Neoplasia maligna do pâncreas - Epidemiologia e Fatores de risco
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do câncer de pâncreas são desconhecidas, porém sua ocorrência diferenciada em determinados
grupos humanos permite que se identifiquem alguns fatores de risco, entre os quais destaca-se o tabagismo. Estima-
se que esse fator pese cerca de 50% na etiologia do câncer de pâncreas. O etilismo e a pancreatite estão visivelmente
associados a este tumor maligno, assim como a pancreatite recidivante hereditária. O diabetes mellitus parece ser um
fator de risco em alguns casos, mas ainda não está claro se isso é verdadeiro, uma vez que o câncer de pâncreas
também pode causar diabetes, em pacientes idosos. Regimes alimentares contendo altos teores de gordura animal,
especialmente em carnes, têm sido referidos como fator de risco para o câncer de pâncreas, assim como o excesso de
café e a hipovitaminose A.
A etiologia ocupacional do câncer de pâncreas tem sido investigada, com resultados pouco claros, até o
momento.
Cerca de 24 produtos ou substâncias químicas, utilizados ou produzidos em ambientes
de trabalho, em cerca de 14 ramos de atividade e/ou profissões,
já foram relacionados com a produção e excesso de incidência e/ou de
mortalidade por esse tipo de tumor maligno. Porém, poucos trabalhos são metodologicamente consistentes. Entre
estes, destacam-se os estudos com trabalhadores da indústria química, expostos ao DDT (dicloro-difenil-tricloroetano),
entre os quais foi relatado um risco relativo de 5. Trabalhadores da indústria mecânico-metalúrgica e indústria
automobilística, expostos a óleos minerais (óleos solúveis), também se mostram mais suscetíveis ao câncer de pâncreas,
em vários estudos bem conduzidos do ponto de vista metodológico. Como ocorre com muitas outras localizações, as
radiações ionizantes produzidas em ambientes de trabalho estão associadas ao câncer de pâncreas, em grupos de
risco que incluem os radiologistas.
O câncer de pâncreas pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado como fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados
com a etiologia multicausal desse tumor.
Fonte: Doenças do Trabalho
Sunday, December 22, 2013
Neoplasia maligna do pâncreas - Definição da Doença
Neoplasia maligna do pâncreas - Definição da Doença
7.6.3 NEOPLASIA MALIGNA DO PÂNCREAS CID-10 C25.-
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As neoplasias malignas do pâncreas relacionadas ao trabalho abrangem os acometimentos do pâncreas
exócrino, essencialmente carcinomas tipo adenocarcinoma, que se localizam na cabeça do pâncreas em 60% dos
casos; no corpo, entre 15 a 20%; na cauda, em 5% dos casos; os difusos ou espalhados, de altíssima malignidade, em
20%; e os do pâncreas endócrino, mais raros.
Fonte: Doenças do Trabalho
7.6.3 NEOPLASIA MALIGNA DO PÂNCREAS CID-10 C25.-
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
As neoplasias malignas do pâncreas relacionadas ao trabalho abrangem os acometimentos do pâncreas
exócrino, essencialmente carcinomas tipo adenocarcinoma, que se localizam na cabeça do pâncreas em 60% dos
casos; no corpo, entre 15 a 20%; na cauda, em 5% dos casos; os difusos ou espalhados, de altíssima malignidade, em
20%; e os do pâncreas endócrino, mais raros.
Fonte: Doenças do Trabalho
Limite de exposição permitido para o monômero cloreto de vinila
Limite de exposição permitido para o monômero cloreto de vinila
A Occupational Safety and Health Administration (OSHA) estabelece o
limite de exposição permitido (LEP ou PEL) para o monômero cloreto de vinila em 1 ppm (5 ppm para 15 minutos).
O National Institute for Occupational
Safety and Health (NIOSH), ao incluir o cloreto de vinila entre as substâncias cancerígenas, recomenda que a exposição
seja a mais baixa possível. O limite de exposição (TLV-TWA) para o cloreto de vinila, proposto pela American Conference
of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), é de 1 ppm, com a notação de ser cancerígeno, classificado como A1,
ou seja, carcinógeno humano confirmado.
No Brasil, a NR 15 ainda mantém o LT de 156 ppm ou 398 mg/m3
de cloreto de vinila no ar ambiente, em
evidente contradição com os parâmetros atualmente recomendados pela OSHA, pelo NIOSH e pela própria OIT. É
urgente que esse parâmetro seja atualizado tanto em regulamentos federais quanto nos regulamentos estaduais ou
municipais.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Recomenda-se a utilização de procedimentos padronizados e a realização de provas de função hepática, com dosagem
das transaminases séricas (TGO e TGP), desidrogenase lática (DHL), fosfatase alcalina (FA) e gama-glutamil-transferase
(GGT), na admissão, anualmente, no desligamento e na cessação da exposição do trabalhador. Ainda que esse
procedimento não reduza a incidência do angiossarcoma hepático, pode contribuir para sua detecção em estágios
mais iniciais, aumentando, portanto, a possibilidade de maior sobrevida.
Os casos detectados devem ser notificados. Pela gravidade e raridade, o encontro de caso de angiossarcoma
hepático em indivíduo exposto a cloreto de vinila deve ser considerado como evento sentinela.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação existentes no SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Fonte: Doenças do Trabalho
A Occupational Safety and Health Administration (OSHA) estabelece o
limite de exposição permitido (LEP ou PEL) para o monômero cloreto de vinila em 1 ppm (5 ppm para 15 minutos).
