Thursday, June 16, 2016

Dorsalgia - Epidemiologia e Fatores de risco

Dorsalgia - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
As dorsalgias estão entre as queixas mais freqüentes da população geral, segundo inquéritos de prevalência
realizados em diversos países do mundo. Dentre elas destaca-se a lombalgia ou dor lombar, tanto em jovens como em
idosos. Ocupa lugar de destaque entre as causas de concessão de auxílio-doença previdenciário e de aposentadoria
por invalidez. Inquéritos recentes, realizados em trabalhadores nos Estados Unidos, mostraram uma prevalência de
17,6%, atingindo mais de 22 milhões de indivíduos.
A dorsalgia pode ser sintoma de inúmeras doenças. Episódios agudos de lombalgia costumam ocorrer em
pacientes em torno de 25 anos e, em 90% dos casos, a sintomatologia desaparece em 30 dias, com ou sem tratamento
medicamentoso, fisioterápico, com ou sem repouso. O risco de recorrência é de cerca de 60% no mesmo ano ou, no
máximo, em dois anos. São fatores que contribuem para a recidiva: idade, postura ergonômica inadequada e fadiga no
trabalho.
A lombalgia crônica, dor persistente durante três meses ou mais, corresponde a 10% dos pacientes acometidos
por lombalgia aguda ou recidivante. A média de idade desses pacientes é de 45 a 50 anos. Os seguintes fatores têm sido
associados à cronicidade da lombalgia: trabalho pesado, levantamento peso, trabalho sentado, falta de exercícios e
problemas psicológicos. A prevalência de lombalgia crônica em trabalhadores da construção civil nos Estados Unidos é de
22,6%. Estudos realizados no Brasil, em trabalhadores da saúde, mostram cifras próximas a essas.
Os casos descritos como ocupacionais são associados a atividades que envolvem contratura estática
ou imobilização, por tempo prolongado, de segmentos corporais, como cabeça, pescoço ou ombros, tensão crônica,
esforços excessivos, elevação e abdução dos braços acima da altura dos ombros, empregando força, e vibrações
do corpo inteiro.
A dorsalgia crônica, em especial a lombalgia crônica, em determinados grupos ocupacionais, excluídas
as causas não-ocupacionais acima mencionadas e ocorrendo condições de trabalho com posições forçadas e ges-
tos repetitivos e/ou ritmo de trabalho penoso e/ou condições difíceis de trabalho, pode ser classificada como doença
relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado fator de
risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal da entidade. O trabalho pode ser
considerado como concausa.


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