Tuesday, October 6, 2015

Faringite aguda Angina - Epidemiologia e Fatores de risco

Faringite aguda Angina - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
Na relação com o trabalho, devem ser considerados os quadros de dor de garganta muito intensa, angina
aguda ou faringite aguda em trabalhadores expostos a:
- gases e vapores cáusticos ou irritantes, entre eles os halogenados, como o flúor, o cloro, o bromo e o iodo;
- ácidos, como o clorídrico (ou muriático), bromídrico, fluorídrico;
- altas concentrações de gases, como os óxidos de enxofre (SO2
e SO3) e amônia (NH3).

Dependendo da solubilidade dos gases ou vapores tóxicos e do tempo de exposição, efeitos similares
poderão ocorrer em outras regiões úmidas (conjuntiva ocular, mucosa nasal, laringe, traquéia, etc.), com os sintomas
correspondentes.
São efeitos típicos da exposição a doses elevadas desses agentes, como no caso de acidentes com vazamento
de grandes quantidades da substância. O cloro é utilizado em tratamento de água potável, branqueamento de tecidos
e papel. O ácido fluorídrico pode ser usado para fosquear vidro e também aparece como subproduto na fabricação de
fertilizantes à base de fósforo (fosfatos e superfosfatos). O bromo tem sido utilizado como gás lacrimogêneo, podendo
produzir lesões graves na árvore respiratória, principalmente em ambientes confinados. Vazamentos de amônia são
ocorrências relativamente freqüentes em refrigeradores industriais grandes, como em frigoríficos, laticínios, fábricas
de sucos, sorvetes, entre outras. Essa substância também é utilizada na fabricação de fertilizantes, em que podem
ocorrer vazamentos.
Os óxidos de enxofre podem ser provenientes da queima de combustíveis fósseis, especialmente de óleo
combustível e diesel (carvão mineral é pouco usado no Brasil). Entre os ambientes onde são usados podem ser citadas
as caldeiras (inclusive hospitalares), geradores e fornos industriais. Nas fábricas de ácido sulfúrico, o SO3
é usado em forma quase pura.
A concentração ambiental e o tempo de exposição determinam a intensidade dos sintomas e o agente pode
ser facilmente identificado pelo trabalhador, tendo em vista a sua franca agressividade, exceto quando provém de
subprodutos, como no caso da queima de combustíveis.
Em outros casos, os agentes são névoas (gotículas formadas por agitação mecânica de um líquido) ácidas
ou básicas. Névoas de ácido sulfúrico, provenientes da carga elétrica de baterias de veículos, ou ainda névoas de
ácido crômico, originadas em banhos de cromeação, são exemplos em que o líquido submetido a processo eletroquímico
forma gases em seu interior e estes, ao borbulhar, geram as gotículas no ar que, por carregarem os ácidos em solução,
são muito agressivos às mucosas.
Alguns metais em forma de íons podem ser muito agressivos. O tetróxido de ósmio (OsO4), conhecido também
como ácido ósmico, é irritante bem conhecido, produtor de laringotraqueítes, sendo muito utilizado como catalisador,
oxidante e, nos laboratórios de histologia e anatomia patológica, como fixador e corante. Também fumos metálicos
provenientes de fusão de metais, especialmente os de cádmio, manganês e zinco são irritantes.
A ocorrência desses quadros agudos, em trabalhadores expostos, caracteriza tanto a possibilidade de acidente
do trabalho como de doença relacionada ao trabalho, do Grupo I da Classificação de Schilling, ou seja, doenças em
que o trabalho constitui causa necessária.



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