Sunday, November 30, 2014

Hipotireoidismo - Epidemiologia e Fatores de risco

Hipotireoidismo - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A forma primária do hipotireoidismo corresponde a mais de 90% dos casos. A associação com o trabalho
tem sido descrita em trabalhadores expostos a:
- chumbo ou seus compostos tóxicos;
- hidrocarbonetos halogenados (clorobenzeno e seus derivados);
- tiouracil;
- tiocinatos;
- tiouréia.
O diagnóstico de hipotireodismo em trabalhadores expostos a essas substâncias químicas, excluídas outras
causas não-ocupacionais, permite enquadrar a doença no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho
desempenha o papel de causa necessária.


Saturday, November 29, 2014

Hipotireoidismo - Definição da Doença

Hipotireoidismo - Definição da Doença

9.3.1 HIPOTIREOIDISMO DEVIDO A SUBSTÂNCIAS EXÓGENAS CID-10 E03.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Hipotireoidismo é a síndrome clínica provocada pela redução, na circulação, do hormônio tireoidiano (HT)
ou, mais raramente, por resistência periférica à sua ação. Em conseqüência, há diminuição geral dos processos
metabólicos com deposição de glicosaminas nos espaços intracelulares, em especial na pele e músculos, mas afetando
todos os órgãos e sistemas. Como esses mucopolissacarídeos são substâncias hidrofílicas, propiciam edema mais
intenso na pele, subcutâneo, músculos esqueléticos e cardíaco. A sintomatologia em sua forma mais avançada é o
mixedema. Pode ser reversível em adultos, com o tratamento. Entretanto, o retardo mental e somático pode ser
permanente quando associado à deficiência do HT nas fases pré-natal e neonatal, provocando o cretinismo, efeito
grave e irreversível do hipotireoidismo materno.


Friday, November 28, 2014

A prevenção das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

A prevenção das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

A prevenção das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas relacionadas ao trabalho baseia-se nos
procedimentos de vigilância dos agravos à saúde, dos ambientes e das condições de trabalho. Baseia-se em
conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia, psicologia, entre
outras disciplinas, na percepção dos trabalhadores sobre o trabalho e a saúde e nas normas técnicas e regulamentos
existentes, envolvendo:
- conhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas ou agentes
físicos ou biológicos e fatores de risco decorrentes da organização do trabalho, potencialmente
causadores de doença;
- identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores
de risco identificados;
- identificação e proposição de medidas de controle que devem ser adotadas para eliminação ou controle
da exposição aos fatores de risco e para proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.

A partir da confirmação do diagnóstico da doença e do estabelecimento de sua relação com o trabalho,
seguindo os procedimentos descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção à saúde do
trabalhador devem implementar as seguintes ações:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo;
- se o trabalhador é segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar a emissão de CAT à empresa,
preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa de emissão da CAT pela empresa, o
médico assistente (ou serviço médico) deve fazê-lo;
- acompanhamento da evolução do caso, registro de pioras e agravamento da situação clínica e sua
relação com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato do
trabalhador;
- implementar as ações de vigilância epidemiológica visando à identificação de outros casos, por meio
da busca ativa na mesma empresa ou no ambiente de trabalho ou em outras empresas do mesmo
ramo de atividade na área geográfica;
- se necessário, complementar a identificação do agente (químico, físico ou biológico) e das condições
de trabalho determinantes do agravo e de outros fatores de risco que podem estar contribuindo para a
ocorrência;
- inspeção na empresa ou ambiente de trabalho onde trabalhava o paciente ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde e
as medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual utilizados;
- recomendação ao empregador quanto às medidas de proteção e controle a serem adotadas, informando-
as aos trabalhadores.

As medidas de proteção e prevenção da exposição aos fatores de risco no trabalho incluem:
- substituição de tecnologias de produção por outras menos arriscadas para a saúde;
- isolamento do agente/substância ou enclausuramento do processo, evitando exposição;
- adoção de sistemas de ventilação local exaustora e geral adequados e eficientes;
- utilização de capelas de exaustão;
- controle de vazamentos e incidentes mediante manutenção preventiva e corretiva de máquinas e
equipamentos e acompanhamento de seu cumprimento;
- estabelecimento de normas de higiene e segurança, como, por exemplo, de monitoramento ambiental
sistemático;
- adoção de sistemas seguros de trabalho, operacionais e de transporte;
- classificação e rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxicológicas e toxicidade;
- informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
- manutenção de condições adequadas no ambiente geral e de conforto para os trabalhadores, bem
como facilidades para higiene pessoal, como instalações sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros,
pias com água limpa corrente e em abundância, vestuário adequado e limpo diariamente;
- diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual, adequados e com manutenção indicada, de
modo complementar às medidas de proteção coletiva.




