Monday, May 23, 2016

O diagnóstico por patologia do grupo ler/dort

O diagnóstico por patologia do grupo ler/dort

3.3 O DIAGNÓSTICO POR PATOLOGIA DO GRUPO LER/DORT
Na abordagem terapêutica, é importante:
- considerar a unidade funcional do membro superior;
- caracterizar a dor enquanto um fenômeno inflamatório, neurológico, ósseo ou manifestação neurológi-
ca resultante do processo inflamatório;
- observar que, quando houver mais de um diagnóstico específico, não é aconselhável somar as terapias,
pois uma prescrição fisioterápica para um quadro clínico específico pode agravar os sintomas de outro.
Por exemplo, o programa de alongamento para ganho de movimento da articulação do ombro pode ser
incompatível com os quadros avançados de síndrome do túnel do carpo, devido aos sintomas parestésicos;
- considerar a evolução dos sintomas da patologia específica, pois a maioria das lesões da coluna cervical
iniciam com dor e posteriormente surgem os sintomas de disfunção neurológica, que podem acentuar
os sintomas de outra patologia. Os problemas mecânicos originados pelos fatores de risco já mencio-
nados podem provocar inflamação e/ou degeneração;
- identificar o estado das estruturas músculo-esqueléticas atingidas para então instituir a terapêutica
conveniente. Por exemplo, a tenossinovite é um processo inflamatório provocado por um problema
mecânico: o atrito entre os tendões e os ossos lesa a bainha que fica entre tais estruturas, gerando
sintomas inflamatórios. Este quadro pode gerar a compressão dos nervos periféricos localizados na
região do punho. Tratar o paciente com queixas de compressão de nervo periférico, decorrente da
tenossinovite dos flexores do carpo, não significa somar as terapêuticas propostas para a inflamação
tendinosa mais a terapêutica para a síndrome do túnel do carpo. É necessário um plano terapêutico
que estabeleça etapas de acordo com a prioridade instituída;
- observar que a síndrome de impacto exemplifica a evolução de LER/DORT. Ela é conseqüência de
uma disfunção do manguito rotatório por atrofia ou por lesão degenerativa dos tendões dos músculos
que compõem este manguito, em conseqüência de gestos e movimentos estereotipados devidos a
certas exigências do posto de trabalho. A condição dolorosa é denominada síndrome do impacto resul-
tante de uma alteração mecânica, ou seja, o aumento do atrito na região subacromial quando o braço
é elevado. Esta condição mecânica foi gerada pela atrofia ou lesão degenerativa dos tendões
hipersolicitados nas tarefas que o trabalhador desempenhava. As estimulações sensoriais para recu-
perar a sensibilidade tátil dos pacientes em fase avançada de compressão nervosa podem exacerbar
os sintomas dolorosos no ombro se o diagnóstico de síndrome do impacto for tardio, levando a rupturas
do manguito rotatório;
- observar que o diagnóstico da origem da dor no membro superior e as possíveis alterações anatômicas
e funcionais incluem em testes de força dos grupos musculares de ambos os membros, sempre com-
parados com o lado normal, se houver. Considerando que é comum os trabalhadores procurarem os
serviços em uma fase tardia da doença, os dois membros podem estar afetados, porém de modo
desigual;
- observar que, na perspectiva de avaliar o membro superior enquanto unidade, os testes irritativos que
reproduzem sintomas, estalos e sensação de instabilidade podem ajudar na avaliação dos efeitos da
exposição aos fatores de risco de LER/DORT sobre as diferentes estruturas do membro superior. As
patologias concomitantes são igualmente importantes. Condições pregressas, como esporões ósseos,
aumentam o atrito no espaço subacromial, intensificando os sintomas da síndrome do impacto.


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