Wednesday, December 31, 2014

Transtorno orgânico de personalidade - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtorno orgânico de personalidade - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de transtorno orgânico de personalidade têm sido encontrados entre os efeitos da exposição
ocupacional às seguintes substâncias químicas tóxicas:
- brometo de metila;
- chumbo ou seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos ;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de
transtorno orgânico de personalidade, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da
Classificação de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Tuesday, December 30, 2014

Transtorno orgânico de personalidade - Definição da Doença

Transtorno orgânico de personalidade - Definição da Doença

10.3.4 TRANSTORNO ORGÂNICO DE PERSONALIDADE CID-10 F07.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Transtorno orgânico de personalidade é conceituado como a alteração da personalidade e do comportamento
que aparece como um transtorno concomitante ou residual de uma doença, lesão ou disfunção cerebral. Caracteriza-
se por uma alteração significativa dos padrões habituais de comportamento pré-mórbido, particularmente no que se
refere à expressão das emoções, necessidades e impulsos. As funções cognitivas podem estar comprometidas de
modo particular ou mesmo exclusivo nas áreas de planejamento e antecipação das prováveis conseqüências pessoais
e sociais, como na chamada síndrome do lobo frontal, que pode ocorrer não apenas associada à lesão no lobo frontal,
mas também a lesões de outras áreas cerebrais circunscritas.


Monday, December 29, 2014

Transtorno cognitivo leve - Prevenção

Transtorno cognitivo leve - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do transtorno cognitivo leve relacionado ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das
condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito
por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento
psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução dos níveis de exposição às substâncias
químicas envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.
A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool.

Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.


Sunday, December 28, 2014

Transtorno cognitivo leve - Tratamento

Transtorno cognitivo leve - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O diagnóstico de transtorno cognitivo leve indica a existência de agravos à fisiologia normal do córtex
cerebral. Considerando que a causa do agravo (agente tóxico), no caso do transtorno cognitivo leve relacionado ao
trabalho, encontra-se no ambiente ocupacional, a principal medida terapêutica é o afastamento do paciente do trabalho.
A avaliação criteriosa do estágio de comprometimento das funções cognitivas deve ser feita por especialista.
As conduções médica, psicológica e social do caso incluem o tratamento farmacológico e sintomático: benzodiazepínicos
para insônia e ansiedade; antidepressivos para depressão. Sintomas psicóticos nos casos de transtorno cognitivo leve
são raros. Dependendo do grau de disfunção e/ou lesão, pode-se avaliar a utilidade da reabilitação neuropsicológica
do paciente e da reabilitação profissional.
As medidas de controle médico e vigilância em relação aos demais trabalhadores expostos ao agente
tóxico no mesmo ambiente de trabalho são fundamentais na prevenção de outros casos.

DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO


Saturday, December 27, 2014

Transtorno cognitivo leve - Quadro clínico e diagnóstico

Transtorno cognitivo leve - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A principal manifestação é um declínio no desempenho cognitivo, que inclui queixas de comprometimento da
memória, dificuldades de aprendizado ou de concentração. Testes psicológicos objetivos podem ser úteis, mas devem ser
interpretados com cuidado, dada sua inespecificidade e a confusão com outras causas ligadas às condições de vida.
O diagnóstico diferencial com as síndromes pós-encefalítica e pós-traumática pode ser feito a partir da
etiologia e da menor amplitude dos sintomas, geralmente mais leves e de mais curta duração.


Friday, December 26, 2014

Transtorno cognitivo leve - Epidemiologia e Fatores de risco

Transtorno cognitivo leve - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de transtorno cognitivo leve têm sido encontrados entre os efeitos da exposição ocupacional às
seguintes substâncias químicas tóxicas e agentes físicos:
- brometo de metila;
- chumbo e seus compostos tóxicos;
- manganês e seus compostos tóxicos;
- mercúrio e seus compostos tóxicos;
- sulfeto de carbono;
- tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos;
- tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos;
- outros solventes orgânicos neurotóxicos;
- níveis elevados de ruído.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, entre outras, o diagnóstico de
transtorno cognitivo leve relacionado ao trabalho, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no
Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Thursday, December 25, 2014

Transtorno cognitivo leve - Definição da Doença

Transtorno cognitivo leve - Definição da Doença

10.3.3 TRANSTORNO COGNITIVO LEVE CID-10 F06.7

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Transtorno cognitivo leve caracteriza-se por alterações da memória, da orientação, da capacidade de
aprendizado e redução da capacidade de concentração em tarefas prolongadas. O paciente se queixa de intensa
sensação de fadiga mental ao executar tarefas mentais e um aprendizado novo é percebido subjetivamente como
difícil, ainda que objetivamente consiga realizá-lo bem. Esses sintomas podem manifestar-se precedendo ou sucedendo
quadros variados de infecções (inclusive por HIV) ou de distúrbios físicos, tanto cerebrais quanto sistêmicos, sem que
haja evidências diretas de comprometimento cerebral.


