Gengivite crônica - Tratamento
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
É necessário avaliar se a doença periodôntica tem uma causa sistêmica ou localizada. As repercussões
gengivais de problemas clínicos gerais somente serão revertidas com uma abordagem adequada, como no caso da
associação de gengivite com substâncias tóxicas, medicamentos, anormalidades metabólicas, hormonais e inflamatórias.
O tratamento das lesões herpéticas é realizado com uso o mais precocemente possível de aciclovir tópico ou, dependendo
da intensidade das lesões, por via oral.
Se a doença periodôntica está localizada, as lesões gengivais podem ser revertidas com o tratamento
adequado. As gengivas voltam a ter aspecto normal, cessa a mobilidade dentária, a supuração e o sangramento,
embora a borda gengival e a crista alveolar passem a ocupar uma posição mais apical que a apresentada originalmente.
O dentista é o profissional a ser consultado para a abordagem correta da questão periodôntica. O aumento gengival ou
macrulia requer extirpação cirúrgica do excesso de tecido.
Saturday, January 16, 2016
Friday, January 15, 2016
Gengivite crônica - Quadro clínico e diagnóstico
Gengivite crônica - Quadro clínico e diagnóstico
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As queixas habitualmente relacionadas à doença periodôntica são sangramento ao escovar os dentes,
gengiva vermelha, mau hálito persistente, presença de pus entre os dentes e a gengiva, mobilidade ou afastamento
dos dentes, mudança na maneira como os dentes se encaixam na oclusão. Pode, entretanto, haver doença periodôntica
sem nenhuma destas queixas, daí a importância da visita regular ao dentista.
Podem ocorrer formas de gengivoestomatites agudas úlcero-necróticas, tipo da angina de Vincent ou herpética.
A forma herpética ocorre em crianças de 1 a 6 anos ou, mais raramente, em adolescentes, adultos jovens e imunossuprimidos.
São contagiosas, atingindo rapidamente a população suscetível após período de incubação de 3 a 9 dias.
Surge com febre, mal-estar, cefaléia e linfadenopatia cervical, que antecedem ao aparecimento de lesões vesiculares
que rapidamente se rompem, dando origem a lesões aftosas extremamente dolorosas. As gengivas doem e sangram.
A febre persiste por uma semana e os sintomas orais perduram de 10 a 15 dias.
A inflamação difusa da gengiva livre e inserida e da mucosa alveolar, associada à formação de bolhas
friáveis e descamação do epitélio superficial, constitui manifestações clínicas da gengivite descamativa crônica, que
ocorre raramente e quase só em mulheres, após a menopausa. A amiloidose é outra situação clínica que pode se
associar à gengivite.
O diagnóstico é eminentemente clínico, pela observação da gengiva intumescida, sangrante, despregada,
com a presença de bolsas infectadas e purulentas. A radiografia pode revelar complicações ósseas. A biópsia, em
algumas situações, revela a etiopatogenia, como na amiloidose e noutras doenças sistêmicas.
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As queixas habitualmente relacionadas à doença periodôntica são sangramento ao escovar os dentes,
gengiva vermelha, mau hálito persistente, presença de pus entre os dentes e a gengiva, mobilidade ou afastamento
dos dentes, mudança na maneira como os dentes se encaixam na oclusão. Pode, entretanto, haver doença periodôntica
sem nenhuma destas queixas, daí a importância da visita regular ao dentista.
Podem ocorrer formas de gengivoestomatites agudas úlcero-necróticas, tipo da angina de Vincent ou herpética.
A forma herpética ocorre em crianças de 1 a 6 anos ou, mais raramente, em adolescentes, adultos jovens e imunossuprimidos.
São contagiosas, atingindo rapidamente a população suscetível após período de incubação de 3 a 9 dias.
Surge com febre, mal-estar, cefaléia e linfadenopatia cervical, que antecedem ao aparecimento de lesões vesiculares
que rapidamente se rompem, dando origem a lesões aftosas extremamente dolorosas. As gengivas doem e sangram.
A febre persiste por uma semana e os sintomas orais perduram de 10 a 15 dias.
A inflamação difusa da gengiva livre e inserida e da mucosa alveolar, associada à formação de bolhas
friáveis e descamação do epitélio superficial, constitui manifestações clínicas da gengivite descamativa crônica, que
ocorre raramente e quase só em mulheres, após a menopausa. A amiloidose é outra situação clínica que pode se
associar à gengivite.
O diagnóstico é eminentemente clínico, pela observação da gengiva intumescida, sangrante, despregada,
com a presença de bolsas infectadas e purulentas. A radiografia pode revelar complicações ósseas. A biópsia, em
algumas situações, revela a etiopatogenia, como na amiloidose e noutras doenças sistêmicas.
