Monday, November 9, 2015

Bronquite asmática e crônica - Prevenção

Bronquite asmática e crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das doenças pulmonares obstrutivas crônicas relacionadas ao trabalho baseia-se nos
procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos
na introdução deste capítulo. O controle da exposição aos agentes patogênicos relacionados com a ocorrência desses
quadros (ver item 2) pode contribuir para a redução da sua incidência nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de
controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a essas substâncias a níveis considerados seguros,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.o 1/1994 estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 (Portaria/MTb n. o 12/1983), no Anexo n.o 11, estabelece os LT para algumas substâncias químicas
potencialmente causadoras da DPOC, no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, entre eles:
- ácido clorídrico – 4 ppm ou 5,5 mg/m3;
- anidrido sulfuroso – 4 ppm ou 10 mg/m3;
- amônia – 20 ppm ou 14 mg/m3;
- cloro – 0,8 ppm ou 2,3 mg/m3.

Os parâmetros para o monitoramento da sílica livre cristalizada são definidos no Anexo n.º 12 da NR 15.
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados, periodicamente, à luz do
conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem
o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.

Além do exame clínico completo, recomenda-se:
- utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios;
- exames complementares adequados, incluindo:
- radiografia de tórax (na admissão e anualmente para exposições à sílica e tri ou bienalmente,
para aerodispersóides não-fibrinogênicos), utilizando a técnica preconizada pela OIT (1980);
- espirometria, na admissão e bienalmente, realizada segundo a técnica preconizada pela
American Thoracic Society (1987).
Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.


Sunday, November 8, 2015

Bronquite asmática e crônica - Tratamento

Bronquite asmática e crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Recomenda-se a interrupção do tabagismo e da exposição aos irritantes brônquicos.
O tratamento farmacológico vai depender da intensidade da limitação do fluxo aéreo que o paciente apresenta.
A utilização das drogas disponíveis será comandada pela intensidade do quadro e pelas exacerbações:

BRONCODILATADORES: (β2 adrenérgicos) para aliviar a porção reversível da obstrução das vias aéreas. A via preferencial
é a inalatória;

METILXANTINAS:
atua como broncodilatador, tem efeito inotrópico positivo sobre o coração, pode melhorar a eficiência
mecânica do diafragma e protegê-lo da fadiga, estimula o processo ventilatório hipóxico. Eficácia controversa;
BROMETO DE IPRATRÓPIO:
efeito broncodilatador pelo bloqueio parassimpático;
CORTICOSTERÓIDES:
efeito antiinflamatório e potencializador dos efeitos dos β2 adrenérgicos. A via inalatória é a preferencial,
por apresentar poucos efeitos colaterais.


Saturday, November 7, 2015

Bronquite asmática e crônica - Quadro clínico e diagnóstico

Bronquite asmática e crônica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A história clínica revela tosse crônica, expectoração, chieira e dispnéia progressiva. Freqüentemente, os
sintomas iniciais não são percebidos e o paciente pode relacionar o seu início a uma infecção aguda. As infecções
respiratórias são recorrentes. Se o paciente é tabagista, associam-se os sintomas de enfisema, podendo apresentar
fraqueza, emagrecimento, insônia ou sonolência, distúrbios de personalidade, cefaléia matinal e indicativos de alterações
dos gases sangüíneos.
O exame físico é pobre na fase inicial do quadro e a ausculta pulmonar pode revelar sibilos. Podem ser
observados dispnéia progressiva e esforço respiratório com utilização de musculatura acessória, em fases avançadas.
O diagnóstico é feito, fundamentalmente, pela história clínica e os achados no exame físico indicam o estágio evolutivo
da doença. Na história ocupacional, deve ser pesquisada a exposição aos agentes etiológicos mencionados adiante.
Os exames complementares podem mostrar os seguintes achados:

RADIOGRAFIA DE TÓRAX:
contribui para excluir outras patologias.
Revela espessamento da parede peribrônquica, que é
uma imagem de visualização discutível;

ESPIROMETRIA: diminuição desproporcional do VEF1
em relação à CVF;

CAPACIDADE DE DIFUSÃO DE CO2: habitualmente normal na bronquite crônica.
Quando diminuída, sugere associação com enfisema pulmonar.


