Monday, November 9, 2015

Bronquite asmática e crônica - Prevenção

Bronquite asmática e crônica - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção das doenças pulmonares obstrutivas crônicas relacionadas ao trabalho baseia-se nos
procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos
na introdução deste capítulo. O controle da exposição aos agentes patogênicos relacionados com a ocorrência desses
quadros (ver item 2) pode contribuir para a redução da sua incidência nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de
controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a essas substâncias a níveis considerados seguros,
por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
- normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados
e eficientes;
- monitoramento sistemático das concentrações de fumos, névoas e poeiras no ar ambiente;
- mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para
banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário;
- fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado
de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
As máscaras protetoras respiratórias devem ser utilizadas como medida temporária, em emergências.
Quando as medidas de proteção coletivas forem insuficientes, deverão ser cuidadosamente indicadas para alguns
setores ou funções. Os trabalhadores devem ser treinados apropriadamente para sua utilização. As máscaras devem
ser de qualidade e adequadas às exposições, com filtros químicos ou de poeiras, específicos para cada substância
manipulada ou para grupos de substâncias passíveis de serem retidas pelo mesmo filtro. Os filtros devem ser
rigorosamente trocados conforme as recomendações do fabricante. A Instrução Normativa/MTb n.o 1/1994 estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde, identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
A NR 15 (Portaria/MTb n. o 12/1983), no Anexo n.o 11, estabelece os LT para algumas substâncias químicas
potencialmente causadoras da DPOC, no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, entre eles:
- ácido clorídrico – 4 ppm ou 5,5 mg/m3;
- anidrido sulfuroso – 4 ppm ou 10 mg/m3;
- amônia – 20 ppm ou 14 mg/m3;
- cloro – 0,8 ppm ou 2,3 mg/m3.

Os parâmetros para o monitoramento da sílica livre cristalizada são definidos no Anexo n.º 12 da NR 15.
Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados, periodicamente, à luz do
conhecimento e evidências atualizadas. Tem sido observado que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impedem
o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico visa à identificação de sinais e de sintomas para a detecção precoce da doença.

Além do exame clínico completo, recomenda-se:
- utilização de instrumentos padronizados, como os questionários de sintomas respiratórios;
- exames complementares adequados, incluindo:
- radiografia de tórax (na admissão e anualmente para exposições à sílica e tri ou bienalmente,
para aerodispersóides não-fibrinogênicos), utilizando a técnica preconizada pela OIT (1980);
- espirometria, na admissão e bienalmente, realizada segundo a técnica preconizada pela
American Thoracic Society (1987).
Medidas de promoção da saúde e controle do tabagismo também devem ser implementadas.



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