Thursday, January 14, 2016
Gengivite crônica - Epidemiologia e Fatores de risco
Gengivite crônica - Epidemiologia e Fatores de risco
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A principal causa de gengivite é a doença periodôntica, associada à falta de higiene bucal. Outros fatores
incluem a má oclusão, cálculos dentários, falta de restauração dentária, xerostomia, alimentos retidos, inflamação,
trauma, distúrbios endócrinos e imunológicos e uso de alguns medicamentos. Os microorganismos associados a esse
processo são habitantes normais da boca, como as bactérias anaeróbias, aeróbias gram-negativas e espiroquetas,
entretanto surtos agudos podem ser provocados por outros patógenos.
A exposição ocupacional a névoas de fluoretos ou de seus compostos tóxicos e ao mercúrio está relacionada
com o desenvolvimento de gengivite crônica. A gengivite causada pela inalação direta de mercúrio por garimpeiros no
processo de queima de ouro é um importante fator de exposição no Brasil.
A gengivite, nesses casos, ocorre tanto por exposição por via sistêmica quanto local.
Em trabalhadores expostos, a gengivite crônica, excluídas outras causas subjacentes, pode ser considerada
como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho representa fator de
risco contributivo na etiologia multicausal da doença.
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A principal causa de gengivite é a doença periodôntica, associada à falta de higiene bucal. Outros fatores
incluem a má oclusão, cálculos dentários, falta de restauração dentária, xerostomia, alimentos retidos, inflamação,
trauma, distúrbios endócrinos e imunológicos e uso de alguns medicamentos. Os microorganismos associados a esse
processo são habitantes normais da boca, como as bactérias anaeróbias, aeróbias gram-negativas e espiroquetas,
entretanto surtos agudos podem ser provocados por outros patógenos.
A exposição ocupacional a névoas de fluoretos ou de seus compostos tóxicos e ao mercúrio está relacionada
com o desenvolvimento de gengivite crônica. A gengivite causada pela inalação direta de mercúrio por garimpeiros no
processo de queima de ouro é um importante fator de exposição no Brasil.
A gengivite, nesses casos, ocorre tanto por exposição por via sistêmica quanto local.
Em trabalhadores expostos, a gengivite crônica, excluídas outras causas subjacentes, pode ser considerada
como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho representa fator de
risco contributivo na etiologia multicausal da doença.
Wednesday, January 13, 2016
Gengivite crônica - Definição da Doença
Gengivite crônica - Definição da Doença
16.3.3 GENGIVITE CRÔNICA CID-10 K05.1
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Gengivite é a inflamação da gengiva, caracterizada por intumescimento, vermelhidão, alteração dos contornos
normais, exsudato e sangramento. Nos casos complicados por infecção secundária, pode haver dor, halitose,
sangramento e piorréia.
16.3.3 GENGIVITE CRÔNICA CID-10 K05.1
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Gengivite é a inflamação da gengiva, caracterizada por intumescimento, vermelhidão, alteração dos contornos
normais, exsudato e sangramento. Nos casos complicados por infecção secundária, pode haver dor, halitose,
sangramento e piorréia.
Tuesday, January 12, 2016
Alterações da cor dos dentes - Prevenção
Alterações da cor dos dentes - Prevenção
5 PREVENÇÃO
A prevenção das alterações da cor dos dentes relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. Aplicam-se a esses casos os mesmos procedimentos básicos contidos no item 5 do protocolo Erosão
dentária. Os LT para exposição aos sais de cádmio, cobre, níquel e prata estão no Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb
n.º 12/1983).
5 PREVENÇÃO
A prevenção das alterações da cor dos dentes relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de
vigilância dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. Aplicam-se a esses casos os mesmos procedimentos básicos contidos no item 5 do protocolo Erosão
dentária. Os LT para exposição aos sais de cádmio, cobre, níquel e prata estão no Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb
n.º 12/1983).
Monday, January 11, 2016
Alterações da cor dos dentes - Tratamento
Alterações da cor dos dentes - Tratamento
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As manchas podem diminuir pela limpeza periódica feita pelo dentista com soluções alcalinas e fricção, o
que pode ser útil nos tabagistas. Nos casos de traumatismo e manchas associadas à reabsorção de hemossiderina,
pode-se injetar água oxigenada nas lesões. Os resultados podem ser de recuperação parcial.
Muitas manchas são irremovíveis.
O recapeamento dentário com porcelana pode ser a solução definitiva.
4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
As manchas podem diminuir pela limpeza periódica feita pelo dentista com soluções alcalinas e fricção, o
que pode ser útil nos tabagistas. Nos casos de traumatismo e manchas associadas à reabsorção de hemossiderina,
pode-se injetar água oxigenada nas lesões. Os resultados podem ser de recuperação parcial.
Muitas manchas são irremovíveis.
O recapeamento dentário com porcelana pode ser a solução definitiva.