Friday, November 6, 2015

Bronquite asmática e crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

Bronquite asmática e crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A principal causa de bronquite crônica é o tabagismo, o qual se estima ser responsável por 80 a 90% dos
casos. A poluição atmosférica em áreas urbanas com alta densidade industrial tem sido apontada como causa da
doença, cuja prevalência na população geral tem sido estimada em torno de 5%. Inquéritos domiciliares mostram taxas
de prevalência de cerca de 15% em homens e 8% em mulheres.
Vários estudos clínicos e epidemiológicos evidenciam que a exposição ocupacional a poeiras de carvão
mineral e a poeiras de sílica, entre outros agentes patogênicos ocupacionais, pode levar a um aumento da prevalência
da bronquite crônica em trabalhadores expostos. O tabagismo parece atuar de forma aditiva (e não-sinérgica) no
desenvolvimento da doença. Outros agentes patogênicos relacionados com a produção de bronquite crônica em
trabalhadores ocupacionalmente expostos são cloro gasoso; poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal; amônia;
anidrido sulfuroso; névoas e aerossóis de ácidos minerais
(ver comentários sobre irritantes primários no item sinusites).

Alguns estudos epidemiológicos têm tentado estimar o risco atribuível à ocupação, excluindo outros fatores de
risco competitivos ou variáveis de confusão, como o tabagismo. Contudo, em casos individuais, esse exercício é impossível,
principalmente na perspectiva médico-legal. Deve predominar o conceito de fator de risco contributivo, adicional, suficiente
para caracterizar a relação de causalidade. Como em outras doenças do Grupo II de Schilling, o nexo da bronquite crônica
com o trabalho será epidemiológico, de natureza probabilística, principalmente quando as informações sobre as condições
e os ambientes de trabalho, adequadamente investigadas, forem consistentes com as evidências epidemiológicas disponí-
veis.


Thursday, November 5, 2015

Bronquite asmática e crônica - Definição da Doença

Bronquite asmática e crônica - Definição da Doença

15.3.7 OUTRAS DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS
(INCLUI ASMA OBSTRUTIVA, BRONQUITE CRÔNICA, BRONQUITE ASMÁTICA,
BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA) CID-10 J44.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A bronquite crônica é definida pela presença de tosse crônica matinal com produção de escarro brônquico
matinal, persistente por pelo menos três meses no ano, durante pelo menos dois anos consecutivos, em indivíduos nos
quais outras causas de tosse crônica foram excluídas (tuberculose, câncer pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva).
O termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) refere-se ao grupo de doenças respiratórias crônicas
caracterizadas por limitação crônica ao fluxo aéreo e, eventualmente, com produção de escarro, dispnéia e
broncoespasmo. O termo DPOC é freqüentemente utilizado de uma forma mais flexível para referir-se a pacientes com
enfisema e bronquite crônica. O tabagismo é uma causa freqüente, comumente associada e difícil de ser distinguida.
Pode levar tanto ao enfisema quanto à bronquite, apresentando substratos anatômicos distintos. Habitualmente estão
presentes no mesmo paciente, podendo predominar sintomas de uma ou outra. O enfisema não será objeto de discussão
deste capítulo.
A exposição longa e continuada a irritantes da árvore respiratória leva ao aumento das glândulas mucosas,
à hipertrofia das fibras musculares e à inflamação da parede brônquica, podendo levar a uma diminuição do fluxo
aéreo. No bronquítico, coexistem atividade ciliar reduzida e hipersecreção das glândulas mucosas, aumentando a
possibilidade de infecções pulmonares.


Wednesday, November 4, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Prevenção

Ulceração ou necrose do septo nasal - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da ulceração e da necrose do septo nasal relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos
de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução
deste capítulo. O controle da exposição ao arsênio, cádmio, cromo e seus respectivos compostos e a névoas ácidas de
ácido cianídrico e seus derivados pode contribuir para a redução da incidência da doença nos grupos ocupacionais sob
risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a níveis considerados seguros,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, em bom estado de conservação, nos casos indicados,
de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 (Portaria/MTb n.o 12/1983), no Anexo n.o 11, estabelece os LT para algumas substâncias químicas
reconhecidas como causadoras de ulceração e necrose do septo nasal, no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas
semanais, entre elas:
- ácido crômico (névoa) – 0,04 mg/m3;
- ácido cianídrico – 8 ppm ou 9 mg/m3.

