Thursday, June 30, 2016

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico caracteriza-se por manifestações de dor tipo miofascial com pontos gatilho ou bandas
dolorosas associadas ou não com queixas de dor aos movimentos em trajetos de tendões, que geralmente acome-
tem difusamente os membros superiores e região cervical.
As bursites resultam de um processo inflamatório que acomete as bursas, pequenas bolsas de paredes
finas, constituídas de fibras colágenas e revestidas de membrana sinovial, encontradas em regiões em que os
tecidos são submetidos à fricção, geralmente próxima a inserções tendinosas e articulações. Sua localização mais
importante é nos ombros, mas podem ser encontradas em outras regiões.

Os quadros de bursite que acometem o joelho, particularmente a bursite infrapatelar, podem ser obser-
vados, com muita freqüência, em indivíduos que trabalham ajoelhados, como os aplicadores de carpetes, trabalha-
dores domésticos, faxineiros, religiosos e mineradores.
Os cistos sinoviais são decorrentes da degeneração mixóide do tecido sinovial, podendo aparecer em
articulações, tendões, polias e ligamentos. São tumorações císticas, circunscritas, únicas ou múltiplas, geralmente
indolores, localizando-se, freqüentemente, no dorso do punho. O aparecimento de um cisto sinovial é um sinal de
comprometimento inflamatório localizado, com degeneração tecidual variável.
As epicondilites são provocadas por ruptura ou estiramento dos pontos de inserção dos músculos flexores
ou extensores do carpo no cotovelo, ocasionando processo inflamatório local que atinge tendões, fáscias muscula-
res e tecidos sinoviais. No epicôndilo lateral inserem-se especialmente os músculos extensores e, no epicôndilo
medial, os músculos flexores. Na epicondilite medial pode haver comprometimento do nervo ulnar e na epicondilite
lateral pode haver comprometimento do nervo radial decorrente da proximidade dessas estruturas.

É importante destacar que também nesse grupo de entidades tem sido observado agravamento ou
precipitação dos quadros quando, ao esforço repetitivo, se superpõe a exigência do uso de força e de posições
viciosas ou forçadas.
Nas epicondilites, sobressai a dor nos epicôndilos lateral e medial decorrente do processo inflamatório
local, próximo às inserções dos músculos extensores e flexores, respectivamente. Os movimentos fortes, bruscos
de prono-supinação com o cotovelo em flexão, podem desencadear o quadro de dor. Essa é geralmente localizada
na área dos epicôndilos, mas, se não tratada, pode se tornar difusa, irradiando-se tanto na direção dos ombros
quanto das mãos. A dor é exacerbada pelo movimento das mãos e punhos e durante a prono-supinação, podendo
ser desencadeada pela palpação da massa muscular adjacente.
Nas bursites, o quadro clínico é caracterizado pela dor exacerbada pelo movimento das estruturas en-
volvidas. A identificação de um ponto sensível e doloroso, geralmente sobre a protuberância óssea, constitui um
achado importante para selar o diagnóstico.
O diagnóstico baseia-se na história clínica, no exame físico e na análise do trabalho.



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