Thursday, December 11, 2014

Estafa no Trabalho, síndrome do esgotamento profissional

Estafa no Trabalho, síndrome do esgotamento profissional

Os fatores relacionados ao tempo e ao ritmo de trabalho são muito importantes na determinação
do sofrimento psíquico relacionado ao trabalho.
Jornadas de trabalho longas, com poucas pausas destinadas ao descanso
e/ou refeições de curta duração, em lugares desconfortáveis, turnos de trabalho noturnos, turnos alternados ou turnos
iniciando muito cedo pela manhã; ritmos intensos ou monótonos; submissão do trabalhador ao ritmo das máquinas, sob as
quais não tem controle; pressão de supervisores ou chefias por mais velocidade e produtividade causam, com freqüência,
quadros ansiosos, fadiga crônica e distúrbios do sono.
Os níveis de atenção e concentração exigidos para a realização das tarefas, combinados com o nível de
pressão exercido pela organização do trabalho, podem gerar tensão, fadiga e esgotamento
profissional ou burn-out (traduzido para o português como:
síndrome do esgotamento profissional ou estafa).
Estudos têm demonstrado que alguns metais pesados e solventes podem ter ação tóxica direta sobre o
sistema nervoso, determinando distúrbios mentais e alterações do comportamento, que se manifestam por irritabilidade,
nervosismo, inquietação, distúrbios da memória e da cognição, inicialmente pouco específicos e, por fim, com evolução
crônica, muitas vezes irreversível e incapacitante.
Os acidentes de trabalho podem ter conseqüências mentais quando, por exemplo, afetam o sistema nervoso
central, como nos traumatismos crânio-encefálicos com concussão e/ou contusão. A vivência de acidentes de trabalho
que envolvem risco de vida ou que ameaçam a integridade física dos trabalhadores determinam, por vezes, quadros
psicopatológicos típicos, caracterizados como síndromes psíquicas pós-traumáticas. Por vezes, surgem síndromes
relacionadas à disfunção ou lesão cerebral, sobrepostas a sintomas psíquicos, combinando-se ainda à deterioração da
rede social em função de mudanças no panorama econômico do trabalho, agravando os quadros psiquiátricos.
Contextos de trabalho particulares têm sido associados a quadros psicopatológicos específicos, aos quais
são atribuídas terminologias específicas.
Seligmann-Silva propõe uma caracterização para alguns casos clínicos já
observados. Um exemplo é o burn-out , síndrome caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e
autodepreciação. Inicialmente relacionada a profissões ligadas à prestação de cuidados e assistência a pessoas,
especialmente em situações economicamente críticas e de carência, a denominação vem sendo estendida a outras
profissões que envolvem alto investimento afetivo e pessoal, em que o trabalho tem como objeto problemas humanos
de alta complexidade e determinação fora do alcance do trabalhador, como dor, sofrimento, injustiça, miséria (Seligmann-
Silva, 1995). Outro exemplo são as síndromes pós-traumáticas que se referem a vivências de situações traumáticas no
ambiente de trabalho, nos últimos tempos cada vez mais freqüentes, como, por exemplo, o grande número de assaltos
a agências bancárias com reféns.



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