Saturday, December 19, 2015

Derrame pleural - Quadro clínico e diagnóstico

Derrame pleural - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A extensa lista de causas de exsudatos no espaço pleural inclui: infecções, neoplasias, colagenoses,
tromboembolismo pulmonar, infarto pulmonar, medicamentos e cerca de 25 outras causas. Entre essas, está incluído o
derrame pleural, dito benigno, causado pelo asbesto ou amianto (J90). O diagnóstico é sempre retrospectivo e baseia-se
na história ocupacional de exposição ao amianto e na exclusão de outras causas, especialmente mesotelioma, metástases,
tuberculose e tromboembolismo pulmonar. Normalmente, o derrame pleural pelo asbesto é assintomático, podendo ser um
achado de exame. Os sintomas mais comuns são dor torácica, dispnéia, tosse e febre. A evolução é lenta, podendo levar até
6 meses para regredir, independentemente de qualquer tentativa terapêutica. Normalmente cura com fibrose residual.
Muitos autores acreditam que o espessamento pleural difuso conseqüente ao asbesto é uma evolução de um derrame
pleural prévio.
O espessamento da pleura é uma reação a distintos estímulos, com produção de líquido ou não, com
inflamação progressiva, podendo resultar em fibrose simples e isolada ou no desenvolvimento de enormes placas,
hialinas ou calcificadas.
Uma série de causas pode induzir ao espessamento das pleuras pela deposição local de fibrina, entre elas,
pneumonia, embolia pulmonar, manuseio da cavidade pleural, empiema, traumatismo torácico com fraturas costais,
com ou sem hemotórax, derrames arrastados de etiologias variadas e exposição ao asbesto, que tem predileção pelo
desenvolvimento de fibrose no tecido pulmonar e na pleura parietal. O diagnóstico diferencial entre o espessamento
pleural de causa ocupacional e aquele devido a outras doenças é relativamente fácil, com base nos antecedentes
ocupacionais.
A exposição ao asbesto pode desencadear o aparecimento de placas ou o espessamento localizado, simples
ou generalizado, geralmente bilateral, seguindo o contorno costal, que pode calcificar. Nas partes mais baixas do tórax,
justadiafragmáticas, pode-se observar melhor as calcificações e, em determinadas ocasiões, as incidências radiológicas
convencionais não são suficientes para evidenciar a imagem, tornando-se necessário recorrer a posições oblíquas.
Uma vez que apenas pequena fração das imagens dos acometimentos da pleura devido ao asbesto é
diagnosticada pelo radiologista (estima-se em torno de 15%), a tomografia computadorizada ajuda a identificar grande
parte daquelas não detectadas.
Nos grandes acometimentos fibróticos da pleura, pode-se identificar diminuição dos espaços intercostais e
pinçamento interno do perfil do hemitórax atingido, tendendo à forma em viola. O diagnóstico radiológico das placas
pleurais relacionadas ao asbesto não pode prescindir do uso correto da Classificação Internacional de Radiografias de
Pneumoconioses da OIT (1980). Não há características bioquímicas de líquido pleural, nem de biópsia, que permitam
a caracterização específica do quadro.



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