Sunday, September 4, 2016

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Tratamento e Prevenção

Nefropatia túbulo-intersticial induzida - Tratamento e Prevenção

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Ver protocolo Insuficiência renal aguda (19.3.4) e insuficiência renal crônica (19.3.5).

5 PREVENÇÃO
A prevenção da nefropatia induzida por metais pesados relacionada ao trabalho baseia-se na vigilância
dos ambientes, das condições de trabalho e na observação dos efeitos ou danos à saúde, conforme descrito na
introdução deste capítulo. O controle ambiental de chumbo, cádmio, mercúrio, cobre, cromo e demais metais pesados
pode, efetivamente, reduzir a incidência da doença nos grupos ocupacionais de risco. As medidas de controle ambiental
visam à eliminação ou à manutenção de níveis de concentração dessas substâncias próximos de zero ou dentro dos
limites considerados seguros, por meio de:
- enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
- adoção de sistemas hermeticamente fechados;
- normas de higiene e segurança rigorosas, com implantação de sistemas de ventilação exaustora adequa-
dos e eficientes;
- monitoramento sistemático da concentração desses agentes no ar ambiente;
- formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos e o
tempo de exposição;
- limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos,
lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário;
- fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado de conservação, de
modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se a verificação da adequação e do cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle
dos fatores de risco ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA (NR 9) e no PCMSO (NR 7), além de
outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios.
O Anexo n.º 11 da NR 15 (Portaria/MTb n.º 12/1983) estabelece os LT para algumas substâncias químicas
no ar ambiente, para jornadas de até 48 horas semanais, algumas potencialmente causadoras da nefropatia induzida
por metais. Por exemplo:
- chumbo – 0,1 mg/m3;
- mercúrio – 0,04 mg/m3.

Esses limites devem ser comparados com aqueles adotados por outros países e revisados periodicamente à luz do
conhecimento e de evidências acumuladas, observando-se que, mesmo quando estritamente obedecidos, não impe-
dem o surgimento de danos para a saúde.
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença.
Consta de avaliação clínica, que inclui a utilização de protocolos padronizados, visando a identificar alterações neuro-
comportamentais e renais iniciais e outros exames complementares, como urina de (rotina), dosagem de uréia e creatinina
e o monitoramento biológico. Entre os indicadores biológicos de exposição utilizados, estão:
- em expostos ao chumbo:
− concentração de chumbo no sangue (Pb-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 60 µg/100 ml. A ACGIH
recomenda como índice biológico de exposição 30 µg/100 ml;
− concentração de ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U) – VR de até 4,5 mg/g de creatinina
e IBMP de 10 mg/g de creatinina;
− concentração de zincoprotoporfirina no sangue (ZPP-S) – VR de até 40 µg/100 ml e IBMP de 100 µg/
100 ml;

A dosagem do chumbo sérico reflete a absorção do metal nas semanas antecedentes à coleta da
amostra;
- em expostos ao cádmio:
− dosagem do cádmio na urina – VR de até 2 µg/g de creatinina e IBMP de 5 µg/g de creatinina;
- em expostos ao cromo hexavalente:
− dosagem do cromo hexavalente na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 30 µg/g de
creatinina;
- em expostos ao mercúrio inorgânico:
− dosagem do mercúrio inorgânico na urina – VR de até 5 µg/g de creatinina e IBMP de 35 µg/g de
creatinina.


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