Tuesday, August 5, 2014

Etapas e ações de vigilância dos efeitos sobre a saúde

Etapas e ações de vigilância dos efeitos sobre a saúde

7.3 ETAPAS E AÇÕES DE VIGILÂNCIA DOS EFEITOS SOBRE A SAÚDE – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Os serviços de saúde da rede pública responsáveis por essas ações de vigilância devem realizar:
- construção e acompanhamento da série histórica de mortalidade por câncer ocupacional e relacionado
ao trabalho, na área geográfica de abrangência;
- identificação dos tipos específicos de câncer mais prevalentes e/ou reconhecidos pela literatura científica
como relacionados a exposições ocupacionais;
- definição de tipos de câncer ou de atividades/ocupações prioritárias para fins de vigilância;
- acompanhamento dos casos de câncer definidos como prioritários para a vigilância, atendidos em
hospitais e notificados por meio do SIH/SUS, pela rede de saúde, serviços de oncologia, hematologia,
terapias especializadas e laboratórios de anatomia patológica. Avaliação e acompanhamento dos casos
do Registro de Câncer de Base Populacional;
- investigação epidemiológica dos casos de câncer definidos como prioritários para a vigilância, buscando
traçar a história ocupacional completa, identificar possíveis exposições associadas e necessidades de
intervenção;
- estudos epidemiológicos, especialmente do tipo caso-controle, e inquéritos com pesquisa de alterações
citogenéticas em grupos selecionados.
Discute-se, na atualidade, a validade do uso de marcadores de exposição e de identificação de indivíduos
suscetíveis para alguns tipos de câncer, passíveis de serem aplicados nos exames pré-admissionais de trabalhadores.
Dentre esses, têm sido estudados testes de alterações cromossômicas e a presença de enzimas e proteínas.
No entanto, ainda não estão disponíveis critérios científicos irrefutáveis para sua utilização. As principais dificuldades
decorrem de:
- baixa especificidade dos testes – alta taxa de testes falso-positivos;
- natureza invasiva de alguns métodos;
- pequena repercussão nas taxas de mortalidade;
- alto custo de alguns dos testes;
- não-validação dos testes de marcadores moleculares e enzimáticos, na dependência de pesquisas
adicionais;
- conhecimento científico não-consolidado;
- questões éticas, com a possibilidade de discriminação dos suscetíveis em exames pré-admissionais,
em contraposição à necessidade de controlar e eliminar a exposição.



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