Thursday, February 20, 2014

Parkinsonismo secundário - Quadro clínico e diagnóstico

Parkinsonismo secundário - Quadro clínico e diagnóstico 3

 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO

A doença apresenta-se na forma clássica da doença de Parkinson (parkinsonismo idiopático), das doenças heredodegenerativas do parkinsonismo associado a algumas síndromes neurológicas e do parkinsonismo secundário. Geralmente, o parkinsonismo tóxico ou induzido por drogas melhora em até seis meses após a retirada do agente causador, porém os sintomas e a incapacitação podem persistir em pessoas susceptíveis ou em casos de intoxicação maciça com lesão irreversível de neurônios dopaminérgicos nos núcleos da base e substância negra do encéfalo. Alguns dados clínicos ajudam a diferenciar o parkinsonismo secundário da doença de Parkinson. Na doença de Parkinson, a história, o exame clínico e os exames laboratoriais não revelam ou sugerem outras causas de parkinsonismo. As manifestações são assimétricas e o tremor de repouso muito comum. Os pacientes respondem bem à terapêutica com L-dopa e estão na faixa etária característica ou esperada para o aparecimento dos sintomas. Já no parkinsonismo secundário, a história clínica e os exames laboratoriais podem revelar outras causas conhecidas que explicam o quadro.


Os sintomas são simétricos, o tremor de repouso é pouco comum, a resposta ao L-dopa é variável, dependendo do agente causador, e o quadro pode acometer qualquer faixa etária, dependendo do período da exposição ao agente. Pode estar associado a um quadro de psicose ou a outras alterações comportamentais, em casos de intoxicação aguda maciça. O parkinsonismo devido à intoxicação por manganês é uma forma de parkinsonismo secundário caracterizado por instabilidade da marcha, pelo fenômeno de congelamento, que evolui progressivamente para bradicinesia, tremor postural e distonia. Também a intoxicação por mercúrio metálico pode causar síndrome parkinsoniana, casos especialmente graves, com tremores intensos e marcha em bloco. O diagnóstico de parkinsonismo secundário por manganês é eminentemente clínico-epidemiológico, baseado na história clínica e ocupacional e no exame neurológico. O quadro pode surgir meses ou até 40 anos após a exposição ao agente. As provas laboratoriais avaliam a exposição e não servem para diagnóstico, uma vez que níveis de manganês aumentados no sangue ou urina servem apenas para o controle de exposição ocupacional.

Fonte: Doenças do Trabalho

No comments:

Post a Comment