Thursday, December 26, 2013

Neoplasias malignas da pele - Epidemiologia e Fatores de risco

Neoplasias malignas da pele - Epidemiologia e Fatores de risco

2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL CONHECIDOS
A etiologia dos cânceres de pele está fortemente associada com a exposição actínica, em especial os raios
ultravioleta. Cerca de 90% desses cânceres desenvolvem-se em regiões do corpo expostas ao sol. A incidência em
populações brancas aumenta muito em regiões próximas à linha do Equador e com a altitude, quando comparada com
o nível do mar. As pessoas de pele clara, que sofrem queimaduras solares com mais facilidade, têm um risco aumentado
de desenvolver câncer de pele. A incidência em negros é muito mais baixa que em brancos. Profissões que expõem os
trabalhadores à intensa radiação solar, como agricultores, trabalhadores da construção civil e mineração a céu aberto,
pescadores e marinheiros, por exemplo, têm taxas de incidência de câncer de pele mais elevadas do que a população
em geral ou trabalhadores de outras profissões menos expostos à radiação actínica.
Outros fatores de risco associados ou predisponentes têm sido observados, tais como:
história familiar de câncer de pele, recepção de rim transplantado, xeroderma pigmentoso,
síndrome de Gorling, albinismo, infecções pelo vírus do papiloma humano (HPV),
inflamação crônica, cicatrizes, ceratoses arsenicais (doença de Bowen,) ceratoses
solares e traumatismo.
O câncer de pele decorrente de exposição ocupacional foi descrito, pela primeira vez, por Percivall Pott, em
1775, no escroto de trabalhadores limpadores (ou ex-limpadores) de chaminés, após contato direto da pele com
fuligem. Mais tarde, em 1915, Yamagiwa & Ichikawa descreveram a indução de tumores de pele em animais, pela
aplicação de alcatrão do carvão sobre suas peles.
Na década de 40, foi isolado e sintetizado o benzopireno (3,4-benzopireno),
identificado como o cancerígeno responsável pelos tumores descritos por Pott.
Hoje, sabe-se que os diferentes hidrocarbonetos policíclicos aromáticos variam muito na sua
potência cancerígena.
Outro exemplo é o câncer de pele devido ao arsênio, seja em sua produção, utilização de seus produtos ou ingestão de água contaminada, como
ocorre, endemicamente, no norte da Argentina, Chile, em regiões do México e Taiwan.
A radiação ionizante também
pode causar câncer de pele, ainda que com os atuais procedimentos de segurança se acredite que a incidência se
tenha reduzido notavelmente.
Os seguintes agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional devem ser considerados na
investigação da etiologia de câncer de pele em trabalhadores:
- arsênio e seus compostos arsenicais;
- alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina, creosoto, piche, xisto betuminoso e produtos de resíduos
dessas substâncias;
- radiações ionizantes;
- radiações ultravioleta;
- óleos minerais lubrificantes e de corte naftêmicos ou parafínicos.
Os epiteliomas malignos podem ser classificados como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da
Classificação de Schilling, sendo o trabalho considerado importante fator de risco, associado com a sua etiologia
multicausal.



Fonte: Doenças do Trabalho

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