Sunday, December 13, 2015

Bronquite química aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

Bronquite química aguda - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A ocorrência dessas afecções decorre da exposição aos seguintes agentes:
- acrilatos: metacrilatos, diacrilatos (bronquiolite obliterante, enfisema crônico difuso e fibrose pulmonar crônica);
- antimônio (bronquiolite obliterante, enfisema crônico difuso, fibrose pulmonar crônica);
- arsênio e seus compostos minerais (bronquite e pneumonite agudas);
- berílio e seus compostos tóxicos (bronquite e pneumonite agudas);
- cádmio e seus compostos (bronquite e pneumonite agudas, enfisema crônico difuso);
- carbonetos de metais duros (síndrome de disfunção reativa das vias aéreas, fibrose pulmonar crônica);
- gases e vapores irritantes: entre eles destacam-se os halogenados, como o flúor, o cloro, o bromo e o
iodo, os ácidos, como o clorídrico (ou muriático), o bromídrico, o fluorídrico. Altas concentrações de
gases, como os óxidos de enxofre (SO2
e SO3) e a amônia (NH3), também são agressivos à faringe e
às mucosas em geral. Dependendo da solubilidade em água dos gases ou vapores tóxicos e do
tempo de exposição, efeitos similares poderão ocorrer em outras regiões úmidas (conjuntiva ocular,
mucosa nasal, laringe, traquéia, etc.), com os sintomas correspondentes. O cloro é usado em tratamento
de água potável, branqueamento de tecidos e papel. O ácido fluorídrico pode ser usado para fosquear
vidro e também aparece como subproduto na fabricação de fertilizantes a base de fósforo (fosfatos e
superfosfatos). Os óxidos de enxofre podem ser provenientes da queima de combustíveis fósseis,
especialmente de óleo combustível e diesel (carvão mineral é pouco usado no Brasil), e assim os
ambientes onde eles são usados podem ser fontes desses gases. Como exemplo, pode-se citar
caldeiras (inclusive hospitalares), geradores e fornos industriais. Nas fábricas de ácido sulfúrico, o
SO3 é usado em forma quase pura.
Pode-se citar ainda o óxido de nitrogênio, a ozona (O3) e o dióxido
de nitrogênio (NO2), gases muito irritantes e que podem ser gerados no processo de solda elétrica
(são conhecidos como gases de solda). Se a exposição é elevada, como no caso de um vazamento
de grandes quantidades de uma substância irritante, pode ocorrer a morte por edema agudo não-
cardiogênico;
- isocianatos orgânicos (bronquite e pneumonite agudas);
- fosgênio: é um gás inodoro e incolor formado pela decomposição térmica, em geral pelo contato de
solventes clorados (tricloroetano, clorofórmio, tetracloroetileno, diclorometano, entre outros) com
superfícies muito quentes, arco voltaico ou chama direta. Como esses solventes são usados para
limpeza de chapas metálicas antes da soldagem, a solda elétrica e o corte com maçarico podem gerar
inadvertidamente o gás. Este, uma vez inalado, decompõe-se em algumas horas em ácido clorídrico
e pode levar a uma pneumonite química cerca de 12 horas após uma exposição que passou
desapercebida. Dependendo da dose, pode haver edema agudo de pulmão (inflamatório, não-
cardiogênico);
- manganês e seus compostos tóxicos (bronquite e pneumonite agudas);
- selênio e seus compostos (edema pulmonar agudo);
- substâncias sensibilizantes, causadoras de pneumonite por hipersensibilidade (fibrose pulmonar
crônica).
As afecções respiratórias devidas à inalação de gases, fumos, vapores e outras substâncias, agudas ou
crônicas, presentes em trabalhadores expostos à situação de trabalho, devem ser caracterizadas como doenças relaciona-
das ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling.



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