O National Institute for Occupational
Safety and Health (NIOSH), ao incluir o cloreto de vinila entre as substâncias cancerígenas, recomenda que a exposição
seja a mais baixa possível. O limite de exposição (TLV-TWA) para o cloreto de vinila, proposto pela American Conference
of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH), é de 1 ppm, com a notação de ser cancerígeno, classificado como A1,
ou seja, carcinógeno humano confirmado.
No Brasil, a NR 15 ainda mantém o LT de 156 ppm ou 398 mg/m3
de cloreto de vinila no ar ambiente, em
evidente contradição com os parâmetros atualmente recomendados pela OSHA, pelo NIOSH e pela própria OIT. É
urgente que esse parâmetro seja atualizado tanto em regulamentos federais quanto nos regulamentos estaduais ou
municipais.
Recomenda-se a verificação da adequação e adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Recomenda-se a utilização de procedimentos padronizados e a realização de provas de função hepática, com dosagem
das transaminases séricas (TGO e TGP), desidrogenase lática (DHL), fosfatase alcalina (FA) e gama-glutamil-transferase
(GGT), na admissão, anualmente, no desligamento e na cessação da exposição do trabalhador. Ainda que esse
procedimento não reduza a incidência do angiossarcoma hepático, pode contribuir para sua detecção em estágios
mais iniciais, aumentando, portanto, a possibilidade de maior sobrevida.
Os casos detectados devem ser notificados. Pela gravidade e raridade, o encontro de caso de angiossarcoma
hepático em indivíduo exposto a cloreto de vinila deve ser considerado como evento sentinela.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação existentes no SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Fonte: Doenças do Trabalho
Angiossarcoma do fígado - Prevenção da Doença
Angiossarcoma do fígado - Prevenção da Doença
5 PREVENÇÃO
A prevenção do angiossarcoma do fígado relacionado ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes e condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo. A
eliminação ou controle da exposição ao cloreto de vinila é fundamental para a redução da incidência da doença nos
grupos ocupacionais sob risco.
Devem ser observadas as determinações da Convenção/OIT n.º 139/1974:
- procurar, de todas as formas, substituir as substâncias e os agentes cancerígenos por outros não-
cancerígenos ou menos nocivos;
- reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível
com a segurança;
- prescrever medidas de proteção;
- estabelecer sistema apropriado de registro;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e medidas a serem aplicadas;
- garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a níveis próximos de zero
ou dentro dos limites estabelecidos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes, monitoramento sistemático das concentrações da substância no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Fonte: Doenças do Trabalho
5 PREVENÇÃO
A prevenção do angiossarcoma do fígado relacionado ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
dos ambientes e condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo. A
eliminação ou controle da exposição ao cloreto de vinila é fundamental para a redução da incidência da doença nos
grupos ocupacionais sob risco.
Devem ser observadas as determinações da Convenção/OIT n.º 139/1974:
- procurar, de todas as formas, substituir as substâncias e os agentes cancerígenos por outros não-
cancerígenos ou menos nocivos;
- reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível
com a segurança;
- prescrever medidas de proteção;
- estabelecer sistema apropriado de registro;
- informar aos trabalhadores sobre os riscos e medidas a serem aplicadas;
- garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a níveis próximos de zero
ou dentro dos limites estabelecidos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes, monitoramento sistemático das concentrações da substância no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho, de higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem
das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Fonte: Doenças do Trabalho
Angiossarcoma do fígado - Tratamento de Saúde
Angiossarcoma do fígado - Tratamento de Saúde
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tumor é de alta malignidade. O tratamento cirúrgico (lobectomia),
mesmo em pacientes selecionados, tem mau prognóstico.
O tumor responde pouco à radioterapia e quimioterapia.
A sobrevida média de portadores de angiossarcoma hepático é de cerca de cinco meses.
Muitos pacientes morrem ainda na internação hospitalar, por ocasião do diagnóstico.
Os pacientes que apresentam tumores localizados sobrevivem mais tempo.
Fonte: Doenças do Trabalho
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tumor é de alta malignidade. O tratamento cirúrgico (lobectomia),
mesmo em pacientes selecionados, tem mau prognóstico.
O tumor responde pouco à radioterapia e quimioterapia.
A sobrevida média de portadores de angiossarcoma hepático é de cerca de cinco meses.
Muitos pacientes morrem ainda na internação hospitalar, por ocasião do diagnóstico.
Os pacientes que apresentam tumores localizados sobrevivem mais tempo.
Fonte: Doenças do Trabalho
Angiossarcoma do fígado - Quadro clínico e diagnóstico
Angiossarcoma do fígado - Quadro clínico e diagnóstico
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por dor abdominal, massa palpável no quadrante superior direito,
sensibilidade dolorosa no hipocôndrio direito, perda ponderal e ascite. A natureza altamente vascular do angiossarcoma
hepático pode provocar hemorragia peritoneal maciça. Podem ser observados, simultaneamente, deterioração da
função hepática, icterícia obstrutiva com prurido, discreta colecistite, episódios repetidos de hepatite ou sinais de
doença metastática. A maioria dos pacientes morre devido à insuficiência hepática ou em decorrência da hemorragia
maciça no interior do tumor.
O diagnóstico de angiossarcoma hepático é baseado na história clínica. Nos estágios mais avançados, o
exame físico pode contribuir.
Nos exames laboratoriais, a alfafetoproteína encontra-se elevada em 30 a 50% dos casos, porém não é
patognomônica, visto que este marcador também se eleva em outros tumores.
