Thursday, December 26, 2013

Câncer de Pulmão - Epidemiologia e Fatores de risco

Câncer de Pulmão - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A partir dos estudos sobre a etiologia do câncer de pulmão feitos por Doll & Hill, em 1950,
inúmeros trabalhos têm demonstrado que o tabagismo é a causa mais importante desta neoplasia,
responsável por aproximadamente 80 a 90% dos casos.
Os fumantes têm o risco de morrer por câncer de pulmão aumentado em cerca
de 10 vezes, em média, sendo que, nos grandes fumantes, o risco relativo é de 15 a 25 vezes.
Os carcinógenos mais conhecidos, produzidos na combustão do tabaco, são a nitrosamina
tabaco-específica e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos.

Outros fatores de risco documentados na literatura são:
poluição industrial,
residência em áreas densamente urbanizadas e
exposição não-ocupacional a
radiações ionizantes.

O risco de câncer de pulmão atribuível à ocupação varia de 4 a 40%, de acordo com o
agente analisado.
Contudo, restam questões a ser mais bem explicadas, principalmente no que se refere à interferência do tabagismo
como variável de confusão e a natureza da combinação de efeitos, aditivos ou multiplicativos.

Os agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional mais conhecidos são:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- asbesto ou amianto. Deve ser investigada a exposição atual e pregressa, atentando, inclusive, para
pequenas exposições ao longo dos anos, como, por exemplo, em encanadores que instalam caixas
d’água de cimento-amianto, fazendo os furos para passagem dos canos e respirando a poeira;
carpinteiros da construção civil, ao fixarem as telhas de cimento-amianto com parafusos; mecânicos
que lixam as lonas e pastilhas de freios; exposição a talco contaminado com fibras de amianto na
indústria de artefatos de borracha; no lixamento de massa plástica usada no reparo de inúmeros objetos
(a massa plástica pode conter talco contaminado por asbesto na sua composição), entre inúmeras
outras;
- berílio;
- cádmio ou seus compostos;
- cromo e seus compostos tóxicos;
- cloreto de vinila. Está presente nas fábricas de cloreto de vinila, na produção do PVC (polímero) ou na
exposição ao cloreto de vinila monômero (VCM);
- clorometil éteres;
- sílica livre;
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias;
- radiações ionizantes;
- emissões de fornos de coque (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos);
- níquel e seus compostos. Representam risco os compostos insolúveis e os complexos de níquel com
monóxido de carbono. A operação de soldagem de aço inoxidável pode gerar fumos com altos teores
de níquel;
- acrilonitrila. Na forma de monômero usado na indústria química;
- formaldeído. O aldeído fórmico (formaldeído ou formol) é volátil e muito usado na conservação de tecidos,
em laboratórios de anatomia, como matéria-prima em alguns processos na indústria química, ou são
provenientes de reação de polimerização de algumas resinas sintéticas, como, por exemplo, no Sinteko;
- processamento (fundição) do alumínio e de outros metais;
- névoas de óleos minerais (óleo de corte ou óleo solúvel).



Fonte: Doenças do Trabalho

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