Thursday, November 27, 2014

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Capítulo 9
DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo IV da CID-10)
9.1 INTRODUÇÃO
Os efeitos ou danos sobre os sistemas endócrino, nutricional e metabólico, decorrentes da exposição
ambiental e ocupacional a substâncias e agentes tóxicos são, ainda, pouco conhecidos.
Porém, ainda que necessitando
de estudos mais aprofundados, as seguintes situações de trabalho são reconhecidas como capazes de produzir doenças:
- utilização de ferramentas vibratórias, como os marteletes pneumáticos.
Associado à síndrome de Raynaudg, uma doença vascular periférica (ver protocolo no capítulo 14), tem sido observado o
comprometimento dos sistemas endócrino e nervoso central expresso por disfunção dos centros cerebrais
autônomos, que necessita ser melhor avaliado;
- extração e manuseio de pedra-pome, provocando deficiência adrenal;
- produção e uso de derivados do ácido carbâmico (carbamatos), utilizados como pesticidas, herbicidas
e nematocidas. Os tiocarbamatos são utilizados, também, como aceleradores da vulcanização e seus
derivados empregados no tratamento de tumores malignos, hipóxia, neuropatias e doenças provocadas
pela radiação. Por mecanismo endócrino, são mutagênicos e embriotóxicos;
- em expostos ao chumbo tem sido observada forte correlação inversa entre a plumbemia e os níveis de
vitamina D, alterando a homeostase extra e intracelular do cálcio e interferindo no crescimento e
maturação de dentes e ossos. Também tem sido descrita a ocorrência de hipotireoidismo decorrente de
um acometimento da hipófise;
- a exposição ao dissulfeto de carbono (CS2) é reconhecida por seus efeitos sobre o metabolismo lipídico,
acelerando o processo de aterosclerose (também conhecida como arteriosclerose).

A literatura especializada tem dado destaque ao papel desempenhado por certas substâncias químicas
sintéticas, os disruptores endócrinos, que interferem nos hormônios naturais, nos neurotransmissores e nos fatores de
crescimento, produzindo doença, muitas vezes, de difícil reconhecimento. Por exemplo, a exposição intra-uterina ao
dietilestilbestrol (DES), um hormônio sintético, pode levar a alterações no aparelho reprodutor das mulheres, como a
cornificação do epitélio vaginal, adenocarcinoma de células claras vaginais e outros problemas para a reprodução, que
somente serão identificados na idade adulta. Outros efeitos dos disruptores endócrinos, entre eles, a redução do
quociente de inteligência (QI), alterações comportamentais e imunológicas, doença tireoidiana e alterações do aparelho
reprodutor, como hipospádia, criptorquidismo, câncer testicular, qualidade do sêmen e contagem de espermatozóides,
poderão permanecer sem diagnóstico e/ou sem nexo com a exposição prévia, ao longo da vida dos indivíduos acometidos.
Um grande número de substâncias têm sido reconhecidas como disruptores endócrinos e tóxicos para a
reprodução, particularmente pesticidas, herbicidas, fungicidas, inseticidas, nematocidas e agentes químicos industriais,
como 4-OH alquilfenol, 4-OH bifenil, cádmio, dioxina, chumbo, mercúrio, PBB, PCB, pentaclorofenol, ftalatos, estireno,
entre outros. Elas atuam por diferentes mecanismos de ação classificados em seis categorias gerais:
- ligando-se aos receptores e realçando os efeitos como antagonistas;
- bloqueando os receptores e inibindo os efeitos como antagonistas;
- atuando diretamente com os hormônios endógenos;
- interferindo indiretamente nos hormônios endógenos ou noutros mensageiros químicos naturais;
- alterando a esteroidogênese, o metabolismo e a excreção;
- alterando os níveis de receptores hormonais.