Sunday, January 10, 2016
Alterações da cor dos dentes - Quadro clínico e diagnóstico
Alterações da cor dos dentes - Quadro clínico e diagnóstico
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As alterações da coloração dos dentes são de observação direta. Como desdobramento, pode haver
constrangimento devido à aparência estética, provocando inibição, introversão e retração social. O diagnóstico é feito
a partir da observação direta pelo dentista e baseia-se na história clínica, de exposição aos agentes químicos e na
tonalidade assumida pelos dentes.
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As alterações da coloração dos dentes são de observação direta. Como desdobramento, pode haver
constrangimento devido à aparência estética, provocando inibição, introversão e retração social. O diagnóstico é feito
a partir da observação direta pelo dentista e baseia-se na história clínica, de exposição aos agentes químicos e na
tonalidade assumida pelos dentes.
Saturday, January 9, 2016
Alterações da cor dos dentes - Epidemiologia e Fatores de risco
Alterações da cor dos dentes - Epidemiologia e Fatores de risco
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
O tabagismo é a principal causa de manchas dentárias de coloração marrom amareladas no adulto. O
escurecimento dentário também pode ser decorrente do envelhecimento ou estar associado à necrose da polpa, às
cáries profundas ou ao traumatismo que provoca absorção da hemossiderina pela polpa.
As manchas dentárias de origem ocupacional podem ocorrer em trabalhadores expostos a névoas de
sais metálicos e de seus compostos, adquirindo coloração variável, como, por exemplo, dentes expostos ao cádmio
tornam-se amarelo-ouro; ao cobre, verde-escuro; ao níquel, esverdeados ou enegrecidos; à prata, cinza-acastanhados
ou marrons.
Em trabalhadores expostos a esses produtos químicos, as manchas dentárias, com as características de
cor e história de desenvolvimento pós-exposição ocupacional, podem ser consideradas como doenças relacionadas
ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
O tabagismo é a principal causa de manchas dentárias de coloração marrom amareladas no adulto. O
escurecimento dentário também pode ser decorrente do envelhecimento ou estar associado à necrose da polpa, às
cáries profundas ou ao traumatismo que provoca absorção da hemossiderina pela polpa.
As manchas dentárias de origem ocupacional podem ocorrer em trabalhadores expostos a névoas de
sais metálicos e de seus compostos, adquirindo coloração variável, como, por exemplo, dentes expostos ao cádmio
tornam-se amarelo-ouro; ao cobre, verde-escuro; ao níquel, esverdeados ou enegrecidos; à prata, cinza-acastanhados
ou marrons.
Em trabalhadores expostos a esses produtos químicos, as manchas dentárias, com as características de
cor e história de desenvolvimento pós-exposição ocupacional, podem ser consideradas como doenças relacionadas
ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária.
Friday, January 8, 2016
Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes - Definição da Doença
Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes - Definição da Doença
16.3.2 ALTERAÇÕES PÓS-ERUPTIVAS DA COR DOS TECIDOS DUROS DOS DENTES CID-10 K03.7
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Alterações da cor dos dentes constituem achados relativamente comuns que podem ser
facilmente observados, sem procedimentos propedêuticos mais complexos.
16.3.2 ALTERAÇÕES PÓS-ERUPTIVAS DA COR DOS TECIDOS DUROS DOS DENTES CID-10 K03.7
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Alterações da cor dos dentes constituem achados relativamente comuns que podem ser
facilmente observados, sem procedimentos propedêuticos mais complexos.
Thursday, January 7, 2016
Erosão dentária - Prevenção
Erosão dentária - Prevenção
5 PREVENÇÃO
A prevenção das doenças digestivas relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
em saúde dos trabalhadores, dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos
na introdução deste capítulo.
O controle da exposição a névoas ácidas pode contribuir para a redução da erosão dentária relacionada ao
trabalho nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da
exposição a níveis considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento ambiental sistemático;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e da adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais. Entre os agentes reconhecidos como causadores de
erosão dentária, estão:
- ácido crômico (névoa) – 0,04 mg/m3;
- ácido fluorídrico – 2,5 ppm ou 1,5 mg/m3.
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente
à luz do conhecimento e de evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos,
não impedem o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica e exames complementares orientados pela exposição ocupacional.
Recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e exame odontológico de rotina, de modo a
identificar as alterações o mais precocemente possível, evitando que lesões mínimas e de fácil obliteração evoluam
para formas graves que colocam em risco a viabilidade dentária. Medidas de promoção da saúde e de controle do
tabagismo também devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
5 PREVENÇÃO
A prevenção das doenças digestivas relacionadas ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância
em saúde dos trabalhadores, dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos
na introdução deste capítulo.
