorre comprometimento das partes ósseas.
O diagnóstico é feito com base na história clínica e ocupacional e no exame físico, incluindo rinoscopia
direta. O diagnóstico diferencial deve ser feito com inalação de drogas e, em regiões endêmicas, com a leishmaniose
e a hanseníase.



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