Thursday, September 15, 2016

Infertilidade masculina - descrição e epidemiologia

Infertilidade masculina - descrição e epidemiologia

19.3.7 INFERTILIDADE MASCULINA CID-10 N46.-
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
A infertilidade masculina é a incapacidade do homem de fertilizar a mulher, podendo ser um dos possíveis
efeitos da ocupação sobre a reprodução. Também podem ocorrer o aumento de perdas fetais do casal e o aumento de
defeitos congênitos e de câncer nos filhos.
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Efeitos adversos da ocupação sobre a reprodução têm sido observados e registrados desde meados do século
passado. Entre os agentes descritos como potencialmente capazes de causar danos sobre a fertilidade masculina, estão:
- chumbo;
- 1,2-dibromo-3-cloropropano (DBCP, Dibromo, Femafume, Nemagon);
- chlordecone (Kepone, Composto GC 1189, Kelevan, Mirex);
- calor excessivo;
- radiações ionizantes.

O DBCP é um pesticida, nematicida e fumigante de solo. A fabricação tanto do DBCP como do Chlordecone
está proibida nos países de origem, o que, contudo, não garante que eles não estejam sendo utilizados, como se viu,
recentemente, em cultivos de banana na América Central.
As doses de radiações ionizantes necessárias para causar infertilidade são relativamente elevadas (> 100 REM),
mas são passíveis de serem atingidas em casos de acidentes com substâncias radioativas.
O calor é o mais controvertido dos possíveis agentes causais da infertilidade masculina.

A criptorquídia e a oligospermia pós-crises de hipertermia ou febre extremamente elevada
sugerem a possibilidade de efeito similar, a
partir de fontes externas presentes no ambiente de trabalho. Contudo, o mecanismo de ação ainda não está
definitivamente esclarecido (Mitchell & Dehart, 1998).
Em homens ocupacionalmente expostos ao chumbo, ao dibromocloropropano (DCBP), ao chlordecone, a
radiações ionizantes ou a fontes de calor excessivo de origem ocupacional, a infertilidade, excluídas as causas não-
ocupacionais (segundo protocolos específicos de Serviços Especializados no Estudo da Infertilidade), poderá ser
considerada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, em que o trabalho constitui
causa necessária.


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