Friday, September 11, 2015

Arritmias cardíacas - Tratamento

Arritmias cardíacas - Tratamento

4 TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS
O tratamento objetiva a correção da arritmia e prevenção da recorrência. Nos pacientes com taquiarritmias,
instáveis hemodinamicamente ou com insuficiência coronariana aguda precipitada pela arritmia, a cardioversão elétrica
sincronizada é o tratamento de escolha. Se a cardioversão elétrica não está disponível, pode ser tentada a cardioversão
com emprego de drogas, cada uma delas indicada de acordo com os subtipos de arritmia.
Nos pacientes com taquiarritmias, estáveis hemodinamicamente, podem ser tentadas as manobras vagais,
como Valsalva, indução de tosse ou vômito, ingestão de água gelada e massagem do seio carotídeo. Se as manobras
forem ineficazes, está indicado o uso de drogas, também definidas de acordo com o subtipo da arritmia. A bradicardia
sinusal pode ser revertida com o uso de atropina. Nos casos persistentes e sintomáticos e nos bloqueios atrioventriculares
de II e III graus sintomáticos, está indicado o implante de marcapasso.
Outras possibilidades terapêuticas são o uso de desfibrilador cardioversor implantável automático e as
técnicas cirúrgicas como:
- ablação por cateter de focos ectópicos e vias anômalas;
- excisão do feixe de His, das vias de reentrada, de focos ectópicos;
- aneurismectomia ventricular;
- revascularização miocárdica;
- trocas valvares, valvoplastias;
- correção de anomalias congênitas.

Instalada e revertida a arritmia, o emprego profilático de antiarrítmicos justifica-se quando essa apresenta
caráter repetitivo, ocasiona repercussões hemodinâmicas importantes e oferece dificuldade para a sua conversão.
Jovens sem cardiopatia subjacente com episódios de taquicardia paroxística supra-ventricular, com pouca ou nenhuma
repercussão hemodinâmica, não necessitam terapêutica profilática. Deve-lhes ser esclarecida a benignidade do quadro
e ensinada a execução das manobras vagais, como a de Valsava ou vago-vagais. Se indicada terapêutica medicamentosa,
o digital é a droga de escolha na maioria dos pacientes, mesmo quando não apresentam patologia de base, devido à
sua eficácia em prevenir os ataques, à comodidade posológica e ao baixo custo. Outras drogas são também eficazes,
respeitadas suas contra-indicações.

A prevenção do tromboembolismo é importante nos pacientes com arritmia cardíaca.
A fibrilação atrial crônica ou paroxística, na presença de condições como estenose mitral,
insuficiência cardíaca, cardiomegalia, especialmente com átrio esquerdo volumoso,
acompanha-se de risco elevado de fenômenos tromboembólicos.
O mesmo acontece na cardioversão farmacológica ou elétrica. Nessas condições, a não ser na presença de contra-
indicação, os anticoagulantes devem ser empregados, pois reduzem a prevalência de fenômenos tromboembólicos.
Na cardioversão elétrica, os anticoagulantes orais devem ser iniciados de 2 a 3 semanas antes do procedimento. A
cardioversão de urgência, se necessária, será realizada independentemente do uso de anticoagulantes. Não há
necessidade de anticoagulantes para a cardioversão quando a fibrilação atrial se instala em pacientes sem insuficiência
cardíaca, cardiomegalia ou valvulopatia.



No comments:

Post a Comment