Thursday, May 14, 2015

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos

Úlceras por fungos têm sido descritas em trabalhadores na agricultura devido a uma inoculação maciça do
agente (Candida, Fusarium, Aspergillus, Penicillium, Cephalosporium e outros), mas podem ser observadas também
em populações urbanas, a partir da introdução dos corticosteróides na terapêutica oftalmológica. Entre as ceratites por
vírus são importantes aquelas causadas pelo vírus do herpes simples (HSV) e pelo vírus da varicela-zoster, podendo
ocorrer também como uma complicação vacinal. As ceratoconjuntivites provocadas por clamídias, no tracoma e no
linfogranuloma venéreo, podem comprometer gravemente a visão, causando cegueira.
A úlcera corneana típica, associada à avitaminose A, embora rara, é geralmente bilateral, de localização
central, podendo evoluir para necrose com perfuração da córnea.
O acometimento do nervo trigêmeo, decorrente de trauma, cirurgia, tumor ou inflamação, pode levar à
ceratite neuroparalítica, com perda da sensibilidade da córnea (um de seus mecanismos de defesa), à ulceração e à
infecção.

A ceratite de exposição pode ocorrer em situações nas quais a córnea perde sua cobertura e umidade,
provocando dessecação e exposição a traumatismos, em decorrência da lesão do nervo facial (VII par craniano). As
ceratites provocadas pela exposição a agentes físicos e químicos no ambiente de trabalho podem ser agrupadas em
tóxicas e alérgicas. O arsênio e o berílio podem ser responsáveis por quadros de natureza alérgica. A seiva ou o suco
de algumas plantas podem ser venenosos ou tóxicos, provocando blefarite e conjuntivite, como no caso da exposição
ao Philodendron, que provoca uma ceratite particular, pelo depósito de cristais de oxalato de cálcio no estroma corneano,
que leva de 6 a 8 semanas para desaparecer. Os cactos contêm um látex venenoso e tóxico. A podofilina pode causar
ceratite grave, por mecanismo tóxico.
Algumas toxinas animais têm uma ação patogênica direta sobre as estruturas oculares. Entre as mais
importantes estão as produzidas por aranhas, sapos e algumas larvas de insetos. O sangue de alguns peixes, como a
enguia, em contato com a córnea, pode provocar ceratite.

As radiações ionizantes podem provocar um quadro de ceratite de tipo filamentoso ou intersticial, agravado
pela secura ocular, rebelde ao tratamento.
Entre os agentes listados como capazes de produzir ceratoconjuntivite estão:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio) em exposições muito altas;
- radiação ionizante;
- radiação infravermelha;
- radiação ultravioleta (a exposição ao ultravioleta proveniente do arco voltaico da solda elétrica é freqüente
e extremamente lesiva).
A queratite (ou ceratite) e a queratoconjuntivite (ou ceratoconjuntivite) podem ocorrer em trabalhadores
que já têm ceratite ou ceratoconjuntivite alérgicas de outras etiologias e que encontram em seu ambiente de trabalho
outros alérgenos desencadeadores do quadro. Neste caso, seriam classificadas como uma doença relacionada ao
trabalho, do Grupo III da Classificação de Schilling.

A segunda possibilidade é a manifestação de ceratite ou ceratoconjuntivite ocupacional (por irritantes ou
por sensibilização de trabalhador não anteriormente sensibilizado), isto é, sem história prévia. Essa seria causada pelo
trabalho e seria enquadrada no Grupo I da Classificação de Schilling.
A ceratite aguda causada pela exposição à radiação ultravioleta, nas atividades com solda elétrica, pode
ser caracterizada como um acidente de trabalho.



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