Tuesday, August 11, 2015

Angina pectoris - Quadro clínico e diagnóstico

Angina pectoris - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A angina pectoris caracteriza-se por uma dor ou desconforto precordial ou retroesternal, que pode irradiar
para a face ulnar do membro superior esquerdo, região cervical, mandíbula e região epigástrica. A dor geralmente é
aliviada por repouso ou uso de nitrato sublingual. Além da dor, podem estar presentes sinais/sintomas de insuficiência
da bomba cardíaca, seja por insuficiência ventricular ou pela presença de arritmias. Em alguns casos, apesar da
isquemia, a dor não se manifesta (isquemia miocárdica silenciosa) e o quadro de insuficiência coronariana exterioriza-
se por meio de manifestações clínicas, como tonturas, síncope, fadiga, dispnéia de esforço, edema agudo do pulmão,
insuficiência cardíaca, arritmias e morte súbita cardíaca.

O exame físico é geralmente normal, não oferecendo nenhum substrato para o diagnóstico de angina. A
presença de sopros à ausculta cardíaca pode sugerir que a angina de peito seja devida a outras condições, como as
valvulopatias e cardiomiopatias, ou esteja associada a elas. A presença de terceira bulha com taquicardia e/ou quarta
bulha e de crepitações à ausculta pulmonar sugere disfunção ventricular esquerda.

O eletrocardiograma (ECG) de repouso é normal em metade dos pacientes com doença coronariana. Uma
variedade de arritmias e outras alterações eletrocardiográficas, como sobrecarga ventricular esquerda, podem estar
presentes. Durante os episódios de angina do peito, as anormalidades eletrocardiográficas mais comuns são as alterações
inespecíficas do segmento “ST” e da onda “T”. A presença de onda “Q” patológica sugere o infarto agudo do miocárdio
atual ou prévio.

O teste ergométrico possui uma sensibilidade diagnóstica de 75% na doença coronariana, mas sua
interpretação fica limitada nos pacientes que não o conseguem completar. Outros exames, como ecocardiografia e
provas selecionadas de cardiologia nuclear (cintilografia), podem ser úteis.

O diagnóstico de certeza da aterosclerose coronariana é feito pelo estudo angiográfico que mostra obstrução
parcial das artérias coronárias ou seus ramos. Em pacientes com angina de Prinzmetal e nos portadores de angina do
peito desencadeada pela cessação da exposição aos nitratos, quando em trabalhadores cronicamente expostos, o
exame angiográfico pode ser normal.
O diagnóstico diferencial é feito com úlcera péptica, pancreatite, colecistite, refluxo ou espasmo esofágico
e anormalidades pulmonares, como pneumonia, embolia pulmonar, atelectasia e pneumotórax espontâneo.


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