Wednesday, December 24, 2014

Delirium - Prevenção

Delirium - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção do delirium, não-sobreposto à demência, relacionado ao trabalho, consiste na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
Requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento
seja feito por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao
sofrimento psíquico do trabalhador e aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.

As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a substâncias químicas
envolvidas na gênese da doença, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais e individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Tuesday, December 23, 2014

Delirium - Tratamento

Delirium - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O delirium, enquanto quadro agudo ou subagudo, caracteriza-se como uma emergência médica, e o primeiro
objetivo do tratamento é controlar a condição ou o fator que o está causando. No caso da exposição ocupacional a
agentes tóxicos para o sistema nervoso central, o afastamento do paciente/trabalhador do ambiente de trabalho é a
primeira conduta a ser tomada. Prover suporte físico (evitar acidentes: os pacientes podem se machucar devido à
desorientação e alterações psicomotoras), sensorial e ambiental (controle do nível de estímulos do ambiente: nem
pouco nem muito, manter referências conhecidas pelo paciente e pessoas calmas e familiares por perto).
O tratamento farmacológico sintomático é necessário nos casos em que há insônia e sintomas psicóticos
como alucinações, delírios e agitação psicomotora. O medicamento de escolha é o haloperidol em dose inicial variando
de 2 a 10 mg (dependendo do peso, idade e das condições físicas do paciente) por via intramuscular, repetida ao final
de uma hora se o paciente permanecer agitado. A dose oral deve ser 1,5 vez maior que a parenteral, para manter o
mesmo efeito terapêutico. A dose diária efetiva de haloperidol pode variar de 5 a 50 mg, de acordo com a gravidade do
delirium. A insônia pode ser tratada com benzodiazepínicos de meia-vida curta, como o lorazepam. O uso de
anticonvulsivantes está indicado nos casos em que há convulsões concomitantes.


Monday, December 22, 2014

Delirium - Quadro clínico e diagnóstico

Delirium - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No que se refere aos quadros relacionados ao trabalho, devem ser observados os seguintes critérios
diagnósticos:
- rebaixamento do nível da consciência – traduzido pela redução da clareza da consciência em relação
ao ambiente, com diminuição da capacidade de direcionar, focalizar, manter ou deslocar a atenção. É
o aspecto fundamental entre os critérios diagnósticos para o delirium;
- alterações na cognição, tais como déficit de memória, desorientação, perturbação de linguagem ou
desenvolvimento de uma perturbação da percepção que não é explicada por uma demência preexistente,
estabelecida ou em evolução;
- perturbação que se desenvolve ao longo de um curto período de tempo (horas a dias), com tendência
a flutuações no decorrer do dia;
- existência de evidências a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais de que a perturbação
é conseqüência direta ou indireta, associada a uma situação de trabalho.


Sunday, December 21, 2014

Delirium - Epidemiologia e Fatores de risco

Delirium - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Quadros de delirium têm sido encontrados entre os efeitos da exposição ocupacional às seguintes
substâncias químicas tóxicas, ou condições:
- substâncias asfixiantes: monóxido de carbono (CO), dissulfeto de hidrogênio (H2S);
- sulfeto de carbono;
- metais pesados (manganês, mercúrio, chumbo e arsênio);
- derivados organometálicos (chumbo tetraetila e organoestanhosos);
- trauma crânio-encefálico (TCE).

Deve ser afastada a possibilidade de uma demência preexistente, estabelecida ou em evolução. O delirium
pode decorrer de uma condição médica geral, como o experimentado por alguns pacientes durante períodos de
hospitalização. De 15 a 25% dos pacientes em alas de medicina interna e 30% dos pacientes em alas cirúrgicas de
tratamento intensivo e unidades cardíacas apresentam delirium por intoxicação com substância – devendo ser verificada
a droga específica envolvida ou abstinência de substância – ou devido a múltiplas etiologias.
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, o diagnóstico de delirium relacionado
ao trabalho, excluídas outras causas não-ocupacionais, pode ser enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling,
em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.


Saturday, December 20, 2014

Delirium - Definição da Doença

Delirium - Definição da Doença

10.3.2 DELIRIUM, NÃO-SOBREPOSTO À DEMÊNCIA, COMO DESCRITA CID-10 F05.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Delirium é uma síndrome caracterizada por rebaixamento do nível de consciência, com distúrbio da orientação
(no tempo e no espaço) e da atenção (hipovigilância e hipotenacidade), associada ao comprometimento global das
funções cognitivas. Podem ocorrer alterações do humor (irritabilidade), da percepção (ilusões e/ou alucinações
especialmente visuais), do pensamento (ideação delirante) e do comportamento (reações de medo e agitação
psicomotora). Geralmente, o paciente apresenta uma inversão característica do ritmo vigília-sono com sonolência
diurna e agitação noturna. Pode vir acompanhada de sintomas neurológicos como tremor, asterixis, nistagmo,
incoordenação motora e incontinência urinária. Geralmente, o delirium tem um início súbito (em horas ou dias), um
curso breve e flutuante e uma melhora rápida assim que o fator causador é identificado e corrigido. O delirium pode
ocorrer no curso de uma demência, pode evoluir para demência, para recuperação completa ou para a morte. Apresenta
distintos níveis de gravidade, de formas leves a muito graves.


