Monday, March 31, 2014

Queratite e queratoconjuntivite - Quadro clínico e diagnóstico

Queratite e queratoconjuntivite - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico das ceratites predomina a dor ocular. A fotofobia e o lacrimejamento podem, eventualmente,
refletir-se sobre a acuidade visual, com borramento da visão.

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos têm sido descritas em trabalhadores na agricultura devido a uma inoculação maciça do
agente (Candida, Fusarium, Aspergillus, Penicillium, Cephalosporium e outros), mas podem ser observadas também
em populações urbanas, a partir da introdução dos corticosteróides na terapêutica oftalmológica. Entre as ceratites por
vírus são importantes aquelas causadas pelo vírus do herpes simples (HSV) e pelo vírus da varicela-zoster, podendo
ocorrer também como uma complicação vacinal. As ceratoconjuntivites provocadas por clamídias, no tracoma e no
linfogranuloma venéreo, podem comprometer gravemente a visão, causando cegueira.
A úlcera corneana típica, associada à avitaminose A, embora rara, é geralmente bilateral, de localização
central, podendo evoluir para necrose com perfuração da córnea.
O acometimento do nervo trigêmeo, decorrente de trauma, cirurgia, tumor ou inflamação, pode levar à
ceratite neuroparalítica, com perda da sensibilidade da córnea (um de seus mecanismos de defesa), à ulceração e à
infecção.

Sunday, March 30, 2014

Queratite e queratoconjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

Queratite e queratoconjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Os mecanismos básicos de produção das ceratites podem ser inflamatórios ou degenerativos.
Em jovens, o trauma ocular e o uso de lentes de contato podem ser fatores predisponentes importantes de
lesão de córnea. Em indivíduos mais idosos, a doença corneana crônica (ceratite “sicca” e herpes), o trauma cirúrgico,
a ceratopatia bolhosa e o entrópio são predisponentes.



Fonte: Doenças do Trabalho

Queratite e queratoconjuntivite - Definição da Doença

Queratite e queratoconjuntivite - Definição da Doença

QUERATITE E QUERATOCONJUNTIVITE CID-10 H16

DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Queratite ou ceratite é uma inflamação da córnea, que pode ser provocada por bactérias, fungos, vírus,
clamídias, protozoários, drogas (medicação antiviral e antibióticos de amplo espectro ou específicos, antiprotozoários
e antiinflamatórios), avitaminose A, processos imunológicos, lesão do nervo trigêmeo, situações nas quais a córnea
não esteja adequadamente umedecida e coberta pelas pálpebras (exoftalmo, ectrópio, trauma de pálpebra, paralisia
de Bell) e a exposição a certos agentes químicos e físicos presentes nos ambientes de trabalho.

Saturday, March 29, 2014

Conjuntivite relacionada ao trabalho - Prevenção

Conjuntivite relacionada ao trabalho - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da conjuntivite relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência do quadro, como, por exemplo, ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio),
acrilatos, arsênio e seus compostos arsenicais, berílio e seus compostos tóxicos, cimento, cloreto de etila, enzimas de
origem animal, vegetal ou bacteriana, flúor e seus compostos tóxicos, furfural e álcool furfurílico, iodo, isocianatos
orgânicos, radiações ionizantes, radiações ultravioleta, selênio e seus derivados, tetracloreto de carbono, reduzindo a
incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes, colocação de anteparos e barreiras;
- monitoramento ambiental sistemático;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;

Friday, March 28, 2014

Secreção conjuntival - Tratamento

Secreção conjuntival - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Deve ser precedido da coleta de material para exame citológico e microbiológico
com cultura e antibiograma da secreção conjuntival.
Podem ser usados:
- substitutos das lágrimas, nos casos de deficiência lacrimal;
- antialérgicos, nos quadros de etiologia alérgica;
- antimicrobianos, segundo o tipo de microorganismo;
- compressas frias nas conjuntivites adenovirais;
- remoção de corpúsculo de Molluscum contagiosum;
- corticosteróides e ciclosporina, usados com critério;
- cuidados gerais: limpeza eficaz da exsudação, cuidados com a nutrição, afastamento de substâncias
irritativas e tóxicas e evitar esfregar os olhos.

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite

O diagnóstico de um quadro de conjuntivite baseia-se na história clínica e no exame oftalmológico.
No diagnóstico diferencial das conjuntivites com as demais causas de olhos vermelhos, dolorosos ou olhos
irritados, é importante afastar as ceratites, as irites e o glaucoma agudo.

Thursday, March 27, 2014

Peso em volta dos olhos - Quadro clínico e diagnóstico

Peso em volta dos olhos - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas mais freqüentes são a sensação de corpo estranho (semelhante à presença de areia),
queimação, peso em volta dos olhos, prurido e, nos casos em que a córnea está afetada, dor e fotofobia.
Os sinais mais importantes nas conjuntivites são a hiperemia, mais evidente na conjuntivite
aguda, lacrimejamento, exsudação, ptose mecânica, hipertrofia papilar, quemose,
foliculite pseudomembranosa ou membranosa, granulomas e adenopatia pré-auricular.