As provas de função hepática encontram-se geralmente alteradas, especialmente a fosfatase
alcalina (90% dos casos). A TGO e a LDH estão elevadas em mais
de 2/3 dos casos, porém a TGP geralmente está normal.
Os pacientes cirróticos apresentam uma elevação crônica dos níveis de transaminases,
que podem sofrer uma queda quando o tumor se desenvolve.
A cintilografia hepática mostra
resultados difíceis de interpretar, porém é útil em pacientes com tumores solitários precoces.
A angiografia seletiva da artéria hepática permite fazer o diagnóstico diferencial.
A biópsia hepática é definitiva no diagnóstico. No nódulo solitário,
evidenciado na cintilografia hepática, deve-se realizar uma angiografia antes da biópsia,
para excluir a possibilidade de hemangioma ou outras lesões altamente vascularizadas.
As biópsias de lesões vasculares devem ser realizadas por meio de laparoscopia ou laparotomia,
para minimizar os riscos de hemorragia. Na presença de nódulos múltiplos na
cintilografia, a biópsia pode ser executada percutaneamente.
Fonte: Doenças do Trabalho
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por dor abdominal, massa palpável no quadrante superior direito,
sensibilidade dolorosa no hipocôndrio direito, perda ponderal e ascite. A natureza altamente vascular do angiossarcoma
hepático pode provocar hemorragia peritoneal maciça. Podem ser observados, simultaneamente, deterioração da
função hepática, icterícia obstrutiva com prurido, discreta colecistite, episódios repetidos de hepatite ou sinais de
doença metastática. A maioria dos pacientes morre devido à insuficiência hepática ou em decorrência da hemorragia
maciça no interior do tumor.
O diagnóstico de angiossarcoma hepático é baseado na história clínica. Nos estágios mais avançados, o
exame físico pode contribuir.
Nos exames laboratoriais, a alfafetoproteína encontra-se elevada em 30 a 50% dos casos, porém não é
patognomônica, visto que este marcador também se eleva em outros tumores.
As provas de função hepática encontram-se geralmente alteradas, especialmente a fosfatase
alcalina (90% dos casos). A TGO e a LDH estão elevadas em mais
de 2/3 dos casos, porém a TGP geralmente está normal.
Os pacientes cirróticos apresentam uma elevação crônica dos níveis de transaminases,
que podem sofrer uma queda quando o tumor se desenvolve.
A cintilografia hepática mostra
resultados difíceis de interpretar, porém é útil em pacientes com tumores solitários precoces.
A angiografia seletiva da artéria hepática permite fazer o diagnóstico diferencial.
A biópsia hepática é definitiva no diagnóstico. No nódulo solitário,
evidenciado na cintilografia hepática, deve-se realizar uma angiografia antes da biópsia,
para excluir a possibilidade de hemangioma ou outras lesões altamente vascularizadas.
As biópsias de lesões vasculares devem ser realizadas por meio de laparoscopia ou laparotomia,
para minimizar os riscos de hemorragia. Na presença de nódulos múltiplos na
cintilografia, a biópsia pode ser executada percutaneamente.
Fonte: Doenças do Trabalho
Angiossarcoma do fígado - Epidemiologia e Fatores de risco
Angiossarcoma do fígado - Epidemiologia e Fatores de risco
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia do angiossarcoma hepático ainda é pouco conhecida.
O risco de sua ocorrência aumenta em pessoas expostas a arsênico, esteróides anabólicos,
dióxido de tório (Thorotrast) e ao monômero cloreto de vinila.
O fator de risco de natureza ocupacional mais bem documentado, a partir de 1974,
é a exposição ocupacional ao cloreto de vinila, substância volátil utilizada na polimerização,
que resulta no cloreto de polivinila (PVC). Está presente nas fábricas de cloreto de vinila
ou na produção do PVC (polímero), onde há risco de exposição ao cloreto de vinila
monômero (VCM). A observação não se aplica a indústrias de artefatos de plástico,
onde o PVC é matéria-prima, sólido em grânulos e não há manuseio do VCM.
Por outro lado, se o PVC sofre pirólise em alta temperatura, o VCM pode ser
encontrado nos fumos de termodegradação em quantidades ínfimas, com risco diminuto.
Estudos realizados em fábricas de VCM e PVC demonstram riscos relativos e odds ratios
entre 4 e 8 vezes, com elevado intervalo de confiança.
A IARC classifica o cloreto de vinila no Grupo 1, ou seja, existe evidência suficiente
sobre a carcinogenicidade humana.
Entre os expostos, no mesmo ramo de atividade, também se observa a presença
de outras doenças relacionadas ao trabalho, como a acrosteólise (degeneração dos ossos das falanges terminais),
a síndrome de Raynaud,
o escleroderma, a trombocitopenia e as alterações da função hepática.
O angiossarcoma hepático deve ser classificado como doença relacionada ao trabalho,
do Grupo II da Classificação de Schilling, uma vez que o trabalho pode ser considerado
como fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal
deste tumor.
Fonte: Doenças do Trabalho
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia do angiossarcoma hepático ainda é pouco conhecida.
O risco de sua ocorrência aumenta em pessoas expostas a arsênico, esteróides anabólicos,
dióxido de tório (Thorotrast) e ao monômero cloreto de vinila.
O fator de risco de natureza ocupacional mais bem documentado, a partir de 1974,
é a exposição ocupacional ao cloreto de vinila, substância volátil utilizada na polimerização,
que resulta no cloreto de polivinila (PVC). Está presente nas fábricas de cloreto de vinila
ou na produção do PVC (polímero), onde há risco de exposição ao cloreto de vinila
monômero (VCM). A observação não se aplica a indústrias de artefatos de plástico,
onde o PVC é matéria-prima, sólido em grânulos e não há manuseio do VCM.
