Wednesday, April 30, 2014

Perfuração da membrana do tímpano - Quadro clínico e diagnóstico

Perfuração da membrana do tímpano - Quadro clínico e diagnóstico

QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
As perfurações timpânicas são mais comuns nos mergulhadores em meio líquido que no interior de câmaras
hiperbáricas, pois nessas torna-se mais fácil interromper a compressão ao primeiro sinal de barotrauma. A perfuração
da membrana timpânica no interior da câmara também é bem menos perigosa, por não haver o risco do ouvido interno
ser invadido pela água fria. Quando isso ocorre no mergulho, pode haver a irritação das estruturas labirínticas
responsáveis pela manutenção do equilíbrio, com perda da orientação espacial, náuseas e vômitos, vertigens e, em
casos mais graves, síncope. Essas manifestações são de curta duração, cessando logo que a temperatura da água
retida atinja a temperatura corporal, mas podem, principalmente no mergulho livre, impedir a volta do mergulhador à
superfície, levando-o à morte por afogamento.

A ruptura da membrana timpânica pode ser suspeitada indiretamente pela cessação súbita da dor, pelo
aparecimento dos sintomas de invasão do ouvido médio pela água fria, pela ocorrência de otorragia ou expectoração
sanguinolenta ou pela saída de ar sibilante pelo ouvido, quando no ato de assoar o nariz.
Como complicação da perfuração traumática da membrana timpânica, pode ocorrer processo infeccioso
pós-barotrauma, principalmente quando houver contato com a água. Nos trabalhos hiperbáricos a seco (câmara
hiperbárica, caixão pneumático), a infecção é rara. Pode-se formar, também, um colesteatoma quando, após a ruptura
extensa da membrana, dá-se a reparação à custa de uma cobertura de epitélio do conduto auditivo, em vez de se fazer
pela regeneração dos tecidos da própria membrana, como ocorre normalmente. Isso resulta numa perda da audição,
que levará à necessidade de uma intervenção cirúrgica (timpanoplastia).

Outra complicação do barotrauma do ouvido médio, com ruptura do tímpano, é a surdez, que pode ser:

SURDEZ DE TRANSMISSÃO:
processo de esclerose da membrana, com mobilidade reduzida, prejudicando a transmissão
das vibrações à cadeia de ossículos;

SURDEZ DE PERCEPÇÃO:
pode ser seqüela de uma lesão ao nível da janela oval, do labirinto, da cóclea ou do nervo
coclear, podendo a lesão tratar-se de uma esclerose desses elementos ou de um distúrbio vascular;
SURDEZ MISTA.

O diagnóstico está baseado em:
- história clínica e ocupacional;
- no exame físico, com otoscopia.
Ver também os protocolos sobre Barotrauma do ouvido médio (13.3.1);
Barotrauma do ouvido externo;
Barotrauma do ouvido interno em Otite barotrumática (13.3.9) e
Sinusite barotraumática (13.3.10).

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