É importante lembrar que um contaminante pode interferir na homeostase de mais de uma maneira e que,
em certos casos, a toxicidade depende mais do tempo de exposição do que da dose.
Os efeitos dos disruptores endócrinos durante o desenvolvimento significam um desafio para os profissionais
por seu caráter insidioso e por, muitas vezes, agirem mais na redução das funções do que provocando uma doença
propriamente dita. Representa uma nova fronteira do conhecimento à qual os profissionais da Saúde do Trabalhador
devem dar sua contribuição.


Wednesday, November 26, 2014

Metahemoglobinemia - Prevenção

Metahemoglobinemia - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da metahemoglobinemia adquirida relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo.
O controle ambiental dos processos industriais que geram aminas aromáticas pode, efetivamente, reduzir a incidência
da doença nos grupos ocupacionais de risco.
As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a concentrações próximas
de zero, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações dos agentes no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, como recursos
para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.

As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.

Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do
PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15
define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de 48 horas semanais
de trabalho, por exemplo:
- anilina: 4 ppm ou 15 mg/m3;
- dietilamina: 20 ppm ou 59 mg/m3;
- hidrazina/diamina: 0,08 ppm ou 0,08 mg/m3.

O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e a realização de exames
complementares adequados ao fator de risco identificado. No caso de exposição ocupacional a agentes
metahemoglobinizantes, deve-se realizar o monitoramento biológico da exposição ocupacional por meio da dosagem
da metahemoglobina no sangue, conforme determina a NR 7 (PCMSO), do Ministério do Trabalho. Os indicadores
biológicos da exposição à anilina são a concentração de p-aminofenol na urina, cujo IBMP é de 50 mg/g de creatinina,
e a dosagem de metahemoglobina no sangue, cujo VR é de até 2% e o IBMP é de 5%.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientação ao empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação
ou controle dos fatores de risco.


Tuesday, November 25, 2014

Metahemoglobinemia - Tratamento

Metahemoglobinemia - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Na ausência de sintomas, a cessação da exposição ao agente agressor é suficiente para permitir a conversão
da metahemoglobina em hemoglobina por meio de mecanismos fisiológicos.
Nos casos sintomáticos, está indicado o uso de azul de metileno por via endovenosa. A dose inicial é de 1 mg/kg
de peso (solução a 1%) em cinco minutos. Uma segunda dose de 2 mg/kg pode ser dada se a cianose não clarear em uma
hora.


Monday, November 24, 2014

Metahemoglobinemia - Quadro clínico e diagnóstico

Metahemoglobinemia - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas variam em intensidade, mas freqüentemente são leves. As concentrações de 10 a 25% de
metahemoglobina produzem cianose, mas elas são toleradas sem efeitos nocivos aparentes; de 35 a 40% pode ser
sentida uma leve dispnéia aos exercícios, cefaléias, fadiga, taquicardia e tontura. Letargia e estupor podem aparecer
com concentrações próximas de 60%. A concentração letal para adultos, provavelmente, é superior a 70%.
A cianose persistente sem hipoxemia deve sugerir a possibilidade de metahemoglobinemia. O sangue
periférico é castanho-avermelhado. O diagnóstico é firmado pela determinação da metahemoglobina no sangue.
O diagnóstico diferencial é feito com a sulfemoglobinemia e a diferenciação pode ser feita pela adição de
algumas gotas de cianeto de potássio a 10% ao sangue, resultando em rápida produção de cianometemoglobina, que
tem cor vermelha brilhante, fato que não ocorre com a sulfemoglobinemia.


Sunday, November 23, 2014

Metahemoglobinemia - Epidemiologia e Fatores de risco

Metahemoglobinemia - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre os medicamentos implicados na metahemoglobinemia tóxica, destacam-se:
- nitrito de amila; - dapsona;
- nitrito de sódio; - benzocaína;
- nitrato de prata; - prilocaína;
- nitroglicerina; - primaquina;
- quinonas; - resorcina;
- sulfonamidas; - fenazopiridina.
As metahemoglobinemias hereditárias são patologias raras.