Por outro lado, se o PVC sofre pirólise em alta temperatura, o VCM pode ser
encontrado nos fumos de termodegradação em quantidades ínfimas, com risco diminuto.
Estudos realizados em fábricas de VCM e PVC demonstram riscos relativos e odds ratios
entre 4 e 8 vezes, com elevado intervalo de confiança.
A IARC classifica o cloreto de vinila no Grupo 1, ou seja, existe evidência suficiente
sobre a carcinogenicidade humana.
Entre os expostos, no mesmo ramo de atividade, também se observa a presença
de outras doenças relacionadas ao trabalho, como a acrosteólise (degeneração dos ossos das falanges terminais),
a síndrome de Raynaud,
o escleroderma, a trombocitopenia e as alterações da função hepática.
O angiossarcoma hepático deve ser classificado como doença relacionada ao trabalho,
do Grupo II da Classificação de Schilling, uma vez que o trabalho pode ser considerado
como fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal
deste tumor.
Fonte: Doenças do Trabalho
Angiossarcoma do fígado - Definição da Doença
Angiossarcoma do fígado - Definição da Doença
7.6.2 ANGIOSSARCOMA DO FÍGADO CID-10 C22.3
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os carcinomas primitivos (primários) do fígado são o carcinoma primário hepatocelular,
denominado de hepatoma ou carcinoma de células parenquimatosas, responsável por cerca de 90%
de todos os casos de tumores malignos do fígado.
Os colangiocarcinomas (ductos biliares hepáticos) são responsáveis por cerca de 5 a 7% dos
casos e os restantes são tumores mistos.
Entre os mais raros estão os hepatoblastomas, os angiossarcomas ou hemangiossarcomas
(das células de Kupfer ou células da linha sinusal) e outros sarcomas.
Fonte: Doenças do Trabalho
7.6.2 ANGIOSSARCOMA DO FÍGADO CID-10 C22.3
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Os carcinomas primitivos (primários) do fígado são o carcinoma primário hepatocelular,
denominado de hepatoma ou carcinoma de células parenquimatosas, responsável por cerca de 90%
de todos os casos de tumores malignos do fígado.
Os colangiocarcinomas (ductos biliares hepáticos) são responsáveis por cerca de 5 a 7% dos
casos e os restantes são tumores mistos.
Entre os mais raros estão os hepatoblastomas, os angiossarcomas ou hemangiossarcomas
(das células de Kupfer ou células da linha sinusal) e outros sarcomas.
Fonte: Doenças do Trabalho
Neoplasia maligna do estômago - Prevenção da Doença
Neoplasia maligna do estômago - Prevenção da Doença
5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna do estômago relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. O controle da exposição ao amianto e a outros fatores de risco identificados pode contribuir para a
redução da incidência da doença nos grupos ocupacionais sob risco.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação
ou à redução da exposição a níveis de concentração próximos de zero ou dentro dos limites estabelecidos, por meio
de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como banho,
lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Os procedimentos para a vigilância em saúde dos trabalhadores expostos ao amianto estão descritos no
protocolo Mesoteliomas, neste mesmo capítulo.
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde por meio do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), além de outros
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização dos exames
complementares indicados pela natureza da exposição ocupacional. Medidas de promoção da saúde e controle do
tabagismo devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informações do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Fonte: Doenças do Trabalho
5 PREVENÇÃO
A prevenção da neoplasia maligna do estômago relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. O controle da exposição ao amianto e a outros fatores de risco identificados pode contribuir para a
redução da incidência da doença nos grupos ocupacionais sob risco.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação
ou à redução da exposição a níveis de concentração próximos de zero ou dentro dos limites estabelecidos, por meio
de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como banho,
lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Os procedimentos para a vigilância em saúde dos trabalhadores expostos ao amianto estão descritos no
protocolo Mesoteliomas, neste mesmo capítulo.
Recomenda-se a verificação da adequação e cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde por meio do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), além de outros
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e sintomas para detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização dos exames
complementares indicados pela natureza da exposição ocupacional. Medidas de promoção da saúde e controle do
tabagismo devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informações do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Fonte: Doenças do Trabalho
Neoplasia maligna do estômago - O sistema de estagiamento e tratamento
Neoplasia maligna do estômago - O sistema de estagiamento e tratamento
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A conduta clássica inclui cirurgia, com ressecção curativa, paliativa ou profilática,
radioterapia e/ou quimioterapia. Para o encaminhamento dos procedimentos terapêuticos e
legais têm sido utilizados sistemas de estagiamento que, no caso do câncer de estômago,
são baseados no grau de penetração para o interior da parede do estômago e no comprometimento
linfonodal e de metástases a distância.
O sistema de estagiamento mais utilizado em Oncologia Clínica é assim definido:
ESTÁGIO 0:
sem comprometimento seroso, ausência de tumor no nível de ressecção, ausência de envolvimento linfonodal.
Sobrevida em 5 anos: 60%;
ESTÁGIO I:
apenas um dos três critérios acima apresentados está presente. Sobrevida em até 5 anos: 40%;
ESTÁGIO II:
dois dos critérios acima estão presentes. Sobrevida em 5 anos: 20%;
ESTÁGIO III:
todos os três critérios estão presentes. Sobrevida em 5 anos: menos que 5%.
Com efeito, quanto ao estágio do câncer, as grandes casuísticas e os estudos de seguimento
relatam um índice de sobrevida em cinco anos inferior a 5% para aqueles pacientes com
comprometimento seroso ou linfonodal.
