Tuesday, August 30, 2016

Doença glomerular crônica - Tratamento

Doença glomerular crônica - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O paciente deve ser retirado imediatamente do contato com o agente que possa estar provocando a lesão
glomerular. Não há, ainda, terapêutica específica para a glomerulonefrite crônica. A abordagem usual é semelhante ao
tratamento da insuficiência renal crônica. Nesse caso, os pacientes, geralmente, necessitarão de suporte dialítico ou
transplante renal. Recomenda-se, nos pacientes com índice de filtração glomerular normal, a ingestão aumentada de
proteínas de alto valor biológico (1g/kg/dia) e de aporte calórico adequado (35 kcal/kg/dia).
Com o desenvolvimento da insuficiência renal crônica, indica-se restrição protéica progressiva (0,5-0,6 g/
kg/dia). Deve-se restringir a alimentação lipídica e, nos casos em que a aterosclerose avance de forma progressiva,
impõe-se o uso de medicação que evite ou retarde alterações associadas às dislipidemias.

O edema é abordado pela restrição inicial da ingestão de água e sódio. Muitos pacientes apresentam
excelente diurese com o repouso. Em casos selecionados, podem ser utilizados os diuréticos de alça. A anticoagulação
por longo período é utilizada quando há trombose da veia renal.
A síndrome nefrótica associada às lesões mínimas caracteriza-se por remissões, recorrências e resposta à
corticoterapia. Os esteróides aumentam a tendência para remissão parcial ou total. Em alguns casos, há necessidade de uso
contínuo dos esteróides (dependência), em outros, há ausência total de resposta (resistência). São usados 1 a 2 mg/kg/dia ou
em dias alternados de prednisona, mantida por quatro semanas. A dose é, a seguir, reduzida para 1 mg/kg/dia/4 semanas, se
não houver recorrência. A seguir, a dose é diminuída, lentamente, em 10-12 semanas. As recidivas freqüentes podem ser
tratadas com suspensão gradual do corticosteróide, após sua manutenção entre 5 a 10 mg por 3 a 6 meses. Os pacientes
esteróide-resistentes ou dependentes poderão ser beneficiados com cursos breves de ciclofosfamida (2-3 mg/kg/dia) ou
clorambucil (0,1-0,2 mg/kg/dia) por 8 a 10 semanas. Essas drogas possuem efeitos adversos, como potencial oncogenicidade,
de aplasia medular e de atrofia gonadal, que devem ser bem avaliados antes da decisão sobre seu uso.

As formas de proliferação mesangial não respondem aos corticosteróides, enquanto que, na focal, a res-
posta ocorre em 20% dos casos. Na glomerulopatia membranosa idiopática, os esteróides da supra-renal podem
reduzir a proteinúria para níveis não-nefróticos. Nas glomerulopatias membranoproliferativa difusa, lobular,
mesangiocapilar e hipocomplementar crônica, a prednisona em 0,3 a 0,5 mg/kg/dia ou em dias alternados pode retar-
dar a progressão da doença a longo prazo.
No caso da glomerulopatia crônica coloca-se a possibilidade de morte imediata ou de possível evolução
para insuficiência renal crônica grave, com impedimento para a vida normal e a necessidade de métodos dialíticos e
transplante renal.



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