Entre as substâncias químicas de natureza ocupacional produtoras de metahemoglobinemia, destacam-se
as aminas aromáticas e seus derivados. As aminas aromáticas são substâncias químicas derivadas de hidrocarbonetos
aromáticos (benzeno, tolueno, naftaleno, antraceno, etc.) por substituição de pelo menos um átomo de hidrogênio por
um grupo amino (-NH2), exemplificadas pelas seguintes substâncias:
- anilina; - acetanilina;
- dimetilanilina; - benzidina;
- dietilanilina; - o-toluidina;
- cloroanilina; - o-dianisidina;
- nitroanilina; - 3,3-diclorobenzidina;
- nitrobenzeno; - 4-aminodifenilo;
- toluidina; - naftilaminas;
- clorotoluidina; - aminoantracenos.
- fenilenodiamina;
Em trabalhadores expostos, nos quais outras causas não-ocupacionais de metahemoglobinemia foram
excluídas, ela pode ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em
que a exposição ocupacional a aminas aromáticas pode ser considerada como causa necessária.


Saturday, November 22, 2014

Metahemoglobinemia - Definição da Doença

Metahemoglobinemia - Definição da Doença

8.3.8 METAHEMOGLOBINEMIA CID-10 D74.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Metahemoglobinemia é a presença em concentrações superiores ao habitual (1%) de metahemoglobina no
sangue. A metahemoglobina é formada pela oxidação do átomo de ferro da forma ferrosa (Fe2+) à forma férrica (Fe3+),
tornando a molécula incapaz de ligar-se ao oxigênio.
A metahemoglobinemia pode ser hereditária ou adquirida, secundária à exposição a toxinas e ao uso de
medicamentos.


Friday, November 21, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Prevenção

Leucocitose, reação leucemóide - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção dos outros transtornos especificados dos glóbulos brancos relacionados ao trabalho baseia-
se na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na
introdução deste capítulo. O controle ambiental da exposição ao benzeno e às radiações ionizantes reduz a incidência
da doença nos grupos ocupacionais de risco.
Os procedimentos de vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno e às radiações ionizantes
estão descritos, respectivamente, nos protocolos Anemia aplástica devida a outros agentes externos (8.3.4), neste
capítulo, e Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.





Thursday, November 20, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Tratamento

Leucocitose, reação leucemóide - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Não se trata a alteração hematológica e sim a patologia de base.
Nos casos secundários à exposição ao benzeno e às radiações ionizantes,
é importante cessar a exposição e manter a vigilância do trabalhador.


Wednesday, November 19, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Quadro clínico e diagnóstico

Leucocitose, reação leucemóide - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Não há sintomatologia específica dessas alterações hematológicas nos casos secundários à exposição ao
benzeno e às radiações ionizantes. Nos casos secundários aos processos inflamatórios específicos, a sintomatologia
da patologia de base domina o quadro. A ausência de esplenomegalia, a taxa de fosfatase alcalina leucocitária aumentada
e a resolução do quadro, ligada temporalmente com a regressão da doença subjacente, são alguns dos achados da
reação leucemóide neutrofílica que ajudam a diferenciá-la da leucemia mielógena crônica.



Tuesday, November 18, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Epidemiologia e Fatores de risco

Leucocitose, reação leucemóide - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Leucocitose, principalmente a neutrofilia, é um achado freqüente que ocorre em resposta a processos
inflamatórios agudos e subagudos, como infecções, principalmente bacterianas, afecções reumáticas e autoimunes,
traumatismo e hemorragia, afecções neoplásicas, entre outras causas. Em patologia do trabalho, o aumento do número
de leucócitos pode ser um sinal precoce de efeito leucemogênico da exposição ao benzeno e às radiações ionizantes.
Paradoxalmente, esse efeito hematológico pode também preceder o aparecimento da anemia aplástica.
Em trabalhadores expostos, nos quais outras causas de leucocitose e reação leucemóide não-ocupacionais
foram excluídas, elas podem ser classificadas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo I da Classificação de
Schilling, em que a exposição ocupacional ao benzeno e às radiações ionizantes pode ser considerada como causa
necessária.


