Tuesday, October 21, 2014

Anemias devidas a transtornos enzimáticos - Quadro clínico e diagnóstico

Anemias devidas a transtornos enzimáticos - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A anemia produzida pelo chumbo constitui apenas uma das muitas manifestações do quadro clínico de
intoxicação crônica por esse metal, entre elas, dor abdominal, nefropatia, hipertensão arterial, alterações espermáticas,
neuropatia periférica e encefalopatia. Em adultos, a anemia (e sua sintomatologia) pode ser observada com níveis de
chumbo sangüíneo acima de 50 µg/100 ml.
O estabelecimento do nexo com o trabalho, nos casos secundários à exposição ao chumbo, baseia-se na
história de exposição e na confirmação laboratorial por meio das dosagens de chumbo no sangue e/ou urina. Segundo a
NR 7, o VR da dosagem de chumbo no sangue (Pb-S) é de 40 µg/100 ml e o IBMP é de 60 µg/100 ml, quando significaria
exposição excessiva, compatível com efeitos adversos à saúde do trabalhador. A ACGIH, dos Estados Unidos, recomenda
como índice biológico de exposição o valor de 30 µg/100 ml. Outros achados laboratoriais são a dosagem na urina do
ácido delta-aminolevulínico (ALA-U), cujo VR, no Brasil, é atualmente de 4,5 mg/g de creatinina e o IBMP é de 10 mg/g de
creatinina. Para a zinco protoporfirina no sangue (ZPP-S), o VR é de 40 µg/100 ml e o IBMP é de 100 µg/100 ml.
O hemograma mostra um anemia hipocrômica e microcítica com reticulocitose e a presença de granulações
basófilas nos glóbulos vermelhos, de tamanho maior do que as habituais, variando de 0,25 a 2,00 µm, mais freqüentes
nas células grandes (macrócitos), de forma redonda ou ovóide ou como diplococo, em número variável (até 10 ou 20),
raramente únicos e corados em azul. A disposição dos grãos se faz de modo uniforme, às vezes concentrados num
ponto ou dispostos como uma coroa na periferia do glóbulo.
Em decorrência da inibição da formação do heme, ocorre acúmulo de ferro no interior dos eritroblastos com
formação de siderócitos e sideroblastos, que pode ser detectada pela coloração com corante da Prússia (azuis positivos)
no exame do material obtido por aspiração/biópsia de medula óssea.



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