Tuesday, May 27, 2014

Otite barotraumática - Quadro clínico e diagnóstico

Otite barotraumática - Quadro clínico e diagnóstico

QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No barotrauma do ouvido externo manifestam-se os mesmos fenômenos descritos para o barotrauma do
ouvido médio, com a diferença que o abaulamento da membrana timpânica dá-se no sentido inverso, ou seja, do
interior para o exterior da caixa do tímpano. Ocorrem, ainda, lesões mais ou menos graves no conduto auditivo externo,
como edema e sufusões hemorrágicas, podendo evoluir para exsudação capilar e ruptura com franca hemorragia. Se
a membrana timpânica for solicitada além de seu limite de elasticidade, pode ocorrer sua ruptura, com as conseqüências
já mencionadas.

Se a trompa de Eustáquio estiver ocluída durante a evolução do barotrauma do ouvido externo, haverá
uma situação de baixa pressão tanto no ouvido médio quanto no ouvido externo, em relação ao meio ambiente e
tecidos circunjacentes. A membrana timpânica não sofrerá distensão, porém os efeitos de sucção se farão sentir
também no ouvido médio, originando edema e hemorragia no ouvido médio, sem lesão na membrana do tímpano.
Do ponto de vista diagnóstico, embora o sintoma principal seja dor localizada no ouvido afetado, pode estar
ausente com maior freqüência que no barotrauma do ouvido médio. Na otoscopia, observa-se a presença de edema do
meato acústico, bolhas e sufusões hemorrágicas, além de variados graus de alteração timpânica.

O barotrauma do ouvido interno também é uma das expressões do barotrauma e consiste no conjunto de
alterações decorrentes da ruptura da membrana da janela redonda (mais freqüente) e/ou da janela oval, levando à
fístula perilinfática. Normalmente está associada ao barotrauma do ouvido médio, com a característica dificuldade de
equalização da pressão. Além da pressão intralabiríntica estar relativamente aumentada em relação ao ouvido médio
não-equalizado, a manobra de Valsalva forçada acentua esse diferencial, que pode levar à ruptura das delicadas
membranas do ouvido interno. Caso a manobra de Valsalva forçada acabe por permitir uma entrada abrupta de ar no
ouvido médio, a mobilização da membrana timpânica e da cadeia ossicular pode causar uma subluxação do estribo,
forçando a janela oval e provocando uma fístula.

O caso típico apresenta história de dificuldade de equilibrar pressões e diminuição súbita e progressiva da
audição, zumbido e vertigem. Essas lesões podem tornar-se permanentes. Nesse caso, a atividade hiperbárica deverá
ser contra-indicada definitivamente.
Ver também os protocolos Barotrauma do ouvido médio (13.3.1), Perfuração da membrana do tímpano
(13.3.2) e Sinusite barotraumática (13.3.10).

No comments:

Post a Comment