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do
conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem
o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, no qual deve ser dada atenção especial aos olhos, narinas, boca e aparelho respiratório,
recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios e os exames
complementares adequados aos fatores de risco identificados no ambiente. O IBMP definido na NR 7 para o arsênio
na urina é de 50 µg/g de creatinina; para o cádmio na urina é de 5 µg/g de creatinina e para o cromo hexavalente na
urina é de 30 µg/g de creatinina. Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser
implementadas.





Tuesday, November 3, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Tratamento

Ulceração ou necrose do septo nasal - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento deve ser feito por especialista, otorrinolaringologista ou em serviço de referência de
saúde do trabalhador. Nos casos de perfuração nasal, pode-se tentar o fechamento do orifício com botão de
silicone. Não havendo sucesso, o tratamento é cirúrgico (septoplastia), que, com freqüência, pode recidivar e
agravar o quadro primitivo. O afastamento da atividade é recomendado até que as medidas de controle ambientais
sejam tomadas.

Para o tratamento da perfuração de septo nasal devida ao cromo, ver o item tratamento do protocolo Úlcera
crônica da pele (17.3.15), no capítulo 17.
A avaliação médica da deficiência e da incapacidade decorrentes da ulceração ou necrose ou perfuração
do septo nasal é difícil. Podem ser valorizados, isoladamente ou combinados, os transtornos do olfato, respiratórios, as
lesões mutilantes com perda de substância e a rinorréia. O desenvolvimento de parosmias (odores anormais) ou de
anosmia residual pós-tratamento pode limitar o trabalhador, tanto em seus mecanismos de defesa (odor de substâncias
químicas tóxicas ou perigosas) quanto na capacidade de trabalho, dependendo de sua atividade profissional. Eventuais
danos estéticos poderão ser valorizados na perspectiva da medicina, do seguro e da reparação legal. A perfuração de
septo nasal tem sido considerada por alguns profissionais como apenas um estigma profissional e não doença. Esse é
um procedimento ética e tecnicamente equivocado.
Em trabalhadores de galvanoplastias, o quadro deve chamar a atenção para a possibilidade de efeitos da
exposição ocupacional ao cromo, conhecido cancerígeno, sobre diversos órgãos.


Monday, November 2, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Quadro clínico e diagnóstico

Ulceração ou necrose do septo nasal - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A ulceração do septo nasal é uma fase evolutiva da ação dos agentes irritantes sobre a mucosa nasal.
Precede a perfuração e ocorre na cartilagem do septo nasal, devida, principalmente, aos seguintes fatores:
- vascularização deficiente da mucosa que reveste a cartilagem do septo;
- suscetibilidade individual;
- higiene pessoal precária;
- presença de aerodispersóides irritando a mucosa;
- concentração do agente patogênico em níveis excessivos.

O cromo, além da ação irritante para as vias aéreas superiores, pode ser sensibilizante. O tempo de
exposição é um dos fatores responsáveis pelo aparecimento da perfuração. A maioria dos casos ocorre com três anos
de exposição, mas já foram descritos tempos tão curtos, como três meses, refletindo níveis de exposição excessivamente
elevados e alta suscetibilidade a esse efeito tóxico.

A ulceração manifesta-se com rinorréia e epistaxes, podendo ser confundida com resfriado. Ao exame
rinoscópico, a ulceração aparece revestida por crosta hemática ou sero hemorrágica. O paciente/trabalhador pode
desconhecer que tem o quadro, sendo um achado ocasional ao exame físico. Quando ocorre a perfuração, pode
aparecer dificuldade para pronunciar as palavras, produzindo um som do tipo assobio pelo nariz. O aumento do orifício
faz desaparecer esse assobio. Geralmente não há dor.
A caracterização da perfuração é essencialmente clínica e rinoscópica. A perfuração costuma ser regular,
arredondada e coberta de muco ou crosta de sangue. O achado pode ser simultâneo com ulcerações crônicas que podem
ser consideradas outras manifestações da mesma história natural. As lesões podem estender-se até a junção do septo
com o etmóide e, posteriormente, com o vomer. De um modo geral, não ocorre comprometimento das partes ósseas.
O diagnóstico é feito com base na história clínica e ocupacional e no exame físico, incluindo rinoscopia
direta. O diagnóstico diferencial deve ser feito com inalação de drogas e, em regiões endêmicas, com a leishmaniose
e a hanseníase.


