Saturday, October 17, 2015

Rinite alérgica - Epidemiologia e Fatores de risco

Rinite alérgica - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A rinite alérgica, não-ocupacional, é muito comum. Sua prevalência em países europeus alcança 10 a 20%
da população adulta.

A rinite alérgica relacionada ao trabalho, bem como a asma ocupacional, tem sido mais freqüentemente
descrita em trabalhadores expostos aos seguintes agentes patogênicos:
- carbonetos metálicos de tungstênio sinterizados;
- cromo e seus compostos tóxicos – os principais decorrem da exposição às névoas de ácido crômico
provenientes de banhos de cromeação, em que a solução aquosa de ácido crômico, submetida a
processo eletroquímico, provoca a formação de gases que borbulham, gerando as gotículas no ar que
carregam os ácidos em solução e são muito agressivos às mucosas. Os sais de cromo são usados
como pigmentos de tintas e o seu manuseio, a seco, na preparação desses produtos (secagem,
ensacamento, pesagem, adição às soluções, etc.), são fontes de exposição importante;
- poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal – especialmente nas indústrias de fiação e tecelagem;
- acrilatos;
- aldeído fórmico (formaldeído ou formol) e seus polímeros – são voláteis e muito utilizados na conservação
de tecidos, nos laboratórios de anatomia e como matéria-prima em alguns processos na indústria
química.
Podem ser provenientes de reação de polimerização de algumas resinas sintéticas, como, por
exemplo, no Sinteko;
- aminas aromáticas e seus derivados – são, em geral, corantes (Azo-dyes) usados em alimentos, remédios
e tecidos. Quando são manuseados em forma seca (gerando pó no ambiente) na embalagem ou
pesagem, por exemplo, levam a risco de rinite;
- anidrido ftálico;
- azodicarbonamida – produto muito utilizado na fabricação de artefatos de borracha, para deixá-la mais
macia, como, por exemplo, em sandálias;
- carbonetos de metais duros – cobalto e titânio;
- enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana;
- furfural e álcool furfurílico;
- isocianatos orgânicos;
- níquel e seus compostos;
- pentóxido de vanádio – (V2O5) é utilizado como catalisador na fabricação de ácido sulfúrico e no
craqueamento de petróleo nas refinarias. São encontrados no petróleo, havendo exposição importante
aos trabalhadores que fazem a limpeza dos resíduos sólidos dos tanques de armazenagem de petróleo
ou alguns dos seus derivados;
- produtos da pirólise de plásticos, como o policloreto de vinila e o teflon – são provenientes da
termodegradação de polímeros e encontrados nos fumos emanados no processo de aquecimento de
plásticos para fabricação de artefatos. Também há pirólise no derretimento de plásticos para selagem
de embalagem de carnes, verduras, pacotes de livros, etc.;
- sulfitos, bissulfitos e persulfatos;
- medicamentos: macrolídeos, ranitidina, penicilina e seus sais, cefalosporinas;
- proteínas animais em aerossóis;
- outras substâncias de origem vegetal (cereais, farinhas, serragem, etc.);
- outras substâncias químicas sensibilizantes da pele e das vias respiratórias.

Com freqüência, a rinite alérgica relacionada ao trabalho ocorre em trabalhadores portadores de rinite
alérgica de outras etiologias, expostos, em seu ambiente de trabalho, a irritantes ou outros alérgenos desencadeadores
do quadro. Nesse caso, a rinite seria uma doença relacionada ao trabalho, do Grupo III da Classificação de Schilling. A
segunda possibilidade, menos freqüente, é a manifestação de rinite alérgica ocupacional enquadrada no Grupo I da
Classificação de Schilling. Como o perfil alérgico ou atópico do trabalhador/paciente é o mesmo, ambos os quadros
devem ser considerados equivalentes para fins práticos.



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