O tipo de câncer gástrico associado ao melhor prognóstico é o de disseminação superficial:
uma sobrevida em 5 anos é conseguida em quase 90% dos pacientes.
O tipo polipóide, o ulcerado e a linite plástica apresentam progressivamente
um pior prognóstico.
Quanto ao grau, os tumores que revelam um alto grau de malignidade apresentam um
pior prognóstico.
Fonte: Doenças do Trabalho
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
A conduta clássica inclui cirurgia, com ressecção curativa, paliativa ou profilática,
radioterapia e/ou quimioterapia. Para o encaminhamento dos procedimentos terapêuticos e
legais têm sido utilizados sistemas de estagiamento que, no caso do câncer de estômago,
são baseados no grau de penetração para o interior da parede do estômago e no comprometimento
linfonodal e de metástases a distância.
O sistema de estagiamento mais utilizado em Oncologia Clínica é assim definido:
ESTÁGIO 0:
sem comprometimento seroso, ausência de tumor no nível de ressecção, ausência de envolvimento linfonodal.
Sobrevida em 5 anos: 60%;
ESTÁGIO I:
apenas um dos três critérios acima apresentados está presente. Sobrevida em até 5 anos: 40%;
ESTÁGIO II:
dois dos critérios acima estão presentes. Sobrevida em 5 anos: 20%;
ESTÁGIO III:
todos os três critérios estão presentes. Sobrevida em 5 anos: menos que 5%.
Com efeito, quanto ao estágio do câncer, as grandes casuísticas e os estudos de seguimento
relatam um índice de sobrevida em cinco anos inferior a 5% para aqueles pacientes com
comprometimento seroso ou linfonodal.
O tipo de câncer gástrico associado ao melhor prognóstico é o de disseminação superficial:
uma sobrevida em 5 anos é conseguida em quase 90% dos pacientes.
O tipo polipóide, o ulcerado e a linite plástica apresentam progressivamente
um pior prognóstico.
Quanto ao grau, os tumores que revelam um alto grau de malignidade apresentam um
pior prognóstico.
Fonte: Doenças do Trabalho
Neoplasia maligna do estômago - Quadro clínico e diagnóstico
Neoplasia maligna do estômago - Quadro clínico e diagnóstico
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O câncer gástrico freqüentemente evolui até estágios avançados antes que os sintomas e os sinais se
desenvolvam. O quadro clínico se manifesta por anorexia, sensação de plenitude precoce, aversão à carne, perda
ponderal e dor abdominal. Um desconforto abdominal vago pode ser inicialmente aliviado com antiácidos, podendo ser
seguido de sintomas secundários a uma anemia discreta pela deficiência de ferro; disfagia devida a lesões localizadas
na junção esôfago-gástrica; vômitos resultantes da obstrução no esvaziamento gástrico; diarréia secundária à linite
plástica, encarcerando o intestino delgado; urgência retal pela manhã e fezes em fita, decorrentes de metástases.
O diagnóstico de câncer gástrico é baseado na história clínica e, em estágios mais avançados, no exame
físico. Pacientes com queixas persistentes relacionadas ao trato gastrintestinal devem ser extensamente investigados
para o câncer gástrico com o auxílio de estudos contrastados do trato gastrintestinal superior, endoscopia, citologia
exfoliativa, escovados de biópsia e análise do ácido gástrico. Esse conjunto de exames é capaz de detectar mais de
95% dos cânceres de estômago.
Fonte: Doenças do Trabalho
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O câncer gástrico freqüentemente evolui até estágios avançados antes que os sintomas e os sinais se
desenvolvam. O quadro clínico se manifesta por anorexia, sensação de plenitude precoce, aversão à carne, perda
ponderal e dor abdominal. Um desconforto abdominal vago pode ser inicialmente aliviado com antiácidos, podendo ser
seguido de sintomas secundários a uma anemia discreta pela deficiência de ferro; disfagia devida a lesões localizadas
na junção esôfago-gástrica; vômitos resultantes da obstrução no esvaziamento gástrico; diarréia secundária à linite
plástica, encarcerando o intestino delgado; urgência retal pela manhã e fezes em fita, decorrentes de metástases.
O diagnóstico de câncer gástrico é baseado na história clínica e, em estágios mais avançados, no exame
físico. Pacientes com queixas persistentes relacionadas ao trato gastrintestinal devem ser extensamente investigados
para o câncer gástrico com o auxílio de estudos contrastados do trato gastrintestinal superior, endoscopia, citologia
exfoliativa, escovados de biópsia e análise do ácido gástrico. Esse conjunto de exames é capaz de detectar mais de
95% dos cânceres de estômago.
Fonte: Doenças do Trabalho
Neoplasia maligna do estômago - Epidemiologia e Fatores de risco
Neoplasia maligna do estômago - Epidemiologia e Fatores de risco
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do câncer de estômago são desconhecidas.
Fatores de natureza genética, ambiental, infecciosa, dietética e nutricional têm sido
associados à doença.
O câncer gástrico é de 3 a 6 vezes mais comum em pacientes com anemia perniciosa,
entidade associada à herança genética. É mais comum em pessoas do grupo sangüíneo A e
em portadores de gastrite atrófica crônica do que na população geral.
Entre os hábitos alimentares associados a um maior risco para a doença estão:
elevada ingestão de sal,
dieta com alto teor de nitratos (presentes na água, em vegetais e em carnes conservadas),
alto consumo de carboidratos e baixa ingestão de vegetais crus, saladas, frutas frescas
e baixa ingestão de proteínas animais.