O controle da exposição a névoas ácidas pode contribuir para a redução da erosão dentária relacionada ao
trabalho nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da
exposição a níveis considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- adoção de normas de higiene e segurança rigorosas com sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento ambiental sistemático;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e da adoção, pelo empregador, das medidas de controle dos
fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais. Entre os agentes reconhecidos como causadores de
erosão dentária, estão:
- ácido crômico (névoa) – 0,04 mg/m3;
- ácido fluorídrico – 2,5 ppm ou 1,5 mg/m3.
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente
à luz do conhecimento e de evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos,
não impedem o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica e exames complementares orientados pela exposição ocupacional.
Recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados e exame odontológico de rotina, de modo a
identificar as alterações o mais precocemente possível, evitando que lesões mínimas e de fácil obliteração evoluam
para formas graves que colocam em risco a viabilidade dentária. Medidas de promoção da saúde e de controle do
tabagismo também devem ser implementadas.
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se:
- informar ao trabalhador;
- examinar os expostos, visando a identificar outros casos;
- notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do
trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/MTE e ao sindicato da categoria;
- providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social,
conforme descrito no capítulo 5;
- orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou
controle dos fatores de risco.
Wednesday, January 6, 2016
Erosão dentária - Quadro clínico e diagnóstico
Erosão dentária - Quadro clínico e diagnóstico
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Caracteriza-se pela destruição dentária que se inicia pelo esmalte, da superfície incisal para a cervical,
com aspecto de polimento regular. A seguir, atinge sucessivamente a dentina e a polpa dental, com aparecimento de
dor. A invasão bacteriana e a formação de abscessos são complicações comuns. Os focos apicais nos dentes temporais
são agudos e promovem abscessos periapicais com ou sem focos osteomielíticos. Nos dentes permanentes, cursam
cronicamente, com o desenvolvimento de granulomas que se encapsulam em
uma bainha de tecido conjuntivo fibroso.
A história clínica segue a evolução do processo. A lesão do esmalte, em geral, é acompanhada de aumento
de sensibilidade ao frio. A lesão da dentina aumenta a sensibilidade dentária a frio, calor e doce. A pulpite provoca dor
contínua, pulsátil, aliviada pelo frio e posição ereta. O abscesso periapical provoca dor contínua que aumenta com a
percussão axial. A infecção focal estomatógena se relaciona com a presença do chamado granuloma apical conseqüente
de cárie, trauma oclusal ou abrasão dentário. O granuloma apical é uma formação redonda, vermelha, dentro de um
nicho ósseo inextensível, sob forma de uma bolsa com parede externa conjuntiva, muito resistente e aderida à raiz
dentária. Ao ser extraído, mostra em seu interior tecido de granulação purulento rico em microorganismos. Essas
características explicam a atenuação da virulência dos microorganismos, que se encontram com nutrição muito precária,
pela cronicidade do processo e pela sintomatologia local pobre.
O diagnóstico é feito pela história e pelo exame clínico, sendo fundamental a participação do dentista. A visão
direta da lesão permite estabelecer o diagnóstico com precisão. Os testes de acidez, doce, percussão e raspagem dentárias
podem auxiliar no diagnóstico. As dúvidas e a extensão do processo poderão ser mais bem avaliadas com os estudos
radiológicos.
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Caracteriza-se pela destruição dentária que se inicia pelo esmalte, da superfície incisal para a cervical,
com aspecto de polimento regular. A seguir, atinge sucessivamente a dentina e a polpa dental, com aparecimento de
dor. A invasão bacteriana e a formação de abscessos são complicações comuns. Os focos apicais nos dentes temporais
são agudos e promovem abscessos periapicais com ou sem focos osteomielíticos. Nos dentes permanentes, cursam
cronicamente, com o desenvolvimento de granulomas que se encapsulam em
uma bainha de tecido conjuntivo fibroso.
A história clínica segue a evolução do processo. A lesão do esmalte, em geral, é acompanhada de aumento
de sensibilidade ao frio. A lesão da dentina aumenta a sensibilidade dentária a frio, calor e doce. A pulpite provoca dor
contínua, pulsátil, aliviada pelo frio e posição ereta. O abscesso periapical provoca dor contínua que aumenta com a
percussão axial. A infecção focal estomatógena se relaciona com a presença do chamado granuloma apical conseqüente
de cárie, trauma oclusal ou abrasão dentário. O granuloma apical é uma formação redonda, vermelha, dentro de um
nicho ósseo inextensível, sob forma de uma bolsa com parede externa conjuntiva, muito resistente e aderida à raiz
dentária. Ao ser extraído, mostra em seu interior tecido de granulação purulento rico em microorganismos. Essas
características explicam a atenuação da virulência dos microorganismos, que se encontram com nutrição muito precária,
pela cronicidade do processo e pela sintomatologia local pobre.
