Monday, February 22, 2016

Hipertensão portal - Quadro clínico e diagnóstico

Hipertensão portal - Quadro clínico e diagnóstico

3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
A hipertensão portal caracteriza-se clinicamente por hemorragia, hematêmese e/ou melena, esplenomegalia,
hiperesplenismo, circulação colateral e alterações hepáticas variáveis, segundo a doença responsável pela síndrome.
Na cirrose, predominam sinais de insuficiência hepática (icterícia, aranhas vasculares, encefalopatia), enquanto na
esquistossomose as principais anormalidades se relacionam à esplenomegalia e ao hiperesplenismo.
O desenvolvimento de circulação colateral porto sistêmica é a principal complicação da hipertensão portal.
Vários vasos podem formar colaterais, entre eles, as veias do fundo gástrico e o esôfago, o remanescente da veia
umbilical, as veias esplênicas e renais (principalmente a esquerda), as veias da parede abdominal e as veias
hemorroidárias.

A ascite está presente em todas as causas que determinam hipertensão portal por bloqueio pós-sinusoidal,
como cirrose, síndrome de Budd-Chiari, pericardite constrictiva e insuficiência cardíaca. Na hipertensão portal por
bloqueio pré-sinusoidal em geral não existe ascite e, quando presente, associa-se à perda sangüínea e/ou carência
nutricional.
A encefalopatia hepática indica existência de grave insuficiência do fígado. Caracteriza-se por sintomas
neuropsiquiátricos com alterações variáveis da personalidade e consciência até o coma profundo.
O diagnóstico da síndrome de hipertensão portal é suspeitado quando são encontrados hiperesplenismo,
hepatoesplenomegalia, antecedentes de hemorragia (hematêmese e/ou melena), presença ou passado de sinais de
insuficiência hepática, como ascite, icterícia, coma hepático, aranhas vasculares, eritema palmar, ginecomastia.

O diagnóstico definitivo da hipertensão portal é feito pela ultra-sonografia, pela constatação de varizes no
esôfago, seja pela endoscopia ou exame radiológico contrastado. Em algumas circunstâncias, o diagnóstico necessita
da medida da pressão intra-esplênica ou da esplenoportografia transcutânea.
O diagnóstico etiológico é suspeitado pela anamnese e exame físico, sendo confirmado pelo laboratório e
biópsia hepática (hiperplasia de hepatócitos e células sinusoidais com dilatação dos capilares sinusóides e fibrose
subcapsular, portal, perisinusoidal e, ocasionalmente, intralobular, com hipertensão portal e esplenomegalia). A
procedência de região endêmica sugere esquistossomose. Antecedentes de hepatite e icterícia obstrutiva prolongada,
principalmente quando acompanhada de colangite e alcoolismo, sugerem cirrose.
A dosagem sérica de ácidos biliares (especialmente o ácido cólico) tem sido sugerida como marcador para
o diagnóstico precoce dos casos causados por exposição ocupacional. A análise microscópica de material retirado de
biópsia hepática estabelece o diagnóstico histológico.



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