Friday, March 7, 2014

Encefalopatia tóxica aguda - Quadro clínico e diagnóstico

Encefalopatia tóxica aguda - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico depende do agente tóxico envolvido.
Nas intoxicações causadas por arsênio, manifestam-se dor nas extremidades, cefaléia,
fraqueza muscular, sugestivos de uma polineuropatia, e depressão do sistema
nervoso central que pode levar ao coma. Nas intoxicações crônicas avançadas, os sintomas neurológicos podem ser
os mais importantes, predominando as neurites periféricas.
As manifestações da encefalopatia tóxica pelo arsênio são
semelhantes às da síndrome de Wernicke e à psicose de Korsakoff, em decorrência do bloqueio associado ao
metabolismo da tiamina.

A intoxicação crônica grave causada pelo mercúrio manifesta-se por alterações da cavidade oral com
inflamação da mucosa e gengivas, que se tornam esponjosas e sangram facilmente, ocasionando a queda dos dentes.
Aparecem, também, tremores finos e involuntários nas mãos, pés e língua, que são agravados nos movimentos
voluntários ou intencionais e distúrbios de comportamento traduzidos em ansiedade, irritabilidade, depressão, regressão,
nervosismo e timidez. Além disso, podem ocorrer lesões renais, traduzidas em proteinúria, edema e sintomas
inespecíficos, como debilidade, fadiga, palidez, perda de peso e transtornos gastrintestinais.
Nas intoxicações por chumbo, os danos cerebrais são mais freqüentes em crianças que nos adultos.
Manifestam-se por letargia, vômitos intermitentes, apatia, sonolência, irritabilidade, estupor, perda de memória e tremores
musculares que podem evoluir para convulsões, coma e morte.

Nas doenças neurotóxicas de etiologia ocupacional, o diagnóstico é feito geralmente por exclusão. São
recomendados os seguintes critérios diagnósticos:
- verificação da exposição por meio da história ocupacional, observando-se associação adequada entre
a exposição e os sintomas típicos;
- evidência objetiva da patologia de base, por meio de exame neurológico, tomografia axial
computadorizada (TC), eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética (RM) e testes
neuropsicológicos;
- exclusão de outras doenças crônicas ou degenerativas (doença de Parkinson, doença de Alzheimer e outras demências), de doença psiquiátrica primária, de doença de etiologia genética e de exposições
não-ocupacionais a álcool, drogas e medicamentos.



Fonte: Doenças do Trabalho

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