O diagnóstico é feito pela história e pelo exame clínico, sendo fundamental a participação do dentista. A visão
direta da lesão permite estabelecer o diagnóstico com precisão. Os testes de acidez, doce, percussão e raspagem dentárias
podem auxiliar no diagnóstico. As dúvidas e a extensão do processo poderão ser mais bem avaliadas com os estudos
radiológicos.
Tuesday, January 5, 2016
Erosão dentária - Epidemiologia e Fatores de risco
Erosão dentária - Epidemiologia e Fatores de risco
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre as causas não-ocupacionais de erosão dentária, destacam-se bruxismo e hábitos de morder objetos
ou superfícies duras, que podem produzir abrasão e outros danos. Entre as ocupacionais, estão a exposição a:
- névoas de fluoretos e gases ácidos fluorados, em fábricas de fertilizantes e de produção do alumínio;
- névoas ácidas, entre elas as de ácido crômico (nas galvanoplastias), ácido tartárico, ácido nítrico e
ácido sulfúrico (na operação de carga de baterias).
Em trabalhadores expostos, as erosões dentárias devem ser consideradas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Se não ocorresse a
exposição ocupacional, seria improvável que essa doença ocorresse.
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Entre as causas não-ocupacionais de erosão dentária, destacam-se bruxismo e hábitos de morder objetos
ou superfícies duras, que podem produzir abrasão e outros danos. Entre as ocupacionais, estão a exposição a:
- névoas de fluoretos e gases ácidos fluorados, em fábricas de fertilizantes e de produção do alumínio;
- névoas ácidas, entre elas as de ácido crômico (nas galvanoplastias), ácido tartárico, ácido nítrico e
ácido sulfúrico (na operação de carga de baterias).
Em trabalhadores expostos, as erosões dentárias devem ser consideradas como doenças relacionadas ao
trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Se não ocorresse a
exposição ocupacional, seria improvável que essa doença ocorresse.
Monday, January 4, 2016
Erosão dentária - Definição da Doença
Erosão dentária - Definição da Doença
16.3.1 EROSÃO DENTÁRIA CID-10 K03.2
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Erosão dentária é a destruição do tecido dentário, que pode decorrer da exposição a substâncias químicas
e de outros fatores de risco presentes no trabalho.
16.3.1 EROSÃO DENTÁRIA CID-10 K03.2
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Erosão dentária é a destruição do tecido dentário, que pode decorrer da exposição a substâncias químicas
e de outros fatores de risco presentes no trabalho.
Sunday, January 3, 2016
Lista de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho
Lista de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho
16.3 LISTA DE DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS AO TRABALHO,
DE ACORDO COM A PORTARIA/MS N.º1.339/1999
- Erosão dentária (K03.2)
- Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes (K03.7)
- Gengivite crônica (K05.1)
- Estomatite ulcerativa crônica (K12.1)
- Gastroenterite e colite tóxicas (K52.-)
- Cólica do chumbo (K59.8)
- Doença tóxica do fígado (K71.-): com Necrose Hepática (K71.1); com Hepatite Aguda (K71.2); com
Hepatite Crônica Persistente (K71.3); com outros Transtornos Hepáticos (K71.8).
- Hipertensão portal (K76.6)
16.3 LISTA DE DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS AO TRABALHO,
DE ACORDO COM A PORTARIA/MS N.º1.339/1999
- Erosão dentária (K03.2)
- Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes (K03.7)
- Gengivite crônica (K05.1)
- Estomatite ulcerativa crônica (K12.1)
- Gastroenterite e colite tóxicas (K52.-)
- Cólica do chumbo (K59.8)
- Doença tóxica do fígado (K71.-): com Necrose Hepática (K71.1); com Hepatite Aguda (K71.2); com
Hepatite Crônica Persistente (K71.3); com outros Transtornos Hepáticos (K71.8).
- Hipertensão portal (K76.6)
Saturday, January 2, 2016
A prevenção das doenças do sistema digestivo
A prevenção das doenças do sistema digestivo
A prevenção das doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho está baseada nos procedimentos
de vigilância de saúde dos trabalhadores: epidemiológica de agravos à saúde e sanitária de ambientes de trabalho.
Essas utilizam conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia,
psicologia, entre outras disciplinas; valorizam a percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e saúde e consideram
normas técnicas e regulamentos vigentes. Esses procedimentos podem ser resumidos em:
- reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas, agentes
físicos e/ou biológicos e fatores de risco decorrentes da organização do trabalho potencialmente
causadores de doença;
- identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores
de risco identificados;
- proposição das medidas a serem adotadas para eliminação ou controle da exposição aos fatores de
risco e proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.