A sensação de corpo estranho, areia ou queimação está associada à hipertrofia das papilas, que,
habitualmente, acompanha a hiperemia conjuntival. A dor mais intensa ao despertar,
que melhora durante o dia, sugere uma infecção estafilocócica, ao passo que uma dor mais
intensa durante o dia sugere a ceratoconjuntivite sicca não tratada, de etiologia auto-imune.
A conjuntivite irritativa manifesta-se desde uma simples hiperemia até a necrose,
dependendo do irritante e da intensidade da exposição.

Cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea

Cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea

A ação alcalina do cimento tem um efeito abrasivo sobre a camada córnea,
removendo o manto lipídico, podendo ocasionar ceratólise e exulceração.
Entre os fatores que concorrem para o aparecimento da lesão estão os
constitucionais, como a xerose, atopia e ictiose; fatores ligados ao meio ambiente
(frio, calor, umidade e microtraumatismos), além de fatores do próprio agente,
como suas propriedades abrasiva, alcalina e higroscópica.

A exposição ocupacional às radiações infravermelho pode provocar conjuntivites, como a descrita em
forjadores e outros trabalhadores siderúrgicos, associada ou não a outros tipos de acometimento, como a catarata. A
exposição às radiações ionizantes pode provocar conjuntivite e levar à síndrome do olho seco. A exposição ao berílio,
sob a forma de sais e/ou poeira, pode causar, além da doença pulmonar aguda ou crônica, dermatite de contato,
granulomas de pele e irritação de mucosas, nasofaringite, traqueobronquite, faringite e conjuntivite.

Entre os agentes causadores de conjuntivite estão os seguintes:
- ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio);
- acrilatos;
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- berílio e seus compostos tóxicos;
- cimento;
- cloreto de etila;
- enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana;
- flúor e seus compostos tóxicos;
- furfural e álcool furfurílico;
- iodo;
- isocianatos orgânicos;
- outros solventes halogenados tóxicos;
- radiações ionizantes;
- radiações ultravioleta;
- selênio e seus derivados;
- tetracloreto de carbono.

Wednesday, March 26, 2014

Conjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

Conjuntivite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As conjuntivites bacterianas agudas e crônicas são os tipos mais comuns de conjuntivite. As conjuntivites
virais, também freqüentes, podem ser causadas por grande variedade de vírus, sendo, geralmente, leves e autolimitadas,
raramente apresentando quadros graves. Todas as riquétsias reconhecidas como patogênicas para o homem podem
causar conjuntivite. As conjuntivites causadas por fungos são raras. Entre as conjuntivites parasitárias, a oncocercíase
é causa comum de cegueira no mundo, secundando o tracoma e a avitaminose A.

Entre as conjuntivites químicas ou irritativas estão as conjuntivites iatrogênicas, causadas por drogas
aplicadas localmente, as conjuntivites ocupacionais decorrentes da exposição a substâncias químicas irritantes e as
conjuntivites por corpo estranho. As conjuntivites ocupacionais podem ser causadas por inúmeros irritantes: ácidos e
álcalis, aerossóis, névoas, vapores de solventes e poeiras em suspensão no ar.
Indivíduos portadores de atopia podem apresentar quadros desencadeados por um ou mais alérgenos,
geralmente em suspensão no ar, entre eles o pólen, o mais comum, produtos animais, fungos não-patológicos, proteínas
vegetais e animais, pêlo, lã, produtos químicos e agrotóxicos.

Conjuntivite - Definição da Doença

Conjuntivite - Definição da Doença

12.3.2 CONJUNTIVITE CID-10 H10

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, que se manifesta por hiperemia e granulações na conjuntiva,
exsudação e lacrimejamento. São descritos mais de 50 quadros de conjuntivites, de acordo com a natureza do processo
(conjuntivite aguda epidêmica, conjuntivite crônica), o mecanismo de ação (conjuntivite atópica ou alérgica), o agente
causal (conjuntivite medicamentosa, conjuntivite química, conjuntivite diftérica), a sintomatologia (conjuntivite catarral
aguda ou crônica, conjuntivite purulenta), o tipo de granulação (conjuntivite folicular, conjuntivite papilar, conjuntivite
papilar gigante) e o grupo acometido (conjuntivite actínica ou conjuntivite dos soldadores).
Por sua localização, a conjuntiva está exposta a numerosos microorganismos e à ação de substâncias
nocivas. Seu principal mecanismo de proteção é o lacrimejamento, que dilui o material infeccioso, lavando os detritos
conjuntivais e restos de organismos para o nariz, reduzindo, assim, a vulnerabilidade. Além disso, a presença de
lisozima, betalisina, IgA e IgE contribui para inibir o crescimento bacteriano.
A conjuntivite é, geralmente, uma doença autolimitada em decorrência da presença da lágrima; abundância
de elementos linfóides; exfoliação epitelial constante; saco conjuntival resfriado pela evaporação da lágrima; ação de
bombeamento do sistema de drenagem lacrimal; envolvimento das bactérias pelo muco conjuntival e excreção.
De modo esquemático, as conjuntivites podem ser classificadas, segundo o mecanismo de produção
da lesão, em:

Tuesday, March 25, 2014

Blefarite - Prevenção

Blefarite - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da blefarite relacionada ao trabalho consiste na vigilância dos ambientes e processos de
trabalho e dos efeitos ou danos para saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.