Friday, December 19, 2014

Demência - Prevenção

Demência - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da demência relacionada ao trabalho consiste, basicamente, na vigilância dos ambientes, das
condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. Requer uma
ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e da vigilância, sendo desejável que o atendimento seja feito
por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar, capacitada a lidar e a dar suporte ao sofrimento
psíquico do trabalhador, aos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
Na presença de um fator de risco químico, as medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à
redução dos níveis de exposição, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos
e o tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva.

A intervenção sobre as condições de trabalho se baseia na análise ergonômica do trabalho real ou da
atividade, buscando conhecer, entre outros aspectos:
- conteúdo das tarefas, dos modos operatórios e dos postos de trabalho;
- ritmo e intensidade do trabalho;
- fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho e das normas de produção;
- sistemas de turnos;
- sistemas de premiação e incentivos;
- fatores psicossociais individuais;
- relações de trabalho entre colegas e chefias;
- medidas de proteção coletiva e individual implementadas pelas empresas;
- as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos trabalhadores.

A participação dos trabalhadores e dos níveis gerenciais é essencial para a implementação das medidas
corretivas e de promoção da saúde que envolvam modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da
saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas,
especialmente álcool. A prevenção de acidentes graves com potencial para causar traumatismos crânio-encefálicos deve
ser sistemática, por meio de práticas gerenciais e medidas de segurança adequadas, com a participação dos trabalhadores.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.




Thursday, December 18, 2014

Demência - Tratamento

Demência - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A abordagem dos pacientes demenciados caracteriza-se por cuidados médicos de suporte:
- indicação médica de afastamento do trabalhador da exposição ao agente tóxico;
- possibilitar o acesso do paciente aos benefícios do SAT;
- suporte emocional para o paciente e sua família;
- tratamento farmacológico sintomático: benzodiazepínicos para ansiedade e insônia, antidepressivos
para depressão, antipsicóticos para delírios, alucinações e comportamento disruptivo;
- manejo da situação de trabalho: orientação das chefias e colegas de trabalho sobre a relação do
problema de saúde mental do paciente com o trabalho, buscando a colaboração e o suporte para a
investigação de outros casos no ambiente de trabalho de onde o paciente/trabalhador provém.


Wednesday, December 17, 2014

Demência - Quadro clínico e diagnóstico

Demência - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Critérios diagnósticos:
- comprometimento ou incapacidade manifestada pelo declínio das funções cognitivas (corticais
superiores), como: capacidade de aprendizagem, memória, atenção, concentração, linguagem, nível
de inteligência, capacidade de resolver problemas, juízo crítico e comportamento social adequado;
- comprometimento ou incapacidade pessoal para as atividades da vida diária.
Um declínio nas capacidades cognitivas é essencial para o diagnóstico de demência. As interferências no
desempenho de papéis sociais dentro da família, no trabalho e em outras esferas da vida não devem ser utilizadas
como única diretriz ou critério diagnóstico. Entretanto, essas podem servir como indicadores da investigação do
diagnóstico de demência e, uma vez feito o diagnóstico, como indicador útil da gravidade do quadro.


Tuesday, December 16, 2014

Demência - Epidemiologia e Fatores de risco

Demência - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As demências devidas às drogas e toxinas (incluindo a demência devida ao alcoolismo crônico) correspondem
de 10 a 20% dos casos de demência em geral. Os traumatismos cranianos respondem por 1 a 5% dos casos. Não
estão disponíveis dados que indiquem as porcentagens referentes à contribuição do trabalho ou da ocupação.
Quadros de demência têm sido encontrados trauma crânio-encefálico (TCE) e pelos efeitos da exposição
ocupacional às seguintes substâncias químicas tóxicas:
- substâncias asfixiantes: monóxido de carbono (CO), sulfeto de hidrogênio (H²S);
- sulfeto de carbono;
- metais pesados (manganês, mercúrio, chumbo e arsênio);
- derivados organometálicos (chumbo tetraetila e organoestanhosos).
Em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas neurotóxicas, o diagnóstico de demência
relacionada ao trabalho, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve ser enquadrado no Grupo I da Classificação
de Schilling, em que o trabalho desempenha o papel de causa necessária.