A partir da confirmação do diagnóstico da doença e de sua relação com o trabalho, seguindo os procedimentos
descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção aos trabalhadores devem implementar o seguinte:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo. Esse procedimento poderá ser necessário mesmo
antes da confirmação do diagnóstico, diante de uma forte suspeita;
- caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar à empresa a emissão da
CAT, preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa da emissão da CAT pelo empregador,
o médico assistente deve fazê-lo;
- acompanhamento e registro da evolução do caso, particularmente se houver agravamento da situação
clínica com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da
categoria;
- vigilância epidemiológica, visando à identificação de outros casos, por meio de busca ativa na mesma
empresa ou ambiente de trabalho ou em outras empresas do mesmo ramo de atividade na área
geográfica;
- inspeção da empresa ou ambiente de trabalho da origem do paciente e de outras empresas do mesmo
ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde, as
medidas de proteção coletiva e os EPI utilizados. Pode ser importante a verificação da existência e
adequação do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978;
- recomendação sobre as medidas de proteção a serem adotadas pelo empregador, informando-as aos
trabalhadores.
A proteção da saúde e a prevenção da exposição aos fatores de risco envolvem medidas de engenharia e
higiene industrial, mudanças na organização e gestão do trabalho e medidas de controle médico dos trabalhadores
expostos, entre elas:
- substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de trabalho por outros mais seguros,
menos tóxicos ou lesivos;
- isolamento da máquina, agente e substância potencialmente lesiva, por meio de enclausuramento do
processo, suprimindo ou reduzindo a exposição;
- medidas de higiene e segurança ocupacional, como implantação e manutenção de sistemas de ventilação
local exaustora adequados e eficientes, capelas de exaustão, controle de vazamentos e incidentes, por
meio de manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos, monitoramento sistemático
dos agentes agressores;
- adoção de sistemas de trabalho e operacionais seguros, por meio da classificação e rotulagem das
substâncias químicas, segundo propriedades toxicológicas e toxicidade;
- diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
- facilidades para a higiene pessoal (instalações sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros, pias com
água limpa corrente e em abundância; vestuário adequado e limpo diariamente);
- informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
- utilização de equipamentos de proteção individual, especialmente óculos e máscaras adequadas a
cada tipo de exposição, de modo complementar às medidas de proteção coletiva;
- medidas de controle médico e monitoramento biológico dos trabalhadores expostos.
As ações de controle médico visam a identificar a doença em seu estado latente, ou inicial, quando algum
tipo de intervenção pode reverter ou diminuir a velocidade de instalação e progressão
dos processos patológicos.
Devem ser realizados exames admissional e periódico dos trabalhadores expostos, com utilização de
questionários padronizados, exames físicos e complementares direcionados para a avaliação do aparelho digestivo.
A prevenção das doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho está baseada nos procedimentos
de vigilância de saúde dos trabalhadores: epidemiológica de agravos à saúde e sanitária de ambientes de trabalho.
Essas utilizam conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia,
psicologia, entre outras disciplinas; valorizam a percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e saúde e consideram
normas técnicas e regulamentos vigentes. Esses procedimentos podem ser resumidos em:
- reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substâncias químicas, agentes
físicos e/ou biológicos e fatores de risco decorrentes da organização do trabalho potencialmente
causadores de doença;
- identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores
de risco identificados;
- proposição das medidas a serem adotadas para eliminação ou controle da exposição aos fatores de
risco e proteção dos trabalhadores;
- educação e informação aos trabalhadores e empregadores.
A partir da confirmação do diagnóstico da doença e de sua relação com o trabalho, seguindo os procedimentos
descritos no capítulo 2, os serviços de saúde responsáveis pela atenção aos trabalhadores devem implementar o seguinte:
- avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador da exposição,
do setor de trabalho ou do trabalho como um todo. Esse procedimento poderá ser necessário mesmo
antes da confirmação do diagnóstico, diante de uma forte suspeita;
- caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da Previdência Social, solicitar à empresa a emissão da
CAT, preencher o LEM e encaminhar ao INSS. Em caso de recusa da emissão da CAT pelo empregador,
o médico assistente deve fazê-lo;
- acompanhamento e registro da evolução do caso, particularmente se houver agravamento da situação
clínica com o retorno ao trabalho;
- notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do SUS, à DRT/MTE e ao sindicato da
categoria;
- vigilância epidemiológica, visando à identificação de outros casos, por meio de busca ativa na mesma
empresa ou ambiente de trabalho ou em outras empresas do mesmo ramo de atividade na área
geográfica;
- inspeção da empresa ou ambiente de trabalho da origem do paciente e de outras empresas do mesmo
ramo de atividade na área geográfica, procurando identificar os fatores de risco para a saúde, as
medidas de proteção coletiva e os EPI utilizados. Pode ser importante a verificação da existência e
adequação do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), da Portaria/MTb n.º 3.214/1978;
- recomendação sobre as medidas de proteção a serem adotadas pelo empregador, informando-as aos
trabalhadores.