A associação de câncer gástrico com a infecção por Helicobacter pylori, recentemente descrita,
abriu uma perspectiva explicativa de alto interesse e grande expectativa.
A IARC reconhece formalmente a infecção por H. pylori como um fator etiológico do câncer
de estômago.
A exposição ocupacional ao asbesto ou amianto constitui um fator de risco de natureza ocupacional
relativamente bem documentado do ponto de vista epidemiológico.
Estudos de coortes de trabalhadores expostos
durante longos períodos de trabalho mostram que a incidência do câncer de estômago é
de 30 a 100% mais elevada que em grupos ocupacionais semelhantes, porém sem exposição
ocupacional ao asbesto. Em trabalhadores em minas de carvão, refinarias de petróleo e na indústria da borracha,
entre outros, existem observações epidemiológicas ainda
não-conclusivas de maior incidência de câncer de estômago, sem que se conheça o fator etiológico envolvido.
O câncer de estômago pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, em trabalhadores expostos ocupacionalmente ao asbesto, considerado como fator de risco,
no conjunto de fatores associados à etiologia multicausal desse tumor.
Fonte: Doenças do Trabalho
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As causas do câncer de estômago são desconhecidas.
Fatores de natureza genética, ambiental, infecciosa, dietética e nutricional têm sido
associados à doença.
O câncer gástrico é de 3 a 6 vezes mais comum em pacientes com anemia perniciosa,
entidade associada à herança genética. É mais comum em pessoas do grupo sangüíneo A e
em portadores de gastrite atrófica crônica do que na população geral.
Entre os hábitos alimentares associados a um maior risco para a doença estão:
elevada ingestão de sal,
dieta com alto teor de nitratos (presentes na água, em vegetais e em carnes conservadas),
alto consumo de carboidratos e baixa ingestão de vegetais crus, saladas, frutas frescas
e baixa ingestão de proteínas animais.
A associação de câncer gástrico com a infecção por Helicobacter pylori, recentemente descrita,
abriu uma perspectiva explicativa de alto interesse e grande expectativa.
A IARC reconhece formalmente a infecção por H. pylori como um fator etiológico do câncer
de estômago.
A exposição ocupacional ao asbesto ou amianto constitui um fator de risco de natureza ocupacional
relativamente bem documentado do ponto de vista epidemiológico.
Estudos de coortes de trabalhadores expostos
durante longos períodos de trabalho mostram que a incidência do câncer de estômago é
de 30 a 100% mais elevada que em grupos ocupacionais semelhantes, porém sem exposição
ocupacional ao asbesto. Em trabalhadores em minas de carvão, refinarias de petróleo e na indústria da borracha,
entre outros, existem observações epidemiológicas ainda
não-conclusivas de maior incidência de câncer de estômago, sem que se conheça o fator etiológico envolvido.
O câncer de estômago pode ser classificado como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, em trabalhadores expostos ocupacionalmente ao asbesto, considerado como fator de risco,
no conjunto de fatores associados à etiologia multicausal desse tumor.
Fonte: Doenças do Trabalho
Neoplasia maligna do estômago - Definição da Doença
Neoplasia maligna do estômago - Definição da Doença
7.6.1 NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO CID-10 C16.-
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Entre 90 a 95% das neoplasias malignas do estômago são adenocarcinomas e os 5 a 10% restantes
dividem-se entre leiomiossarcomas e linfomas. Dos adenocarcinomas, aproximadamente 75% são ulcerados, 10% são
polipóides e 10% são cirrosos. Quanto à localização, 50% localizam-se no piloro e antro; 20% na pequena curvatura;
20% no corpo; 7% na cárdia e 3% na grande curvatura (as úlceras da grande curvatura raramente são benignas).
Fonte: Doenças do Trabalho
7.6.1 NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO CID-10 C16.-
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Entre 90 a 95% das neoplasias malignas do estômago são adenocarcinomas e os 5 a 10% restantes
dividem-se entre leiomiossarcomas e linfomas. Dos adenocarcinomas, aproximadamente 75% são ulcerados, 10% são
polipóides e 10% são cirrosos. Quanto à localização, 50% localizam-se no piloro e antro; 20% na pequena curvatura;
20% no corpo; 7% na cárdia e 3% na grande curvatura (as úlceras da grande curvatura raramente são benignas).
Fonte: Doenças do Trabalho
Lista de neoplasias tumores relacionadas ao trabalho
Lista de neoplasias tumores relacionadas ao trabalho
7.6 LISTA DE NEOPLASIAS (TUMORES) RELACIONADAS AO TRABALHO, DE ACORDO COM A PORTARIA/MS N.º
1.339/1999
- Neoplasia maligna do estômago (C16.-)
- Angiossarcoma do fígado (C22.3)
- Neoplasia maligna do pâncreas (C25.-)
- Neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais (C30- e C31.-)
- Neoplasia maligna da laringe (C32.-)
- Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-)
- Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (inclui Sarcoma Ósseo) (C40.-)
- Outras neoplasias malignas da pele (C44.-)
- Mesoteliomas (C45.-): da pleura (C45.0), do peritônio (C45.1) e do pericárdio (C45.2)
- Neoplasia maligna da bexiga (C67.-)
- Leucemias (C91- e C95.-)
Fonte: Doenças do Trabalho
7.6 LISTA DE NEOPLASIAS (TUMORES) RELACIONADAS AO TRABALHO, DE ACORDO COM A PORTARIA/MS N.º
1.339/1999
- Neoplasia maligna do estômago (C16.-)
- Angiossarcoma do fígado (C22.3)
- Neoplasia maligna do pâncreas (C25.-)
- Neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais (C30- e C31.-)
- Neoplasia maligna da laringe (C32.-)
- Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-)
- Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (inclui Sarcoma Ósseo) (C40.-)
- Outras neoplasias malignas da pele (C44.-)
- Mesoteliomas (C45.-): da pleura (C45.0), do peritônio (C45.1) e do pericárdio (C45.2)
- Neoplasia maligna da bexiga (C67.-)
- Leucemias (C91- e C95.-)
Fonte: Doenças do Trabalho
História clínica investigados na suspeita de câncer
Quadro 14 - História clínica investigados na suspeita de câncer
Quadro XIV
ASPECTOS DA HISTÓRIA CLÍNICA E OCUPACIONAL QUE DEVEM SER
INVESTIGADOS NA SUSPEITA DE CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO
História Clínica e Ocupacional:
História médica:
História da doença atual.
