Monday, December 14, 2015

Bronquite química aguda - Quadro clínico e diagnóstico

Bronquite química aguda - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os pacientes expostos aos agentes irritantes apresentam irritação nos olhos, garganta e nariz, tosse,
constrição torácica e dispnéia. Náuseas, vômitos e cefaléia são freqüentemente encontrados. Os achados clínicos
incluem taquipnéia, taquicardia, febre, cianose, conjuntivite, rouquidão ou afonia, sibilos, roncos, crepitações. Arritmias
cardíacas podem ocorrer na ausência de hipoxemia. A febre pode ocorrer precocemente após exposição aos agentes
irritantes, porém, quando tardia e associada à secreção purulenta, deve-se pensar em infecção secundária, muito
freqüente nesses casos. Os principais quadros clínicos, segundo o local de ação (ver também os protocolos específicos
de cada entidade), são os seguintes:

FARINGITE AGUDA: dor à deglutição, hiperemia e hipertrofia das amígdalas, eritema e edema difuso da parte posterior da
faringe. A úvula pode estar edemaciada;

LARINGOTRAQUEÍTE AGUDA: sensação de constrição dolorosa ao nível da laringe, rouquidão que pode progredir até a afonia,
tosse e expectoração mucosa. A laringoscopia revela congestão difusa da mucosa laríngea, que se apresenta
recoberta por exsudato mucoso ou mucocatarral ao lado de paresia das cordas vocais. Evolui de forma
benigna, com resolução em 4 a 8 dias;

LARINGOTRAQUEÍTE CRÔNICA: rouquidão permanente que geralmente se acompanha de expectoração mucocatarral, sobretudo
pela manhã, obrigando o paciente a tossir e a raspar a garganta ruidosamente para limpar a laringe e clarear
a voz. Em outros pacientes, a rouquidão vai se acentuando no decorrer do dia, à proporção que vai havendo
uso continuado da voz. Anatomopatológico: inflamação catarral crônica da mucosa laríngea e hiperplasia
localizada ou difusa do tecido conjuntivo submucoso;

BRONQUITE E PNEUMONITE AGUDAS: resulta da agressão imediata dos irritantes sobre a superfície mucosa úmida do sistema
respiratório, olhos e pele. O paciente apresenta dispnéia intensa, taquipnéia, taquicardia, tosse, eritema
conjuntival, hiperemia e sangramento da orofaringe, secreção nasal, epistaxe, roncos, sibilos e,
eventualmente, sinais de queimadura na boca e garganta. A avaliação clínica deverá ser rápida e completa,
em serviço de urgência. Deve ser monitorizado pelo risco de complicações tardias;

EDEMA PULMONAR AGUDO: quadro dramático pelo risco de vida que representa. Não é distinto do edema agudo de pulmão
por outras causas. Manifesta-se como dispnéia intensa, sibilos, taquipnéia, tosse seca ou produtiva (secreção
clara ou com sangue), saída de líquido pela boca e nariz, semelhante a um afogamento, cianose. A ausculta
revela crepitações e sibilos, podendo ser auscultados em todo o pulmão nos casos graves;

SÍNDROME DE DISFUNÇÃO REATIVA DAS VIAS AÉREAS (também conhecida como asma induzida por irritantes): manifesta-se com
tosse, sibilância e dispnéia minutos ou horas após uma exposição única, aguda, a altas concentrações de
irritantes. Uma parte dos trabalhadores que desenvolvem essa síndrome continua com quadro de sintomas
asmatiformes;

BRONQUIOLITE OBLITERANTE: resulta na destruição fibrótica dos bronquíolos terminais, que pode ser uma complicação
tardia da inalação de gases irritantes com baixa solubilidade em água. Pode ocorrer em duas ou três
semanas após um episódio agudo, como edema agudo de pulmão, ou pode ser a primeira manifestação
visível, com sintomas que incluem dispnéia progressiva, cianose, tosse e sibilos;

FIBROSE PULMONAR CRÔNICA: seqüela ou manifestação tardia da inalação de gases, fumos e vapores. O sintoma mais freqüente
é a dispnéia progressiva, primeiro aos esforços, depois mesmo em repouso, refletindo a gravidade do
comprometimento pulmonar.
O exame revela crepitações teleinspiratórias que não se modificam com a tosse;
A tosse pode estar presente, seca ou produtiva e pode manifestar-se de forma paroxística. Outros achados menos
freqüentes são cianose, dedos em baqueta de tambor, taquipnéia e redução torácica nas bases;

ENFISEMA CRÔNICO DIFUSO: dispnéia progressiva. Ao exame, há um aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax,
diminuição dos sons respiratórios, utilização de musculatura acessória e cianose. Pode evoluir para cor
pulmonale.
O diagnóstico das afecções respiratórias devidas à inalação de gases, fumos, vapores e outras substâncias
é feito por meio do quadro clínico e história ocupacional de exposição aguda aos agentes químicos.
Exames complementares:

GASOMETRIA ARTERIAL: hipoxemia e hipercapnia nos casos severos;
RADIOGRAFIA DE TÓ
RAX: infiltrado pulmonar difuso (edema agudo de pulmão).



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