A proteção da saúde e a prevenção da exposição aos fatores de risco envolvem medidas de engenharia e
higiene industrial, mudanças na organização e gestão do trabalho e medidas de controle médico dos trabalhadores
expostos, entre elas:
- substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de trabalho por outros mais seguros,
menos tóxicos ou lesivos;
- isolamento da máquina, agente e substância potencialmente lesiva, por meio de enclausuramento do
processo, suprimindo ou reduzindo a exposição;
- medidas de higiene e segurança ocupacional, como implantação e manutenção de sistemas de ventilação
local exaustora adequados e eficientes, capelas de exaustão, controle de vazamentos e incidentes, por
meio de manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos, monitoramento sistemático
dos agentes agressores;
- adoção de sistemas de trabalho e operacionais seguros, por meio da classificação e rotulagem das
substâncias químicas, segundo propriedades toxicológicas e toxicidade;
- diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
- facilidades para a higiene pessoal (instalações sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros, pias com
água limpa corrente e em abundância; vestuário adequado e limpo diariamente);
- informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
- utilização de equipamentos de proteção individual, especialmente óculos e máscaras adequadas a
cada tipo de exposição, de modo complementar às medidas de proteção coletiva;
- medidas de controle médico e monitoramento biológico dos trabalhadores expostos.
As ações de controle médico visam a identificar a doença em seu estado latente, ou inicial, quando algum
tipo de intervenção pode reverter ou diminuir a velocidade de instalação e progressão
dos processos patológicos.
Devem ser realizados exames admissional e periódico dos trabalhadores expostos, com utilização de
questionários padronizados, exames físicos e complementares direcionados para a avaliação do aparelho digestivo.
Friday, January 1, 2016
Doenças do sistema digestivo
Doenças do sistema digestivo
Capítulo 16
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo XI da CID-10)
16.1 INTRODUÇÃO
A abordagem das doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho tem se restringido, nos textos
clássicos de patologia do trabalho, às doenças do fígado e vias biliares. Entretanto, apesar da indiscutível importância
dessas doenças, outros transtornos também devem ser considerados.
As doenças do aparelho digestivo relacionadas, ou não, ao trabalho estão entre as causas mais freqüentes
de absenteísmo e de limitação para as atividades sociais e ocupacionais. Isso exige dos profissionais que prestam
assistência ao trabalhador o preparo para identificar a contribuição do trabalho na sua determinação e/ou agravamento
de condições preexistentes. Entre os fatores importantes para a ocorrência das doenças digestivas relacionadas ao
trabalho estão agentes físicos, substâncias tóxicas, fatores da organização do trabalho, como estresse, situações de
conflito, tensão, trabalho em turnos, fadiga, posturas forçadas, horários e condições inadequadas para alimentação.
O sistema digestivo é uma das portas de entrada dos agentes tóxicos no organismo e, apesar de menos
vulnerável do que o trato respiratório, tem papel essencial no metabolismo e excreção da substância tóxica,
independentemente de sua via de penetração. Algumas substâncias químicas utilizadas no trabalho podem causar
lesão no local de penetração, afetando diretamente boca, dentes e/ou regiões contíguas, como faringe, estômago,
intestino e fígado. Substâncias como os solventes podem causar lesão hepática por meio de metabólitos citotóxicos.
Substâncias neurotrópicas, como o sulfeto de carbono, agem sobre o plexo nervoso intramural do intestino. O fígado,
juntamente com os rins, tem um papel primordial nos processos de desintoxicação. Síndromes gastrintestinais graves
podem decorrer da intoxicação por fósforo, arsênio e mercúrio, manifestando-se por vômito, cólica e evacuações
mucosanguinolentas, podendo ser acompanhadas por danos hepáticos irreversíveis. As hepatites infecciosas
relacionadas ao trabalho merecem atenção especial pela freqüência das situações de exposição ocupacional a agentes
infecciosos, a calor e frio intensos, e pela possibilidade de evoluírem para cirrose.
Entre os fatores de risco físico presentes no trabalho que podem lesar o sistema digestivo, estão radiações
ionizantes, vibração, ruído, temperaturas extremas (calor e frio) e exposição a mudanças rápidas e radicais de temperatura
ambiente. Queimaduras, se extensas, podem causar úlcera gástrica e lesão hepática. Posições forçadas no trabalho
podem causar alterações digestivas, particularmente na presença de condições predisponentes, como hérnia
paraesofageana e visceroptose.
Os fatores relacionados à organização do trabalho são responsáveis pela crescente ocorrência de problemas
e queixas gastrintestinais entre os trabalhadores. Condições de fadiga física patológica, trabalho muito pesado, trabalho
em turnos, situações de conflito e de estresse, exigências de produtividade, controle excessivo e relações de trabalho
despóticas podem desencadear quadros de dor epigástrica, regurgitação e aerofagia, diarréia e, mesmo, úlcera péptica.
