Wednesday, January 20, 2016

Estomatite ulcerativa crônica - Quadro clínico e diagnóstico

Estomatite ulcerativa crônica - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Ao exame, a mucosa da boca apresenta-se avermelhada, congesta, sensível, com exsudação, limitada às
gengivas, à ponta e à borda da língua. A intoxicação por mercúrio pode cursar inicialmente com gengivite, podendo
haver desprendimento do epitélio gengival formando úlceras (estomatite). Pode também cursar com periodontite grave,
perdas dentárias e osteomielite, edema de glândulas salivares e salivação excessiva.
As intoxicações por chumbo, bismuto, ouro e prata caracterizam-se por tumefação dolorosa da mucosa
gengival ao redor dos dentes, que sangram ao menor contato.
A diferenciação entre as várias intoxicações não é difícil:

INTOXICAÇÃO POR CHUMBO:
aparece uma linha amarronzada, ao longo da borda gengival, especialmente à altura dos
incisivos inferiores (linha de Burton). Resulta da combinação do ácido sulfídrico derivado da putrefação dos
alimentos com o chumbo, formando sulfeto de chumbo. É mais comum aparecer nas bocas que possuem
estado de higiene precário. Está ausente em pessoas sem dentes;

INTOXICAÇÃO MERCURIAL CRÔNICA: a linha é negro-amarronzada (linha de Gilbert), na cúprica, esverdeada (linha de Vailly),
na argêntica, acinzentada (linha de Duguet), na bismútica, cinza-avermelhada;

INTOXICAÇÃO PELO OURO: há gengivite e tumefação da mucosa retromolar inferior, que apresenta algumas manchas
branco-acinzentadas e contorno irregular, com aparecimento, no véu palatino, de algumas placas
esbranquiçadas e brilhantes, parecidas ao líquen plano, simétricas, como vespertilho, sobre um fundo
avermelhado. O fósforo e o tório favorecem a necrose asséptica da mandíbula com supuração, fistulização
e formação de seqüestros ósseos.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com estomatite aftosa, estomatite ulcerosa, estomatite gangrenosa
(causada por microorganismos anaeróbios), candidíase, líquen plano, buloses e pênfigo vegetante. As lesões brancas
da mucosa oral são muitas vezes ditas leucoplásicas e correspondem a aspectos microscópicos diferentes e a graus
variáveis de hiperceratose, acantose, paraceratose, disceratose ou carcinoma in situ. São mais freqüentes após a
quarta década de vida, apresentam predomínio no sexo masculino e relacionam-se com tabagismo e diversos tipos de
irritação crônica da boca.
O diagnóstico é clínico, baseado no exame direto da mucosa, podendo ser confirmado por exames
bacteriológicos, micológicos ou anatomopatológicos, utilizando-se material colhido de biópsia. A sorologia para alguns
agentes virais pode coadjuvar a busca diagnóstica.



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