Sunday, September 18, 2016

Infertilidade masculina - Prevenção

Infertilidade masculina - Prevenção

5 PREVENÇÃO
A prevenção da infertilidade masculina relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância dos ambientes,
das condições de trabalho e na observação dos efeitos ou danos à saúde, descritas na introdução deste capítulo.
O controle ambiental dos processos industriais que geram substâncias capazes de causar efeitos sobre
a fertilidade e do calor excessivo pode, efetivamente, reduzir a incidência destes efeitos em grupos ocupacionais de
risco. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição a essas substâncias, por
meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- emprego de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes
e procedimentos para controlar a exposição ao calor excessivo;
- monitoramento sistemático das concentrações dos agentes e da quantidade de calor no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos,
lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado de conservação,
de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de contro-
le dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além
de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais. O Anexo n.º 3 da mesma norma (NR 15) estabelece os LT
para a exposição ao calor.

Sobre os agrotóxicos, a Lei Federal n.º 7.802/1989 disciplina sua produção, comercialização, utilização,
transporte e destinação de resíduos e embalagens. Alguns estados e municípios possuem regulamentos comple-
mentares que devem ser obedecidos. Recomenda-se observar o cumprimento, por parte das empresas, das NRR, da
Portaria/MTb n.º 3.067/1988, especialmente a NRR 5, que dispõe sobre os produtos químicos (agrotóxicos e afins),
fertilizantes e corretivos. Especial atenção deve ser dada na proteção de trabalhadores envolvidos nas atividades de
preparação de caldas e na aplicação desses produtos.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da
doença. Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar manifes-
tações iniciais e outros exames complementares, como o espermograma.

Os procedimentos para a vigilância da saúde dos trabalhadores expostos a condições de calor excessivo,
apesar das controvérsias quanto aos seus efeitos sobre a reprodução, são importantes, e ações de prevenção devem
ser implementadas, uma vez que outros danos podem ocorrer, tais como lesões de pele, sobrecarga ao sistema
circulatório e hipertermia. Nesses casos, além das medidas de controle ambiental já referidas, devem ser
implementadas:
- aclimatização dos trabalhadores;
- reposição hídrica e eletrolítica adequada;
- mudanças no processo de trabalho para inserção das pausas de recuperação;
- vestuário adequado;
- uso de óculos com filtro vermelho;
- exames médicos admissionais e periódicos orientados para a exposição ao risco.
Os procedimentos para vigilância da saúde de trabalhadores expostos ao chumbo e a radiações ionizantes
estão descritos nos protocolos Cólica do chumbo (16.3.6), no capítulo 16, e Neoplasia maligna dos ossos e cartila-
gens articulares dos membros (7.6.7), no capítulo 7.

O uso do dibromocloropropano é proibido em países desenvolvidos.




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