Saturday, February 14, 2015

Síndrome de burn-out - Tratamento

Síndrome de burn-out - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento da síndrome de esgotamento profissional envolve psicoterapia, tratamento farmacológico e
intervenções psicossociais. Entretanto, a intensidade da prescrição de cada um dos recursos terapêuticos depende da
gravidade e da especificidade de cada caso.

PSICOTERAPIA:
a psicoterapia está indicada mesmo quando são prescritos psicofármacos, pois a síndrome de esgotamento
profissional refere-se a um processo de desinvestimento afetivo no trabalho que antes era objeto de todo ou
grande parte desse investimento. O paciente necessita, portanto, de tempo e espaço para
repensar (e resignar-se) sua inserção no trabalho e na vida.
O paciente encontra-se fragilizado e necessitando de suporte emocional;

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
a prescrição de antidepressivos e/ou ansiolíticos está indicada de acordo com a presença
e gravidade de sintomas depressivos e ansiosos. Atualmente existe uma grande variedade de drogas
antidepressivas e de esquemas posológicos possíveis. A prescrição deve ser acompanhada por especialista,
pelo menos em sistema de interconsulta. Freqüentemente, estão indicados os benzodiazepínicos para
controle de sintomas ansiosos e da insônia, no início do tratamento, pois o efeito terapêutico dos
antidepressivos tem início, em média, após duas semanas de uso;

INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS:
uma das características centrais da síndrome de esgotamento profissional é o afastamento
afetivo do trabalho, comprometendo o desempenho profissional e, muitas vezes, a própria capacidade de
trabalhar. Cabe ao médico avaliar cuidadosamente a indicação de afastamento do trabalho por meio de
licença para tratamento. O médico deve envolver o paciente nessa decisão, procurando ajudá-lo tanto a
afastar-se do trabalho, se necessário para o tratamento, quanto a voltar para o trabalho quando recuperado.
Além disso, o médico e demais membros da equipe de saúde devem estar aptos a justificar cada uma de
suas recomendações, perante a organização onde o paciente trabalha, o seguro social e o sistema de
saúde, buscando garantir o respeito à situação clínica do trabalhador.
O médico deve estar apto a lidar com
as dificuldades envolvidas em um processo de afastamento e retorno ao trabalho, como, por exemplo, a
ameaça de demissão após a volta ao trabalho. Muitas vezes, a síndrome de esgotamento profissional
caracteriza um momento da vida do sujeito em que se processam grandes mudanças de posição, do posto
de trabalho na hierarquia ou mesmo de emprego. Por vezes, a síndrome de esgotamento profissional é
uma seqüela encontrada em um paciente desempregado. Essas situações exigem suporte social,
fundamental para garantir a qualidade de vida, concretizado na garantia do direito ao tratamento, do acesso
aos serviços de saúde, da seguridade social e do reconhecimento do sofrimento. A equipe de saúde dever
estar apta a orientar o paciente e seus familiares quanto a esses direitos e orientar familiares, colegas de
trabalho, patrões, chefes e gerentes a lidar com a situação de doença do paciente até que este retome sua
capacidade de trabalho*. Especial atenção deve ser dada à realização de laudos, pareceres, atestados e
emissão da CAT, visando ao reconhecimento social (incluindo dos seguros de saúde e/ou da Previdência
Social) de um padecimento que, mesmo não apresentando lesão física aparente, compromete a capacidade
de trabalhar.



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