As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição, a níveis considerados
seguros, a agentes responsáveis pela ocorrência da doença, como, por exemplo, radiações infravermelha em indústrias
siderúrgicas e em atividades de forja; radiações ionizantes em serviços de saúde e em processos industriais; arsênio
e seus compostos em processos industriais e fundição de ligas metálicas; e cimento na indústria da construção;
reduzindo a incidência da doença nos trabalhadores expostos, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas
hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação exaustora adequados e
eficientes, colocação de anteparos e barreiras;
- monitoramento ambiental sistemático;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário. Devem ser garantidos os recursos
adequados para o atendimento de situações de emergência, uma vez que o contato ou respingos de
substâncias químicas nos olhos podem ameaçar a visão, como chuveiros ou duchas lava-olhos em
locais rapidamente acessíveis. Os trabalhadores devem estar treinados para proceder imediatamente
à lavagem dos olhos, com água corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em seguida encaminhados
para avaliação especializada por oftalmologista;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, de modo
complementar às medidas de proteção coletiva, como óculos de segurança.

Blefarite - Tratamento

Blefarite - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Deve ser precedido da coleta de material local para isolamento microbiano e antibiograma. Medidas gerais
de higiene incluem a limpeza local com cotonete embebido em xampu neutro e água, calor local, pomadas com compostos
de selênio ou mercúrio nas bordas palpebrais e correção de ametropia e heteroforias. Essas medidas são suficientes
para o tratamento da blefarite escamosa ou seborréica e devem ser aplicadas, também, na blefarite ulcerosa,

Monday, March 24, 2014

Blefarite - Quadro clínico e diagnóstico

Blefarite - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico, os principais sintomas são: irritação, ardor e prurido nas bordas das pálpebras, que se
apresentam congestas. Podem ser vistas escamas ou granulações presas aos cílios das pálpebras superior e inferior.
Na blefarite por estafilococo, as escamas são secas, as pálpebras apresentam-se avermelhadas, observando-se
pequenas ulcerações ao longo da borda e queda dos cílios. No tipo seborréico, as caspas são gordurosas, não ocorre
ulceração e as pálpebras não se apresentam tão vermelhas. Na blefarite mista, as escamas são secas e gordurosas,
as bordas das pálpebras se apresentam avermelhadas, com pequenas ulcerações. A seborréia do couro cabeludo, dos
supercílios e do pavilhão auricular está, freqüentemente, associada à blefarite seborréica.
Nas blefarites alérgicas relacionadas ao trabalho pode ser observada a presença de edema palpebral
pruriginoso, indolor, de aparecimento agudo e regressão rápida. Pode estar associada a uma dermatose eczematóide,
particularmente no canto lateral da pálpebra, com prurido e lesões cutâneo-escamosas.

Blefarite - Epidemiologia e Fatores de risco

Blefarite - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A exposição à radiação infravermelha pode provocar quadros de blefarite, como as descritas em forjadores
e outros trabalhadores em siderurgia. As radiações ionizantes, raios X e raios Gama podem provocar radiodermites
agudas ou crônicas, com blefarite e queda dos cílios.
Trabalhadores expostos ao cimento podem apresentar quadros graves de blefarite, com edema e congestão
palpebral, geralmente associadas à conjuntivite.
A exposição ao arsênio e seus compostos pode provocar blefarite, sendo comum o acometimento simultâneo
de outros órgãos e sistemas, como, por exemplo, quadros dermatológicos (hiperceratose, dermatite eczematosa,
ceratite, hiperpigmentação e câncer de pele); irritação respiratória e risco aumentado de câncer pulmonar; hepatite
tóxica; neuropatia sensorial.

Sunday, March 23, 2014

Blefarite - Definição da Doença

Blefarite - Definição da Doença

12.3.1 BLEFARITE CID-10 H01.0

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Blefarite é uma inflamação crônica das bordas livres das pálpebras, geralmente bilateral. Pode ser
classificada, segundo a localização da lesão, em blefarite angular e blefarite ciliar ou marginal; a forma de acometimento,
em blefarite escamosa e blefarite ulcerosa; e, a causa, em blefarite infecciosa, alérgica ou metabólica.



Fonte: Doenças do Trabalho