Saturday, August 13, 2016

Osteonecrose no mal dos caixões - Quadro clínico e diagnóstico

Osteonecrose no mal dos caixões - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A maior parte dos casos de osteonecrose asséptica são assintomáticos e identificados por meio de exame
radiológico em indivíduos expostos. Os sintomas se manifestam nos casos de lesão localizada na superfície justa-
articular com dor semelhante à artrítica, localizada, irradiando-se para o resto do membro afetado. Pode surgir gradual
ou repentinamente, após um levantamento de peso. Nas lesões do fêmur, a dor pode ser referida na virilha, irradiando-
se para a superfície anterior da coxa. Desenvolve-se lentamente, tornando-se cada vez mais intensa.
As lesões da osteonecrose asséptica podem ser classificadas segundo seu aspecto radiológico em dois
grandes grupos:
- lesões justa-articulares que envolvem ou são adjacentes ao córtex articular;
- lesões na cabeça, colo e diáfase óssea.

As localizações mais freqüentes dos processos de oclusão vascular e necrose são a diáfise superior da
tíbia, a cabeça e o colo do úmero e do fêmur. As lesões são geralmente múltiplas e tendem a ser bilaterais e simétricas.
O diagnóstico da entidade baseia-se:
- na informação do paciente que trabalha ou já trabalhou sob ar comprimido. Na história ocupacional
deverá ser caracterizado o tipo de trabalho desenvolvido e as condições para o seu desenvolvimento.
Deverão ser pesquisados o número de episódios de descompressão sofridos pelo trabalhador, a
freqüência da exposição, a magnitude da pressão e a freqüência de acidentes descompressivos relata-
dos;
- no exame clínico;
- no exame radiológico realizado segundo técnica padronizada (British MRC Decompression Sickness
Panel) e tomografia (TC);
- noutras técnicas diagnósticas, como a cintilografia óssea, preferencialmente com pirofosfato ou fluoreto
de sódio e biópsia.
As lesões articulares, mesmo assintomáticas, são representadas por osso e medula óssea desvitalizada,
separados do tecido normal por uma linha de colágeno denso. A opacidade radiológica é produzida pela aposição de
tecido ósseo de regeneração sobre as trabéculas necrosadas. As lesões medulares podem ser bastante extensas e
consistem de necrose das trabéculas esponjosas e da medula óssea, que podem ser calcificadas. Os achados radio-
lógicos característicos, como o aumento da densidade óssea, podem aparecer no exame radiológico como uma ima-
gem de pico nevado.
Nos casos mais avançados, pode ocorrer um completo colapso da articulação acometida. O alívio dos
sintomas decorre de um processo de condensação óssea.
No diagnóstico diferencial, deverão ser consideradas:
- outras causas de necrose asséptica, como alcoolismo, tratamento com esteróides, anemia por células
falciformes, artrite reumatóide, doença de Gaucher e tratamento com fenilbutazona;
- outras doenças que apresentam lesões ósseas, como diabetes mellitus, cirrose do fígado, hepatite,
pancreatite, gota, sífilis e exposição à radiação ionizante. Nesse último caso, a história ocupacional tem
importância fundamental.



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