História dos distúrbios médicos associados a neoplasias malignas secundárias.
Uso de medicamentos no passado (crônico e breve).
História de radioterapia.
História familiar:
História de câncer.
Membros da família que fumam (atualmente e durante a infância).
História ocupacional dos membros da família (atualmente e durante a infância).
Distúrbios hereditários associados a neoplasias malignas secundárias.
História social:
Consumo de tabaco.
Produtos não-fumáveis com tabaco.
Uso de álcool.
Abuso de drogas.
Hábitos sexuais.
Todas as atividades recreativas e passatempos.
Dieta e nutrição, incluindo uso de vitaminas, jardins domiciliares (pesticidas).
Viagem ao exterior.
História ocupacional:
Todas as ocupações, incluindo trabalhos esporádicos e na infância.
Todos os empregos com riscos conhecidos.
Todos os empregos em que foram utilizados equipamentos de proteção.
Todos os empregos com concentração de casos de câncer.
Todos os empregos com odores desagradáveis.
Todos os empregos com substâncias químicas, fumaças, gases, poeiras e radiações.
História ambiental:
Todas as residências e tipos.
Qualquer residência próxima a indústrias, local de despejo, áreas agrícolas ou outras instalações.
Fonte de água (poço, comunitária, engarrafada).
Concentração de casos de câncer.
Uso de pesticidas, herbicidas ou fungicidas.
Materiais de construção e reforma da casa.
Fonte: SHIELDS, P.; HARRIS, G.; CURTIS, C. Causas ambientais de câncer. In: UPTON, A. C.; POSITANO, R. (Reds.). Clínicas da América do Norte: medicina do
meio ambiente. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990, v. 2. Título original: The Medical Clinics of North America.
Fonte: Doenças do Trabalho
Quadro XIV
ASPECTOS DA HISTÓRIA CLÍNICA E OCUPACIONAL QUE DEVEM SER
INVESTIGADOS NA SUSPEITA DE CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO
História Clínica e Ocupacional:
História médica:
História da doença atual.
História dos distúrbios médicos associados a neoplasias malignas secundárias.
Uso de medicamentos no passado (crônico e breve).
História de radioterapia.
História familiar:
História de câncer.
Membros da família que fumam (atualmente e durante a infância).
História ocupacional dos membros da família (atualmente e durante a infância).
Distúrbios hereditários associados a neoplasias malignas secundárias.
História social:
Consumo de tabaco.
Produtos não-fumáveis com tabaco.
Uso de álcool.
Abuso de drogas.
Hábitos sexuais.
Todas as atividades recreativas e passatempos.
Dieta e nutrição, incluindo uso de vitaminas, jardins domiciliares (pesticidas).
Viagem ao exterior.
História ocupacional:
Todas as ocupações, incluindo trabalhos esporádicos e na infância.
Todos os empregos com riscos conhecidos.
Todos os empregos em que foram utilizados equipamentos de proteção.
Todos os empregos com concentração de casos de câncer.
Todos os empregos com odores desagradáveis.
Todos os empregos com substâncias químicas, fumaças, gases, poeiras e radiações.
História ambiental:
Todas as residências e tipos.
Qualquer residência próxima a indústrias, local de despejo, áreas agrícolas ou outras instalações.
Fonte de água (poço, comunitária, engarrafada).
Concentração de casos de câncer.
Uso de pesticidas, herbicidas ou fungicidas.
Materiais de construção e reforma da casa.
Fonte: SHIELDS, P.; HARRIS, G.; CURTIS, C. Causas ambientais de câncer. In: UPTON, A. C.; POSITANO, R. (Reds.). Clínicas da América do Norte: medicina do
meio ambiente. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990, v. 2. Título original: The Medical Clinics of North America.
