Saturday, February 6, 2016

Cólica do chumbo - Tratamento

Cólica do chumbo - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
Considerando a gravidade do caso, deve ser garantido ao paciente:
- afastamento da exposição;
- repouso no leito;
- suspensão da ingestão alimentar enquanto perdurar o estado nauseoso;
- aliviado o mal-estar, inicia-se a restituição alimentar com alimentos brandos durante poucas horas ou
dias (sopas, papas, leite, sucos de frutas diluídos, alimentos sólidos e secos);
- hidratação vigorosa;
- em caso de oligúria e anúria, forçar diurese (manitol 10%);
- analgésico para alívio das dores;
- superado o quadro agudo de cólica, esquema quelante indicado para tratamento de casos de intoxicação
crônica.

Tratamento da intoxicação crônica pelo chumbo:
- afastamento da exposição;
- estimular a hidratação oral;
- quelação intravenosa é indicada sempre que o paciente apresente história de exposição ao chumbo e
sinais e sintomas compatíveis com a intoxicação por esse metal. A dosagem de chumbo no sangue
constitui um indicador de exposição recente, podendo apresentar-se dentro dos limites considerados
aceitáveis para trabalhadores expostos (40-60 µg%), mesmo na vigência de depósitos corporais
significativos do metal e evidências clínicas e laboratoriais de efeitos biológicos. Dessa forma, sugere-
se em casos duvidosos (clínica e história ocupacional compatível com saturnismo com chumbo no
sangue inferior a 60 µg% ou valores pouco acima de 60 µg%) a realização de quelação propedêutica,
para se definir a necessidade de ciclos quelantes terapêuticos. Considera-se valores positivos de
quelação propedêutica o chumbo urinário (urina de 24 horas) superior a 1.000 µg, no caso de exposições
remotas, e 2.000 µg, no caso de exposições recentes.

A droga quelante mais utilizada nesses casos é o ácido etileno diamino tetraacético (EDTA) por meio de
administrações intramusculares ou venosas em ciclos que variam de 3 a 5 dias, intercalados com períodos de descanso,
nos quais se avalia a magnitude do chumbo eliminado na urina durante o tratamento (plumbúria pós-EDTA) para
decidir-se por novos ciclos quelantes.

Outra droga promissora, cujos estudos têm demonstrado bons resultados, quando administrada por via
oral, é o ácido 2,3-dimercaptossuccínico, que ainda é pouco utilizado em nosso meio.
Quanto aos critérios de alta e retorno ao trabalho, sugere-se:
- que a alta seja dada com a normalização dos indicadores biológicos (Pb-S e ALA-U e PbU) e remissão
dos sinais e sintomas clínicos, com retorno do paciente à mesma função anterior, esperando-se que as
condições geradoras da doença tenham sido corrigidas;
- que, nos casos graves com comprometimento neurológico e renal com seqüelas, preenchidos os critérios
clínicos de alta de tratamento, seja contra-indicado formalmente o retorno ao trabalho, onde haja
exposição ao chumbo ou a outra substância neuro ou nefrotóxica. Se necessário, o paciente deve ser
encaminhado à reabilitação profissional. Nos casos em que a função renal estiver comprometida, os
critérios de alta e seguimento clínico deverão ser discutidos com o nefrologista.



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