Sunday, March 9, 2014

Transtornos do plexo braquial - Quadro clínico e diagnóstico

Transtornos do plexo braquial - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
No quadro clínico, entre as manifestações neurológicas, destacam-se:
- dores irradiadas da coluna cervical por todo o membro superior;
- dor e hiperestesia de caráter migratório;
- alterações de sensibilidade em bordo interno de braço, antebraço e em território de nervo ulnar na mão
(4.º e 5.º dedos), que geralmente acontecem à noite;
- entre os sintomas vasculares podem ser relatados edema, claudicação aos esforços, sensação de frio
na mão, que parecem acometer mais o lado radial e os dedos polegar e indicador.
Ao exame, o quadro pode ser reproduzido por manobras de abdução e rotação externa de braço. Em geral,
durante as manobras há desaparecimento do pulso radial, que, isoladamente, não significa positividade para a presença
de compressão. A compressão costoclavicular também pode reproduzir os sintomas.

Devem também ser consideradas:
- possibilidades de variações anatômicas, como as presenças de costela cervical ou de aumento de
tamanho de processo transverso de C7, que podem ser esclarecidas com radiografia simples de coluna
cervical;
- radiografia de tórax que ajuda a afastar a hipótese de tumor de Pancoast; radiografias dos ombros
podem afastar quadros de manguito rotatório;
- tomografia computadorizada e ressonância magnética, que pouco contribuem para a confirmação
diagnóstica, embora possam auxiliar na exploração de hipóteses diferenciais;
- pletismografia digital, que, quando solicitada para explorar lesões vasculares distais, tem sido
responsabilizada por mostrar grande proporção de falsos-positivos e falsos-negativos;
- arteriografia (Doppler dinâmico), que tem sido recomendada como um exame capaz de confirmar a existência
de compressão vascular.

Entre os exames complementares destaca-se a avaliação eletrofisiológica pela eletroneuromiografia. Caso
a compressão do tronco inferior esteja presente, aparecerão na avaliação eletromiográfica sinais de degeneração
axonal aguda e crônica dos músculos pertencentes ao miótomo de C8-T1.
A presença de costela cervical com banda fibrocartilaginosa comprimindo o tronco inferior é imperativo
para a caracterização da verdadeira plexopatia braquial compressiva. Qualquer outra queixa de dor na região cervico-
braquial deve ser vista com critério. Somente os casos caracterizados pela compressão do feixe vásculo-nervoso
devem ser considerados.



Fonte: Doenças do Trabalho

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