Fonte: Doenças do Trabalho
Procedimentos ao se detectar câncer em um estabelecimento de trabalho
Procedimentos ao se detectar câncer em um estabelecimento de trabalho
7.4 PROCEDIMENTOS E CONDUTAS A SEREM ADOTADOS AO SE DETECTAR CASO DE CÂNCER EM UM
DADO ESTABELECIMENTO DE TRABALHO*
Cada caso de câncer relacionado ao trabalho deve ser confirmado ou refutado por meio dos seguintes
procedimentos:
- estabelecer tipo histológico, data do diagnóstico, dados demográficos, idade e sexo;
- estratificar os trabalhadores da empresa por sexo e idade;
- obter taxas de incidência de câncer por sexo e idade a partir dos dados da população geral;
- determinar a taxa de incidência padronizada por idade, na empresa em questão. Conferir se há um
excesso de incidência, comparada à população geral;
- determinar intervalos de confiança dessa taxa (intervalos amplos, pequeno número de casos, significância
estatística);
- seguir investigação mesmo que a elevação da taxa de incidência de câncer na empresa não seja
estatisticamente significante;
- identificar os tipos histológicos dos cânceres. Um excesso de tumores raros ou daqueles conhecidos
como sendo induzidos por fatores ambientais deve ser alvo de atenção, como, por exemplo, o
angiossarcoma do fígado e o cloreto de vinila, o mesotelioma e o asbesto;
- identificar os períodos de latência (período de tempo entre o início da exposição ao carcinogênico e a
detecção clínica do câncer) observados em cada caso. Por exemplo, para cânceres hematológicos
varia de 4 a 5 anos, para tumores sólidos é, no mínimo, de 10 a 20 anos, até 50 anos;
- revisar a história ocupacional pregressa e atual de cada paciente. Observar a multiplicidade e
concomitância das exposições;
- revisar as informações sobre os ambientes e condições de trabalho, verificando se alguma exposição
particular é comum entre os casos. Diversas situações ocupacionais podem implicar exposições químicas
similares. Conferir exposições pregressas (registros de higiene industrial, entrevistas com trabalhadores
antigos, registros de produção, etc.);
- avaliar os demais locais de trabalho do ponto de vista da higiene industrial, incluindo exposições acidentais
(aquecimento, ventilação, sistema de ar-condicionado, água potável, etc.).
Conclusão
- Não há casos de câncer.
- Há casos de câncer, porém não são consistentes com causação ocupacional.
- Há casos de câncer possivelmente associados a exposições ocupacionais.
- Há casos de câncer certamente relacionados a exposições ocupacionais.
Condutas
- Comunicar os resultados aos trabalhadores e empregadores.
- Se demonstrada relação com a exposição ocupacional, orientar as medidas corretivas e de controle
rigoroso das exposições.
- Manter estrita e sistemática vigilância dos efeitos em saúde e dos ambientes de trabalho, qualquer que
seja a conclusão.
Conforme mencionado no capítulo 2, o instrumento mais simples e facilmente disponível nos serviços de
saúde para o diagnóstico e estabelecimento de relação causal na doença relacionada ao trabalho é a anamnese
clínica, que inclui uma história ocupacional cuidadosa. O Quadro XIV contém um roteiro para a coleta da história clínica
e ocupacional nos casos de suspeita de câncer relacionado ao trabalho.
Fonte: Doenças do Trabalho
7.4 PROCEDIMENTOS E CONDUTAS A SEREM ADOTADOS AO SE DETECTAR CASO DE CÂNCER EM UM
DADO ESTABELECIMENTO DE TRABALHO*
Cada caso de câncer relacionado ao trabalho deve ser confirmado ou refutado por meio dos seguintes
procedimentos:
- estabelecer tipo histológico, data do diagnóstico, dados demográficos, idade e sexo;
- estratificar os trabalhadores da empresa por sexo e idade;
- obter taxas de incidência de câncer por sexo e idade a partir dos dados da população geral;
- determinar a taxa de incidência padronizada por idade, na empresa em questão. Conferir se há um
excesso de incidência, comparada à população geral;
- determinar intervalos de confiança dessa taxa (intervalos amplos, pequeno número de casos, significância
estatística);
- seguir investigação mesmo que a elevação da taxa de incidência de câncer na empresa não seja
estatisticamente significante;
- identificar os tipos histológicos dos cânceres. Um excesso de tumores raros ou daqueles conhecidos
como sendo induzidos por fatores ambientais deve ser alvo de atenção, como, por exemplo, o
angiossarcoma do fígado e o cloreto de vinila, o mesotelioma e o asbesto;
- identificar os períodos de latência (período de tempo entre o início da exposição ao carcinogênico e a
detecção clínica do câncer) observados em cada caso. Por exemplo, para cânceres hematológicos
varia de 4 a 5 anos, para tumores sólidos é, no mínimo, de 10 a 20 anos, até 50 anos;
- revisar a história ocupacional pregressa e atual de cada paciente. Observar a multiplicidade e
concomitância das exposições;
- revisar as informações sobre os ambientes e condições de trabalho, verificando se alguma exposição
particular é comum entre os casos. Diversas situações ocupacionais podem implicar exposições químicas
similares. Conferir exposições pregressas (registros de higiene industrial, entrevistas com trabalhadores
antigos, registros de produção, etc.);
- avaliar os demais locais de trabalho do ponto de vista da higiene industrial, incluindo exposições acidentais
(aquecimento, ventilação, sistema de ar-condicionado, água potável, etc.).
Conclusão
- Não há casos de câncer.
- Há casos de câncer, porém não são consistentes com causação ocupacional.
- Há casos de câncer possivelmente associados a exposições ocupacionais.
- Há casos de câncer certamente relacionados a exposições ocupacionais.
Condutas
- Comunicar os resultados aos trabalhadores e empregadores.
- Se demonstrada relação com a exposição ocupacional, orientar as medidas corretivas e de controle
rigoroso das exposições.
- Manter estrita e sistemática vigilância dos efeitos em saúde e dos ambientes de trabalho, qualquer que
seja a conclusão.
Conforme mencionado no capítulo 2, o instrumento mais simples e facilmente disponível nos serviços de
saúde para o diagnóstico e estabelecimento de relação causal na doença relacionada ao trabalho é a anamnese
clínica, que inclui uma história ocupacional cuidadosa. O Quadro XIV contém um roteiro para a coleta da história clínica
e ocupacional nos casos de suspeita de câncer relacionado ao trabalho.
Fonte: Doenças do Trabalho
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