No grupo de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho há uma nítida interface com a odontologia
ocupacional, uma vez que várias doenças se manifestam na boca, exigindo que os profissionais estejam preparados
para identificá-las e estabelecer condutas adequadas para assistência e prevenção. Problemas dentários são, também,
causa importante de absenteísmo e podem estar associados ao comprometimento de órgãos vizinhos (ossos, seios da
face), à função de mastigação correta, à possibilidade de se comportarem como focos sépticos e à possibilidade de
expressarem enfermidades dissimuladas durante o período de desenvolvimento dentário.
A abordagem dos tumores que acometem o trato digestivo e podem ser relacionados ao trabalho, com
destaque para o angiossarcoma do fígado e o mesotelioma do peritônio, está no capítulo 7, referente às Neoplasias e
tumores relacionados ao trabalho.
Capítulo 16
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS AO TRABALHO
(Grupo XI da CID-10)
16.1 INTRODUÇÃO
A abordagem das doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho tem se restringido, nos textos
clássicos de patologia do trabalho, às doenças do fígado e vias biliares. Entretanto, apesar da indiscutível importância
dessas doenças, outros transtornos também devem ser considerados.
As doenças do aparelho digestivo relacionadas, ou não, ao trabalho estão entre as causas mais freqüentes
de absenteísmo e de limitação para as atividades sociais e ocupacionais. Isso exige dos profissionais que prestam
assistência ao trabalhador o preparo para identificar a contribuição do trabalho na sua determinação e/ou agravamento
de condições preexistentes. Entre os fatores importantes para a ocorrência das doenças digestivas relacionadas ao
trabalho estão agentes físicos, substâncias tóxicas, fatores da organização do trabalho, como estresse, situações de
conflito, tensão, trabalho em turnos, fadiga, posturas forçadas, horários e condições inadequadas para alimentação.
O sistema digestivo é uma das portas de entrada dos agentes tóxicos no organismo e, apesar de menos
vulnerável do que o trato respiratório, tem papel essencial no metabolismo e excreção da substância tóxica,
independentemente de sua via de penetração. Algumas substâncias químicas utilizadas no trabalho podem causar
lesão no local de penetração, afetando diretamente boca, dentes e/ou regiões contíguas, como faringe, estômago,
intestino e fígado. Substâncias como os solventes podem causar lesão hepática por meio de metabólitos citotóxicos.
Substâncias neurotrópicas, como o sulfeto de carbono, agem sobre o plexo nervoso intramural do intestino. O fígado,
juntamente com os rins, tem um papel primordial nos processos de desintoxicação. Síndromes gastrintestinais graves
podem decorrer da intoxicação por fósforo, arsênio e mercúrio, manifestando-se por vômito, cólica e evacuações
mucosanguinolentas, podendo ser acompanhadas por danos hepáticos irreversíveis. As hepatites infecciosas
relacionadas ao trabalho merecem atenção especial pela freqüência das situações de exposição ocupacional a agentes
infecciosos, a calor e frio intensos, e pela possibilidade de evoluírem para cirrose.
Entre os fatores de risco físico presentes no trabalho que podem lesar o sistema digestivo, estão radiações
ionizantes, vibração, ruído, temperaturas extremas (calor e frio) e exposição a mudanças rápidas e radicais de temperatura
ambiente. Queimaduras, se extensas, podem causar úlcera gástrica e lesão hepática. Posições forçadas no trabalho
podem causar alterações digestivas, particularmente na presença de condições predisponentes, como hérnia
paraesofageana e visceroptose.
Os fatores relacionados à organização do trabalho são responsáveis pela crescente ocorrência de problemas
e queixas gastrintestinais entre os trabalhadores. Condições de fadiga física patológica, trabalho muito pesado, trabalho
em turnos, situações de conflito e de estresse, exigências de produtividade, controle excessivo e relações de trabalho
despóticas podem desencadear quadros de dor epigástrica, regurgitação e aerofagia, diarréia e, mesmo, úlcera péptica.
No grupo de doenças do sistema digestivo relacionadas ao trabalho há uma nítida interface com a odontologia
ocupacional, uma vez que várias doenças se manifestam na boca, exigindo que os profissionais estejam preparados
para identificá-las e estabelecer condutas adequadas para assistência e prevenção. Problemas dentários são, também,
causa importante de absenteísmo e podem estar associados ao comprometimento de órgãos vizinhos (ossos, seios da
face), à função de mastigação correta, à possibilidade de se comportarem como focos sépticos e à possibilidade de
expressarem enfermidades dissimuladas durante o período de desenvolvimento dentário.
A abordagem dos tumores que acometem o trato digestivo e podem ser relacionados ao trabalho, com
destaque para o angiossarcoma do fígado e o mesotelioma do peritônio, está no capítulo 7, referente às Neoplasias e
tumores relacionados ao trabalho.
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