Sunday, November 1, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

Ulceração ou necrose do septo nasal - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A ulceração e a perfuração de septo nasal, de origem ocupacional, tem sido descrita em trabalhadores
expostos aos seguintes agentes patogênicos:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- cádmio ou seus compostos;
- cromo e seus compostos tóxicos – o cromo na forma hexavalente
(o íon cromo na valência 6), o Cr 6+,
também chamado de Cr VI, sofre um processo de oxirredução nos tecidos, sendo reduzido a cromo
trivalente (Cr 3+ ou Cr III, que não é agressivo).
A redução de 6 para 3 causa a oxidação das
macromoléculas, levando a uma intensa destruição tissular. Assim, somente os compostos de Cr VI
causam a ulceração, a necrose e outros efeitos. O cromo contido nas névoas ácidas, produzidas no
processo de cromeação nas galvanoplastias, está em forma hexavalente, produzindo ulcerações nos
expostos. Poeiras de sais de Cr VI são, também, agressivas;
- névoas de ácido cianídrico e seus derivados.
O diagnóstico dessas lesões em trabalhadores expostos, excluídas outras causas não-ocupacionais, deve
ser enquadrado no Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui causa necessária. Na ausência
de exposição é improvável que o trabalhador desenvolva a doença.


Saturday, October 31, 2015

Ulceração ou necrose do septo nasal - Definição da Doença

Ulceração ou necrose do septo nasal - Definição da Doença

15.3.6 ULCERAÇÃO OU NECROSE DO SEPTO NASAL CID-10 J34.0
PERFURAÇÃO DO SEPTO NASAL J34.8

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A ulceração do septo nasal pode resultar da ação local de aerossóis irritantes, produtores de um processo
inflamatório crônico, que pode ser acompanhado por secreção sanguinolenta, ardência e dor nas fossas nasais ou,
mais freqüentemente, cursar de forma assintomática. Pode evoluir para a perfuração do septo. Freqüentemente é um
achado ocasional ao exame clínico e rinoscópico.

Friday, October 30, 2015

Sinusite crônica - Prevenção

Sinusite crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da sinusite crônica relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle da exposição a gases, vapores, névoas e poeiras irritantes pode contribuir para a redução da
incidência da doença nos grupos ocupacionais sob risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à
redução da exposição às substâncias agressoras a níveis considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição e a redução dos fatores de estresse;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletiva forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.º 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.





Thursday, October 29, 2015

Sinusite crônica - Tratamento

Sinusite crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
É fundamental o afastamento da exposição ao agente agressor. Devem ser adotados os princípios básicos
do tratamento conservador da sinusite, com o uso de descongestionantes nasais, analgésicos e antibioticoterapia nos
casos em que houver infecção.


Wednesday, October 28, 2015

Sinusite crônica - Quadro clínico e diagnóstico

Sinusite crônica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
De acordo com critérios fisiopatológicos, as sinusites podem ser classificadas em quatro estágios:
ESTÁGIO INICIAL:
a mucosa reage, formando transudato e, assim, estimulando a produção de muco, com a finalidade de
eliminar os agentes agressores;
ESTÁGIO DE OBSTRUÇÃO OSTIAL:
a congestão e o edema decorrentes da agressão podem determinar a obstrução dos
óstios de drenagem, propiciando a retenção das secreções e conseqüente deficiência na aeração. A
diminuição das concentrações de oxigênio e o acúmulo de dióxido de carbono transformam o ambiente
intra-sinusal, tornando-o sujeito ao desenvolvimento de bactérias, principalmente anaeróbias. É nessa fase
que se desenvolve a doença do complexo ostiomeatal, que pode levar o processo à cronicidade;
ESTÁGIO BACTERIANO:
ocorre grande crescimento bacteriano, favorecido pelas condições locais: falência do sistema
imune local e estase mucociliar. O organismo envia para a região grande número de neutrófilos e haverá o
aparecimento de secreção purulenta;
ESTÁGIO CRÔNICO:
se a infecção se prolonga, a cronicidade do processo se evidencia pelo espessamento da mucosa,
agravando ainda mais a obstrução nasal.
O diagnóstico clínico de sinusite é baseado em critérios maiores: secreção nasal, secreção pós-nasal e
tosse noturna (principalmente em crianças) e critérios menores: facialgias e cefaléias (as sinusites frontais originam
dor na região frontal e dor irradiada para as regiões temporal e occipital; as sinusites maxilares originam dor na face e
dor irradiada para as regiões orbitária ou retro-orbitária e dor irradiada para as regiões parietal e cervical superior; as
sinusites esfenoidais podem originar dor em todas as regiões laterais e posteriores e coluna cervical); obstrução nasal,
febre, cacosmias, halitose, fadiga, mal-estar e pigarro.