Monday, November 17, 2014

Leucocitose, reação leucemóide - Definição da Doença

Leucocitose, reação leucemóide - Definição da Doença

8.3.7 OUTROS TRANSTORNOS ESPECIFICADOS DOS GLÓBULOS BRANCOS:
LEUCOCITOSE, REAÇÃO LEUCEMÓIDE CID-10 D72.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Leucocitose refere-se a um aumento do número de leucócitos no sangue periférico,
superior a 10.000/mm3.
Desvio para a esquerda é o aparecimento de mais de 600 bastonetes/mm³ no sangue periférico ou de pelo menos um
metamielócito na corrente sangüínea.
A reação leucemóide é o surgimento de pelo menos um mielócito na corrente sangüínea, caracterizando
um desvio para a esquerda mais intenso, desvio hierárquico, com predomínio de células maduras, sem hiatos, sem
presença de blastos. Em geral, as plaquetas e hemácias não são afetadas.
Esses termos têm menor significado clínico, comparados aos que identificam o tipo de leucócito,
predominantemente aumentado. Os termos neutrofilia, eosinofilia, basofilia, linfocitose e monocitose sugerem
considerações diagnósticas específicas.


Sunday, November 16, 2014

Critérios para deficiência provocada por transtornos dos glóbulos brancos

Critérios para deficiência provocada por transtornos dos glóbulos brancos

CRITÉRIOS PARA ESTAGIAMENTO DA DEFICIÊNCIA PROVOCADA POR TRANSTORNOS DOS
GLÓBULOS BRANCOS SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO MÉDICA AMERICANA




* Guides to the evaluation of permanent impairment (4.a edição, 1995)
Grau ou Nível 1 Grau ou Nível 2 Grau ou Nível 3 Grau ou Nível 4
Estagiamento Critérios Definidores
Há sintomas ou sinais de anormalidade de leucócitos.
Não há necessidade de tratamento ou ele é infreqüente.
Todas ou quase todas as atividades da vida diária podem ser realizadas.
Há sintomas e sinais de anormalidade de leucócitos.
Embora seja requerido tratamento contínuo, a maioria das atividades da vida diária podem ser
realizadas.
É requerido tratamento contínuo.
Existe interferência no desempenho de atividades da vida diária que requerem assistência ocasional
de terceiros.
Há sintomas e sinais de anormalidade de leucócitos.
É requerido tratamento contínuo.
Há dificuldade no desempenho das atividades da vida diária que requerem cuidados contínuos
de terceiros.
Quadro XVII
CRITÉRIOS PARA ESTAGIAMENTO DA DEFICIÊNCIA PROVOCADA POR TRANSTORNOS DOS
GLÓBULOS BRANCOS SEGUNDO A ASSOCIAÇÃO MÉDICA AMERICANA
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO







Saturday, November 15, 2014

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Prevenção

Agranulocitose, Neutropenia Tóxica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da agranulocitose relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições
de trabalho e dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na introdução deste capítulo. O controle ambiental da
exposição ao benzeno, às radiações ionizantes, derivados do fenol, arsênio, óxido nitroso e hidroxibenzonitrito, entre
outras substâncias, pode reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco.
Os procedimentos de vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno e às radiações ionizantes
estão descritos nos protocolos Anemia plástica devida a outros agentes externos, neste capítulo, e Neoplasia maligna
dos ossos e cartilagens articulares dos membros, no capítulo 7.
O dinitrofenol e pentaclorofenol são utilizados como fungicidas, tendo seu controle estabelecido pela Lei
Federal n.º 7.802/1989. Algumas leis estaduais e municipais proíbem seu uso como conservantes de madeira e fibras
naturais, indicando a necessidade de sua substituição por produtos menos tóxicos. Recomenda-se observar o
cumprimento, pelo empregador, das NRR, Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os
produtos químicos (agrotóxicos e afins), fertilizantes e corretivos. Especial atenção deve ser dada na proteção de
trabalhadores envolvidos nas atividades de preparação de caldas e aplicação desses produtos.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, do PPRA (NR 9), do
PCMSO (NR 7) e de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. A NR 15
define os LT das concentrações em ar ambiente de várias substâncias químicas, para jornadas de 48 horas semanais
de trabalho.
O exame médico periódico deve estar orientado para a identificação de sinais e sintomas que propiciem a
detecção precoce da doença. Além de um exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos
padronizados e a realização de exames complementares adequados ao fator de risco identificado. Em expostos ao
arsênio: dosagem de arsênio na urina – VR de até 10 µg/g de creatinina e IBMP de 50 µg/g de creatinina. Em expostos
ao pentaclorofenol: dosagem na urina – VR de 2 mg/g de creatinina.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.