A confirmação do diagnóstico clínico é obtida pelo exame das cavidades nasais e faríngea e pelos exames
radiológicos, entre eles a radiografia convencional mostrando nível líquido, velamento ou espessamento mucoso
preenchendo 50% ou mais do seio ou a tomografia computadorizada, indicando qualquer tipo de alteração da mucosa
de revestimento das cavidades paranasais.
A classificação das sinusites em agudas, subagudas e crônicas é fundamental, em função das implicações
etiológicas e da orientação terapêutica. As sinusites crônicas têm duração acima de três meses. São comumente
ocasionadas por anaeróbios, contudo há necessidade de cultura e antibiograma para identificação do patógeno em
todos os casos.
As sinusites crônicas relacionadas ao trabalho podem ser causadas ou agravadas por substâncias químicas
irritantes, exemplificadas pelos halógenos bromo e iodo, porém não restritas a eles.
No diagnóstico diferencial, devem ser afastadas outras causas de sinusites, de cefaléia e dor facial.


Tuesday, October 27, 2015

Sinusite crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

Sinusite crônica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Para a correta compreensão da natureza ocupacional da sinusite crônica ou de sua relação com o trabalho,
é necessário conhecer o mecanismo fisiopatológico das sinusites em geral, de modo a identificar os fatores de risco
mais comumente associados ao seu desencadeamento, entre eles:
- alterações da respiração nasal (atresia coanal, desvios do septo nasal, corpos estranhos, tumores,
etc.) e obstrução dos óstios;
- infecções das vias aéreas superiores, freqüentes e repetidas;
- defeitos do transporte mucociliar;
- doenças consumptivas gerais, como diabetes, colagenoses, septicemia, AIDS, etc.;
- uso de vasoconstritores tópicos nasais, principalmente em adolescentes que praticam esportes e em
mulheres grávidas;
- uso e abuso de drogas, como maconha, cocaína, cola de sapateiro, etc.;
- irritantes caseiros, como inseticidas, detergentes e tintas;
- irritantes, como a fumaça de cigarro;
- irritantes presentes no ambiente de trabalho.
A exposição a agentes irritantes, tanto na forma de gases e vapores quanto de névoas e poeiras, é causa
da sinusite crônica. Mais detalhes sobre esses agentes são mencionados nos protocolos laringotraqueíte aguda,
laringotraqueíte crônica, laringite aguda e rinite crônica.
Excluídos outros diagnósticos diferenciais e analisados os fatores de risco não-ocupacionais, a sinusite
crônica relacionada ao trabalho poderá ser enquadrada, como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, no qual o trabalho pode desempenhar o papel de fator de risco contributivo ou adicional, na
etiologia multicausal da sinusite crônica.


Monday, October 26, 2015

Sinusite crônica - Definição da Doença

Sinusite crônica - Definição da Doença

15.3.5 SINUSITE CRÔNICA CID-10 J32.-

1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Sinusite é a inflamação dos seios paranasais devida a infecções causadas por vírus,
bactérias ou fungos ou, ainda, por reações alérgicas, de curso agudo ou crônico.
De acordo com a localização, ela pode ser sinusite frontal, sinusite maxilar,
sinusite etmoidal, sinusite esfenoidal, sinusite de localização combinada ou pansinusite.


Sunday, October 25, 2015

Rinite crônica - Prevenção

Rinite crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da rinite crônica relacionada ao trabalho baseia-se nos procedimentos de vigilância dos
ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo.
O controle da exposição aos agentes mencionados no item 2 pode contribuir para a redução da incidência
da doença nos grupos ocupacionais sob risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da
exposição a níveis considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição e a redução dos fatores estressogênicos;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, em bom estado de conservação, nos casos indicados,
de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, essas deverão ser cuidadosamente indicadas para
alguns setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras
devem ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.o 1/1994 estabelece
regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.

O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.
Além do exame clínico completo, recomenda-se a utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de
sintomas respiratórios já validados e os exames complementares adequados ao fator de risco identificado no ambiente
de trabalho.
Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.